A Impostora [Completo]

By Mila_Colen

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Um reino. Um príncipe. Uma escolha. Uma mentira. O reino de Costa Luna está ansioso para o noivado de seu pr... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6 (Príncipe)
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9 (Romeu)
Capítulo 10
Capítulo 11 (Príncipe)
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17 (Príncipe)
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21 (Clarissa)
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24 (Príncipe)
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29 (Connor)
Capítulo 30
Capítulo 31 (Príncipe)
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capitúlo 35
Capítulo 36
Capítulo 37 - Penúltimo
Capítulo 38 - Fim
Bônus Especial!

Capítulo 18

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By Mila_Colen

- Precisamos conversar - diz a Rainha confiante, sentada em minha cama.

O tom de sua voz me causa calafrios, mas eu me mantenho ereta. A última coisa que vou fazer na vida é mostrar alguma fraqueza diante dela.

- Estou aqui - afirmo o mais indiferente que consigo.

Ela abre um sorriso ainda maior, e se impulsiona com as mãos para levantar da cama. Com os braços atrás do corpo, começa a caminhar pelo quarto, com o som alto de seus saltos perfurando até minha alma.

- Soube que você e meu filho estão muito próximos ultimamente - ela começa, tocando a pequena fotografia na mesa ao canto, minha mãe, meu pai e eu. Não respondo, estou muito concentrada em não mandá-la tirar as mãos da minha moldura. - Tenho que admitir que não gosto de ver meu filho andando com uma garotinha como você.

O modo como diz "garotinha" está carregado de significados ofensivos, mas eu não me afeto. Não ligo para o que pensa sobre mim.

- Acho que quem tem que gostar ou não da minha companhia é seu filho, não acha?

Ela se volta para mim, a ira em seus olhos que eu já estou tão acostumada a receber.

- Não tem a menor noção do perigo - ela me ameaça. - Não vou perder meu tempo com alguém como você, então serei direta. Fique longe do meu filho.

A proposta me parece completamente inaceitável. Não vou me afastar de Peter.

- A princesa Sophie e seu filho são noivos. Não pode me obrigar a ficar longe dele.

- Não posso te obrigar a ficar longe dele na frente do público - ela me corrige. - Fora dos holofotes, minha querida, saiba o seu lugar.

Ela para de andar e se posiciona a minha frente. É alta e esguia, e tem sempre esse ar ameaçador que paralisa todo o ambiente. Não é conhecida por sua bondade, também não é a preferida dos súditos, mas é respeitada e temida por outros países. E isso já é o bastante para ela. O poder e o controle serão sempre o bastante para ela.

- Não vou ficar longe do seu filho, a menos que ele queira.

Ela sorri, quase de forma penosa. Mas é tudo fingimento, nada dela é verdadeiro.

- Sabe que meu filho não gosta realmente da sua companhia, não sabe? - Ela se aproxima. Agora é a hora que vai jogar tudo em cima de mim. Fecho os punhos e me preparo. Ela não vai me abalar. - Peter sempre foi assim, sempre trazendo bichinhos machucados e sem salvação para casa. Ele gosta de bancar o salvador. Tem inveja do irmão, tem inveja de seus atos grandiosos. Ele gosta de coisas quebradas, Bennet. Você é apenas isso para ele. Um caso sem salvação que ele gosta de manter por perto. Gosta de se sentir o herói.

Dou um passo para trás. Ela não sabe do que está falando. Peter é muito mais do que isso. E o fato de sua própria mãe não enxergar que ele não é apenas mais um "garoto bancando o herói" me magoa imensamente.

- Está querendo dizer que sou um caso de caridade para seu filho? - pergunto, e ela concorda com a cabeça. - Está errada. Sabe que tenho problemas com o fato de ter sido banida quando criança e está se aproveitando da minha insegurança. - Agora é minha vez de atacar. Não vou cair em sua conversa. Se fosse qualquer outra pessoa me dizendo aquilo, talvez tivesse conseguido me abater, mas não acredito em uma palavra sequer que saia de sua boca.

