Strange Destiny (Larry Stylin...

By larrypsyche

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Louis Tomlinson não poderia ter pedido nada mais simples a fonte de desejos. "Uma vida melhor." Ele sussur... More

Prólogo
1. Porta-retrato
2. Fraldas sujas & Dores de cabeça
3. Inúmeras constatações
4. "Outro" Louis
5. Espanta Monstros
6. Pensamentos confusos
7. Importar-se
8. Ritmo e marshmallow quente
9. Tensão Sexual
10. Feridas antigas
11. Pequeno Príncipe
12. Resfriados e beijos molhados
13. Pagando o preço
14. Malditas covinhas
15. Dedos entrelaçados
16. Encontro
17. Pé direito
18. Em todos os cômodos
19. Querer ficar
20. A fonte
21. Plano A
22. Fantasmas do passado
23. Segundas chances
24. Marido de outra realidade
25. Sir. Louis
26. Três segundos de coragem
27. Quebrando regras
28. Universo ao lado
29. Vamos jogar
30. Angústia
31. Tela de Bloqueio
32. Seu cheiro
33. Chá da tarde
34. A Fera
35. Mal estar
36. Stitch
37. Presente de aniversário
38. Poça d'água
39. Mordida na canela
40. Plano B
41. Anjo Ranzinza
42. Outra realidade
44. Por Jamie e Lily
45. Tesouro Ranzinza
46. Essa realidade
Epílogo
Agradecimentos
(Capítulo Extra) O Primeiro Halloween

43. Sempre seu

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By larrypsyche

"A perfect marriage is just two imperfect people who refuse to give up on each other."

**

Assim que acordei no dia seguinte, a primeira coisa que senti foram os braços de Harry entorno de meu corpo com firmeza. Ele me segurava como se a qualquer momento eu pudesse fugir e correr loucamente de um lado para o outro do apartamento para que não me alcançasse e acabei soltando uma leve risada por causa disso, o que fez com que meu marido despertasse um pouco.

─ L-Louis... ─ Gemeu preguiçoso e se mexeu na cama, afastando seus braços quentes de meu corpo para que eu pudesse sair da cama com mais facilidade.

─ Temos que ir trabalhar. ─ Avisei e acariciei seus cabelos deliciosamente macios que se encontravam bagunçados em cima do travesseiro. ─ Acorde logo, preguiçoso. ─ E ele soltou uma leve risada, mexendo-se embaixo dos cobertores e apenas dando as costas para mim.

Resolvi, no entanto, apenas levantar da cama e passar a me arrumar para partir em direção ao trabalho. Por isso, fui até o banheiro e lavei o rosto, tomei um banho rápido e vesti uma roupa qualquer, porém definitivamente confortável. Assim que saí daquele cômodo, caminhei até a cozinha e me surpreendi com Harry ali já muito bem desperto preparando nosso café da manhã.

─ O que está fazendo? ─ Questionei coçando os olhos de forma preguiçosa.

─ Panquecas. ─ Sorriu grande em minha direção e senti como se eu estivesse naquelas propagandas de vida perfeita. Acabei abrindo um sorriso também e o abracei por trás, sentindo os músculos de seu tronco relaxarem com aquilo.

─ Panquecas para um louco então. ─ Arrisquei, testando e trazendo o assunto de ontem à tona para saber o que Harry pensava sobre aquilo naquela manhã.

Harry, porém, desligou o fogão, colocou a última panqueca preparada na pilha que havia feito e virou seu corpo para mim, ficando frente a frente e me abraçando.

─ Meu louco. ─ Beijou minha testa. ─ Meu louquinho.

Tentei prender o sorriso que ameaçava escapar por entre meus lábios, porém minha tentativa foi um completo fracasso como tantas outras.

─ Você acredita então na minha história?

Harry ficou em silêncio por um tempo apenas me observando atentamente e tirou um pouco de cabelo dos meus olhos. Aquela minha franja sempre acabava entrando em meu campo de visão e eu já nem sequer prestava atenção em relação a isso.

─ Estou tentando. ─ Disse sério e sincero. ─ Por você eu tento.

─ É bom tentar mesmo. ─ Brinquei e ele beijou minha bochecha rapidamente enquanto ria do que eu tinha dito.

─ Só se comer todas as minhas panquecas. Todas elas, uma por uma.

─ Prometo tentar.

─ É bom tentar mesmo. ─ Harry me imitou. ─ Por mim.

