Dream Girl [COMPLETO]

By Helenayaraaraujo6

8.2K 1.3K 759

Depois de anos lutando para conseguir realizar seu sonho de ser uma cantora reconhecida, Daniela Keisting se... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Bônus Taylor Harper
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Bônus Taylor Harper
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Epílogo

Capítulo 3

243 34 8
By Helenayaraaraujo6

    Como havia pedido, Flávia desmarcou meus compromissos dos próximos dois dias para receber minha mãe em casa. Acordei feliz por saber que estaria com ela dentro de algumas horas, mas a minha felicidade estremeceu após receber um sermão sobre responsabilidades e confiança de Gerry por ter desmarcado a minha agenda sem tê-lo comunicado antes.

   Disse a ele que depois da conversa que tivemos esperava que estivesse mais flexível e se não estivesse, que servisse para ele saber como é estar no meu lugar e fazer o papel do último a saber. Porém, fiz questão de ser breve no celular, não queria deixar queimar as panquecas que estava preparando para o lanche da tarde. 

    Esperei Thompson buscar minha mãe no aeroporto com direito a plaquinha e tudo, ela iria adorar ler "Dona Carolina", assim que desembarcasse. Ri comigo mesma ao imaginar a cena enquanto Flávia terminava de colocar os pães e as frutas na longa mesa de frente para a parede de vidro na sala de jantar, deixei as cortinas abertas para podermos comer enquanto víamos o mar. Terminei de preparar as panquecas e a calda, corri para o banheiro para tomar um banho de chuveiro.

    Estava uma tarde com um clima agradável enquanto o sol que havia brilhado o dia inteiro começava a ameaçar se pôr. Escolhi um vestido jeans de alças com uma pequena faixa amarrada na cintura e sandálias de dedos com pedrinhas azuis. Amarrei meus cabelos lisos na parte raiz e que ao longo do cabelo iam formando singelos e tímidos cachos em um rabo de cavalo. Desci as escadas correndo ao ouvir Thompson estacionar o carro. Finalmente iria ver minha mãe.

- Mãe! - abri a porta já com os braços abertos esperando-a que largou a mala na entrada da porta e correu pra me abraçar.

- Minha princesinha!

    Soltou-me do abraço e segurou meu rosto com as duas mãos para olhar para mim completamente, da cabeça aos pés. Hora da "inspeção Carolina Keisting". Endireitei o corpo e fechei os olhos já esperando as considerações.

– Você está mais forte? Está com os braços mais definidos. - disse curiosa ao pegar meu braço e levantá-lo contra a luz. – Mas está mais magra também. E o cabelo está mais loiro...

    Passou a mão pelos meus cabelos e depois voltou a olhar pra mim lutando para não deixar uma lágrima sequer querer dizer "oi".

– Você está linda!

– Fiz luzes no cabelo mãe e estou malhando, quero dizer, treinando como eles dizem, mais horas por dia. - pronto, já havia justificado cada consideração, agora podia relaxar. – E o que achou da casa nova?

    A última vez que recebi minha mãe ainda morava em Manhattan, em uma cobertura de 4 quartos.

    Dona Carolina obviamente não lhe daria seu parecer até que visse a casa inteira. Já sabendo disso, a peguei pela mão para mostras os aposentos: a cozinha, a sala de estar, sala de jantar, os quartos, os banheiros, as varandas, meu pequeno estúdio, meu escritório, além do imenso quintal, jardim, área da churrasqueira e da imensa piscina.

    A cada cômodo que eu lhe mostrava minha mãe parecia ainda mais maravilhada, olhava cada detalhe com atenção, e quando digo cada detalhe, é cada detalhe mesmo: nível "textura da cortina do banheiro do quarto de hóspedes". Ao final, fomos para a sala de jantar com as panquecas já frias após o detalhado tour que fizemos pela casa.

    Minha mãe sentou-se à mesa e pela tensão em seus ombros sabia que algo não estava certo, mas se tratando de minha mãe, eu não precisaria perguntar. Me sentei ao seu lado e esperei enquanto Flávia estava ao telefone no escritório.

- Você decorou e planejou tudo sozinha? - tentou fazer sua fala parecer desenteressada.

- Hã, na verdade não. A Flávia me ajudou a escolher... - respirei fundo já prevendo o que viria ao terminar minha frase. - E talvez, só talvez eu tenha contratado um arquiteto e um designer. - eu mesma quase não ouvi minha própria fala.

- Como você pode me deixar de fora disso? - largou a panqueca no prato de uma vez.