- Ah, é mesmo?

- É, e está errada sobre Peter também. Ele é seu filho e devia conhecê-lo melhor. Ele não tem inveja do David. Ele ama o irmão, e se não vê isso, é porque nunca prestou realmente atenção. Os dois se amavam e se protegiam. Peter não tenta ser o salvador. Ele é bom. É uma pessoa boa, cheia de altruísmo e empatia.

Ela revira o olhos e troca o peso do corpo para a outra perna.

- Sabia que ia bancar a sentimental comigo, mas não estou para brincadeiras. Fique longe do meu filho - ela ordena novamente. - Javar!

Um homem alto e grande adentra no quarto, parece latino. Tem uma enorme cicatriz lhe cortando o olho esquerdo, que tem uma coloração esbranquiçada. Ele estica uma pasta amarela em direção a rainha, que nem sequer se vira para olhá-lo.

- Obrigada por seus serviços, Javar - ela agradece, e o homem faz uma reverência. - Está dispensado.

Ela gesticula com a mão, e o homem acena com a cabeça, retirando-se. Tem um andar forte e presente, o que me faz pensar que já foi algum tipo de chefe militar.

A rainha estende a pasta em minha direção.

- O que é isso?

- Por que não vê você mesma? - Ela aponta com os olhos e empurra a pasta novamente pra mim.

Pego o envelope ainda desconfiada, meus olhos não se afastando dos dela. Ela me incentiva a abrir, levantando as sobrancelhas e balançando a cabeça em direção ao envelope.

Meus dedos tocam a pasta áspera, e abro cautelosa. O terror toma conta de mim, e o envelope se espatifa no chão quando minhas mãos trêmulas cobrem a boca. O grito abafado sai quase imperceptível, e meus olhos marejam com a cena.

No chão, a foto de Dove pálida e estática, deitada com os olhos vidrados no horizonte cai mais afastada da pasta. Com a pancada, várias outras fotos se soltam e se espalham pelo carpete felpudo. Cada uma mais perturbadora do que a outra. Tem um corte profundo logo abaixo de sua garganta, e os olhos sem vida parecem quase pretos.

Uma sensação horrível percorre meu corpo e não é possível descrever. Medo, angústia, adrenalina, raiva e tristeza... Todo tipo de emoção me atinge de uma só vez e eu luto para permanecer de pé. O rosto da minha professora imortalizado em uma expressão de medo me atinge o coração de inúmeras maneiras distintas. Sinto-o se contorcer dentro do peito e fico completamente sem ação.

- Fique longe do meu filho - ela repete, depois aponta para as fotos espalhadas no chão. - Isso foi só um aviso. Não tente me desafiar de novo, ou da próxima vez será alguém que realmente lhe fará falta.

Um turbilhão parece atrapalhar meus pensamentos, e nem percebo quando a porta se fecha atrás da rainha. Quando finalmente me vejo sozinha no quarto, minhas pernas pendem ao peso, e caio sobre os joelhos no chão. Nem mesmo consigo chorar, tudo que consigo é tentar descontroladamente normalizar minha respiração. Parece que o ar simplesmente desapareceu.

Também não percebo quando Emma bate na porta, só percebo quando ela me olha assustada e coloca a bandeja de lado para correr até mim. Ela se aproxima e me abraça, para só então perceber as fotos espalhadas pelo chão. Seu rosto se contorce em uma expressão estranha, e vejo a tristeza inundar seus olhos.

- Você a conhecia? - ela pergunta baixo, diante da crueldade das fotos. Não tenho forças para mais nada. Apenas aceno com a cabeça. Ela olha para mim, depois para as fotos, e então para a porta. - A rainha. - Não entendo se é uma pergunta ou uma afirmação, e de novo apenas aceno.

