Além do Inevitável

By katyauthor

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Ao ser sequestrada e torturada, Holly finalmente é resgatada por Jack - como já era de ser esperado. O que el... More

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By katyauthor


            Recebi uma mensagem de uma design de roupas para mandar um modelo de vestido único até o evento beneficente e fiquei impressionada pelo esboço que ela havia mandado. No mesmo instante pedi para a alfaiate realizar o pedido para daqui uma semana. De imediato ela me achou louca por confeccionar aquele vestido em uma semana... mas dei um preço que ela não poderia recusar.

Ela chegaria na sexta com o vestido e iria fazer os retoques finais. Sorrio ao ver algumas fotos que ela havia enviado de como estava ficando.

O telefone na mesa toca e eu vejo uma luz piscando indicando que era a linha de Greg e ele queria informar algo. Estranhei pois não tenho reuniões pelo resto da tarde.

— Alô?

— Senhorita McAdams, o senhor Mitchell chegou de viagem e gostaria de falar na sua sala — diz Greg, sabendo que aquilo me entusiasmava.

— Yay! Mande-o entrar — digo, levantando-me em um pulo.

Owen Mitchell entra em minha sala com um sorriso no rosto e quando aproximo para cumprimenta-lo, percebo que sentia falta de sua parceria e suas sábias palavras. Ele nunca falava de sua vida pessoal, era sempre direto em questões profissionais e ele raramente dizia 'não' pra alguma coisa que eu diga. Mesmo que tenhamos uma amizade e profissionalismo exercido, respeitamos a opinião de um e do outro, e, claro, ajudando quando preciso.

— Que saudades, querida — ele diz, verificando se eu estava bem e inteira. — Pelo visto você conseguiu sobreviver, estou orgulhoso de você!

Rio dele e coloco as mãos na cintura.

— Eu sou capaz de muitas coisas. Principalmente de cuidar de um departamento inteiro — digo, mas sentindo que aquilo era parte verdade.

Owen sorri.

— Recebi ótimas ligações sobre você nas reuniões. E os ingleses estão querendo conhece-la o mais depressa possível. Seu passaporte já chegou?

— Sim! Eu espero ir em breve, mas no momento estou um pouco enrolada com algumas apresentações e eventos...

— Eventos? — ele franze a testa.

— Fomos convidados para um evento beneficente da Hope Institution como influenciadores e doadores — expliquei. — Você pode levar alguém e eu também, por isso chamei Greg para me acompanhar.

— Seu assistente, Greg...? — ele franze a testa. Owen não era tão bom com nomes.

— Sim — sorrio. — Você vai levar alguém?

— Não sei — ele coça o queixo que, com certeza, estava nascendo sua barba loira.

— Preciso falar com você sobre outros assuntos. Os mais burocráticos e chatos: contratos, fotos, estúdio... mas vai descansar e falaremos amanhã.

Owen concorda com a cabeça e quando ele vai sair, ele volta pra dizer:

— Lembrei de uma coisa. Fomos convocados para uma arrecadação de fundos, mas desta vez é diferente. Haverá milionários de todos os países do mundo, investidores poderosos que comprará o que lhe enxerem os olhos...

— E o que seria?

— Se trata de uma causa justa. Há dois anos, eles fizeram com que os caras fossem leiloados para uma arrecadação maior, tenho quase certeza que esse ano será o mesmo. São várias causas pra ser honesto. Instituto do câncer, arrecadação de medicamentos, hospitais precários, ajuda em postos de saúde...

— E conseguiram arrecadar um bom dinheiro?

— Quase dois milhões — Owen diz pausadamente.

Eu arregalo os olhos e suspiro.

— Uau. Preciso estar muito bem apresentável pra não dizer o mínimo — comento em voz alta, fazendo-lhe rir.

— Você consegue, garota — ele pisca pra mim antes de sair.

