Além do Inevitável

By katyauthor

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Ao ser sequestrada e torturada, Holly finalmente é resgatada por Jack - como já era de ser esperado. O que el... More

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By katyauthor


Ethan chegaria em dez minutos.

            Depois de uma tentativa frustrada em tentar persuadi-lo sobre eu estar bem, ele insistiu em ver com os próprios olhos e ainda disse que se eu bloqueasse a entrada iria chamar a polícia. Eu não vou negar, tive medo e concordei. Ethan era protetor e quando ele dizia que faria algo, ele faz. Seja justo ou não.

            Desde a arrumação no apartamento, três dias atrás, eu havia mantido tudo organizado. Apenas por puro prazer e... bem, ter o que fazer era uma boa. Bumblebee estava se deliciando na nova caminha que Tibby havia comprado para ele.

            A batida na porta – a que eu mais temia – havia chegado. Respiro fundo antes de abrir a porta e revelo um irmão com a testa franzida e que me olhou de cima a baixo.

— Vai me deixar entrar ou vou ter que chamar sua atenção no corredor? — ele pergunta, erguendo uma sobrancelha grossa.

            Reviro os olhos e abro espaço para ele entrar.

            Era injusto como Ethan poderia ser maior que todas nós. E injusto que seus olhos fossem azuis acinzentados enquanto os meus eram de um simples castanho. Na verdade, Ethan poderia ser um chato na maior parte do tempo, mas ainda sim era um gato e todas as minhas amigas do colegial queriam ficar com ele. E quem foi a sortuda, foi apenas Amy. Minha cunhada que eu amo muito pois ela fez Ethan correr igual um cachorro atrás de osso. Era até engraçado, eu adorava.

— E olá pra você também, irmão — digo, fechando a porta. — Eu...

            Uma outra batida na porta me fez olhar para ele. Ethan abaixou a cabeça e bufei, abrindo a porta em seguida. Dessa vez era Ruby e Paige. Paige deu um sorriso simples, mas o olhar de Ruby era de "graças a Deus ela está viva para que eu mesma possa matá-la".

— Você chamou ela? — pergunto para Ethan, furiosa.

— Ela é sua irmã, Holly, não exagera — defendeu-se.

            Suspiro, irritada. Abro espaço para que elas possam entrar e Paige me abraça apertado.

— Graças a Deus você está bem! Estive tão preocupada, mas você está aqui. Finalmente, eu...

Paige, — advertiu Ruby, os braços cruzados e com uma carranca — agora não.

            Dou um olhar para a minha irmã mais velha e volto com um sorriso caloroso para Paige. Abraço-a de volta e deixo que ela se acomode enquanto meus outros irmãos estão em pé, encarando-me.

— Uau, não fazemos uma reunião familiar há um tempo. Ainda bem que eu não senti falta — ironizo, cruzando os braços.

— O que estava pensando, Holly? — pergunta Ruby, ao me ver revirar os olhos, ela dá um passo pra frente. — Não me ignore, McAdams! Você fugiu para Chicago com Jack sendo que meu casamento estava próximo!

            Franzo a testa.

— Ruby, você percebeu o quão egoísta você soou?

Egoísta?

— Sim! Egoísta. Eu fui atrás do homem que eu amo, fui atrás da minha felicidade e você só se preocupou com o seu casamento? Em planejar o seu casamento!

— Bom, pelo menos não precisei fugir pra outro estado pra provar algo — ela solta. — Aliás, não foi o mesmo cara que você se apaixonou que te largou há uma semana?

            Olho pra ela atônita.

— Não acredito que pôde ser tão baixa — falo em tom brando.

— Jack terminou com você? — Ethan pergunta, o rosto franzido. Ao me ver calada, ele não diz nada por dois segundos. — Eu sinto muito, Holly.

            Ruby olha pra ele, furiosa.

— Não é pra amansar ela.