A imagem da rua a frente do prédio de dança e nossa última conversa começa a se reproduzir na minha mente como em um filme. Apenas não consigo acreditar que ela não está mais aqui. Falava tanto da irmã, dos sonhos que tinha para ela. Estava finalmente se dando bem com o namorado. Estava feliz. E agora está morta, por minha causa. A culpa me consome como socos no estômago, e apenas desejo que aquele sentimento vá embora.

Abraço os joelhos e permito que toda minha raiva se liberte pelo choro. Emma me abraça, mas sequer sinto seu toque. Não sinto nada a não ser a culpa e a raiva tomando conta de mim. A imagem de Peter aparece em minha mente, e desejo desesperadamente seu toque, seu abraço, mas foi isso que me levou a essa situação em primeiro lugar, o que me faz chorar ainda mais. Penso em meu pai. Tudo que quero é seu consolo, mas nada de bom vai acontecer se ele me vir nesse estado. O melhor é guardar para mim e evitar meter qualquer outra pessoa inocente nessa confusão.

Emma me ajuda a levantar e me leva para o banho. Ela enche a banheira e então ajuda a me despir. Seu olhar de pena me mata por dentro, mas sequer tenho vontade de mandá-la embora. Não quero ficar sozinha. Ela me deixa na banheira e separa a camisola. No final, ajuda-me a deitar na cama e coloca a bandeja do jantar em cima de mim.

- Coma um pouco - ela pede. - Vai se sentir melhor, princesa.

Dou um suspiro cansado, mas pego o garfo. A comida não me atrai nem um pouco, e fico apenas brincando com o molho enquanto Emma se agacha para recolher as fotos que ainda estão espalhadas pelo chão. Ela me ergue a pasta meio sem jeito. Nem mesmo sei onde colocar isso. Jogo dentro da gaveta da mesinha ao lado e tranco o móvel, jogando a chave o mais longe no quarto que posso. Não me importo de nunca mais encontrá-la.

- Só um pouco mais - Emma insiste, apontando-me o prato, mesmo sabendo que ainda nem toquei na comida.

Ela senta na cama e me encara, cruzando os braços para mostrar que não vai sair dali até que eu obedeça. Reviro os olhos, mas faço o que pede e levo a comida a boca. Após algumas colheradas, ela parece satisfeita e retira a bandeja de perto. Sinto-me aliviada, mas não dura muito, e o habitual enjoo volta com tudo. Apenas deito a cabeça na cabeceira tentado espantar o mal estar.

- Vai ficar bem sozinha? - Emma para diante da porta, tentando se equilibrar com a bandeja e alguns vestidos.

- Vou. - Ofereço a ela um sorriso fraco. Não tenho outra escolha.

A porta se fecha, e o silêncio reina novamente. Odeio o silêncio, de todos os tipos. Sempre odiei.

Aconchego melhor nas cobertas e me sinto tão sozinha... Ontem mesmo estava nos braços de Peter. E se eu tiver um pesadelo de novo?

Tento fechar os olhos, mas até a escuridão me faz mal. Sempre fui uma pessoa diurna, e não sei por que, mas nunca gostei muito da noite. Da escuridão, do silêncio... Sou uma pessoa agitada, e nem mesmo quando estou sozinha e preciso me desligar, minha mente para de funcionar. Tudo em mim vive à flor da pele, quase queimando. Às vezes é bom, outras, como agora, nem tanto...

Reviro-me na cama de um lado para o outro, mas o sono nem faz sinal de aparecer. Tento afastar as imagens de Dove da cabeça, tento não pensar em nada, ou no mínimo em outra coisa, mas minha mente me tortura com minha própria imaginação. Cria cenas de Dove sendo abordada, assustada e deixada para morrer enquanto algum criminoso tirava sua foto para provar que merecia o dinheiro que ganharia às custas de sua morte, como se ela fosse um pedaço de carne.