    Minha mãe sempre fez questão de participar em tudo o que podia da minha vida inteira. Mãe coruja total, a ponto de ela mesma decorar meus figurinos de balé quando criança, ir a todas as apresentações e ensaios do coral, me ajudar a escolher todos os instrumentos que tive na vida.

    Além de me fazer acordar meia hora antes do despertador para poder fazer um penteado que ela havia aprendido no seu "livrinho de penteados para meninas" antes de ir pra escola. Eu nem consigo começar a imaginar o quanto ela sofreu por perder tantas coisas que vivi desde que me mudei para os EUA.

    Depois que assinei o contrato com a gravadora e minha situação financeira começou a mudar, ficou mais fácil dos meus pais irem me visitar, eles teriam onde ficar, pois eu finalmente tinha um apartamento decente.

    Meu pai vinha com menos frequência porque pouco se ausentava da empresa; minha mãe era professora de inglês, mas optou por dar aulas particulares para estar mais perto de mim. Quando a empresa do meu pai passou por graves problemas financeiros, ela voltou a lecionar em escolas e junto com as aulas particulares durante a crise foi o que manteve o sustento dos dois.

    Sabia que minha mãe se culpa por neste período não ter podido me ajudar. Pois mesmo não podendo estar presente fisicamente, ela queria ter estado nem que fosse financeiramente. E o tempo passou, muita coisa mudou, mas dona Carolina ainda não havia aprendido a lidar com sua ânsia em estar presente em todos os momentos da minha vida, e eu não poderia culpá-la.

- Eu queria muito que você pudesse ter me ajudado, mãe. Mas foi tudo rápido, eu comprei a casa e queria me mudar depressa. Então a obra, a decoração... tudo foi feito de maneira rápida, com o pouco tempo que eu tinha. Você não ia ter como vir, mãe. Você sabe disso. - disse acariciando seu ombro na tentativa de fazer aquela contração diminuir.

- Eu sei disso... tinha as escolas, mas... esta é a sua primeira casa e não aquele apartamento isolado do mundo que você vivia! Você conseguiu com o seu trabalho e eu queria ter feito parte disto. Eu perdi tanta coisa... - disse quase engolindo sua última palavra, mordendo o lábio inferior.

- E você faz parte de tudo isso, dona Carolina.

    Mostrei um sorriso sem graça tentando descontraí-la enquanto passava a mão pelo seu longo cabelo castanho claro recém-pintado. Minha mãe não ficava muito tempo com o mesmo corte de cabelo ou a mesma cor.

– Tudo que eu faço, tudo que eu conquisto, você está junto comigo.

    Ela me abraçou fortemente, e ficamos assim até Flávia aparecer descontraindo a situação e quando nos demos conta já estávamos rindo, comendo as panquecas frias e todos os doces que havia mandado buscar na delicatessen próxima ao condomínio onde morava.

- Então, me conte sobre seus... como estão chamando hoje em dia? Seus contatinhos? - perguntou enquanto terminávamos de comer o jantar delicioso que ela havia preparado.

    Desde que botou os olhos na cozinha, sabia que não demoraria nada para ela se enfiar lá dentro e inventar alguma coisa.

- Mãe, por favor, não faça isso. Essa gíria fica estranha com gente da minha idade, que dirá da sua! - Flávia e eu não conseguimos conter a risada.

- Você não cansa em me chamar de velha, né garota? Dei a luz a você eu tinha 17 anos, estou na flor da idade! E dou aula para adolescentes, não tem como não ficar por dentro das gírias... - bebeu um gole de suco enquanto levantávamos da mesa e íamos para o deck próximo à piscina levando uma garrafa de vinho e três taças. – Mas você ainda não me respondeu. Os contatinhos, os boys magias, os bofes, os peguetes... posso ficar aqui a noite inteira, como já disse, meu repertório de gírias é bem vasto.

- Não tem no singular, muito menos no plural, mãe. - minha mãe exibiu sua expressão de indignação, do tipo: Como assim, ninguém quer a minha filha?

- Sua filha é uma verdadeira workaholic, Carol. Só pensa em trabalho... aí fica difícil. Eu juro que tento ajudar, já tentei dar uma de cupido, mas desisti. - abrimos a garrafa e enchemos as taças enquanto sentávamos nas espreguiçadeiras de madeira.

- Não tenho tempo, gente. Só o trabalho já exige todas as minhas energias, o que não sobra nem pra pensar em boy, muito menos magia. Como ter um relacionamento trabalhando o quanto trabalho, e viajando desse jeito?