— Eu não sou um bicho pra ser amansado, Ruby! Deus! — eu explodo, andando pelo meu apartamento.

— Ruby, por favor. Não piore as coisas.

— Holly já fez isso, Ethan! Você não pode imaginar o quão estressante vem sendo os jornalistas fazendo perguntas. Você sabe que Trenton é uma pessoa pública, isso jorrou ainda mais pro nosso lado. Tivemos que adiar o casamento por uns meses e...

— Droga, Ruby! — Eu grito. — Isso não se trata de você! De nenhum de vocês! Me desculpe se atrasei o seu casamento perfeito, mas não foi algo que eu planejei.

            Meus irmãos me olham assustados, principalmente Ruby. Havia lágrimas nos meus olhos e eu tentava pensar em outra coisa que não fosse a vontade de chorar. Meus irmãos me conheciam como uma pessoa fria, foram as raras vezes que me viram chorar – tirando a exceção da vez que Ruby e Paige vieram pra cá.

— O que está acontecendo, Holly? — pergunta Paige, a voz doce e suave que ela tem me chama a atenção. Ao encará-la, eu balanço a cabeça. Paige levanta do sofá. — Sabe que estamos aqui por você. Ruby está apenas preocupada, mesmo nessa neura de casamento. Ethan está cuidando de Amy com o novo bebê a caminho e...

            Olho para Ethan, surpresa.

— Bebê? Eu vou ter outra sobrinha?

— Ou sobrinho — ele dá um meio sorriso.

            Eu ando até ele e o abraço forte. Ethan corresponde o abraço e beija o topo da minha cabeça. Quando me afasto para olhar seu semblante, eu controlo as lágrimas.

— Você é um ótimo pai. E esse bebê terá muita sorte em te ter — sorrio para ele.

— Obrigada — ele sorri. — Só tente não chamar o meu filho de minibomba 2.0.

            Todos rimos.

            Olho para Ruby, ela tem o olhar arrependido mas eu apenas volto a caminhar entre a cozinha e a sala – já que eram acopladas no mesmo conjunto. O que separava era um simples balcão de mármore junto com as banquetas.

— Eu sei que vocês se preocupam comigo, assim como eu me preocupo com vocês. Somos irmãos e é isso que irmãos fazem — falo, olhando cada um diretamente. — Mas isso não quer dizer que vocês devem interferir na minha vida e dizer o que devo ou não fazer. Eu não faço isso com vocês.

— Não queremos interferir na sua vida, Holly, só ficamos preocupados com essa história e nem sabemos direito o que aconteceu... — Ruby pausa.

            Respiro fundo.

— Não acreditem na mídia. Só isso.

— Qual é, Holly! Você acha que é fácil? Você acabou de dizer que somos irmãos e sim, eu me preocupo com você. Não tem como você me evitar pra sempre — diz ela.

— Eu bem que tento — dou de ombros. Vendo olhares furiosos, eu tento consertar a minha ironia. — Tudo bem. Se preocuparam tanto comigo que nenhum dos três me ligaram. Ninguém veio me visitar. Não sejam hipócritas.

            Eles abaixaram o rosto, mas Ethan disse primeiro:

— Eu não consegui encará-la. Foi por isso que chamei Ruby e Paige...

— O que? — franzo a testa.

— Me senti culpado por não ter te protegido. Eu... eu não sei — ele ergue os ombros. — Amy tem tido problemas com a gravidez e eu estava cuidando de Sara, dela e de mim ao mesmo tempo. Quando soube de você por... uma revista eu fiquei louco!

— E eu só soube porque um jornalista me ofereceu mil dólares pra falar sobre. Quando ele citou o sequestro, e-eu gelei. Eu não sabia o que fazer e eu liguei para Ethan desesperada. Achava que ainda estava em Chicago e eu já queria ir te buscar de imediato — disse Ruby, suspirando.

