Only God can judge you

Av rakeool

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Um romance de faculdade. Nenhuma novidade. Acontece toda hora. Mas não com Lorena, cristã fervorosa que nunca... Mer

Capítulo 1
Capítulo 2
Capitulo 3
Capítulo 4
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Especial: They call you monster
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Epílogo
Agradecimentos

Capitulo 5

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Av rakeool

Saímos da sala e andamos pelos corredores procurando sala do reitor.

— Sabe...— Comecei, quebrando o silêncio.— Se você queria uma foto minha, era só pedir.

— Eu não tava tirando foto sua, tá bom?— Desmentiu.— E-eu tava tentando tirar foto do quadro, isso, eu só esqueci de desligar o flash sem querer.

— Olha, eu não sei como isso funcionava lá na Yale... —disse eu, rindo — Mas aqui, os quadros ficam na frente da sala, então eu acho que você vai ter que arranjar uma desculpa melhor.

— Eu tava tirando foto do quadro sim! Eu só...— Lorena pensou por um segundo. — Errei a posição do celular na hora de bater a foto, aí sem querer foi uma foto pra trás.

— Olha, se você quiser, eu posso te ensinar como fazer as posições direto, não tem problema não.— Brinquei, abrindo um sorriso malicioso.

Ela parou no meio do corredor por um segundo, e me encarou incrédula.

— Que indecência! Meu Deus!— Disse ela, assustada.

— Relaxa, lobinha, eu 'tava só brincando. — Respondi, rindo de sua reação. Voltamos a andar pelo corredor.— De onde você veio, ninguém nunca te fez uma piada de duplo sentido?

— Não, mas mesmo assim, isso não foi uma piada, foi uma cantada! — Reclamou, chocada.

— Ok, talvez tenha sido. — Admiti, com um sorrisinho, dando de ombros.— Mas vem cá, posso te fazer uma pergunta?

— Você acabou de fazer uma, então...— respondeu

— Por que você saiu da Yale pra Brown? — perguntei — Não menosprezando aqui, claro. Eu amo esse lugar. Mas a Yale exige mais pontos pra bolsa, e é uma faculdade com ensino mais avançado do que o daqui.

— É que na Yale, eu era a segunda melhor aluna de meu curso, então, em uma faculdade de ensino menos avançado, eu com certeza seria a melhor. — Explicou, esnobe.— Por isso eu vim pra cá, ia ficar melhor pro meu currículo ter as melhores notas de uma universidade.

— Claro.— respondi, irônica— Agora que você usou o discurso que você usou pra convencer a seus pais que isso era uma boa ideia, que tal você me falar a verdade?— Cortei, revirando os olhos.

— Como assim a verdade? Eu sai de lá por isso sim.— Falou, com um tom incerto.

— Aham, com certeza.— Murmurei, irônica.— Você mente muito mal, sabia?

— Mas eu não tô mentindo, eu realmente sai por isso! — Falou, com a voz ainda mais trêmula.

— Então quer dizer que você realmente saiu de uma das melhores faculdades do mundo —falei — pra não lidar com o fardo de ser a segunda melhor aluna ao invés da primeira?— Perguntei, levantando as sombrancelhas.

Ela supirou.

— Tá bom... — Respondeu, derrotada. — Talvez não só por isso.

— Por quê então?

— Bem, a melhor aluna da Yale, Débora, meio que era minha melhor amiga de infância. – Começou, fazendo aspas com os dedos ao falar "melhor  amiga"— Mas na verdade, eu nunca gostei tanto assim dela. Só que gente se conhece desde criança, e nossos pais são amigos, então meio que eu não tinha muita opção. — ela parou, e deu um suspiro dramático — E meu deus, ela é muito chata! Ninguém andava com ela por isso, e consequentemente ninguém andava comigo. Então basicamente ela era minha única amiga, e eu nem ao menos gostava dela.

— Caramba... — respondi, sem reação — que droga

— Pois é— Lorena respondeu— E eu achava que quando eu terminasse o colegial, eu ia conseguir me livrar dela, mas ela passou na mesma universidade que eu.— desabafou— Então, eu entrei em desespero e foi aí que eu tive a ideia de entrar em outra faculdade, o que me livraria dela por algum tempo. E se a gente fosse perdendo o contato ao longo dos anos, eu poderia ter a desculpa pra nunca mais precisar falar com ela.

— Nossa... e seus pais simplesmente decidem de quem você tem que ser amiga? — Perguntei, fazendo uma careta. Parecia uma droga.

