Strange Destiny (Larry Stylin...

By larrypsyche

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Louis Tomlinson não poderia ter pedido nada mais simples a fonte de desejos. "Uma vida melhor." Ele sussur... More

Prólogo
1. Porta-retrato
2. Fraldas sujas & Dores de cabeça
3. Inúmeras constatações
4. "Outro" Louis
5. Espanta Monstros
6. Pensamentos confusos
7. Importar-se
8. Ritmo e marshmallow quente
9. Tensão Sexual
10. Feridas antigas
11. Pequeno Príncipe
12. Resfriados e beijos molhados
13. Pagando o preço
14. Malditas covinhas
15. Dedos entrelaçados
16. Encontro
17. Pé direito
18. Em todos os cômodos
19. Querer ficar
20. A fonte
21. Plano A
22. Fantasmas do passado
23. Segundas chances
24. Marido de outra realidade
25. Sir. Louis
26. Três segundos de coragem
27. Quebrando regras
28. Universo ao lado
29. Vamos jogar
30. Angústia
31. Tela de Bloqueio
32. Seu cheiro
33. Chá da tarde
34. A Fera
35. Mal estar
36. Stitch
37. Presente de aniversário
38. Poça d'água
39. Mordida na canela
40. Plano B
41. Anjo Ranzinza
42. Outra realidade
43. Sempre seu
45. Tesouro Ranzinza
46. Essa realidade
Epílogo
Agradecimentos
(Capítulo Extra) O Primeiro Halloween

44. Por Jamie e Lily

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By larrypsyche

"If it makes you happy, no one else's opinion should matter."

**

Harry desejava realizar um casamento simples, apenas em cartório, evitando gastos com uma cerimônia cara e que somente traria prejuízos, visto que algo que fosse mais do que parentes e amigos próximos seria somente para impressionar outros e não havia motivo para isso. Não podíamos gastar com tantas coisas, pois era necessário uma preocupação no momento com a compra de nossa futura casa e com a adoção de Lily e Jamie.

E por mais que eu quisesse um casamento espetacular, eu tinha consciência, nem que fosse um pouco, de que ou era isso ou era os meus filhos.

E de meus filhos eu jamais abriria mão.

Sendo assim, tive de me ocupar na semana que se seguiu com todas as obrigações de um noivado.

Sim, eu estava noivo. Definitivamente noivo.

E a parte que eu estava mais adorando de tudo aquilo era o fato de usar aquela pequena palavrinha para tudo.

─ Noivo... ─ Comecei a dizer para Harry. ─ A gente precisa visitar a casa ainda hoje. Depois, eu preciso ver meu terno, porque eu sou o noivo e tenho que estar como o mais lindo noivo da história do noivado. Entendeu, noivo?

─ Oi? ─ Meu noivo lançou um rápido olhar em minha direção e logo em seguida voltou a focar na estrada.

Bufei alto e revirei os olhos.

─ Você sequer está prestando atenção? ─ Indaguei indignado.

─ Desculpa... Me perdi em quantas vezes você falou noivo só em uma sentença. ─ Brincou e deu risada com os olhos presos na rua movimentada pela qual ele dirigia.

─ Estou animado, ok? ─ Minha expressão era séria. ─ E pelo visto por nós dois... ─ Comentei para cutucá-lo, pois sua falta de animação já estava me tirando do sério.

─ Eu estou animado! ─ Ele deu risada e cutucou minha perna, como se para reforçar. ─ Só não preciso ficar repetindo a palavra noivo como você. ─ Harry deu risada por causa de minha carranca. ─ Você é o meu noivo! Pronto! Sei disso.

─ Ainda acho que é falta de animação. ─ Disse contrariado e notei Harry revirando os olhos e rindo em seguida.

Ainda havia o pequeno detalhe de que precisávamos falar com a família de Harry e era isso que estávamos indo fazer. Eu podia notar o quão forte as mãos de meu noivo se encontravam agarradas ao volante e quão preocupado estava devido a sua expressão séria, de sobrancelhas arqueadas e lábios franzidos. Ele devia estar ponderando sobre o que seus pais achariam de tudo aquilo. Afinal, eu e Harry não estávamos juntos a tanto tempo para casar as pressas daquele modo. E nenhum de nós nos encontrávamos grávidos também, não havendo nem mesmo possibilidade para isso.

