Amsterdam [PT-BR] ▬ Versão Wa...

By SofiaLoveWolf

2.1K 294 182

➤ Num mundo ficcional onde a bela cidade de Amsterdam não é tão perfeita assim, se passa a mais conflituosa h... More

Recadinho ♥
Ⓔ01 Ⓒ01 ✖ BREE & ALFY
Ⓔ01 Ⓒ02 ✖ ANDRIES
Ⓔ01 Ⓒ03 ✖ CLARA & ELISE
Ⓔ01 Ⓒ04 ✖ KYLER
Ⓔ01 Ⓒ05 ✖ STOKER & KAT
Ⓔ02 Ⓒ01 ✖ CLARA & KAPPEL
Ⓔ02 Ⓒ02 ✖ KYLER
Ⓔ02 Ⓒ03 ✖ LEONA
Ⓔ02 Ⓒ04 ✖ KATHERINA
Ⓔ02 Ⓒ05 ✖ ELISE & ALF
Ⓔ03 Ⓒ01 ✖ BREE ▬ Parte 1
Ⓔ03 Ⓒ02 ✖ KYLER & KAT
Ⓔ03 Ⓒ03 ✖ LEONA vs KAPPEL
Ⓔ03 Ⓒ04 ✖ STOKER
Ⓔ03 Ⓒ05 ✖ ANDRIES
Ⓔ03 ⒸEXTRA ✖ BREE ▬ Parte II
Ⓔ04 Ⓒ01 ✖ CLARA
Ⓔ04 Ⓒ02 ✖ ALF & BREE
Ⓔ04 Ⓒ03 ✖ KAT e STOKER
Ⓔ04 Ⓒ04 ✖ LEONA vs BECKERS
Ⓔ04 Ⓒ05 ✖ ELISE vs LEONA
Ⓔ05 Ⓒ01 ✖ KYLER ft ELISE
Ⓔ05 Ⓒ02 ✖ BREE
Ⓔ05 Ⓒ03 ✖ ANDRIES ft DANÏEL
Ⓔ05 Ⓒ04 ✖ CLARA vs ELISE & LEONA
Ⓔ05 Ⓒ05 ✖ KYLER
ⒺFINALE Ⓒ Parte 1
ⒺFINALE Ⓒ Parte 2
ⒺFINALE Ⓒ Parte 3
ⒺFINALE Ⓒ Parte 4
ⒺFINALE Ⓒ EPÍLOGO
ENTREVISTA: Conhecendo os personagens

ⒺFINALE Ⓒ Parte 5

18 4 4
By SofiaLoveWolf

Algumas semanas depois.

A poeira tinha baixado um pouco depois do escândalo mediático europeu sobre o tráfico, prostituição e mulas de drogas infanto-juvenil.

Katherina Bauer e Däniel León tinham sido condecorados pela polícia internacional, em segredo, pois era vital para as suas carreiras e segurança que suas identidades e participação na caça ficasse em segredo.

Kyler Teunissen foi igualmente condecorado e recebeu um agradecimento oficial por nunca ter desistido da investigação e por ter colaborado com a Interpol e foi convidado a se juntar à grande equipe europeia, porém acabou recusando a oferta.

No momento Katherina se despedia de Kyler, pronta a ir embora de Amsterdã de vez e sem rumo previsto.

— Você tem a certeza do que está fazendo, Katherina? Você acabou de ganhar a promoção do ano, foi condecorada, tem tudo para alavancar sua carreira para o topo! Por que parar com tudo agora?

Kyler questionou sem entender a mulher, que continuava com ar abatido, porém adquirira um novo brilho, como se os ventos da esperança tivessem soprado em sua direção.

Isso deixava o detetive um tanto nervoso, temendo que Stoker fosse escapar da prisão com a ajuda dela. Mas isso eram apenas os seus receios, ele sabia que Bauer não era esse tipo de pessoa.

— Porque eu preciso de espaço e tempo. — Ela justificou, ajeitando os cabelos desbotados. O vermelho começava desaparecendo, exibindo por trás um tom de loiro escuro crescendo.

— Para esquecer Theodore? — Teunissen se atreveu a falar e a mulher bufou irritada. Havia proibido Kyler e Däniel de tocarem novamente no nome dele perto dela.

— Que seja. Se é isso que você quer ouvir. — Encolheu os ombros e entrou no seu carro conversível, onde todas as suas malas e pertences agora estavam.

— Você fez a coisa certa, Kat.

