Os rapazes acabaram por ir embora tempo depois eu eu ter estado a brincar com o Louis. A Danni fez-me um copo de leite e logo nos fomos deitar, e quando o Liam entrou no quarto eu estáva em cima da cama, a pedir para que ele me lesse uma história para eu adormecer.
O Li diz que a história se chama Rapunzel. Ele acabou por me contar a história de uma menina que vivia presa numa torre, ela tinha uns cabelos muito longos e, um dia um principe descobriu a sua torre e logo ela lhe mandou os seus longos cabelos para que ele podesse subir à torre.
Não ouvi o Liam acabar de contar a história pois acabei por adormecer. No dia a seguir acordei e logo fui até ao quarto deles, ainda estávam a dormir, por isso, fui-me deitar no meio deles, não os queria acordar, ainda devia de ser muito cedo.
Eles lá acabaram por acordar e começaram-me a dar muitos beijinhos e abraços, também me fizeram cócegas. Depois de eles já estarem bem acordados, o Liam disse que me tinha tirado uma fotografia ontem quando eu me deixei de dormir enquanto ele contava a história. (Foto ao lado 1)
Começei-me a rir e enquanto a Danni me foi vestir, o Liam vestiu-se e foi fazer o pequeno almoço. A Danielle vestiu-me e logo descemos. Quando descemos para a cozinha, avistamos o Liam já vestido, mas não havia pequeno almoço.
Danielle: Amor, o pequeno almoço?
Eu: Tenho fome papá, onde está o pequeno almoço?
Liam: Ah, já chegaram. O pequeno almoço já está feito, mas só vamos poder comer daqui a pouco, porque vamos sair.
Danielle: Mas amor, a menina tem fome.
Liam: Princesa, importas-te de comer uma bolachinha agora e depois quando chegarmos ao lugar onde vamos ficar hoje comeres melhor=
Eu: Não papá, pode ser.
Danielle: Então vamos lá.
Fomos andando para o carro e vimos o Liam a levar uma cesta e logo a pôs no carro e logo se dirigiu para o seu lugar. Eu já estáva sentada na cadeira e estáva a comer umas bolachas que a Danni me tinha dado.
Estou com algum medo deste passeio. Foi assim que a minha mãe me abandonou.
FlashBack On
Tinhamos acabado de almoçar e eu tinha ido para o meu quarto brincar. Começo a ouvir os meus pais a discutirem, não percebi bem o motivo da sua discussão, tenho 4 anos, ainda há coisas que não compreendo, apenas percebi algumas coisas que diziam. O meu pai tinha perdido o emprego e só o que faz é beber.
Começo a ouvir cada vez mais gritos e começo a ouvir passos para o meu quarto. Eram uns passos apressados e logo vejo o meu pai a vir na minha direção. Ele agarrou-me com força o que me fez começar a chorar, ele estava só a gritar comigo e apertou-me o braço com tanta força que me aleijou.
O meu pai levou-me para a sala e atirou-me para o chão começando-me a bater sem razão. A minha mãe via e não fazia absolutamente nada. Eu não sei o que fiz para estar a sofrer desta maneira, porque me está ele a bater? Porque está ele a gritar comigo?
Eu só queria sair dali, ele gritava para eu parar de chorar, mas eu não era capaz, cada vez chorava mais e ele continuava-me a bater, chegando-me mesmo a pregar pontapés.
A minha mãe tinha saido da sala e o meu pai continuava a fazer tudo o que queria, gritava comigo, batia-me, porque? O que fiz eu?
A minha mãe chegou com uma mala e agarrou-me pela mão, pôs-me no carro.
Eu: Mãe, onde vamos? Porque é que o pai gritou comigo? Porque é que o pai me bateu? Onde me levas?
Mãe: O pai estáva zangado filha. Mas deixa estar que o lugar para onde vais é muito melhor, vai cuidar de ti como deve de ser, têm melhores condições do que nós.
A minha mãe parou o carro e logo parámos. A minha retirou-me do carro e deu-me a mala para as mãos. Desconfio que sejam as minhas coisas.
Mãe: Agora, sê uma boa menina e vai tocar à campainha.
Eu: Mas, mãe.
Quando olhei para trás ela já se tinha ido embora. Começei a chorar, eu não percebi o porquê de ela me estar a abandonar, não percebia o porquê de o meu pai me ter batido, ter gritado comigo. O que sabia é que estáva sozinha naquele lugar desconhecido.
Sentei-me ao portão a chorar. Começou a escorecer e eu continuava ali, sentada naquele mesmo lugar onde a minha mãe me tinha abandonado. Eu nunca fui uma má menina, eu sempre me portei bem, eu sempre fiz tudo o que ela mandava, porque me abandonou? Porquê?
