O Herdeiro

By Liv_Vieira

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Livro 2. Após uma gravidez difícil e complicada, Marlee finalmente dá à luz ao príncipe Benjamin Tames Armst... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13

Capítulo 3

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By Liv_Vieira


– O que faz aqui? – Saio dos meus devaneios e me levanto, encarando o soldado a minha frente.

– Precisava conversar com alguém. – Dou de ombros – Você é o único amigo que eu tenho, sabe disso.

Ele assente e faz um gesto com a cabeça para que eu volte a me sentar.

– Sabia que viria aqui. – Ele puxa um banco e se senta – A notícia se espalhou por todo castelo.

Passo a mão em meus cabelos e suspiro.

– Isso não é nada bom, Ian. – Digo.

– Sou apenas um guarda, mas sei que se isso for verdade, tudo irá mudar. – Resmungo e olho ao redor.

Ian estava certo e eu temia que tudo fosse verdade.

– Está animado? Amanhã será o seu dia! – Ele diz após algum tempo.

Deixo uma risada escapar.

– Confesso que estava bem nervoso, mas depois de tudo o que aconteceu no almoço, o baile não é a minha primeira preocupação. – Digo e me levanto.

– De qualquer forma, você deve se preparar. – Ele se levanta e sorrir – Esse castelo irá encher de princesas e todas elas esperam por uma dança com o príncipe. – Ele me olha com as sobrancelhas erguidas

– Estou muito animado para isso. – Digo ironicamente.

– Sei disso, meu velho amigo! – Ian diz com ironia e eu sorrio.

– A conversa está ótima, mas eu preciso ir. – Dou um tapa fraco em suas costas e sorrio – Boa noite, Ian.

– Precisa ir alteza, já está tarde. – Ele sorrir – Boa noite, até amanhã.

– Até mais, soldado Ian.

Coloco minhas mãos nos bolsos e saio em direção ao palácio. O único lugar que me fazia pensar com clareza, era o celeiro. Sempre fui familiarizado com aquele lugar. É um lugar calmo e tranquilo e sempre que posso, me escondo lá. Seja por querer um tempo para pensar ou apenas jogar conversa fora com o meu único amigo.

– Alteza! – O guarda em frente a dupla porta de madeira diz, antes de se inclinar e fazer uma reverência.

– Tenha uma boa noite! – Faço um aceno com a cabeça e me apresso a subir as escadas, indo diretamente para o meu quarto.

O dia foi longo e cheio de surpresas. Tudo o que eu mais quero é ter uma longa noite de sono. Tiro toda minha roupa, me deito embaixo dos lençóis e fecho meus olhos. Pronto para descansar o restante da noite. Pelo menos era o que eu esperava.

Horas depois...

Rolo na cama pela décima vez. A noite parecia interminável e mesmo tendo consciência de que a qualquer momento o sol irá aparecer, não conseguia dormir. Essa noite estava longe de acabar.

Me levanto vagarosamente, deixando alguns resmungos escaparem. Ando até a cômoda e me visto. Preciso sair e espairecer. Talvez o jardim seja o lugar ideal.

Saio do quarto e desço as escadas em silêncio. Já era bem tarde, mas isso não impedia algumas serviçais de concluirem os seus serviços.

– Eu preciso ir, não podemos arriscar – Paro ao ouvir a voz da Manu. O que ela fazia acordada?

– Eu sei disso, mas eu não aguento isso. Manu, eu lhe amo e mereço ficar com você. – Ouço a voz do Ian.

– O que quer que eu faça? Eu largaria tudo por você! Você sabe disso! – Manu diz com a voz aflita.

– Eu sei disso, meu amor. – Responde Ian com sua voz embargada – Eu te amo por isso.

Dou um passo a frente e vejo os dois se beijando apaixonadamente. Deixo um suspiro escapar e me aproximo dos dois.

– Porque não me contaram? – Pergunto, me sentindo traído.

Manu dá um pulo ao ouvir minha voz.

– D-desculpa, Ben... Eu... Não sabia como contar. – Ela tenta se desculpar.

– Pensei que confiasse em mim. – Direciono meu olhar para o meu amigo.

– Eu ia te contar, me perdoa. Isso tudo é muito arriscado. – Solto um longo suspiro.

– Quando pretendiam me contar? – Os dois se entreolham, mas não dizem nada – Certo. Pretende assumir um compromisso com ela?

– Benjamin! – Vejo as bochechas da Manu ganharem um tom avermelhado – Ian, não responde isso.

– Sim. – Ele responde, ignorando minha prima – Eu a amo. Não quero nada mais que sua felicidade.

– Certo! – Assinto vagarosamente – Só tomem mais cuidado.

– Obrigada, Ben. – Ela responde envergonhada.

Olho para os dois e me viro voltando para dentro do castelo. Minha prima está apaixonada pelo Ian... Tá bem, isso é um pouco estanho para mim, mas não posso reclamar. Ian é um bom soldado. Ele irá fazê-la feliz.