Revirei os olhos e me desvencilhei de seus braços de modo lento.

─ Prometo tentar pela minha barriga roncando e pelo meu apetite insaciável, isso sim.

─ Nunca dá o braço a torcer, não é mesmo? ─ Harry brincou e mordeu a minha orelha, começando em seguida por separar nossas panquecas de modo que cada um ganhasse a mesma quantidade e que Sirene pudesse desfrutar de um pedaço também.

Dei de ombros para aquela afirmação de Harry e passei a comer minhas panquecas de forma distraída enquanto bebericava um pouco do chá que meu marido tinha colocado em minha xícara.

Assim que terminei, fizemos o mesmo ritual de sempre. Despedimo-nos com um beijo e cada um seguiu para o seu carro. No entanto, diferente das outras vezes, Harry assobiou em minha direção e virei para encará-lo. Achei que fosse me provocar ou fazer alguma gozação, porém ele somente sorriu de lado e acenou em despedida. Seus olhos pareciam brilhar intensamente, mas achei que fosse a luz do sol refletindo em sua íris extremamente esverdeada.

Sorri de volta, é claro, e passei a seguir meu caminho em direção ao orfanato em seguida.

Assim que cheguei, a primeira coisa que fiz foi me colocar a procura de Lily e Jamie. Eu me sentia cada vez mais inseguro toda vez que chegava ao local de trabalho, principalmente pelo fato de achar que estava sempre muito perto de perder meus filhos.

Desde o casal que tivera interesse em adotar Jamie, a impressão que tive é que a ficha pareceu definitivamente sobre o risco de meus filhos ainda se encontrarem em um lar de adoção. Eu poderia perdê-los a qualquer minuto, somente se bobear por alguns segundos, e isso me deixava de certa forma muito desesperado.

Contudo, como se aquele dia fosse mais um de sorte, logo avistei Lily e Jamie.

Porém, como nem tudo é perfeito, eles estavam brigando.

Exato.

Brigando.

Os dois estavam brigando.

As bochechinhas de Lily se encontravam extremamente avermelhadas e havia um bico enorme e adorável em seus lábios. Ela estava com os braços cruzados em frente ao corpo e encarava com certa braveza seu irmão. Já Jamie encontrava-se do mesmo modo, porém seus dedinhos rechonchudos se viam agarrados ao Stitch que eu havia dado a minha filha e eu supus que eles provavelmente estavam brigando por causa do brinquedo.

Vendo-os naquela pequena discussão de olhares, resolvi, portanto, me aproximar e forcei meus lábios a não mostrarem o sorriso divertido que estava insistindo em despontar no canto de minha boca.

─ Jamie, Stitch é meu... Devolve o meu ursinho. ─ Falou brava e ainda sustentando o bico gigantesco nos lábios. ─ Você tá sendo mau...

Naaaaa! ─ E Jamie gritou ranzinza e abraçou ainda mais o urso de pelúcia. No entanto, por ser ainda muito pequeno e não entender de fato como cuidar dos objetos seus dedinhos ainda puxavam com muita força as orelhas frágeis de Stitch. ─ Naaaaaa!

─ Você 'tá machucando ele. ─ E notei Lily prestes a chorar.

Os dois nem mesmo tinham percebido a minha aproximação, pois estavam ocupados demais com a discussão que se desenrolava entre eles.

Naaaaaa! ─ Gritou outra vez e acertou a palma de sua mão no bracinho delicado de Lily.

Observei o lábio inferior de minha filha tremer e eu já sabia que ela estava prestes a chorar naquele momento.

─ Hey, hey! Por que estão brigando, hm? O que aconteceu? ─ Cheguei antes que a situação entre os dois piorasse.

─ Jamie pegou meu ursinho e 'tá machucando ele, Lou... ─ Lily explicou baixinho e encarou o chão com os olhos cheios de lágrimas.

Naaaaa! ─ Meu filho reclamou outra vez todo bicudo e babão, prestes a dar um tapinha no braço de Lily novamente, porém segurei os seus dedos delicadamente e reprovei sua atitude com o olhar.

─ Jamie, não seja assim. Você não pode sair batendo em todo mundo só porque alguém não concorda com você. ─ Repreendi.

Naaaaa! ─ Teimou e minha expressão se fechou ainda mais.

Neguei com a cabeça, repreendendo sua atitude novamente.