─ Ainda dá tempo de desistir. ─ Alertei brincando, mas ao mesmo tempo um pouco receoso com o que a minha sugestão poderia fazê-lo parar para pensar.

Talvez ele realmente voltasse atrás, acreditando estar sendo muito precipitado. Pensasse que estava sendo imprudente e inconsequente com sua tomada de decisão e com cautela começasse a me explicar que precisava de um tempo para pensar em tudo isso.

Seria impossível entender naquele momento, mas sei que eu me esforçaria para isso.

Afinal, Harry tinha todo o direito do mundo para voltar atrás.

─ Não é isso. ─ Ele sorriu doce, mas sem olhar para mim, com a concentração toda voltada à estrada. ─ Só estou com medo deles não levarem a sério, acharem que estou brincando ou que estou delirando. Não quero que você fique inseguro.

Engoli em seco e mexi em meus próprios dedos.

─ Mas eu já estou... ─ Fui sincero e Harry virou a cabeça para o meu lado, fitando-me de modo preocupado.

─ Como assim? ─ Sua sobrancelha estava completamente cerrada.

─ Sei lá... Tenho medo de estar te colocando em uma situação que você não veja outra alternativa a não ser casar comigo para que eu fique bem, mas no futuro acabe se arrependendo da decisão que tomou por acreditar que tenha sido muito precipitada. Tenho medo de estar fazendo tudo de forma errada, de um jeito que o universo não queira e--

Harry deu risada.

─ O universo não tem que querer nada. ─ Brincou.

Meus olhos se arregalaram tanto que os senti saindo um pouco da órbita.

─ Você ficou maluco. Não fala uma coisa dessas! É melhor retirar o que disse... ─ E por pensamento comecei a pedir mil perdões ao universo por tamanha ofensa que Harry tinha dito a ele.

Se o universo escutar algo assim, sabe Deus quantos anos de azar ele poderá colocar em minha conta.

─ Eu não vou me arrepender, Louis. Não consigo ver um só motivo que faça com que eu me arrependa.

─ Eu posso listar vários aqui. ─ Avisei, pois eu definitivamente me conhecia o suficiente para saber que eu era uma caixinha cheia de defeitos.

─ Nada que possa me abalar... ─ E deu risada em seguida.

─ Ah é?! ─ Desafiei.

─ Certeza. ─ Falou confiante.

─ Então se prepare, porque eu vou começar... ─ Fitei-o significativamente uma vez. ─ Você terá de me aguentar roncando para sempre, babando enquanto durmo, terá de aguentar meu temperamento instável e o quanto sou indeciso. ─ Eu estava jorrando as palavras todas de uma vez para Harry como forma de testar se ele realmente se sentia confiante para seguir com aquele noivado. Naquele momento, por mais desesperado que eu estivesse para adotar nossos filhos, não desejava suas incertezas. ─ Posso ser cheio de paranoias e me afastar quando acreditar que você está estranho comigo. Ainda estou aprendendo a cozinhar, muitas vezes não sei controlar minha insegurança e quanto mais você conhece as pessoas ao meu redor menos qualidades você saberá ao meu respeito, pois eles não saberão listar nem mesmo uma.

─ Liam listou algumas naquele dia. ─ Harry me interrompeu para apontar isso.

─ Liam é um puxa saco. ─ Descartei com a mão e Harry deu uma gargalhada.

Assim que meu noivo ─ noivo é uma palavra que eu sinceramente não cansarei de repetir isso ─ estacionou o carro em frente a casa de Desmond e Anne, ouvi o ar de seus pulmões sair de uma só vez por sua boca de forma extremamente tensa.

─ Ok... Vamos lá! ─ Falou decidido e deixou que seus dedos largassem o pobre volante, que já tinha sofrido muito durante toda a viagem até ali.