— Não, não me chame esse nome. Me lembra alguém que eu nunca fui e agora que ela não existe mais, eu quero deixar tudo para trás — pediu num fio de voz, prestes a cair em lágrimas novamente. A máscara falsa de firmeza e estabilidade estavam prestes a cair e ela só queria ir embora e retomar a sua vida de onde a tinha deixado.

— E junto com ela foi uma parte de você. — Katherina suspirou e conseguiu por fim espantar as lágrimas. — Para onde você vai, agora?

— Para bem longe daqui — respondeu vagamente.

— Boa sorte tentando fugir. — Teunissen suspirou, enterrando as mãos nos bolsos da calça jeans.

— Adeus, Kyler. — Ela se despediu com um breve sorriso e partiu a alta velocidade de Amsterdã, esperando nunca mais ter de olhar para trás, mas tudo na vida é como aquele ditado: nunca diga nunca.

Kyler observou o carro da Agente se afastar com pesar e regressou ao seu carro, dirigindo até a penitenciária feminina para visitar sua irmã. Desde que tinha reencontrado Kirsa, ainda que em circunstâncias abstratas, ele jurou ficar do lado dela sempre, independentemente do que ela tinha feito. Ele queria lembrar da irmã como ela era e Teunissen tinha certeza de que sua essência bondosa, carinhosa e amorosa não tinham se perdido, apenas estava adormecida pelas décadas de lavagem cerebral, tortura e dor impostas por Alf Schuller.

Por um lado o detetive agradecia a Stoker por ter matado aquele monstro, caso contrário ele mesmo o faria e daí seriam dois irmãos presos sem possibilidade de se verem.

— Como Clara está? — Kirsa questionou.

Resolvera voltar a usar o seu nome verdadeiro e largar o peso que o seu outro nome carregava. Com a ajuda de seu irmão ela estava conseguindo superar o pior do que ainda estava por vir.

— Está bem. Frederik e ela conseguiram finalizar os papéis para a Casa de recuperação das garotas do Ninho — contou e Kirsa abriu um sorriso orgulhoso.

— Clara sempre foi bondosa. O futuro dessas garotas está protegido e salvo por ela.

— Graças a Clara, essas órfãs vão conseguir ter um futuro e o tratamento necessário para superarem os traumas que sofreram. — Assentiu com um largo sorriso, que esmoreceu um pouco quando sua mente foi abordada por pensamentos tristes. — Eu não consigo nem imaginar que você passou pelo mesmo...

— Clara fez de tudo para eu não sofrer tanto lá dentro. E eu retribuí ela com uma faca nas costas perfurando o seu coração. Não admira que ela sequer queira me ver ou falar comigo. — Kirsa baixou o olhar lacrimejante e se odiou um pouco mais por tudo o que fez de mal. Se estava viva naquele momento era apenas porque Kyler estava do seu lado, a mantendo firme.

— Ela ainda está magoada. Dê tempo a ela. Vocês eram como irmãs, duvido que ela consiga ficar zangada por muito tempo — encorajou-a, apertando as mãos da sua irmãzinha.

— Nós éramos a família uma da outra porque não tínhamos mais ninguém. Agora ela tem Kappel, tem os Beckers e finalmente tem a sua filha de volta. Logo eles esquecerão de mim. Só me resta você no mundo. — Sua voz embargada falhou em reproduzir um som cadente até o momento em que se desfez em lágrimas contidas.

— Eu queria ter te protegido de tudo e queria poder fazer mais por você. — Ele a puxou para um abraço e ergueu seu rosto, limpando suas lágrimas, se sentindo um tanto impotente.

— Você pode fazer mais por mim arrumando uma namorada. — Ela falou com diversão para espantar a tristeza, fungando e se recompondo. — Sério, Kyler, está na hora de você parar de ser obcecado por sua irmãzinha. Nem acredito que nós nos beijamos. ECA! — Ela provoucou e ele revirou os olhos e fez uma breve careta ao recordar do momento.

— Há há, você é muito engraçadinha, Kirsa Aartsen. E para sua informação, talvez eu já tenha arrumado um interesse amoroso.

— Por favor, me conte tudo! Eu preciso de fofocas boas para sobreviver aqui dentro. Quem ela é? — pediu, não lembrando mais da dor e sofrimento que conversavam.

— É uma técnica de informática da Estação. — Ele começou, inspirando fundo ao lembrar da mulher com um sorriso. — Depois do meu nome ter voado pelas bocas de Amsterdã como o salvador do povo, homens de negócio investiram dinheiro na Estação e fizemos um upgrade em todas as seções, o que incluiu um novo grupo de TI's e um bom aumento para mim — explicou e Kirsa enrugou o cenho com ironia.