─ Nada de naaaa para mim, seu bebê babão. Lily é sua irmã, você deve cuidar dela e não brigar. Não pode fazer isso, porque irá magoá-la, entende?

Beijei a testa de Lily e abracei-a com força, fazendo-a sorrir um pouco. Por ver meu gesto de carinho direcionado a garotinha, Jamie, ainda com um biquinho preso em seus lábios, levantou seu corpinho cambaleante do chão e deu alguns passinhos desengonçados para se aproximar de nós dois.

Assim que o fez, enrolou seus braços gordinhos no pescoço de Lily e se aproximou devagar com os lábios formando um bico de beijo. Em seguida, depositou um beijo delicado na outra têmpora de Lily, fazendo mais uma vez minha filha sorrir, porém dessa vez foi um sorriso que dominou seus lábios por completo.

─ Isso aí! ─ Afastei-me um pouco para observá-los. ─ Assim que eu gosto de ver! ─ Aplaudi um pouco. Lily soltou uma leve risada e a escondeu com as mãos e Jamie soltou uma gargalhada bem aberta enquanto permanecia abraçado e colado a sua irmã. ─ Lily, sei que Stitch é seu, mas Jamie será seu irmãozinho e você precisa aprender a dividir suas coisas com ele. Jamie não é forte o suficiente para estragar as orelhinhas de seu brinquedo.

─ Ok... ─ Ela disse baixinho. ─ Mas é o meu primeiro presentinho do meu futuro papai... Não quero perder ou estragar ele, Lou.

Meu coração se tornou extremamente quentinho somente ao ouvir isso.

─ Eu sei, pequena. Mas se Jamie estragar, eu te darei um novinho, yeah? Eu queria te dar um quarto cheio de brinquedos. Muitos, muitos, muitos... E por mim, isso acontecerá em breve!

Ela soltou uma risadinha e concordou com um aceno.

─ Tudo bem, Lou, tudo bem...

Sorri grande a ela.

─ E Jamie, por favor, cuide dos brinquedinhos de Lily, ok? Seja menos nervoso, porque até eu tenho medo de você de vez em quando. ─ Brinquei e apertei sua barriga rechonchuda.

Pa-ba. ─ Falou entusiasmado e mandou beijinho com a mão, chamando-me com ela para mais perto.

Cedendo a sua vontade, deixei que meu corpo se aproximasse e dei risada quando o bracinho rechonchudo de Jamie passou por meu pescoço e me abraçou com a força que aquele bebê poderia demonstrar.

Assim que deixei meus filhos em perfeita harmonia brincando, fui direto aos meus deveres de trabalho. Afinal de contas, eu estava em meu turno e devia cumprir com minhas obrigações em algum momento ao invés de somente ficar na companhia de Lily e Jamie, como eu bem queria. Assim sendo, segui meu caminho em direção ao primeiro andar, peguei minhas ferramentas e, me sentindo pronto para ir trabalhar, caminhei em direção ao lado de fora do orfanato.

No entanto, meus pés foram diminuindo a velocidade assim que meus olhos encontraram um casal qualquer de mãos dadas e com um sorriso enorme estampado em seus rostos olhando para uma criança tímida, bem vestida e com a mão na boca caminhando na direção deles de forma hesitante, mas ao mesmo tempo em alegria.

Aquela criança provavelmente tinha acabado de ser adotada e meu coração se aqueceu no momento em que vi tal cena, pois acabei imaginando o dia em que aquilo aconteceria com Jamie e Lily. Eu conseguia imaginar, até mesmo de certa forma sentir, a felicidade que irradiaria por meio de seus olhos quando saíssem pelas portas do orfanato e fossem em direção ao carro de Harry para nunca mais voltar àquele local.

Não faria apenas a felicidade de meus filhos, mas a minha também.

Eu não conseguia mais controlar a minha ansiedade.

Desejava adotar Lily e Jamie naquele mesmo dia.

Desejava tirá-los de lá e colocá-los para dormir em suas caminhas da minha casa com Harry.

Desejava preparar um almoço caprichado para os dois, com todos os pratos que amavam ─ Jamie ficaria apenas com sua mamadeira e algumas batatas fritas que tanto amava provar, é claro.

Desejava tê-los comigo.

Para o resto de minha vida.

**

Harry estava muito estranho nos dias que se passaram depois daquele. Eu não sabia ao certo o que era, porém tinha certeza de que havia algo errado e senti um pouco de insegurança em razão disso.