— Não é bem isso... É que eles querem que eu viva minha vida do jeito que eles acham que é melhor pra mim— explicou— e eles sempre acharam que ela era uma boa influência. Só esqueceram de perguntar se eu estava feliz assim.— completou, baixando o tom de voz aos poucos, melancolicamente.— Eu nem sei por quê eu tô te contando isso, eu não costumo sair falando da minha vida por aí, isso tudo é bem pessoal, na verdade.

— Relaxa, lobinha, seus segredo está guardado comigo. — Garanti, com um sorriso compreensivo.— Mas sério, você não tinha mais nenhum amigo?

— Não, andar com ela meio que repelia literalmente qualquer outra pessoa. De qualquer lugar que fosse.— Respondeu, meio tristonha

— Ahhh, não fica triste não, lobinha. —Saltei, entrando na frente dela.

Ela cruzou os braços virando o rosto pro lado.

— Não, não, não, olha aqui.— Reclamei, abrindo um sorriso acolhedor.— Você não precisa mais lidar com essa tal Débora, ok? Na Brown, as coisas são diferentes, tem gente legal por aqui, eu prometo. — Falei, pousando minhas mãos em seus ombros, a sacodindo de leve.— Você é muito gata, e parece ser realmente muito legal. E pode ter certeza que eu não sou a única pessoa que vai querer te conhecer.

Nesse momento, o rosto dela corou, e ela deu um sorriso. Podia jurar que meu coração deu um pulinho. Que estranho, enfim.

— Desculpa ter sido rude com você lá na sala— ela falou— eu só... Uns caras zoaram meu uniforme, eu tava estressada e descontei em você.

— Tá tudo bem.— respondi, compreensiva— E esse negócio do uniforme é...

— Coisa da Débora.— ela respondeu — nem queira saber.

Dei uma risadinha.

— Ok então — olhei pra ela, ela estava sorrindo também. De repente, tive uma ideia— É.. hoje a noite vai ter uma festa! — Lembrei, tirando o panfleto que a Zoey deu do bolso.— É a fantasia e tal. É uma ótima oportunidade pra eu te apresentar pras pessoas!

Lorena analisou o panfleto, e perguntou:

— Por que é proibido ir de Minnie?

— Longa história...— Respondi, com uma risada contida.— E então, você vem comigo?

—Hum... não sei se isso é uma boa ideia — Murmurou, resistindo a ideia. — e eu nem tenho uma fantasia.

— Ah, eu também não!— Admiti, dando de ombros.— Vamos lá, isso é fácil de resolver! Eu vou improvisar alguma coisa assim que eu chegar no meu dormitório.

Ela abalisou a proposta por uns momentos enquanto andávamos. Até que por fim, respondeu.

— Tá bom... Eu vou.— Disse, as palavras pareciam custar a sair.— Mas só se eu achar uma fantasia.

— É isso aí!— Comemorei, animada.— Agora vamos, a sala do reitor é logo ali. — Apontei, me virando.

Então andamos até a sala do reitor, e entramos.

• • •

— Senhorita Chermont.— Disse o reitor, já acostumado.— E senhorita...

— Leslie, senhor.— Ela se apressou em responder, nervosa.

— Pois bem, podem se sentar.— Ele fez um gesto apontando para duas cadeiras em frente a sua mesa.— O que as duas aprontaram?

Lorena abaixou a cabeça, envergonhada, sem falar nada, então expliquei:

— Bem, é que no meio da aula, ela tirou uma foto minha com flash.— respondi— Aí a Anastácia ficou "pistola".

— Eu não tava tirando foto sua!— Levantou a cabeça novamente e falou, ainda insistindo nessa ideia.

— Olha...— Comecei, rindo ao lembrar.— Ela insiste em dizer que não, mas eu senti o flash na minha cara, então você entende como quiser.

— Senhor, eu posso me explicar, eu havia pegado meu celular para... —  Lorena tentou falar, mas foi interrompida.

— Você é britânica?— Perguntou o reitor, curioso.

— ... Na verdade, sou sim. — ela respondeu— sou de Londres, por quê?

— Você tem sotaque, da pra reparar.— Comentou, percebendo que havia mudado de assunto.— Mas agora, poupe-me de suas desculpas, por que você estava tirando fotos da Jade?

— E-eu... —Murmurou, com a voz trêmula. —Não tem nenhuma explicação, me desculpa senhor, eu estou errada.

— Não é possível que não tenha nenhuma explicação!— Disse ele, curioso, colocando as mãos entrelaçadas sobre a mesa.— Por quê foi? Você achou ela bonita, talvez?

— Não! Quer dizer, n-não é isso, é que... é...— Tentou continuar, sendo novamente interrompida.

— Você já conhecia a banda dela? Você é uma fã ou algo do tipo?— Sugeriu.