— Uma nerd, sério? Você consegue melhor.

— Ela é a melhor, acredite. Ela é inteligente, perspicaz, engraçada, linda... — Kyler começou apresentando e parou com suspiro bastante sonhador e apaixonado.

— Com certeza essa TI te tem pelo queixo. Já gostei dela — Kirsa assentiu, amando ver o brilho de felicidade no olhar do seu irmão. — Há quanto tempo estão se pegando?

— Kirsa! — Ele a repreendeu, corando um pouco e sorrindo enquanto assentia a afirmação dela.

— Pelo amor, não me diz que ainda não deu o primeiro passo. Comigo você foi bem rápido. — Ela tornou a provocar, soltando uma gargalhada pelo olhar enfurecido dele.

— Não relembra isso. — Bufou incomodado. — E eu fui rápido com você porque fazia parte do meu engodo para descobrir mais sobre Clara — tentou se justificar, o que não era de todo mentira.

— Tem certeza que você não é virgem? — Ela questionou e Kyler montou carranca, se ajeitando no seu banco enquanto abanava a cabeça em negativa. — O que foi? Eu preciso perguntar, afinal você parece virgem — disse ao mesmo tempo que caia em gargalhada, sendo seguida por seu irmão.

Em uma penitenciária paralela, para doentes mentais, Leona sentava em uma cadeira fitando o horizonte fixamente. Uma enfermeira acompanhava uma garota jovem até ela e mesmo sentindo a presença de alguém, Vossel não se mexeu.

— O que você faz aqui? Veio ver como era o fundo do poço?

— Você cavou sua própria cova — Bree respondeu, mas logo abanou a cabeça em negativa e respirou fundo. — Eu não vim aqui para brigarmos, nem para culpar você ou me vangloriar com a sua desgraça, diferente do que você fez comigo. Eu não sou você.

— Para alguém de coração tão puro, você soa cínica. — Vossel riu sarcástica, sem desviar uma única vez o olhar do horizonte.

— Eu vim porque ouvi dizer que você tentou se matar. — A loira comentou e Leona puxou as mangas do seu robe para esconder as ligaduras em seus pulsos.

— Ouviu dizer?

— Leonnore... eu só quero dizer que te perdôo e que lamento que você esteja tão doente que não consegue distinguir o certo do errado. Eu entendo que você queria uma oportunidade para ser feliz, mas viver a vida dos outros, desejar o que os outros têm, nunca te iria trazer felicidade. — Dizer aquelas palavras não era fácil para ela, mas ela estava tentando ser sincera. Sabia que para seguir em frente teria de perdoar e sabia que para Leona melhorar, ela precisaria de alguém do seu lado.

— O que é felicidade, Haumann, você sabe? — Bree engoliu em seco e fitou o exterior da janela por onde Vossel olhava persistentemente e suspirou.

— Não, eu não sei mais, mas estou tentando. Tenho uma família que me ama, um futuro promissor, mas... o vazio dentro de mim permanece. Eu tento sorrir todos os dias, mas cada vez é mais difícil. Eu perdi o rumo e não julgue que eu não pensei em acabar com a minha vida mais do que uma vez, mas eu não sou uma desistente. Por mais que custe, eu vou continuar lutando por mim e se eu puder ajudar você, eu irei lutar por nós duas. — A loira lutava para não chorar ao revelar aquelas coisas para a sua arquiinimiga, mas sabia que assim talvez as duas conectassem. Depois do que sofreu ela entendia um pouco da raiva, inveja e maldade de Leona e sentia que tudo isso era apenas uma camada para esconder e proteger a menininha que foi tão maltratada e ignorada por seus pais.

— Eu não preciso da sua pena ou compaixão — Vossel cuspiu as palavras, ainda que seus olhos se enchessem de lágrimas.

— Não, você precisa do meu amor. Eu estou disposta a tentar amar você se você estiver disposta a tentar melhorar como pessoa e sua saúde

-Espera que eu seja que nem você? - Questionou com ironia, ainda que por dentro estivesse abalada com essa proposta.

-Espero que você seja uma pessoa melhor do que você demonstrou até agora. E eu acredito que sim, você só precisa se permitir a acreditar também.

Leona ficou olhando silenciosa para Brigitte. Não conseguia entender o porquê da garota estar fazendo isso por si depois de tudo o que ela fez, mas não contestou nem brigou ou negou as possibilidades dessa tentativa de reconciliação. Durante aquelas longas semanas ali trancada, ela sentiu o que de fato era estar sozinha no mundo, sem ninguém gostando dela nem se preocupando se tudo estava bem. Agora que ela tinha perdido tudo e estava sozinha, jogada num lugar de loucos, Vossel parou para analisar tudo e todas as coisas negativas que fez contra os outros, que agora se voltavam contra ela.