A imagem da irmã me aparece na cabeça, chorando e inconsolável. Seu namorado, indo limpar seu apartamento. Minha mente cria todas as expressões possíveis que Dove pode ter feito durante o acontecimento, e cada uma delas é mais traumatizante do que a outra. Será que ela chorou? Será que se sentiu sozinha? Que sentiu raiva? Minha cabeça não para, e quanto mais a noite se aprofunda no silêncio, mais imagens aparecem em minha mente.

Meu corpo todo dói, como já há algumas semanas, mas dessa vez, simplesmente não me importo. Eu mereço essa dor. Dove sentiu medo e dor sozinha, o mínimo que posso fazer é sentir uma parcela que seja.

Os espasmos em minha cabeça também não descansam. Sinto como se alguém estivesse tentando perfurar meu crânio com um martelo. A dor vai se tornando cada vez mais forte, como nunca chegou antes. Quando minha visão começa a ficar turva, finalmente me convenço a tomar um remédio.

Pego a cartela na cômoda. É tudo que o médico do castelo me prescreveu nessas últimas semanas. Comprimidos para dor. Mas a dor nunca chegou a esse nível. Sinto que vou desmaiar a qualquer momento. Sequer consigo distinguir qual membro do meu corpo é qual.

Fecho meus olhos novamente e me obrigo a ficar quieta. A medida que as horas passam e a dor aumenta, vou pegando mais remédios na cartela. As imagens de Dove e seus familiares, e seus sonhos que ainda planejava para o futuro passam como um filme em minha cabeça. Minha mente é muito criativa nesse sentido. Sinto-me presa em um filme de terror sem fim.

À medida que os remédios entram, meu corpo vai se relaxando e vou ficando mais dopada. O sono vem quase forçado, e a última coisa que foco é no relógio marcando seis da manhã.

- Princesa - a voz de Herbie me desperta. Olho o relógio. São sete e meia. - Tens visita.

Ver Peter ali mexe comigo de maneiras que nem consigo explicar. Meu coração se acelera em uma mistura de ansiedade e tristeza. Sou apaixonada por ele, e ao mesmo tempo, tenho que manter distância. Como alguém sã consegue fazer isso?

Tento de todo modo interrompê-lo. Não preciso mais que me explique que não sente o mesmo. Não há mais necessidade. Mas então ele diz... Diz com todas as letras e em alto e bom som que está apaixonado. Por mim. Minha mente manda um comando imediato para sorrir, mas em algum lugar do meu corpo esse comando se perde, e me lembro de que isso não muda nada. Talvez só a minha dor.

O mando embora. O mando embora e me sinto péssima, como se fosse algo errado. Mas a rainha foi clara, e ainda tenho a pasta cheia de fotografias em minha gaveta para me lembrar. Ela não está brincando, e eu cansei de afrontá-la.

Não sei por que achei que seria uma boa ideia expor meus pensamentos sobre ela. A rainha é possivelmente a pessoa mais poderosa de Costa Luna. Como foi que achei que eu podia enfrentá-la? Não importa. Não vou cometer o mesmo erro novamente. Cansei de ser imprudente.

Nunca pensei que Peter me faria tanta falta, até me levantar e perceber que é tudo que eu consigo pensar. Eu quero chorar em seu abraço, rir de suas tentativas de distração. Todo esse tempo ele foi tão importante para mim, e eu sequer me dei conta porque estava muito preocupada com o fato de ter sido magoada por alguém no passado. Peter não me magoaria. Pelo contrário, eu o magoei. O fiz pensar sobre o assunto, e quando finalmente se abriu, eu o afastei.

Mônica aparece logo em seguida. Ela nem sequer bate na porta, apenas entra daquele jeito espaçoso que sempre tem e corre até mim.

- Disseram que precisava de mim, o que aconteceu? - ela pergunta ao se sentar na cama ao meu lado.