Ouvi alguém a falar e logo olhei para ver quem era. Estáva uma senhora a olhar para mim, com uma cara muito preocupada.
XXX: Como vieste aqui parar pequenina?
Eu: A minha mãe deixou-me aqui e foi-se embora. - disse a chorar
XXX: Oh - disse abraçando-me - anda comigo para dentro que está frio aqui fora.
A senhora pegou-me ao colo e logo me levou para o interior daquele grande lugar. Quando chegámos lá dentro, haviam muitas crianças, mas eram todas mais velhas do que eu. A senhora, que agora sabia que se chamava Marie, levou-me para um quarto e logo arrumou as minhas coisas dentro de umas gavetas.
Enquanto ela arrumava as coisas eu perguntava-me porquê que isto me estava a acontecer. Estava sentada na cama, que penso que iria ser a minha de hoje para a frente. Pelo que Marie me contou, isto é um orfanato, é um sitio para onde as meninas que não têm pais ou que foram abandonados vêm.
Eu não queria fazer parte dessas meninas, apesar de só ter 4 anos eu sei como nós eramos uma familia feliz, mas desde que o meu pai começou a beber que ficou violento e só fazia era gritar connosco.
Estava sentada na cama e chorava, estáva com algumas dores na barriga.
Marie: Não chores,.....como te chamas?
Eu: Lucy.
Marie: Não chores Lucy....
Eu: Dói-me muito a barriga.
Marie: Deixa-me ver se tens alguma coisa - disse levantando-me a blusa para cima e viu que eu tinha uma nódua negra
Eu: Au.
Marie: Lucy, os teus pais bateram-te?
Eu: O meu pai bateu-me...deu-me pontapés e gritou comigo.
Marie: Anda comigo.
Fui com a Marie e logo chegámos a um escritório. Estáva lá uma senhora dentro que logo pôs os olhos em mim.
XXX: Marie, quem é essa menina?
Marie: Encontrei-a ao portão. A mãe abandonou-a aqui.
Eu: Au...
XXX: O que se passa?
Eu: Dói-me muito a barriga.
Marie: O pai bateu-lhe, pergou-lhe pontapés.
XXX: Deixa-me ver isso. - disse levantado-me a blusa - Marie, vá chamar o médico, ele está lá em baixo.
Eu: Não gosto de médicos.
XXX: Mas tem de ser princesa.
O médico chegou e logo me auscultou, doia-me mesmo muito a barriga e começei a chorar novamente. O médico deu uma pomada para a Marie me pôr.
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Têm vindo muitos casais até cá para levarem uma menina. Eu ainda nunca fui escolhida, os meus pais se calhar tinham razão, eu não sou uma menina bonita e por iso ninguém quer ficar comigo.
Faço hoje 5 anos e está tudo igual. Apenas a Marie soube que eu fazia anos hoje, eu e ela temo-nos dado muito bem. Eu não brinco muito com as outras meninas, elas gozam comigo, talvez por eu ser a mais nova. Nunca querem brincar e por isso passo o meu dia de anos sozinha.....
Flashback Off
Sinto o carro a parar e logo vejo um lindo campo, cheio de flores. Sorri e logo eles sairam do carro. Enquanto o Liam foi tirar as coisas do porta bagagens, a Danni veio-me buscar à cadeirinha.
Fomos para o campo e depois de comermos o que o Liam tinha preparado, fui apanhar umas flores e logo eles aproveitaram para me tirar uma foto. (Foto ao lado 2)
Depois de estar algum tempo a apanhar flores, fui da-las à Danni e logo ela pôs uma por detrás da minha orelha. O Liam e a Danni, levantaram-se da toalha e vieram brincar comigo. Quando entrámos no carro pensava mesmo que eles me iam fazer o mesmo que a minha mãe me fez naquele dia horrivel, mas o Liam já me prometeu que nunca me vai abandonar e eu confio nele, ele e a Danni neste pouco tempo que temos estado juntos, eu sei que eles me adoram e eu também descobri que não vale a pena ficar agarrada ao passado.
Eu sei que ainda sou muito nova se calhar para ter este tipo de pensamentos, mas eu sei que tenho de seguir em frente, sei que vou ter sempre a memória do meu pai a bater-me e a gritar comigo, e a memória da minha mãe a abandonar-me, mas com o Liam e com a Danielle eu sei que vou conseguir ultrapassar isso.
Se não fossem eles, eu neste momento não me estaria a divertir, estaria possivelmente dentro do quarto a brincar com as minhas bonecas. Nunca iria ser feliz ali dentro como sou com a minha nova familia, a familia que eu espero, poder viver para sempre.