O seu psiquiatra falou que só quem sente demais consegue atentar contra a sua própria vida e que acreditava que apesar de todas as coisas ruins e egoístas que ela fez, talvez Leonnore tivesse salvação.

Após aquele reencontro inesperado, Brigitte foi embora e voltou para a sua nova casa. Era difícil pensar que sua nova casa era uma mansão enorme, cheia de pessoas tentando serem felizes. Assim que chegou, Aletta correu ao seu encontro e pulou em seu colo, feliz por recebê-la. Barth era mais tímido e andava sempre agarrado à perna de Andries, que apesar de não morar ali, passava o dia todo na mansão.

— Onde está Clara? — Bree perguntou para Andries, que brincava de içar o seu irmão e o virar de cabeça para baixo.

A garota ainda não conseguia tratar Mina por mãe, apesar de os testes de DNA que o investigador privado fez tivessem dado positivo para a filiação de Brigitte. Depois de tudo o que aconteceu era um pouco difícil para ela se conetar, mas Clara era paciente e mesmo não sendo tratada como mãe, continuava chamando Bree de filha. Isso acalentava o coração da jovem que a pouco e pouco ia derrubando barreiras para deixar os outros entrarem.

— Está no escritório com Kappel — Andries respondeu e então correu pela casa fugindo dos dois minions que o perseguiam.

Bree sorriu vendo aquela cena e desejou sentir a leveza que o rapaz sentia. Seguiu pelo lado contrário e caminhou em direção ao escritório, batendo na porta para não correr o risco de ver nada inapropriado. Apesar de Clara e Frederik não admitirem ou assumirem para todos, eles se gostavam bastante e Bree realmente torcia para que eles se acertassem de uma vez por todas.

Kappel abriu a porta, sua camisa amarrotada e seus cabelos ruivos bagunçados. No lábio superior havia a leve marca de batom e Brigitte sorriu quando ele saiu apressadamente com uma desculpa qualquer.

Clara estava sentada na sua cadeira, atrás da secretária, fingindo olhar alguns papéis, mas sua blusa estava mal abotoada e sua boca borrada.

— Quando vocês vão parar de fingir que têm reuniões aqui dentro? — indagou a jovem, encostada no batente da porta de braços cruzados e cenho franzido.

— Fingir? Nós não... — Clara se travou ao olhar a cara de descrente da filha e soltou uma risada nervosa. — Eu não sei se seria o indicado neste momento assumir alguma coisa com Frederik. Ainda temos muito que recuperar depois de tudo o que passamos.

— Exatamente por isso você deve dar uma chance real a Kappel, Clara. Você já passou por muito e tem todo o direito de ser feliz. Não se prenda por minha causa. — Clara tentou argumentar, mas sabia que a filha tinha razão.

— Você tem certeza? Eu não quero...

— Esfregar sua felicidade na minha cara? Por favor, eu preciso me rodear da felicidade dos outros. Só assim irei conseguir sair da miséria em que meus sentimentos se encontram.

Bree falava com sarcasmo e divertimento em suas palavras para evitar pairar uma atmosfera pesada e negativa sobre as duas, mas tudo o que dizia era a mais pura verdade.

Toda a vez que via os gêmeos gargalharem por algo e Andries sorrir de amor por ver os irmãos felizes, ela se sentiu um pouco mais leve. Como se ela estivesse rodeada de pedras, dentro de uma rocha. Fechada na escuridão e aninhada em seu próprio corpo, presa e sem possibilidades de se mover. A felicidade dos outros era com uma rachadura nessa rocha, mostrando a luz que tinha do outro lado, uma luz que ela queria lutar para alcançar. Por mais que ela estivesse acomodada em sua solidão e escuridão, ela não estava confortável e a cada nova rachadura, a cada novo feixe de luz, ela desejava mais e mais sair da sua prisão. Uma que ela própria criara para se proteger.

— Eu vou pensar sobre isso, prometo. Andries está em casa? Preciso falar com ele.