Em alguns desses dias, de modo muito assustador, fiquei o observando de longe para tentar analisar suas atitudes e identificar qual era o maldito problema que estava colocando uma barreira entre nós dois, visto que Harry não estava se abrindo mais para mim como costumava fazer, porém todas as minhas tentativas tinham sido inúteis.

E o fato de eu me encontrar frustrado por não saber o que era, não era nenhuma novidade, é claro. Meus planos nunca davam certo e eu já estava começando a ficar irritado por minha falta de sorte e habilidade.

─ O que foi? ─ Harry questionou em certa ocasião quando estávamos tomando café da manhã na cozinha. Ele me olhou por sobre a xícara com as sobrancelhas arqueadas e os olhos um pouco arregalados.

─ Nada não... ─ Desviei os olhos e voltei a bebericar meu chá, comendo em seguida um pedaço de minha torrada e falhando miseravelmente em tentar disfarçar a nuvem de pensamentos que tinha tomado minha mente por completo.

Harry deu risada, quase se afogando com o gole de cappuccino.

─ O que foi, amor? Fale o que está passando por essa sua cabecinha. ─ E passou a mão por meus cabelos.

Bufei frustrado sem saber por onde começar, mas ao mesmo tempo tentando controlar a vontade enlouquecida dentro de meu peito em saber o que Harry estava aprontando e o motivo de ter se fechado para mim e não estar mais contando sobre o seu dia.

Por mais pequeno que fosse aquela atitude, era grande o suficiente para que eu notasse. Estávamos juntos tempo suficiente para eu saber que havia algo errado.

─ Nada... É só que... Você, bem, está meio estranho...

─ Estranho? ─ Suas sobrancelhas franziram. ─ Estranho como?

─ Não sei... Estranho. ─ Com um dedo, cutuquei a unha de outro e deixei inconscientemente meu lábio inferior formar um bico de concentração. ─ Não me conta mais sobre o seu dia... ─ Falei sem olhá-lo, fingindo estar concentrado em meus dedos.

─ É que eu estou meio ocupado, amor. ─ Harry soltou uma leve risada. ─ Nada com o que se preocupar.

Engoli em seco e continuei ainda sem olhar em seus olhos.

─ Não me acha um louco então? ─ Perguntei receoso e lancei um olhar cauteloso em sua direção.

Como Harry se encontrava de costas agora, abaixei o olhar e voltei a fitar meu dedo cutucando a cutícula do outro.

Ele riu outra vez e me questionei por poucos segundos se sua risada era nervoso, em pânico, ou se Harry estava zombando de alguma forma de meu jeito completamente louco de sempre.

─ Não, babe. Nunca. ─ Afirmou, demonstrando convicção naquilo que dizia.

─ Hmm... ─ Pensei por um momento e ponderei aquilo que ele havia falado. ─ E não está me traindo também, certo?

─ Que? ─ Seu corpo virou em minha direção no mesmo instante, permitindo que eu observasse o modo como sua sobrancelha se encontrava extremamente arqueada e sua expressão totalmente confusa, denunciando o quão absurda era aquela hipótese para ele. Harry provavelmente nunca conseguiu pensar em me trair. ─ Enlouqueceu. ─ Brincou.

─ Ha-ha-ha. ─ Falei entediado e dei de língua. ─ É bom mesmo que não esteja me traindo, pois do contrário arrancarei isso que chama de bolas com um só golpe.

─ Nunca duvidei de suas habilidades ninjas. ─ Brincou e lancei a ele um olhar mortal.

─ Eu estou falando sério. Me traia que você nunca vai ter seu brinquedinho para te distrair em noites solitárias. ─ Falei entredentes.

E Harry engoliu em seco.

Contudo, por mais que aquela conversa tivesse ocorrido e mesmo com o fato de eu ter comentado o quanto sentia falta de Harry ao querer saber mais sobre como tinha sido seu dia, o comportamento de meu marido continuava extremamente estranho e havia aqueles dias em que somente piorava.

Harry já havia chegado muito depois do horário de seu expediente em casa e disse que o trânsito era algo complicado de se lidar ─ mesmo o apartamento se encontrando a poucas quadras do corpo de bombeiros. Ele também não parecia muito disposto a gastar nenhum centavo sequer para sair comigo nos fins de semana, porém sempre arranjava um pretexto para dirigir até a casa de sua mãe sem mim e gastar mais de 50 libras com gasolina na semana.