Após entrarmos na casa de Anne e Desmond com certo medo, preocupação e cautela, sentamos no sofá e aceitamos o suco de morango que a mãe de Harry nos ofereceu. Meu noivo estralou os dedos algumas vezes e fitou o chão por mais tempo do que o normal até finalmente começar a explicar o que estávamos planejando.

Eu não quis olhar para suas feições e evitei fazê-lo, mas em alguns momentos deixei que meus olhos capturassem o modo como suas expressões se mostravam e mordi o lábio inferior de modo apreensivo. Não sabia dizer se Anne e Desmond se encontravam apavorados com a notícia ou se era apenas uma supresa total para eles, mas tinha certeza de que, como Harry previu, eu estava ficando um pouco mais inseguro.

Mas depois de Harry insistir e falar algo como "eu espero que vocês realmente apoiem isso, pois farei com ou sem a aprovação de vocês" e também "aquelas crianças precisam de nós e eu preciso de Louis", Anne e Desmond pareceram notar que aquilo era muito mais sério do que eles pensavam.

E compreenderam.

Por mais incrível que parecesse, eles compreenderam e meus olhos quase saíram da órbita quando notei o leve concordar de cabeça de Anne. Eu e Harry deixamos nossas bocas se entreabrirem em espanto e os pais de meu oficial futuro marido soltaram um leve riso.

─ Considero isso uma grande loucura, mas nem todas as loucuras deveriam ser consideradas ruins, certo? Fui pega um pouco despreparada também, mas gosto de Louis e sei o quanto gosta dele também, Harry. E já que Louis fará isso com ou sem você, eu não vou privar meu filho de ser feliz. Até porque sou sua mãe e não sua dona, yeah?

E foi assim. Simples desse modo. Com Anne mostrando o motivo de Harry demonstrar tanto respeito e admiração por ela. Agindo da mesma forma que minha mãe e entendendo o quão desesperado nós estávamos por ter por perto Jamie e Lily.

É claro que omitimos a parte de que viajei para uma outra realidade, até porque eu desconfiava que Harry, aquele ridículo, ainda duvidava dessa minha versão e preferia acreditar que tinha sido somente um sonho para me indicar o caminho que eu deveria seguir.

Mas o que dissemos foi o suficiente para que eles entendessem que a nossa decisão partia de uma necessidade, de algo que precisávamos fazer por aquelas duas crianças que ansiavam por um lar e por uma família.

**

─ Harry, que merda você colocou nessa caixa? 'Tá muito pesada! ─ Reclamei enquanto carregava os pertences de Harry para dentro de nossa nova, porém não tão nova assim, casa.

Meu marido se encontrava brigando com Sirene por ela ter criado o terrível hábito de comer as próprias fezes, aquela nojenta, e assim que me ouviu falar virou a cabeça em minha direção e correu até onde eu estava.

─ São meus livros. Você vai acabar quebrando a coluna querendo carregar uma caixa desse tamanho. ─ Pegou a caixa e a levou para dentro enquanto eu o seguia, pronto para tirar sarro de meu noivo.

─ Você sabe ler? ─ Zombei e Harry soltou um leve riso, revirando os olhos em seguida.

Assim que largou a caixa em um canto, aproximou-se em seguida de mim e me abraçou pela cintura, dando aquele maldito sorriso de lado que eu tanto odiava.

Ok. Ok. Eu amo aquilo e não consigo enganar ninguém dizendo que não.

─ Eu sei fazer muito mais do que ler. ─ Aquela sugestão em sua voz acabou fazendo meu corpo se arrepiar por completo. Tive de engolir em seco e tentar fingir que aquilo não me abalaram, porém pela expressão de Harry podia ter certeza de que ele sabia o efeito que causava em cada célula minha. ─ Muito mais...

─ Não começa... ─ Forcei para que cada palavra saísse por meus lábios, visto que minha garganta havia se fechado.

Um suspiro acabou escapando por meus lábios no momento em que senti o nariz de Harry deslizar por minha bochecha.

─ Eu não fiz nada. ─ Sussurrou contra os meus lábios.