Clara decidiu mudar de assunto, pois sabia como falar de sentimentos com a filha fazia ela ficar apreensiva e triste e consequentemente a faria se trancar no quarto, afundada em lágrimas e solidão. Não que estivesse ignorando ou evitando o que a filha estava sentindo, mas aos poucos ao longo das semanas em que moravam juntas, aprendera que Bree preferia fingir que estava tudo bem e fugia de falar do que sentia. Isso preocupava Clara, mas sabia que o que Brigitte escondia em casa ela abria nas sessões com o psicóligo e as terapias de grupo.

De certa forma havia grandes progressos na melhora de Bree quando ela se reencontrava com as outras adolescentes vítimas de Stoker e Schuller. Talvez porque elas se entendessem e conhecessem melhor o que cada uma passou.

Clara também entendia e era nesses momentos que percebia as semelhanças com sua filha, pois ela mesma evitava tocar no assunto perto dos outros.

Bree informou que ia chamar Beckers e saiu do escritório. Poucos minutos depois o rapaz bateu na porta e entrou. Clara tinha se ajeitado melhor nesse meio tempo e agora pousava uma pasta em cima da secretária, a empurrando na direção de Andries. O rapaz percebeu de imediato do que se tratava e inspirou fundo.

— Você tem certeza que quer fazer isso? — Ela perguntou apreensiva.

— Você mudou de ideia? — perguntou preocupado e Clara abanou a cabeça negativamente e sorriu. — Isso é a coisa certa a fazer por eles — assentiu, se aproximando da mesa e pegando na pasta e numa caneta.

Clara apontou em todos os locais que ele precisava assinar e após umas quantas páginas tudo se tornou oficial. Os gêmeos agora eram filhos adotivos de Clara Mulder.

— Obrigado por fazer isso por nós

— Não precisa agradecer. Eu já os amo como filhos e eu só quero que saiba que você nunca deixará de ser irmão deles. Se você quisesse, eu também te adotaria.

— Você já está fazendo o suficiente por mim os acolhendo e me ajudando com o meu futuro. E por falar nisso... — Andries sorriu abertamente e puxou do bolso de trás das calças uma carta que entregou a Clara.

Mulder arregalou os olhos ao ver o símbolo da UCL, uma das melhores universidades de Londres para cursar Medicina. Ao abrir a carta ela viu a única palavra que interessava no conjunto de frases. ACCEPTED. Imediatamente Clara levou a mão à boca e deixou que algumas lágrimas de felicidade caíssem por seu rosto. Num átimo se colocou de pé e anulou o espaço existente entre ela e Beckers, puxando o rapaz para um abraço.

— Estou tão orgulhosa de você. — Ela murmurou entre lágrimas, beijando o rosto do rapaz e o apertando ainda mais em seus braços. — Mas, e Däniel? — Clara questionou repentinamente, se afastando para olhar Andries.

— Ele conseguiu uma nova tarefa em Inglaterra. Estaremos nos mudando juntos para Londres. Não o verei todos os dias, mas pelo menos a distância será menor — explicou comemorativo e Clara voltou a sorrir.

A sineta do jantar tocou e os dois se recompuseram e caminharam de volta ao salão de refeições, onde todos os outros integrantes da casa já se dispunham na mesa. Do lado esquerdo estavam sentados Bree seguida pelos gêmeos e do lado direito estava Kappel. Clara se sentou à cabeceira e Andries se sentou do lado de Kappel e de frente para os irmãos. O restante do jantar prosseguiu entre comemorações da adoção dos gêmeos e da carta de aceitação de Andries.

Quando todo se reuniram, mais tarde, na sala de convívio ao pé da lareira observando a neve cair, não havia dúvidas que ali se encontrava uma família unida. Apesar do sofrimento, eles tinham conseguido se reerguer e iriam continuar fazendo isso enquanto lutavam pela felicidade.

Continue Reading

You'll Also Like

44K 2.5K 101
Rodrygo goes -> 20 anos,ele se tornou melhor amg desde do 7 anos de idade, sempre enxergou Maria Luiza como a irmã mais nova do Yuri mas isso pode mu...
STALKER By Natalia Verzanni

Mystery / Thriller

23.7K 1.7K 37
🔥CONTÉM GATILHOS ☠️ DARK ROMANCE 🔥☠️* Quando você percebe que o amor virou uma obsessão? Essa é a história de Amber Grant. Uma garota de 24 anos qu...
30.5K 3.8K 30
[VENCEDOR DO PRÊMIO WATTYS 2021] - CATEGORIA MISTÉRIO/THRILLER +16 O caso de sequestro não era responsabilidade de Laura dias, mas quando o corpo de...
417K 797 4
História vencedora do Wattys 2016! História retirada do ar! Na semana de início de mais uma edição do festival de música Rock In Rio, no Brasil, jove...