— Eu soube pelo James — cochichou Paige. — Ele veio me perguntar como você estava e eu não sabia do que se tratava. Não faz nem uma semana que eu soube.

— Por que não veio antes? — perguntei a ela.

— Praticamente pelo mesmo motivo de Ethan — ela abaixa a cabeça. — E porque Tibby disse que você tinha terminado e precisava de espaço. Decidimos esperar um tempo, mas Tibby disse que você ainda estava de coração partido. Não poderíamos adiar mais esse assunto, Holly.

— Precisamos saber o que aconteceu. Se você está bem, do que precisa — diz Ruby, aproximando alguns passos. — Eu sinto muito por ter sido uma vaca.

            Sorrio levemente para ela e suspiro. Olho para minhas mãos e ergo o olhar para encará-los.

— Preciso que vocês me prometam uma coisa — vendo que concordaram, continuo: —, independente do que eu disser pra vocês... nada de julgamentos, apenas entendam os fatos e depois que eu contar, não entraremos mais nesse assunto.

            Suas cabeças concordaram e eles se sentaram no sofá de frente para mim enquanto eu sentava na banqueta. Respirei fundo e soltei o ar levemente. Eu amava os meus irmãos, mas eles nunca entenderiam o passado de Jack. E acho que esse seu passado é um segredo unicamente dele, não pertence a mim.

— Meses atrás eu havia magoado Jack e eu não tive a chance de dizer a ele o que eu sentia ou pedir desculpas. Eu o deixei ir — conto. — Jack é... totalmente diferente do que eu imaginava. Eu achava que ele era metido, garanhão, abusava de seu dinheiro e comia todas que via pela frente.

Linguagem — resmungou Ethan.

— Desculpe — dei de ombros. — Acabou que Jack provou ser um homem... magnífico. Era gentil, simpático, engraçado e não usava seu dinheiro pra me impressionar. Era apenas... ele. E quando descobri que ele iria pra Chicago, eu quis ir também. Eu queria fazê-lo entender que eu poderia mais e queria mais. Que talvez eu valesse a pena pra ele.

            As imagens aparecem na minha mente e eu sorri comigo mesma.

— Eu o surpreendi. Era a segunda vez que eu o via bravo comigo, mas ele logo compreendeu que eu realmente estava arrependida. Eu não posso falar sobre isso pois é algo pessoal dele, mas Jack teve uma infância difícil — digo. — Sua adolescência foi pura sobrevivência e ele acabou tendo alguns inimigos.

— Inimigos? — espanta Ruby.

            Ethan a cutuca pra ficar calada.

— E então... fui sequestrada. Foi... — eu fecho os olhos — a pior coisa que já me aconteceu. O que me mantinha viva eram as lembranças. Do papai, de vocês, de Jack.

            Meus olhos se enchem de lágrimas quando eu retiro um pouco do meu casaco de lã e viro de costas para que eles vejam as marcas de choque.

— Fui torturada — digo rapidamente, tampando com o casaco e virando-me lentamente. Os olhares eram de choque, tristeza e... possíveis lágrimas. — Enfim, Jack me salvou. Ele ficou comigo o tempo todo. Mas... em menos de um mês de tudo isso, ele terminou comigo. Disse que ele era ruim pra mim — solto uma pequena risada irônica.

— Talvez ele esteja certo — disse Ethan, a testa franzida. Ao ver meu olhar surpreso, ele suspira. — Olha o seu estado, Holly. É um milagre estar viva. Ele não te protegeu.

— Mas ele me salvou, Ethan — franzo a testa. — Não foi culpa dele.

— Querida, o que Ethan está tentando dizer é que... depois desse trauma, talvez ter se afastado dele tenha sido o melhor. Você mesmo disse que ele tem inimigos. Olha o que lhe aconteceu — diz Ruby.

            Olho para minhas mãos.

            Paige vem até a mim e abaixa para me olhar nos olhos.

