Confusão, confusão, confusão. Assim estava a sua mente, confusa, mas que história era aquela? Sua namorada o rejeitou por que era um anjo? Precisava de alguém que lhe explicasse tudo, mas não havia ninguém para isso, não havia ninguém que ele pudesse confiar.
Estava cansado de se sentir impotente diante da situação que se encontrava. Precisava de respostas, precisava encontrar alguém que o ajudasse. Mas todos pareciam estar ao lado do rei, talvez houvesse alguém que o ajudasse então era necessário encontrar essa pessoa.
Fechou os olhos por alguns minutos e a imagem era de uma mulher sorrindo para ele, segurava uma de suas mãos e com a outra acariciava seu rosto. Seu sorriso era o mais belo e nada se comparava a seus olhos o fitando com tanta ternura.
— Eu te amo, Miguel. — com voz calma pronunciou.
Então o jovem abriu os olhos, percebendo que era apenas mais uma de suas lembranças. A voz de Miley soou pelo quarto o fazendo despertar de seus pensamentos.
— Papai, encontramos um lugar.
Ele a olhou atentamente, esperando que continuasse mas ela não o fez. Estava eufórica quase não parava no lugar, então Miguel olhou para Júlia esperando que ela explicasse.
— Você precisa ver com seus próprios olhos. — disse-lhe puxando uma de suas mãos.
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O lugar não estava em boas condições, e para chegar até lá passaram por uns seis corredores. Pouca iluminado por candelabros cravados nas paredes aparentemente úmidas, sem qualquer passagem de ventilação, o calabouço era um lugar cruel para se deixar prisioneiros.
— Olhe papai! — Miley apontava para o homem de meio metro que os olhava assustado.
Miguel então se aproximou encarando aquele rosto conhecido tentando lembrasse de onde o conhecia. — Não tenha medo — ousou dizer, mesmo percebendo que aquele homenzinho não sentia um pingo de medo.
— Como conseguiu se salvar? como esta vivo, meu amigo? — Perguntou chegando perto das grades que o mantinha preso.
— Ele é seu amigo, papai? — Miley tocou as grades tentando alcançar o homem.
— Quem é você? — Miguel questionou puxando a garotinha para perto de si.
O homem franziu o cenho mas logo entendeu o que acontecia ali. — Eu sou Lewis, e caso pergunte, eu conheço você. Nós somos amigos, não se lembra?
Miguel procurava em sua memória o nome que ouviu,tinha lembranças do nome mas não sabia quem era e se eram amigos realmente. — Desculpe, eu não...
— Tudo bem, Richard deve ter dado um jeito nisso... vamos, me tire daqui. — Falava apressando cada palavra — Preciso salvar meus irmãos.
— Miguel, não dá para ajuda-lo. — Júlia apontou para os cadeados nas grades.
A expressão desapontada de Lewis era nítida, não sabia onde estava seus irmãos e Miguel não parecia disposto a ajudar. — Preciso encontrar meus irmãos, Miguel. Vamos pense em algo, me ajude, lembre-se de algo.
— Sinto muito, não posso te ajudar — ele falou
— MIGUEL! NÃO ME DEIXE AQUI!
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— Você acha que ele estava falando a verdade? — Júlia perguntou curiosa.
Os olhos do anjo encontram os olhos cansados e assustados da pequena, entendia os seus sentimentos. Ele também queria ir embora e encontrar um colo que o acolhesse.
— Não sei. Fique despreocupada levarei vocês de volta para casa.
Ouvir aquilo causou uma sensação de alívio para Júlia, por um único momento não se sentiu sozinha. Entendeu finalmente que podia confiar em Miguel e que estaria protegida enquanto estivesse com ele.
Sentia tanta falta de seu pai, não fazia idéia de onde ele estaria nesse momento. "Onde quer que eu esteja, estarei pensando em você" era o que ele dizia e ela se apegava a estas palavras para não esquecer que ele a amava.
[...]
Sim, capítulo muito curto. Mas se deliciem com ele. Serão compensados nos próximos! ❤