Eu tentei ser compreensível.

Por mais que minha personalidade não fosse das melhores, eu tentei por vários e vários dias.

Mas a tarefa estava se tornando cada vez mais complicada e eu me encontrava prestes a soltar fogo pelo nariz de tanta raiva acumulada dentro de meu peito.

Portanto, quando Harry resolveu sugerir de assistir um filme no sábado a noite, eu sentia uma vontade incontrolável e crescente dentro de mim em enfiar um garfo na mão de meu marido que acariciava minhas costas.

Ele tentava roubar um beijo ou outro meu e suas mãos alisavam meus braços e passavam por meus cabelos, porém eu somente revirava meus olhos para isso e sentia vontade de levantar do sofá, agarrar o primeiro vaso que encontrasse em minha frente e acertá-lo na cabeça com tal objeto.

Quando estávamos já na metade do filme, eu me encontrava um pouco distraído comendo pipoca e assistindo ao filme, porém assim que Harry se inclinou para selar nossos lábios, a raiva era tanta que me esquivei no mesmo instante e sem prestar atenção ao que eu tinha feito, denunciando de fato a minha irritação para ele.

Harry franziu o cenho naquele mesmo momento e pausou o filme.

─ O que foi? Eu fiz alguma coisa, amor? ─ Ele parecia se sentir extremamente mal. ─ Não está gostando que eu te toque assim? ─ Afastou suas mãos e colocou-as de modo desconfortável perto de seu corpo. ─ Desculpe, eu não queria--

─ Não é isso. ─ Comecei com os nervos à flor da pele. ─ É que eu estou irritado, porque você está estranho, ok? Nós dois já tivemos essa conversa, mas você parece que continua escondendo algo de mim. Algo grande! E isso está me deixando com uma pulga atrás da orelha e querendo ficar a dois passos de distância. Então eu quero saber... Que merda você andou fazendo? ─ Quase gritei de raiva.

Harry colocou uma de suas mãos no rosto e a esfregou a região com uma certa frustração no gesto.

─ Argh, Louis! Por que você tem que estragar isso com essa sua curiosidade e esse mau-humor, hm? ─ Falou fingindo impaciência.

─ Hã? ─ Indaguei extremamente confuso. ─ Que porra você está falando?

─ Sem palavrões, ok? Seria bom se você começasse a diminuir esse vocabulário.

Meu cenho se fechou ainda mais.

─ Olha aqui... Ninguém me diz o que fazer. ─ Apontei meu dedo em sua direção e Harry, aquele ridículo, acabou por beijar a minha mão. ─ O que há com você, hm?

Ele revirou os olhos exageradamente.

─ Eu vou falar logo antes que você estrague tudo ainda mais.

─ Obrigado por dizer isso. ─ Fui irônico.

─ Eu estive pensando--...

─ Meu Deus! Você pensa? ─ Zombei e Harry colocou a mão de forma delicada sobre meus lábios.

─ Calado. ─ Brincou. ─ Minha vez de falar, mesmo não sabendo como começar a dizer o que eu quero...

─ Começa pelo começo. ─ Falei assim que consegui tirar sua mão enorme de cima de minha boca. ─ É o segredo, se quer saber.

─ Ok. ─ Pareceu pensar por um momento. ─ Bem... Nós estamos há alguns meses juntos, certo? ─ Concordei com a cabeça. ─ Não são muitos, mas são o suficiente para eu te conhecer e para eu ter dito que te amo. Meses para ter certeza de que você não é algum tipo de serial killer.

─ Disso você nunca poderá ter total certeza. ─ Brincou.

─ Eu tenho. ─ Ele apertou meu nariz por um breve instante. ─ E tenho certeza de outras coisas também sabe. Certeza de que gosto do jeito que você dorme igual um gatinho preguiçoso, certeza do quanto amo o fato de você ser um atrapalhado engraçado, do quanto adoro o seu jeito de achar graça em tudo e o quanto aprecio o modo como você usa a sua criatividade para colocar um sorriso no rosto das pessoas.

─ Isso está parecendo uma declaração... ─ Falei.

─ E é. Porque eu gosto de você e gosto de passar meu tempo com você. Eu não preciso de você para andar e ser feliz, Louis, mas andar e ser feliz ao seu lado é bom pra caralho. Bom demais! E por mim poderia ser assim para o resto da minha vida.