— Sabemos que fez isso por amor, Holls — ela dá um pequeno sorriso. — Mas acho que a pergunta certa seria: valeu a pena tudo isso?

            Franzo a testa pois nunca havia pensado nessa pergunta.

— Eu via como Jack te deixava feliz — diz. — Mas, querida, o que aconteceu não era pra ter acontecido. Eu sei que não é culpa dele e ele te salvou. Graças a Deus que salvou! Mas poderia ser pior.

— Onde está querendo chegar, Paige? — eu fungo.

            Paige me encara, tentando achar palavras certas.

— Acho que você precisa seguir em frente e torna-lo uma lembrança bonita.

— Esquecê-lo? — eu arfo, desta vez as lágrimas descem.

— Não necessariamente — ela diz. — Mas seguir em frente será o melhor pra você. Um relacionamento futuro, sua carreira pode deslanchar.

            Eu arfo novamente, as lágrimas caindo compulsivamente.

— Dói. Isso dói — eu fecho os olhos com força. — Me apaixonar por aquele bastardo foi a coisa mais fácil que já me aconteceu.

            Paige limpa minhas lágrimas com delicadeza.

— Desapaixonar pode ser difícil, Holly. Mas você consegue e vai dar a volta por cima — diz. — Sinto muito por tudo e por ter não estado presente.

Nós pedimos desculpas — disse Ethan, levantando-se e vindo me abraçar. — Amo você, irmãzinha. Sinto muito... eu realmente sinto.

            Choro em silêncio durante o abraço e concordo com a cabeça. Ruby me abraça e pede desculpas novamente. Ethan puxa todas nós para um largo abraço em conjunto e eu agradeço por tal apoio.

— Eu amo vocês, mesmo quando brigamos e depois resolvemos — diz Ruby no meio do abraço.

— Eu amo vocês — diz Paige e Ethan.

            Todos esperam a minha resposta, mas eu apenas digo:

— Não esperem uma declaração minha, eu estou na merda.

            Eles riem de mim e ao afastar, sorrio para eles.

— Eu vou ficar bem. Tibby tem vindo ficar comigo de vez em quando, mas estou expulsando companhias. Quero ficar sozinha — coloco as mãos nos bolsos de trás da minha calça.

— Tem certeza? — pergunta Paige, franzindo a testa.

— Sim. Tenho certeza. Eu vou tentar arrumar algum emprego, talvez algum bico de fotógrafa e persistir na minha carreira.

            Ethan sorri.

— Tenho orgulho de você. De todas vocês.

— Ainda bem que você corrigiu ou eu iria lhe dar uns tapas — diz Ruby.

            Eu rio.

            Depois de uns minutos, todos me encaram.

— Eu estou bem! Deus. Quando vocês vão parar de me verificar a cada minuto?

— Nunca, somos seus irmãos e terá de nos aturar.

            Reviro os olhos.

— Vocês não deviam estar trabalhando? — cruzo os braços.

— Oh! Eu esqueci, tenho uma reunião em... dez minutos. Cacete! — xinga Paige.

Linguagem — nós três ressaltamos.

— Certo. Desculpem — ela diz, pegando sua bolsa e beijando cada um. — Nos falamos depois. Beijo, beijo!

— E eu preciso fazer um bolo pra hoje à tarde — diz Ruby, partindo em seguida.

            Olho para Ethan.

— Você precisa fazer um bolo também?

            Ele ri.

— Não, mas eu até que toparia um Red Velvet — diz ele, pensativo. — Tem certeza que está bem?

Sim, vai cuidar de Amy e Sara. Ainda não acredito que serei tia novamente! Quando você vai encapar o seu amiguinho? Já chega de filhos — resmungo. — Me sinto velha toda vez que lembro de Sara prestes a completar seu primeiro ano.

            Ethan franze a testa.

— Sara vai fazer um ano e seis meses, Holly.