✕✕✕

Passo no mercado pra fazer algumas compras e repor outras. Moro sozinha há quase oito anos e se tinha uma coisa que eu detestava, era fazer compras no mercado. Mas, por sorte, estava inspirada e comprei mais besteiras. Eu sei que não posso engordar nenhuma grama a mais pra caber naquele vestido ou minha nutricionista, meu personal trainer e minha alfaiate se reuniriam pra me matar.

Sorrio ao sair do mercado com todas as compras. Me sentia uma fugitiva sabendo que havia refrigerante – o não light –, barras de chocolate, massa de bolo e alguns salgadinhos diversos.

Coloquei todas as compras no banco de trás e dirigi em direção ao meu apartamento. Eu sabia que aquela hora havia trânsito, como toda Nova York tem, então peguei o relatório que havia feito hoje à tarde e o leio. Ando devagar por um tempo e finalizo a leitura.

Pego meu celular e mando mensagem para Greg, sabendo que ele iria se juntar ao grupo que gostaria de me matar.

Holly: Desculpe se estou atrapalhando sua trepada de comemoração de cinco anos de namoro, mas se eu anotar isso em algum lugar irei esquecer! Tenho um ensaio fotográfico com o senhor Cortez, confirme se ele fechará o negócio conosco e marque uma sessão antes do evento. Não esqueça da sua gravata vermelha. Ah! Mande beijos para Rick. Feliz aniversário de namoro! (Ps.: tome alguma aspirina para as dores na @!#&* Haha) Fui!

Largo o celular de lado, rindo como fui depravada e retomo a direção quando o trânsito melhora milagrosamente.

Demoro meia hora pra chegar em casa. Ao estacionar fora do prédio, eu pego minhas compras e as levo para cima, subindo pelo elevador e indo para o terceiro andar. Cantarolo uma música que havia tocado na rádio e ao sair do elevador, pego minha chave. Aproximo da minha porta quando vejo Paige sentada no chão, encostada na minha porta e de cabeça baixa.

— Paige?

Largo as compras no chão quando ela ergue o olhar – que continha algumas lágrimas – e aproximo dela. Abraço-a e com a mão livre, abro a porta e a ajudo levantar do chão. Paige não diz nada quando a solto para pegar as compras e entrar, fechando a porta em seguida.

— O que aconteceu? Você está machucada? Foi algo no serviço? James pegou no seu pé...?

— Não — disse, quase num sussurro. Paige balança a cabeça e suspira, limpando as novas lágrimas. — É que... eu tenho me sentindo um peixe fora d'água ultimamente. Tudo parece normal demais e eu não sei o porquê disso me incomodar.

Suspiro, feliz por James não ter descontado sua frustração sobre minha irmãzinha. Aproximo de Paige e a embalo pra sentar no sofá. Ela amolece em meus braços quando a deixo chorar.

— Crise existencial. Eu tive uma dessas quando fiz dezoito anos. E vários depois disso — comento.

Paige sai do meu abraço e me olha. Ela vai se acalmando aos poucos e limpa as lágrimas restantes quando suspira lentamente.

— Charlie e eu terminamos meses atrás, logo antes de você ter sido... — ela para, segurando-se pra não chorar. — Enquanto eu chorava por ter terminado, você estava em algum lugar sendo torturada. Eu fui uma egoísta!

— Shh, não. Nada disso, Paige — sussurro, aproximando-me dela. Limpo algumas de suas lágrimas e tento acalmá-la. — Nada disso é sua culpa. Eu não admito que se culpe por isso. Escutou?

Somente depois de alguns segundos que ela concorda e fecha os olhos.

— Eu devia ter te ligado pra falar sobre isso, eu juro que ia — ela diz ao abrir os olhos. — Mas eu sentia que precisava me recompor antes de me quebrar novamente.

— Novamente? — franzi a testa.

— É, eu o vi hoje no Central Park. Com Jack — ela choraminga.

Meu coração começa a bater rápido. Ele ainda estava em Nova York.

— Você falou com eles? — tento manter minha voz branda.

— Não, estava paralisada vendo Charlie na minha frente após meses. Mas...

— Mas o que? — franzo a testa.