— ...Banda? — Perguntou, confusa, virando para mim. — Você tem uma banda?

— É, você de fato é nova aqui. —Comentou o reitor, rindo.— Mas vamos lá, sua ficha escolar...

O reitor observou sua ficha por uns instantes, e continuou:

— Bem, seu histórico escolar é impecável.— Ele fechou a ficha, com as sombrancelhas arqueadas, impressionado.— Você será liberada dessa vez, pelo seu histórico e por ser seu primeiro dia, só não use mais o celular na sala de aula, ok?

Ela parecia surpresa, e muito feliz.

— Sim, sim senhor! muito obrigada. — Respondeu Lorena, extremamente aliviada.

— E você...— Continuou, dessa vez virado pra mim. —O que você fez nessa história?

—  Absolutamente nada. — Falei, dando de ombros.— A professora Anastácia só não podia perder a oportunidade de me tirar da aula dela.

— Ah, como sempre.— Ele riu, descontraído.— Eu também vou cortar sua punição, só não conte a ela.— Brincou, com uma piscadela.— Podem ir agora.

Então nos levantamos e saímos da sala. Não adiantava mais ir pra aula, a essa hora, já devia estar quase acabando, então fomos andando até a parte dos dormitórios.

—...Você tem uma banda? — Repetiu Lorena, legitimamente curiosa.

— Sim.— Confirmei, sorrindo com um certo orgulho.— Eu toco a guitarra e canto.

— E vocês tocam que tipo de musica?

— Indie Rock. — Respondi, direta. — Você gosta?

— Nunca ouvi.— Adimitiu, dando de ombros.

Arregalei os olhos e encarei-a.

 — Nunca?! — perguntei

— Nunca.

— Nem Arctic Monkeys?— perguntei, sugerindo uma mais famosa — The Strokes, Lana del rey, sei lá.

— Não — respondeu — Nenhuma dessas, nunca ouvi.

Suspirei.

— Bem, hoje a noite nos vamos nos apresentar, então acho que você vai ter a oportunidade.—Declarei, abrindo um sorriso convidativo.

— É... Quem sabe?— repondeu, devolvendo um sorrisinho.

— Ah, meu dormitório é ali, eu tenho que ir.—  Apontei para porta do final do corredor. – Então, só mais uma coisa...

— O que?

— Você é realmente hétero?— Perguntei, finalmente.

— O que? Claro que sim! — Respondeu, em um tom ofendido.

Analisei por um momento, e declarei:

— Você 'tá mentindo.

— Eu não to mentindo! —Negou, irritada.

— 'Tá sim! você mexe nas suas unhas todas as vezes que você vai mentir. —Reafirmei, observadora.

— O que? — Resmungou, corando.

— É, linguagem corporal...— Expliquei. — toda vez que você vai mentir, você mexe nas suas unhas.

— Eu não faço isso!— Declarou, firme no que dizia.

— Faz sim! —Rebati, mais firme ainda. — Então eu tenho aqui minha prova de que você não é hétero.

— Chega, ok? Eu sou hétero sim, homossexualidade é pecado, e eu não sou lésbica. —Respondeu, fechando as mãos dessa vez, para que eu não pudesse reparar em suas unhas.

— Ok, eu paro de dar em cima de você... — Comecei.— Mas com uma condição.

— Que condição?— Perguntou, cruzando os braços. 

— Você vai ter que olhar nos meus olhos, e falar que você é hétero, e nunca vai ficar comigo. —Descrevi, indo para frente dela. — E quando você falar isso, eu prometo que nunca mais vou dar em cima de você, e que a gente nunca vai ficar juntas. — completei —Caso você realmente seja hétero, ok, mas se você estiver mentido, e também tiver afim de mim, você vai perder essa chance pra sempre. — Falei — Nós nunca vamos poder ficar juntas, e você vai ter que carregar esse fardo de que poderia ter dado certo pra sempre.

Lorena parecia meio assustada com meu drama, mas continuei:

— Então é isso, os critérios já estão estabelecidos. É agora ou nunca, lobinha.—Falei, respirando fundo.—Eu vou te perguntar mais uma vez. Você é hétero?

Ela abriu a boca pra falar, e não saiu nada.

— ...Foi o que eu pensei.—Abri um sorriso vitorioso, virando as costas.

Andei até o fim do corredor, e peguei minha chave para abrir a porta.

— Jade, espera!—Lorena gritou de longe.

— O que foi?— perguntei

Ela, com uma feição triste, respondeu:

— Homossexuais são aberrações aos olhos do pai, e todos vão pro inferno.

— Ah...— Suspirei, nem um pouco convencida. — Te vejo lá então.

Então abri a porta, e entrei no dormitório.

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