            Chocada, eu olho para Ethan.

— Não brinca.

— Você deu de presente pra ela aquele andador.

— Pensei que você havia esquecido aqui em casa — cruzo os braços.

— Não — ele ri. — Provavelmente foi Tibby que comprou, ela sempre lembra dos aniversários. Ainda recebo os parabéns dela no meu.

            Sorrio.

— Ótimo. Aparentemente minha melhor amiga sabe melhor da minha família que eu mesma.

— Só um pouco. E ela já é da família.

— Certo. Claro — concordo com a cabeça.

— Eu vou indo, mas a gente se fala por telefone — diz ele, pegando seu casaco, dando-me um beijo na bochecha. — Até mais. Amo você, McAdams.

— Amo você também, McAdams — digo, vendo-o sair e fechar a porta.

            Suspiro pesadamente, sentando novamente na banqueta enquanto processava o que havia acontecido. Dou graças a Deus por ter irmãos como os meus, mas ainda sim era irritante em algumas situações onde eram super protetores.

            Vou até minha pequena cozinha e encho uma xícara de café. Caminho até minha janela e observo a neve parar de cair aos poucos. Abril estava finalmente acabando. O que era incomum em Nova York nevar em pleno abril. Mas tudo bem. Continuava lindo.

            Faço uma lista mental das coisas que eu gostaria de fazer e pretendo fazer. Quando o apartamento parece esfriar, vou até o aquecedor e o regulo. Bumblebee parecia agradecer.

            Sorrio para minha bola de pelos e faço carinho nele. Bee adora e esparrama na nova caminha. Levanto para levar minha caneca de volta para a cozinha e repasso a lista.

            Eu precisava dar uma espairecida.

            Precisava sair daquele apartamento.

            Disposta e motivada, eu coloquei roupas quentes para me aquecer do frio. Uma calça preta, blusa com mangas, coturno, casaco e uma toca. Como eu estava totalmente de preto, resolvi pegar uma echarpe verde-água que é da Tibby e ela deixou aqui por acaso. Peguei apenas dinheiro, meu celular e as chaves do apartamento.

            Desci de escadas mesmo e ao dar bom dia ao porteiro – pois eram quase onze horas -, eu olhei de um lado para o outro da avenida. Virei pra direita e caminhei para uma padaria. Pedi um chocolate quente e esperei ficar pronto. Observei as pessoas por alguns minutos e passei a olhar para a televisão, onde eu pude ver que falavam sobre a economia e o clima.

            Ao pegar meu chocolate quente, pagar e agradecer, saio da padaria bebericando e acabo parando em uma banca de jornais. Pego o jornal do dia e o folheio. Escuto o jornaleiro dizer alguma coisa, mas quando olho para cima, o meu olhar foca em uma revista logo atrás dele.

            Era eu e Jack.

            Havia uma manchete sobre o que aconteceu em Chicago, e quando a pego, há outra de uma revista local onde eu e ele estamos no evento do The New Yorker Hotel. A revista dizia que ficamos em terceiro lugar no quesito bem vestidos. Mas algo me diz que a outra revista era ainda mais polêmica. E as imagens me assustam.

            Eu estava ferida e no hospital. Há relatos de testemunhas dizendo besteiras e romantizando o ocorrido. Pessoas que, possivelmente, lucraram com essa baboseira. E...

— Holly? — pergunta alguém ao meu lado.

            Olho para a pessoa e me surpreendo.

— Sunny! Quer dizer, senhor Mitchell, como vai?

— Ótimo, ótimo — ele sorri. — E você? Soube que passou por uma barra...

— Estou melhor — interrompo-o, dando-lhe um sorriso forçado.

            Owen Mitchell era um homem decente. Havia sido um estagiário e funcionário exemplar, no entanto, ele parecia um tanto cansado. Seu cabelo estava maior, os olhos pareciam cansados e suas vestes pareciam amassadas.