— Jack me viu e veio falar comigo dizendo que Charlie sentia minha falta, que talvez devíamos conversar — ela soluça. — Eu sabia que não era sobre isso que ele queria falar, mas ele não insistiu. Eu sabia que ele queria perguntar algo sobre você, mas eu logo me despedi. Estava triste, desolada e com raiva. Eu precisava vê-la. Só você entenderia como é perder um Backer.

— Acho que já tive minha cota — digo, fazendo nós duas rir.

— Ele parece cansado — disse Paige, olhando-me nos olhos. — Parece que não dorme há dias.

Olho para nossas mãos e balanço a cabeça.

— Isso já não é mais da minha conta, Paige.

Ela concorda com a cabeça.

— Eu sei, Holls. Só achei que deveria saber.

Olho para minha irmãzinha e sorrio triste. Minha menina havia crescido e tinha um novo coração partido. Acaricio seus cabelos castanho escuro e pego na sua mão.

— Lembra da canção que papai cantava pra você dormir?

Ela dá o mais lindo sorriso.

— Eu adorava quando ele cantava. Mas quando ele faleceu, você era a única que conseguia me fazer dormir — disse. — É uma pena que não tenho tantas lembranças como vocês.

Verdade. Paige era pequena demais quando nosso pai faleceu no terrível acidente. Ela não lembrava das coisas incríveis que havíamos vivido. As histórias, as vezes que ele fazia acampamento conosco em nossos quartos, as músicas que ele inventava... suas palavras sábias.

Um bip surge em minha mente.

— Talvez você possa ganhar sabedoria das palavras de Thomas McAdams.

Paige franze a testa.

— Como assim?

Vou até o meu quarto e procuro em meu guarda roupa pela pasta que Owen havia me entregado quase dois anos atrás. Ao pegá-lo, coloco-o sobre minha cama e chamo por Paige, que rapidamente retira os sapatos antes de sentar na cama.

— O que é tudo isso? — Pergunta, com os olhos ligeiramente arregalados.

— Papai deixou algumas coisas antes de morrer. Algumas fotos, lembranças e esboços de outras coisas. E... ele escreveu uma carta para cada filho. Eu não fazia ideia dessa pasta até um ano e meio atrás, foi me dado quando pensaram que eu estava pronta.

— E por que está com você? — ela tinha a testa franzida.

— Porque você é nossa irmãzinha e não há ninguém que te conheça melhor do que nós, mais especificamente eu, é claro — rio.

Pego sua carta e lhe entrego.

— Essa é a sua vez e eu sinto que está pronta para ter isso consigo mesma.

Lágrimas brotam em seus olhos quando ela pega a carta dobrada que continha seu nome na caligrafia de nosso pai. Sorrio internamente por estar ali presente.

Paige abre devagar e quando me afasto devagar para que ela tenha seu próprio momento, ela me para.

— Espere. Eu não posso fazer isso sozinha.

— Você não está sozinha, P — acalmo-a.

Paige suspira e limpa as lágrimas com as costas das mãos, em seguida ela a entrega pra mim.

— Eu não consigo ler, minha visão está embaçada por causa das lágrimas e a letra dele é difícil de ler nessas condições — disse, fazendo-me gargalhar.

Pego a carta de sua mão e subo na minha cama, retirando os saltos e jogando-os no chão. Paige aproxima de mim e segura minha mão enquanto seguro a carta com a outra. Deixando minhas emoções de lado, eu começo a ler.

"Querida Paige,

minha doce e pequena Paige. Você tem babado muito nos últimos dias, sempre querendo o bico do peito de sua mãe ou rindo de alguma coisa que sua irmã, Holly, fez. Você tem sido um bebê maravilhoso para nós. Sinto muito caso algo tenha acontecido antes do previsto.

Ainda sim, eu espero ter feito parte dos seus quinze anos. De vê-la entrar na faculdade, de realizar seus sonhos e – mesmo que me doa – te ver chorar por algum idiota que tenha te machucado. Isso não seria legal, mas como tudo na vida não é eterno, algumas dores e superações são feitas para nos moldar.