─ N-Nós precisamos nos c-concentrar e terminar de a-arrumar a casa antes de a-amanhã. ─ Eu tremia em seus braços enquanto sentia suas mãos vagarem bem pressionadas contra o meu corpo. Elas passaram por minhas costas, alcançaram minha cintura, desceram deliciosamente por minhas nádegas e seguraram firmes minhas coxas, parecendo desejarem me pegar no colo.

─ Você tem razão... ─ Disse baixinho, em um sussurro contra minha orelha, deixando que seu lábio inferior roçar contra ela. ─ Precisamos nos concentrar... Até o casamento, certo? ─ E concordei com um aceno leve de cabeça. ─ Vamos ficar sem nos tocar até lá então.

E dizendo isso, Harry se afastou de imediato, largando meu corpo e me deixando ali na nossa sala de estar na companhia do tão presente sofá.

─ Harry! ─ Reclamei e ouvi sua maldita risada disfarçada. ─ O que está querendo dizer com isso?

─ Acho que você entendeu, Louis. Entendeu muito bem, para falar a verdade.

Meus pés caminharam de modo pesado até ele e fiquei a apenas centímetros de seu corpo. Apontei o indicador em sua direção e cutuquei seu peito de modo irritado.

─ Você está querendo dizer que vou ficar sem fazer sexo com você até o dia do nosso casamento? ─ Sibilei de forma irritada.

─ Casamento que é daqui a dois dias, diga-se de passagem.

Respirei fundo e revirei os olhos, fitando-o com irritação mais uma vez.

─ Por quê? ─ Questionei entredentes.

─ Por quê o que? ─ Fez-se de desentendido.

─ Harry! Por que vamos ficar sem fazer sexo até o dia do nosso casamento?

─ Para ficarmos com mais vontade no dia. Sem poder deixar nossas mãos longes do corpo do outro. ─ Revirei os olhos uma segunda vez.

Quanta estupidez!

Essa era a desculpa mais idiota que eu já tinha ouvido em toda a minha vida.

─ Eu estarei com vontade hoje assim como estarei no dia. ─ Cruzei os braços e minha teimosia já tomava conta de toda a minha expressão. ─ Harry, por favor...

Ele pegou mais uma caixa de dentro do pequeno caminhão que tínhamos alugado e passou a levar suas coisas para dentro da casa.

─ Não implore que senão eu cedo. ─ Disse com um sorriso grande preso nos lábios.

─ Ótimo. ─ Falei com um sorriso maior ainda e notei Sirene alegremente adentrar a casa e sair correndo para o segundo andar. ─ Sirene! Onde pensa que vai, mocinha?

Sem pensar duas vezes, passei a subir os degraus que davam acesso ao segundo andar da casa e encontrei aquela nojenta já farejando as peças que formariam os móveis do quarto de Lily e Jamie.

─ O que está fazendo aqui, hm? ─ Perguntei, mas fui ignorado, pois Sirene estava concentrada demais procurando alguma coisa. Ou melhor... Alguém. Eu conhecia aquela pestinha muito bem por quem ela buscava. ─ Eles não estão aqui, Si. Jamie e Lily ainda não estão aqui.

Os olhos grandes de Sirene me fitaram e ela soltou um leve choramingo tristonho, voltando em seguida a farejar o ambiente.

É claro que ela não desistiria tão fácil.

─ O que ela está fazendo? ─ Sobressaltei-me no momento em que ouvi Harry dizer aquilo atrás de mim. ─ Não é para marcar território por aqui, Si. Você tem todo um jardim para isso, yeah?

Revirei os olhos com aquela comentário.

─ Você fala com ela como se ela fosse entender...

Harry me olhou com as sobrancelhas arqueadas.

─ Olha quem está falando...

─ Hey!

─ Você trata ela como uma criança. ─ Acusou e neguei com um aceno no mesmo instante.

─ Eu não trato ela feito uma criança, Harry. Eu cuido dela. É diferente, muito diferente.

─ Você cogitou colocar fraldas em Sirene para parar com o fato dela estar comendo as próprias fezes.