Agora, por qual motivo não fiquei feliz com o que vi?

Ela está bem. Está feliz e apaixonada. Não há motivos para esse sentimento tão repentino. Subo as escadas e vou direto para o meu quarto, entro e me deito.

Minha cabeça estava uma verdadeira bagunça e isso dificultava o meu raciocínio. Tudo estava tão confuso... Não sei porque estava tão enraivecido por ter presenciado aquele momento dos dois. Eu devia estar contente por eles. Mas não. Isso não estava acontecendo e talvez, devesse ser pelo fato de que eu nunca tive aquilo. Talvez nunca irei ter.

Mas a minha sorte pode mudar. Basta esperar.

* * *

Abro os olhos vagarosamente e sou recebido pelos fortes raios de sol em meu rosto. O dia parecia belo e calmo. Sem contar com a grande euforia que se encontrava no andar de baixo. Me levanto e me arrasto até a banheira. Depois de logos minutos, saio da banheira e enrolo uma toalha na minha cintura.

– Ben! – Ouço uma leve batida na porta.

– Espere um momento, por favor. – Digo e me visto. – Pode entrar.

Me viro para o espelho e termino de abotoar minha blusa. Me analiso de cima a baixo e fico satisfeito com o resultado.

– Oh! Meu lindo menino! – Encaro o reflexo da minha mãe pelo espelho e sorrio. Ela está lindíssima, como sempre.

– Mãe! – Sorrio e me viro – Por favor, sem discursos. Tudo bem? – Ela rir.

– Você é meu único filho. Como posso não admirá-lo? – Suas íris castanhas brilhavam intensamente – Hoje é o seu aniversário, só quero parabenizá-lo e dizer que você se tornou um homem incrível.

Mães. Sempre tão sentimentais.

– Muito obrigada, mãe. – Sorrio e deposito um beijo em sua testa – Eu que devo lhe agradecer. Você e o meu pai são os melhores pais que eu poderia ter e eu só me tornei quem sou hoje, graças a vocês.

Ela resmunga ao sentir algumas lágrimas em suas bochechas, mas logo se recompõe.

– Você é o meu orgulho. – Ela diz e me abraça fortemente.

– Você é o meu, mãe. – Digo após um tempo e me afasto – O que acha de tomar um maravilhoso café da manhã?

– Acho essa ideia ótima! – Ela segura em meu braço e me acompanha – Antes de irmos, temos que passar na sala de seu pai. Temos alguns assuntos pendentes.

Ela me informa e sei exatamente do assunto que tínhamos que tratar.

– Vossa majestade! – O guardo em frente a porta se inclina – Alteza!

Cumprimento-o com um aceno e entro na sala de reuniões. Encontro meu pai, meu tio Christopher, meu avô e minha avó, sentados na grande mesa. Puxo a cadeira para a minha mãe e me sento ao seu lado.

– O que houve? – Pergunto assim que me ajeito na cadeira.

– Seu avô leu o diário. – Minha mãe diz.

– A história é verídica ou não? – Pergunto.

– Sim. – Ele diz com o seu olhar perdido – Gaspar é o meu irmão.

Sinto meu coração pulsar freneticamente.

– O que mais descobriu? – Pergunto aflito.

– Esse diário era do meu pai. Ele escreveu tudo aqui. Detalhe por detalhe. – Meu avô desvia o olhar para mim – Ele teve um caso com uma serviçal e ela acabou engravidando... Mas, felizmente, eu nasci primeiro que ele.

Sinto um grande alívio em todo meu corpo.

– Isso significa que ele não tem direito? – Pergunto, sem conter o sorriso em meus lábios.

– Exatamente. – Ele sorrir satisfeito – Ben, por ele ser mais novo, significa que ele não tem direito ao trono. A linha de sucessão é clara, o direito de governar vai para o mais velho, e se por ventura, o mais velho falecer, o poder de governar vai para o irmão mais novo.

– Isso é ótimo! – Digo.

– Concordo com você. – Meu pai se levanta – Meus parabéns, filho. Hoje é o seu dia e nada irá estragar o seu momento. – Ele diz todo orgulhoso e me abraça apertado – Amo você.

– Obrigado, pai. – Retribuo o abraço – Também amo você.

Após algum tempo, todos já haviam me desejado feliz aniversário. Assim que me encontro sozinho, me sento e tento relaxar. O dia só estava começando. E eu terei que sair dessa sala com um belo sorriso estampado em meu rosto, afinal, hoje era o meu aniversário. Mas, por enquanto, ficarei nessa sala. Preciso me preparar para o restante do dia.

Como sempre digo, ser príncipe é uma dádiva. Sempre tenho tudo o que quero. Mas, apesar de tudo, tenho minhas responsabilidades e eu terei de assumi-las a partir de hoje.

* * *

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