Sabe, filha, um pai nunca quer deixar seus filhos em perigo. Nunca espera que eles se machuquem. Nunca prevê alguma coisa ruim acontecendo. Vocês são tudo pra mim e eu espero que você – assim como seus irmãos – sejam felizes. Amando uns aos outros, sem desavenças e somente amor e união.

Se eu parti antes dos seus quinze anos, eu espero que você tenha aproveitado seu aniversário. Sua mãe sempre disse que imaginava uma grande festa, já que nenhuma de suas irmãs aceitou fazer uma festa. Se você estiver lendo essa carta aos vinte, eu espero que esteja na faculdade fazendo o que gosta ou esteja sendo feliz. Não importa sua profissão, contanto que inspire de coisas boas e esteja feliz consigo mesma, em quem você é e quem está se tornando.

Você sorri bastante. Mas, por enquanto, há somente dois dentes na frente e deve estar nascendo mais alguns pois você tem chorado todas as noites. Não tem sido tão fácil, mas só de ter como filha já vale as horas mal dormidas enquanto você adormece com minhas inúmeras canções de ninar. Somente a Holly sabe cantá-la pois a ensinei, mas isso só fica entre vocês. Será o próprio segredo de irmãs. Mas não esqueça que Ethan e Ruby são seus irmãos e são incríveis pra você.

Paige, a folha está acabando e parece que há muitas coisas ainda que eu gostaria de dizer. Para dizer o mínimo, eu amo você com todo meu coração. Assim como amo seus irmãos e sua mãe. Obrigada por ser uma surpresa linda para todos nós. Você não faz ideia do quanto ficamos felizes em ver mais uma McAdams no time.

Espero que quando esteja lendo essa carta, você esteja apenas tendo um momento ou fase ruim. Dizem que fases passam e eu te garanto que essa irá passar, como todas as outras fases ruins que virão. Você irá conseguir tudo que almeja, tudo que se dedicou de corpo e alma. Caso você se sinta frustrada por não conseguir êxito em algo, pense que é só uma fase ruim e você irá tentar novamente, até conseguir ou até que aquilo não te traga tanta felicidade quanto imaginava.

Mas nunca desista. Nem de seus sonhos, nem da sua felicidade, nem de si mesma. Há pessoas que te amam por quem você é e não pelo o que tem. Basta olhar bem e terá mais sucesso do que imagina.

Com todo meu amor, papai."

Largo a carta de lado, sentindo minha garganta pegar fogo. Eu sabia que havia chorado em algum momento, mas eu consegui terminar de ler sem quebrar. Porém quando olho para Paige, vejo seus olhos vermelhos e lágrimas que caíam em espesso.

— Ele sempre foi bom assim com as palavras?

Eu rio em meio de lágrimas.

— É, ele sempre foi bom — digo.

— Sente falta dele, Holls? — ela pergunta com um sorriso.

— Todos os dias — choro. — Ele saberia o que dizer depois desses últimos seis meses.

— Sinto muito ter dito sobre Jack... não queria te deixar pra baixo.

Balanço a cabeça.

— Não se trata de mim, Paige. Jack é passado e eu cansei de reviver essa parte da minha história.

Paige concorda com a cabeça e apoia a testa na minha.

— Eu te amo, Holls. Obrigada por cuidar de mim.

Sorrio e beijo sua testa.

— Sempre que precisar, irmãzinha.

▪ obs ▪

Hello, terráqueos! Como vão?

Quem nunca teve crise existencial, que atire a primeira pedra!

O que vocês acharam da carta do papai Thomas? </3 fiquei bem emocionada, admito.

Só pra recordar sobre o grupo fechado, o link está no meu perfil.

Você quer lacre @?! Pois aguardem o próximo capítulo! 

Não esquecem da estrelinha pois ajuda muito a tia e de comentar o que achou <3

obrigada pelo 5k, quase 6! vocês são demais!!!

Muaw!

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