─ Era brincadeira, ok? ─ Sussurrei.

Não era brincadeira.

E foi a vez de Harry revirar os olhos.

─ O que ela está fazendo, afinal? ─ Questionou outra vez.

─ Procurando Lily e Jamie. Minha bichinha sente falta de nossos filhos... ─ Falei com tristeza e Harry me abraçou por trás. Envolveu meu corpo com seus braços e apoiou a cabeça em meu ombro com delicadeza.

─ Sente falta? Tem certeza? ─ Indagou parecendo confuso.

─ Como assim? ─ Estranhei.

─ Ela não os conhece.

─ Harry, eu já falei, mas você não acreditou. Sirene lembra da outra realidade. Ela amava passar o tempo brincando com Lily e Jamie, amava ficar deixando os dois fingirem que ela era uma égua indomável... Amava dormir na cama com elas, mesmo você não deixando.

─ Por que só eu não lembro? Não lembro da outra realidade?

─ Não é só você.

─ Como assim? ─ Perguntou, querendo saber mais.

Por alguns instantes, notei o quanto ele parecia intrigado com algo que talvez começasse a se mostrar real.

─ Lily também não lembra. ─ Falei chateado por tudo aquilo.

O universo sempre foi realmente sacana.

─ Hmm... ─ Harry pareceu pensar. ─ Então quer dizer que quem lembra da outra realidade é a pessoa mais maluca que eu já conheci na minha vida, uma cachorra que cheira a manga e come as próprias fezes e um bebê babão e bravo? ─ Suas sobrancelhas estavam arqueados e notei seus lábios tremerem, parecendo segurar uma risada.

─ Exatamente. ─ Falei fingindo seriedade. ─ O que isso diz sobre você?

─ Hey! ─ Fingiu estar ofendido. ─ Você está ofendendo Lily também. Não se esqueça disso.

─ Lily é uma criança, ok? ─ Fitei novamente Sirene e ela ainda continuava farejando. ─ Si, eles ainda não estão aqui. Ainda não, mas logo virão para brincar com você. ─ Harry tirou os braços que se encontravam ao meu redor e pude me abaixar para chamar Sirene. Ela com muito boa vontade se aproximou e se aninhou em meu colo. ─ Não fique triste, yeah? Por favor, não fique triste. ─ Mas ouvi o seu choramingo baixo.

Senti meu noivo se agachar ao meu lado e notei uma de suas mãos passar a acariciar docemente os pelos de Sirene.

─ Não fique assim, Si. Não fique. É uma questão de tempo até tê-las aqui. ─ E um sorriso se abriu em meus lábios ao ouvi-lo ser ao mesmo tempo tão carinhoso com Sirene e demonstrar acreditar em minha história sobre a outra realidade.

**

Nada do que eu poderia dizer descreveria com palavras exatas o nervosismo que eu estava sentindo.

Não. Harry e eu ainda não estávamos prestes a se casar.

Faltava ainda um dia para isso e depois do choro de Sirene por causa das crianças, eu e Harry resolvemos demonstrar nosso interesse no orfanato logo no dia seguinte. Durante meu expediente, avisei a diretora sobre isso e ela ficou tão feliz que seu sorriso jamais deixou seu rosto. Tanto que, quando Harry e Sirene chegaram no fim daquela tarde, ela ainda permanecia sorrindo.

─ Vamos chamá-las então, certo? ─ Foi o que disse enquanto eu agarrava a mão de Harry e tentava permanecer parado, porém é claro sem muito sucesso.

O nervosismo estava tomando conta de cada célula minha.

─ Se a senhora puder, teria como trazer uma de cada vez, por favor? ─ Pedi. ─ Acho que seria bom assim... Funcionaria do modo que imaginei.

─ Tudo bem. ─ Ela sorriu calmamente e parecendo entender completamente minhas intenções. Em seguida, fez um gesto para uma de minhas colegas de trabalho que saiu daquele pátio onde esperávamos e foi atrás de Lily ou Jamie. Eu não sabia ao certo que veríamos primeiro, mas tinha certeza de que quem fosse aqueceria meu coração de um jeito totalmente único.

