ISABEL NARRANDO
- Já confundiram vocês alguma vez? - perguntou uma das minhas primas que conheci ontem a noite.
- Sim, muitas vezes. - Respondeu Bella, que diferente de mim já estava começando a gostar daqui.
- Se vocês me derem licença, eu irei me arrumar para sair com minha mãe. - Disse a elas.
- Tudo bem, vai lá. - Disse sorrindo uma das minhas primas, essa tem o cabelo ruivo igual ao meu e o da Bella.
- Hey. - Senti alguém puxar meu braço assim que sai da sala, olhei para trás e era Isabella. - Está tudo bem?
- Está sim, pode ficar tranquila. - Sorri. - Agora vai lá, se não vão esquecer você.
- Eles não podem, eu quero muito ir a praia. - Ela sorriu e me abraçou. - Mas antes olha aqui, lembre-se que estou disponível sempre que quiser conversar, tá bom? - Ela olhou para trás. - Agora eu vou mesmo porque se não eles vão me esquecer de verdade. - E assim ela saiu toda animada atrás do resto do pessoal.
Subi para o quarto onde eu estava ficando, e já entrei indo direto no banheiro para tomar um banho. Assim que terminei fui até minha mala procurar algo para vestir.
Acabei me esquecendo de perguntar para minha mãe o que devo usar, e o dia hoje está bem quente, provavelmente deve tá uns 34°C, não quero usar uma roupa que faça me cozinhar.
- Af!
- O que foi? - Minha mãe perguntou entrando no quarto no mesmo instante, parecendo adivinhar minha dúvida.
- É que esqueci de perguntar. - Sorri sem graça. - Como é para eu me vestir?
- Olha, coloque algo não muito formal. Como posso dizer. - Ela parou um pouco para pensar. - Algo elefante, mas confortável, porque como você pode ver aqui é bem quente. - Ela sorriu.
- Ok.
- Eu te amo, filha. - Ela veio até mim e beijou minha testa. - Esteja pronta as 11:30. - Disse e saiu do quarto.
Escolhi um vestido rodado de tecido leve estampado com flores, e um all star cano baixo preto para calçar. Antes de me vestir, dei um jeito no meu cabelo, que é o único traço eu tenho de diferente da minha irmã, pois o meu é cacheado e o da Bella liso, só que normalmente eu passo chapinha nos meus cachos, e por isso ficamos quase idênticas.
Mas hoje resolvi deixa-lo natural.
Assim que terminei de arrumar meu cabelo, passei um maquiagem leve, nada de base e pó, apenas rímel e um batom nada chamativo, e logo após fui me vestir.
Quando olhei o relógio vi que já estava quase na hora, então peguei minha bolsa (ela é de couro preto e cheia de franjas, sempre saio com ela, não a troco por nada, a Bella sempre briga comigo por causa disso), pego também meu celular e desço para encontrar minha mãe.
- Uau você está linda! - Meu pai diz quando me vê passando pela sala.
- Obrigado, pai. - Sorri para ele. - Por que não vai com a gente?
- Estou esperando seu tio para irmos começar a resolver alguns problemas. - Ele veio até mim e me beijou na bochecha. - Até mais tarde filha.
- Até, pai.
Fui para frente da casa e minha mãe já me esperava lá.
- Bell, você está linda!
- Obrigada mãe, você também está linda.
Ela estava com uma calça jeans cintura alta, uma sapatilha preta e uma blusinha regata em um tom de rosa bem clarinho, que combinou com sua pele morena.
- Obrigada, filha. - Ela sorriu. - O motorista chegou, vamos?
- Vamos.
Fomos para o carro e o motorista abriu a porta para mim e minha mãe.
O caminho foi silencioso e rápido, pois depois de uns 20 minutos nós chegamos.
O motorista nos deixou na frente do restaurante, que não era muito chique, mas muito bonito e elegante.
Entramos e fomos até uma mesa onde estava um homem olhando atentamente para o celular, mas assim que ele nos viu chegar ele se levantou e veio em nossa direção, e foi quando o consegui ver direito.
Agora eu te falo, pensa em um homem lindo multiplica por quatro, e ainda não chega nele.
- Yasmim, enfim você chegou! - Ele foi cumprimentar minha mãe. - É um prazer te conhecer pessoalmente.
- Igualmente, senhor Galisteu. - Minha mãe respondeu com um tom de nervosismo em sua voz.
- Senhor não, sou muito novo para ser chamado assim. - Ele tentou fazer uma cara de indignado. - Só Bernardo.
- Ok, Bernardo. - Ela sorriu.
- E quem é essa moça? - Ele perguntou para minha mãe olhando para mim.
- Opa, já ia me esquecendo, esse é a minha filha. - Ela me olhou. - Venha cumprimentar o moço, Isabel.
- Olá! - Fui para mais perto dele. - Me chamo Isabel.
- Olá Isabel! - Ele beijou minha mão, e eu provavelmente fiquei rosa nesse momento. - Me chamo Bernardo. - Ele olhou pra mim e depois para minha mãe. - Venham vamos nos sentar.