- Quem aqui falou de relacionamento, Daniela? Estou falando de conhecer um aqui, sair, se divertir, sem compromisso.

- Você é minha mãe. Não pode me falar essas coisas.

- Claro que posso! Essa coisa de que só homem que tem necessidades é pura besteira. Nós mulheres também temos !

- Não quero ouvir mais nada, Dona Carolina. É esquisito demais ouvir você falar de sexo. Sempre foi, e sempre vai ser. Mães não fazem sexo. - nos olhamos e voltamos a cair na risada enquanto dávamos mais um gole na taça de vinho.

    Horas depois e duas garrafas de vinho, nos recolhemos cada uma para seu quarto com a promessa de um dia movimentado segundo o cronograma organizado pela minha mãe. Vesti um pijama de short e camisa de malha e me deitei na enorme cama king size.

    Ainda não havia me acostumado com aquele tamanho todo. Sentia que podia rolar horas e ainda assim não chegaria do outro lado. E deitada de maneira aconchegante relembrei o dia divertido que tive.

    Era tão revigorante ter minha mãe por perto, divertida de um jeito só dela, mesmo quando resolvia fazer seus dramas. Entretanto, a última conversa que tivemos foi o que ficou ecoando nos meus pensamentos. Realmente, eu sentia falta de ter alguém por perto, relação de homem e mulher.

    Mas a verdade é que vinha mantendo minha mente tão ocupada com shows, entrevistas, propagandas e composições, que foi preciso que surgisse o assunto para eu percebesse que sim, eu sentia falta de estar com alguém. Na verdade nem conseguia me lembrar da última vez em que estive em um encontro.

    Não que eu não fosse convidada, mas eu sempre acabava recusando mesmo achando o cara legal só de pensar em como seria se desse certo, em todo o trabalho que eu teria em ter que me desdobrar em várias "Danny's" para ter um relacionamento. E com a minha visibilidade era difícil demais conseguir ter um encontro despretensioso sem que tudo virasse especulação.

    Sei que a vida é minha e não devia explicações da minha vida pessoal, mas eu tinha uma mente que nunca parava de trabalhar, e pensar, e cogitar, e ponderar, por isso era extremamente difícil relaxar ao ponto de deixar rolar ou de apenas me divertir com alguém sem pensar no dia seguinte. Daniela Keisting, sempre pensando demais.

    Acordei com um cheiro maravilhoso invadindo o meu quarto. Aquele velho aroma conhecido: Omeletes especiais da minha mãe. Se eu pudesse definir minha infância com um aroma, sem dúvidas seria aquele.

    Levantei da cama e como costumava fazer quando criança, desci as escadas correndo até a cozinha onde, enquanto minha mãe se desdobrava entre terminar as omeletes e colocar no pote o doce de banana que tinha acabado de fazer. Para dona Odete apenas lhe tinha sobrado o papel de pôr a mesa. Ela estava comigo desde Nova Iorque, começou apenas cozinhando e logo estava cuidando das minhas coisas. Mas de mim, na verdade. Era uma mãezona invicta.

- Dona Carolina já te expulsou do fogão, Dete? - dei um abraço apertado naquela senhora rechonchuda que sempre exibia sua linda pele negra brilhosa enganando a todos a idade que realmente tinha.

- Eu não tive nem chance, Danny! Quando cheguei ela já tinha tomado conta de tudo.

- É claro que eu não perderia a oportunidade de preparar um café da manhã reforçado pra minha filha. Fiz tudo o que você gosta... - ela exibia um sorriso orgulhoso enquanto desligava o fogo e colocava o último omelete no prato. Lhe dei um abraço apertado. – Acordou sozinha, que milagre!

- Esse cheiro maravilhoso que me acordou... - suspirei me sentando à mesa. – Como é bom acordar com esse cheirinho de mamãe.

- Então aproveite, filha. Coma bastante. E a senhora também, dona Odete.

    Sempre fiz questão que Odete comesse junto conosco. Ela não era uma empregada, fazia parte da família.

    Flávia como sempre estava ao telefone e quando terminou se juntou a nós. Estava tudo uma delícia e eu comi como se não me lembrasse de que, se eu engordasse 1kg não entraria na metade dos meus figurinos.

    Era um dia especial, depois compensaria na academia. A omelete, o doce de banana, e o bolo de cenoura com chocolate, nossa! Melhor café da manhã da vida!

- Mãe, estava olhando o cronograma que você fez aqui. - olhando no celular o cronograma das coisas que minha mãe queria fazer naquele dia.