Acabei sorrindo grande e beijei de forma delicada seus lábios, ouvindo o estalo da sua boca contra a minha.

─ Não sei onde quer chegar com isso, mas estou gostando. Continue, por favor.

Harry soltou uma leve risada e abriu um sorriso gentil para mim.

─ Eu me apeguei completamente até por Sirene, certo? ─ Concordei outra vez com um aceno. ─ Não sei como seria minha vida sem essa louquinha brava. E aquelas crianças... Jamie e Lily... Elas fazem parte de sua vida, não é? Já tomaram um cantinho do seu coração?

─ Harry, você não sabe o quanto os dois são maravilhosos. Eles são perfeitos, mesmo entre tantas imperfeições. Eu não consigo imaginar uma vida sem eles. Seria o meu fim viver sem o sorriso tímido de Lily e o jeito bobalhão de Jamie...

Harry mais uma vez acariciou os meus cabelos e deixei que o fizesse.

─ Eu sei, babe, eu sei. Sei o quanto você ama aquelas crianças e que faria de tudo, até mesmo sequestrá-las e ser preso por isso... ─ Lançou-me um olhar reprovador. ─ Para protegê-las. Sei o quanto espera impaciente para adotá-las e sei que pretende arranjar um jeito para conseguir isso em breve. Sei que se não for comigo, será sem mim e seja o que Deus quiser. Sei que você me quer parte disso e, mesmo ainda achando um pouco inconsequente, eu sei que quero fazer parte disso. Eu sei, porque te amo. Sei, porque uma vida ao seu lado é muito mais.

─ Harry, o que quer dizer com isso? ─ Minhas sobrancelhas franziram e passei a desconfiar do que ele pretendia.

─ Eu ponderei muito sobre essa decisão, Louis, poderei extremamente sobre isso, mas parece que quanto mais eu penso, mais é a certeza de que essa atitude é a certa, ok? Talvez seja meio precipitado, meio louco, meio inusitado, meio estranho, mas é por Lily e Jamie, por aquelas preciosas crianças que também são extremamente apegadas a você. E por elas, pelo apego que tenho por Sirene e pelo amor que sinto por você, eu quero saber, Louis... Você quer tentar construir uma vida ao meu lado?

─ Construir uma vida ao seu lado? ─ Questionei confuso.

─ Construir uma vida ao meu lado significa casar, pelo menos para mim. ─ E Harry soltou uma leve risada. ─ Você quer?

Minha boca se abriu em completa surpresa.

─ Casar? ─ Indaguei confuso e admirado.

─ Sim, Louis. Casar. Você aceita se casar comigo?

Meus olhos se tornaram repletos de lágrimas no mesmo instante e eu não soube ao certo o que dizer. Minha garganta pareceu se fechar quando vi a caixinha azul que Harry tirou debaixo do sofá e mesmo aquilo tudo sendo real parecia um dos meus mais belos sonhos.

Harry estava realmente me pedindo em casamento?

Realmente querendo construir uma família comigo?

Realmente?

Era difícil de acreditar depois de tantos meses lutando para que os membros de nossa família ficassem juntos outra vez. Eu nem mais conseguia enxergar o começo desse caminho até ali, porém eu tinha a completa certeza de que, mesmo com diversas dificuldades, tinha valido a pena.

─ Louis? ─ Harry me chamou a atenção e abri o maior sorriso que eu poderia dar.

Meu coração se tornou extremamente quentinho e não pude segurar as lágrimas que insistiram em cair e escorregar por minhas bochechas.

─ Sim, sim, sim. Mil e uma vezes sim, seu ridículo.

E enquanto Harry dava risada por aquele apelido peculiar, joguei-me em seus braços, caindo em seu colo e o abraçando como se minha vida dependesse disso.

Ela de fato não dependia.

Não, não dependia.

Eu não precisa do abraço de Harry para viver, mas abraçá-lo em todos os momentos da minha vida a tornaria muito melhor.

-x-

Olá, amores!

Capítulos sem correção alguma e postado em pleno sábado para comemorar o fato de Strange Destiny ter ganhado o prêmio Wattys 2017 de Leituras Vorazes!!!! Uhuuul!!!

Graças a você, é claro! Obrigada por tudo sempre!

Assim que eu acordar, venho corrigir, ok?

Até a próxima e desculpem a demora! Eu comecei a ter uma vida agora e está difícil conciliar tudo.

Beijão!


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