Levo meu olhar a ela. Devo estar péssima, e ela entende. Joga seus braços ao meu redor e não faz mais perguntas, apenas se contenta em acariciar meus cabelos.

O tempo passa sem que digamos nada, e sei o quão difícil deve ser para ela me ver nesse estado sem entender o que está acontecendo. Mas pela primeira vez, decido não contar a verdade para minha amiga. Era ilusão pensar que nossa amizade ou a relação com meu pai seria a mesma depois de aceitar me passar por Sophie.

O quanto menos Mônica souber, melhor.

Ela pega o celular pela quinta vez, olhando discretamente as horas na tela.

Solto um suspiro.

- Pode ir - digo quando ela o guarda novamente no bolso. Ela me olha, fazendo-se de desentendida, e eu reviro os olhos. - Está olhando esse celular a cada cinco minutos faz umas boas horas. Sei que vai voltar pra faculdade e tem coisas para resolver. Pode ir, vou ficar bem.

- Nem pensar. As minhas aulas podem esperar.

- Não, não podem, e sabe disso. - Alcanço suas mãos e me viro para olhá-la, que permanece relutante. - Sei que quer cuidar de mim e te amo por isso, mas não aguentaria se atrapalhasse a vida de mais alguém por conta das minhas escolhas.

- Está usando chantagem emocional contra mim, Chloe Bennet? - Ela sorri, com a testa enrugada.

- Estou. Agora vai.

Empurro suas pernas para fora da cama, e ela ri, jogado as mãos para o alto. Seu sorriso se dissipa quando seus olhos encaram a mesa ao lado da cama.

- Quantos comprimidos chegou a tomar, Chloe? - pergunta preocupada. Ela dá a volta na cama e pega a cartela amassada. - Está quase vazia. - Ela volta a me olhar. - Está sentindo muita dor?

Nego com a cabeça. Mais uma mentira.

Ela me olha desconfiada, e eu suspiro cansada.

- Dor de cabeça - informo, apontando para o local. E dores no corpo, e enjoo, e falta de ar... - Bem pouco, nunca demora a passar.

Desvio o olhar, se continuar encarando-a nos olhos, ela nunca vai acreditar em mim.

Mônica balança a cabeça, aceitando a explicação. Por enquanto, ela faz questão de ressaltar. Ela se abaixa e deposita um beijo em minha testa, saindo do quarto e me deixando sozinha novamente.

O silêncio agora não é mais tão desconcertante. Posso ouvir a movimentação do castelo e os sons da natureza no lado de fora. Caminho até enormes janelas e abro toda a cortina. A luz do Sol me cobre por inteiro, e o familiar calor chega a ser aconchegante. Fecho os olhos e respiro fundo. Sinto falta do jardim...

Vou até o closet e coloco qualquer vestido leve. Tento pentear os cabelos, mas eles apenas ficam mais rebeldes, e os prendo em um rabo. Quando saio do quarto, Herbie me analisa com um olhar preocupado. Ofereço a ele meu melhor sorriso, tentando mostrar que estou bem. Ele retribui com um sorriso fraco e os olhos tristes. Não consigo mesmo enganar ninguém.

Caminho até o lado de fora, e ar livre me dá novas forças. Lembro-me de me sentar sempre com minha mãe sob a sombra de uma pequena árvore que ficava na parte de trás do castelo quando era menor. Meu coração se enche com a lembrança. Contorno o jardim e vejo a árvore ao longe, escondida como sempre entre as outras árvores maiores.

Quando me aproximo, percebo que o lugar sob ela já está sendo ocupado por uma mulher elegante. Caminho em sua direção o mais discretamente possível, mas sem querer piso em uma folha seca, e o rosto da rainha da França se vira surpreso para mim.

- Louise - ela exclama surpresa, seus olhos no mesmo tom de azul que estou acostumada a ver todos os dias no espelho. - O que faz aqui?

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