Nós nos sentamos e começamos a olhar o cardápio.
- O que vai querer, filha? - Minha mãe me perguntou.
- Não estou com muito fome, então pode ser o mesmo da senhora.
- Ok.
Fizemos os pedido, e minha mãe e seu chefe começaram a conversar.
- Então Yasmin, você deve estar se perguntando o porquê desse almoço. - Ele falou olhando para o celular e depois para minha mãe. - Não é mesmo?
- Na verdade estou sim. - Ela respondeu um pouco envergonhada.
- Apesar de estar a pouco tempo nesse ramo, eu sempre procuro saber como esta cada empresa que meu pai deixou para mim. - Ele sorriu. - Quando fiquei sabendo que iriam te transferir para cá, procurei saber mais sobre seu trabalho, gostei muito do que vi, e você também recebeu bastante elogios.
- Que bom. - Minha mãe parecia não saber o que responder.
- Te falaram que seu cargo não seria tão bom aqui quanto o que você tinha em Amsterdam, certo?
- Sim!
Ele ia falar alguma coisa mas nossa comida chegou bem na hora.
Almoçamos em silêncio, e quando todos terminamos de comer, a sobremesa chegou, e o homem continuou o que estava falando antes.
- Voltando ao assunto, gostaria de saber se aceita ser nossa nova diretora de marketing?
- Sim, com certeza! - Minha mãe respondeu animada.
- Ok, então amanhã vá até a empresa e organizaremos tudo. - Ele sorriu.
Eles mal começaram a comer a sobremesa e o celular da minha mãe começou a tocar.
- Com licença. - Minha mãe disse e Bernardo assentiu, ela foi até um lugar onde eu acho que era o banheiro.
Um silêncio tomou conta da mesa, e eu só conseguia olhar para o meu doce.
- Isabel, correto? - Ele perguntou depois de uns dois minutos.
- Sim! - Respondi ainda olhando para minha sobremesa.
- Quantos anos você tem?
- Vou fazer dezessete. - Dessa vez levantei o rosto e olhei para ele, que estava com olhos grudados em mim. - E você?
- Vinte e quatro. - Ele se sentou mais relaxado na cadeira. - Você é muito bonita, Isabel!
- Obrigada. - Olhei em seus olhos, e ficamos nos encarando por uns dez segundos até que ele abaixou o rosto e começou a comer sua sobremesa.
Estavamos terminando de comer quando minha mãe chegou.
- Filha, liga para o motorista da sua vó vim nos buscar, o Pietro está no hospital, ele passou mal. - Ela disse com a voz trêmula.
- Eu levo vocês. - Bernardo disse. - O hospital fica perto.
- Não precisar se incomodar. - Minha mãe respondeu. - E só eu ficarei no hospital, Isabel irá voltar para casa pra ficar com minha filha mais nova que está um pouco em choque com a situação.
- Não será um incômodo. - Ele se levantou. - Vou pagar a conta e levo vocês.
Ele pagou a conta e nós fomos até o estacionamento onde estava uma caminhonete linda.
- Pela sua cara achei que gostasse de carros do tipo Ferrari. - Disse a ele. - Mas acho que estava engana.
- Eu gosto mesmo é de motos. - Ele respondeu. - Mas quando o assunto é carro, prefiro os mais altos. - E sorriu para mim.
Ele abriu a porta para mim e minha mãe que foi na frente com ele.
Uns 15 minutos depois chegamos ao hospital.
- Obrigada, Bernardo. - Minha mãe agradeceu. - Aqui está o endereço de onde estamos ficando, já que a Isabel ainda não sabe andar por aqui.
- Ok. - Ele respondeu. - E não precisa agradecer.
- Cuide da Lauren. - Minha mãe se virou para mim. - Agora tenho que ir. - Ela desceu do carro e caminhou até a recepção do hospital.
- Venha na frente. - Bernardo disse sem olhar para mim.
Fui para frente, e ele saiu com o carro. Dessa vez o caminho foi longo, porque o trânsito estava com muito congestionamento.
Não conversamos muito, ele ligou o rádio, e foi apenas o som dá música que vinha de lá o caminho todo.
- Chegamos. - Ele disse parando o carro. - Muito bonita sua casa!
- É da minha avó. - O corrigi.
- Então tá. - Ele sorriu.
Ele tirou o cinto de segurança e veio em minha direção, até o ponto que consegui sentir sua respiração. Quando achei que ele iria me beijar, o mesmo abriu a porta do carro, mas ainda continuou com o rosto quase colado no meu.
- Até mais, Isabel. - Ele sorriu de uma maneira encantadora e se afastou de mim.
- Até, Bernardo.
Desci do carro, e caminhei até a porta da casa sem olhar para trás.
***
Olá pessoinhas, estão gostando da história? Espero que sim!
Coloquei uma imagem ali em cima para que vocês possam imaginar melhor como eles estavam vestidos!!
Beijinhos ♥