Olhei para baixo por não aguentar nem mais um minuto de espera ─ afinal de contas, eu tive o azar de não ter conseguido ver nenhum dos dois durante todo aquele dia ─ e notei o quão impaciente Sirene parecia estar. Talvez ela estivesse sentindo o que estava prestes a acontecer e não estava nem mesmo se aguentando em excitação.

Acariciei seus pelos enquanto sentia os dedos de Harry circularem minha cintura e depois de mais ou menos dez minutos ouvi um grito extremamente ranzinza e familiar.

Naaaaaaa!

─ Não precisa puxar o meu cabelo... ─ Ouvi minha colega de trabalho dizer enquanto ainda se encontrava no corredor. ─ Eu já te deixarei sair do meu colo.

Naaaaaaaa!

─ Quanto estresse, mocinho. ─ E assim que disse isso, meus olhos capturaram Jamie se debatendo para descer do colo de minha colega e a mesma deixando que o fizesse para evitar sair com muitos arranhões daquilo.

Ainda mal humorado, ele virou seu corpo cambaleante em nossa direção, porém se mostrou distraído com as próprias mãozinhas. Em seguida, enfiou uma mão inteira dentro da boca e por incrível que pareça sorriu entusiasmado por aquilo.

No entanto, assim que ele nos viu ali parados, deixou a mãozinha de lado e fez a expressão mais doce de surpresa que algum dia eu poderia ter visto em toda a minha vida. Deu um grito escandaloso também, bem típico seu, e logo passou a correr em nossa direção sem pensar duas vezes. Ele andava completamente sem jeito e Harry estava dando risada de tudo aquilo, mas eu podia ver a intensidade que seus olhos brilhavam para aquilo.

Jamie não foi direto para os meus braços.

Nem para os braços de Harry.

Jamie correu em direção de Sirene e a abraçou apertando, agarrando os pelos com toda a força que seu corpinho poderia demonstrar.

Ne-ne! Ne-ne! ─ E soltou um gritinho animado.

Segurou o nariz de Sirene e ela sem vergonha nenhuma lambeu a mão de meu filho, fazendo-o soltar uma risada.

Naaa, Ne-ne! ─ Resmungou enquanto achava graça.

Agachei-me perto dos dois e baguncei os cabelos daquele babão. Ele me lançou um sorriso banguela e deixou sua cabeça cair para o lado docemente. Harry fez cócegas em sua barriga, deixando que Jamie agarrasse seus dedos. Logo em seguida, nosso filho andou cambaleante em nossa direção e abraçou meu noivo com força.

Pa-ba! Pa-ba! ─ Gritou outra vez e babou na camisa nova de Harry.

Nós tínhamos comprado roupas novas para visitá-los em uma primeira vez.

Patético, não?

Talvez eu deva concordar que seja um pouco, mas eu já estava escolhendo a melhor roupa para usar na segunda vez.

─ Quer dizer que você lembra, hm? ─ Harry sussurrou para que somente Jamie escutasse, mas pela proximidade ficava fácil para que eu ouvisse também. ─ Deve ser difícil, não? ─ Eu me surpreendi com aquilo e olhei admirado para ele, porém Harry não pareceu perceber minhas caras e bocas. ─ Desculpa ter demorado tanto para vir te ver, filhão.

E meu coração quase saiu pela boca de tão rápido que acabou por bater após ouvi-lo chamar Jamie daquele modo. Um modo tão típico da outra realidade e que parecia tão familiar. Um modo tão Harry.

Sirene resolveu deixar o momento ainda mais familiar ao se entusiasmar e colocar a língua para fora, balançar o rabo alegremente e fazer Jamie cair de bunda no chão enquanto ela se acomodava ao redor do bebê.

─ Sirene, comporte-se, pelo amor de Deus! ─ Chamei sua atenção e ela respondeu àquilo lambendo o rosto de Jamie com vontade. ─ Pare agora com isso!