    Como minha mãe nunca tinha estado em Los Angeles ela apenas colocou coisas como fazer compras, almoçar, tomar sorvete, conhecer a calçada da fama, ver o letreiro de Holywood, conhecer o Dolby Theatre, e Rodeo Drive. Este último item com três asteriscos ao lado.

– A Rodeo Drive está em um item e fazer compras está em outro item. Sabe que podemos cortar esses dois itens ao mesmo tempo, não sabe?

- Eu só quero conhecer a Rodeo Drive, Danny. Você sabe que lá as lojas são caríssimas!

- E eu não vejo problema nenhum nisso... eu não te disse que faria de tudo para a sua visita a Los Angeles fosse a melhor possível? Hoje vai ser nosso dia de "Uma linda mulher". Vamos conhecer, entrar nas lojas e comprar tudo o que que gostarmos!

- Mas filha, você não... - minha mãe não gostava que eu gastasse muito dinheiro com ela. Para aceitar as coisas que eu comprava para ela era sempre uma guerra.

- Mas nada, eu sim. - guerra que eu sempre vencia no final. – Se troque, coloque uma roupa linda e vamos às compras!

    Minha mãe de primeira não gostou, mas só de imaginar fazendo a Julia Roberts se animou toda, e saiu para escolher uma roupa. Na metade da escada ela voltou.

– O que foi agora, mãe?

- E quanto ao tumulto que pode se formar ao sairmos... sei que você se incomoda em não poder fazer nada sem que vire notícia.

- É algo que eu tenho que lidar. Também não posso ficar trancada em casa. É o ônus e o bônus, não é mesmo? A Flávia já cuidou de tudo e o Rogers e o Staton já estão à nossa espera lá fora. - disse esboçando um sorriso que a convenceu fazendo-a subir as escadas novamente.

    Sim, sair sem fazer pelo menos um pequeno alvoroço aqui ou ali estava cada vez mais difícil. Ao sair do condomínio sempre via pelo menos algumas dúzias de fãs que sempre que podia parava para falar com eles. Eu tinha o maior carinho e gratidão do mundo pelos meus fãs. Sabia que tudo o que eu conquistava, devia a eles.

    Entretanto, era extremamente chato não conseguir ir ao shopping comprar um par de meias, por exemplo; nem qualquer coisa que fosse sem ter que passar pelo menos uma hora atendendo aos fãs. Nem sempre estava em um bom dia, queria falar com pessoas, muito menos sorrir para as câmeras.

    Às vezes estava cansada, estressada, aborrecida, só querendo ficar na minha quietinha, sem ninguém me perturbar. Mas em contraponto, sei que eles não tinham culpa disso e eu me sentia na obrigação de falar com cada um deles, tirar uma foto, sabendo, claro que algumas vezes por mais que quisesse, não tinha como.

    Principalmente quando juntavam grandes aglomerações e eu sabia que seria humanamente impossível dar atenção a todos. Eu fazia o que estava ao meu alcance. Então sempre ao sair de casa, de hotel ou qualquer lugar que fosse, era o velho ritual...Danny feliz: modo ligado.    

Gostaria de apresentar a vocês a mãe da Danny, Carolina Keisting e a melhor amiga/agente Flávia Viana.

Gostaria também de deixar uma sugestão de leitura aqui no Wattpad "Quando os caminhos se cruzam" da querida Luana Lazzaris. Desejo-te muito sucesso!

Curta a página Leitura Ilimitada no Facebook e no Instagram e fique por dentro das melhores indicações de leitura.

Muito obrigada por me acompanhar até aqui :*

Não esqueça de deixar o votinho. Comente e compartilhe essa história!

Continue Reading

You'll Also Like

15.6K 624 11
[RETIRADA DA BIBLIA] Hadassa (Ester) uma mulher temente a Deus, é levada entre milhares de virgens para o palácio. Pois a antiga rainha (Vasti) desob...
9M 646K 70
O amor que Jace Connor sente por Alison Reak é tão grande que ele escreveu um livro sobre ela: A Garota Que Eu Nunca Vou Ter. Desde a adolescência, J...
28.4K 1.4K 26
já passou pela sua cabeça fugir? desaparecer? ou até mesmo se matar? pois pela minha já... minha vida é cantar mas eu também sou atriz, dançarina e m...
113K 7.5K 25
Você é uma jovem estudante que se vê diante de uma escolha impossível: continuar seu relacionamento seguro e monótono com o popular bad boy do colégi...