— Tentei falar com o seu irmão, mas ele recusou minha oferta. Pensei de falar com você — ele sorria. — Claro, se você quiser.

— Do que se trata? — pergunto, afastando aquelas revistas e as colocando no final pra ninguém acha-la e beberico meu chocolate quente.

— Quero salvar a empresa de seu pai e eu já tenho tudo planejado, pretendo mantê-la por mais anos que eu puder — disse, animado.

— Oh, como isso será possível? Quero dizer, o senhor poderia investir em uma sua.

— Não vejo necessidades, aliás, queria honrar seu pai. Como já disse, ele foi um homem muito bom pra mim.

— Com toda delicadeza, senhor Mitchell...

— Me chame de Owen.

Owen, tenho certeza que meu pai agradeceria seus esforços, mas a empresa já está fora de mercado.

            Owen dá um sorriso tímido.

— É por esse motivo que eu queria o apoio de seu irmão por ser o mais velho e a empresa estar em seu nome. Mas, ele recusou e passou os domínios para mim, é um peso muito grande, senhorita McAdams.

— Meu irmão recusou? — franzo a testa.

— Sim. Eu quero reinventá-la. Melhorar e investir e pra isso preciso de um McAdams legítimo pra me ajudar com tudo isso...

— Está me pedindo pra trabalhar com você? — eu não posso evitar a surpresa em minha voz.

— Sim! — Ele anima. — Você é uma McAdams legítima e me ajudaria muito com todas as técnicas que possui.

— Técnicas? — eu solto um riso nervoso. — Eu só tiro fotografias, senhor Mitchell.

— E isso ajudaria ainda mais no quesito de publicidade. Eu lhe ensinarei tudo, iremos fazer cortes e investir na nova mobília. Podemos fazer isso juntos, você pode ganhar cinquenta porcento dos lucros.

            Minhas sobrancelhas erguem até meu coro cabeludo.

— É muita coisa pra processar — massageio a testa.

            Owen sorri.

— Podemos marcar um dia para você ver minhas propostas e você teria uns dias para decidir e, quem sabe, pensar em novas ideias para a empresa.

            Suspiro, pensando naquela proposta. A McAdams Media Group era a segunda coisa que meu pai amava depois da família. E eu precisava de emprego o mais rápido possível. Não tinha muito o que pensar.

— Podemos marcar agora?

            Owen se anima novamente, sorrindo largo e me puxa para caminhar junto a ele.

— Com toda certeza! Preparei portfólios, rascunhos, apresentação e tudo isso em uma pasta que você poderá levar para casa e analisar todos os detalhes — disse ele. — Irei te dar tudo agora e responderei todas as suas dúvidas.

— Ótimo, pois acho que terei muitas.

            Talvez milhares.


▪ o b s ▪

Fala gente bonita!! Como estão, folks? Olha, tenho visto algumas pessoas dizendo "nossa, vamos esperar rolar 6 meses ainda..." Não é bem assim, tá gente? Como vocês perceberam já estamos no capítulo 12, não tenho nem noção de quantos vão ser, mas do jeito que a história está se desenvolvendo, digo que alguns... bem grandes hehehe.

Os capítulos serão passados seis meses adiante onde terá alguns flashbacks para que vocês entendam algumas partes da história. Desculpas desde já pra quem detesta flashbacks, mas nesta história será importante para que vocês compreendam toda a trajetória.

Neste capítulo vocês já podem ver como tudo vai se iniciar, como tudo está começando a se ajeitar para Holly. E lembrem-se: ela está disposta a esquecer o Jack! Repitam isso sempre pra tia kakakak

Obrigada por todos os Ks, fico feliz por estarem gostando e me acompanhando sempre. Amo vocês, terráqueos <3 até o próximo!

Ah! E não esqueçam de dar o voto maroto e comentar o que achou do capítulo. Bejas <3

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