E ela estava pronta para lamber mais uma vez, porém foi interrompida no momento em que ouvimos uma voz suave e baixa de alguém, que nós bem conhecíamos, se aproximando.

─ Por que 'tá me levando, tia? ─ Lily perguntou em alerta e com certo medo enquanto ainda estava no corredor e não tinha visão de Harry, de Sirene e de mim ali.

─ É uma surpresa. ─ A minha colega se limitou a falar. Todos tinham consciência do quanto Lily esperava por ser adotada e o quão especial seria o momento em que veria pessoas interessadas nela. ─ Uma surpresa mágica.

─ Mágica? Eu gosto de mágica. Gosto de Frozen também... ─ Falou de modo vago e espiei pela janela com ansiedade, pois eu precisava ver a minha garotinha. Lily estava encarando os próprios pés, como sempre, e notei que com uma de suas mãos ela segurava com firmeza Stitch.

Ohana quer dizer família. Família quer dizer nunca abandonar ou esquecer.

Nem meio minuto depois, os raios do por de sol atingiram os cabelos de minha filha e com os olhos semicerrados ela tentou identificar o que estava acontecendo ali.

─ Jamie? ─ Falou confusa assim que viu o bebê em meio aos pelos de Sirene.

Seus olhos mais uma vez vagaram por aquele ambiente e assim que me encontrou ali parado ao lado de Harry deixou que suas sobrancelhas se curvassem até que entendesse o motivo de estarmos ali para vê-la.

Percebi o momento exato em que seus olhos se encheram de lágrimas e quando a primeira delas rolou por sua bochecha avermelhada. Lily tentou disfarçar e tirá-la dali, mas assim que observou que tinha deixado a sua fragilidade transparecer passou a chorar ainda mais. Colocou o rosto em meio a suas mãozinhas e soluçou como nunca antes. Seu corpo tremia e a abracei forte para tentar acalmá-la de algum modo.

─ Heeey... ─ Harry começou calmamente e em um tom baixo. ─ Não chore, yeah? Você está triste? O que aconteceu?

Lily negou com a cabeça no mesmo instante, parecendo desesperada para mostrar sua negativa, e enxugou mais uma vez o rosto enquanto seus olhinhos permaneciam vermelhos. Jamie e Sirene haviam parado com suas brincadeiras e provocações e agora apenas olhavam assustados para a cena.

─ E-Eu 'tô f-feliz. ─ Um biquinho doce formou em seus lábios. ─ M-Muito, m-muito feliz...

─ Eu prometi, não foi, Lily? ─ Ela concordou com um aceno de cabeça e sorriu um pouco, tentando conter o seu nariz que escorria.

Pometeu, pometeu... ─ Estendeu o mindinho em minha direção. ─ Pometeu de dedinho.

─ E estou aqui para cumprir, ok?

E um sorriso iluminou o seu rosto.  

─ Eu também vou fazer uma promessa de dedinho, posso? ─ Harry perguntou e Lily concordou com um aceno de cabeça enquanto deixava um sorriso ainda maior preencher seus lábios.

─ O que você promete, Harry? ─ Indaguei com uma sobrancelha levantada.

─ Prometo acreditar, Louis. ─ Falou sincero, olhando no fundo dos meus olhos. Em seguida, lançou um olhar para Lily, Jamie e Sirene. ─ E prometo que eu vou estar aqui e vou estar aqui para sempre. Por vocês.

Sorri, lembrando que essa promessa eu já tinha feito. Não com palavras, muito menos escrita.

Eu a fiz enquanto me apaixona a cada minuto que passava pelo meu doce anjinho, pelo bebê babão, pela nojenta cheirando a manga e pelo ridículo de modos brutos.

E não me arrependo por nenhum minuto sequer.

-x-

Olá amores,

A demora foi grande, mas estou de volta!!! Uhul! 

Voltando de pouquinho a pouquinho, mas voltando.

Então tudo que peço é um pouquinho de paciência para que eu possa me organizar agora e ir trabalhando nas atualizações, yeah?

Até o próximo domingo, amores!

Beijooooos

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