"Quando o amor é verdadeiro até a pessoa mais lúcida se transforma em loucura da cabeça aos pés!"- Autor desconhecido
Malon King
Crane Country, Texas
Ano de 1994
- Filha, você é muito bebê ainda, não pode sair sozinha! - Mamãe diz brava.
Ela não entende?
- Mamãe, não estou sozinha, estou com Romani! - digo.
- Não, não esta, para de sonhar só um segundinho e conversa com a mamãe igual gente grande, ta?
Mamãe não acredita em mim. Mamãe não me entende e não me conhece, não igual Romani.
Mas amo mamãe, não vou desobedecer nunca.
- Desculpa mamãe.
- Eu só fico brava com você por estar preocupada, não quero que nada de ruim aconteça Malon... - Ela se agacha pra ficar do meu tamanho e me da um beijo.
- Então não posso mais sair com Romani? - digo triste.
- Não sozinha.
Pecos, Texas
Ano de 2005
- Malon, você esta bem? – Lexy pergunta. – percebi que você não dormiu.
- Não é nada de mais,
deve ser o stress da universidade.
Ontem, depois de Romani dizer aquelas coisas estranhas ela desapareceu. E na hora que deitei na minha cama elas começaram a fazer um sentido para mim.
Acho que eu dormi no máximo uns dez minutos, passei o tempo todo revivendo cada passo meu na universidade e pensando se deixei alguma coisa passar, em qual momento aconteceu uma coisa que não reparei. Fiquei me culpando por ser tão cabeça de vento e tentando descobrir as muitas coisas que aconteceram sem eu ao menos ter noção.
- Malon, ta tudo bem mesmo? – Lexy pergunta.
- Sim, ta, por que? - reviro os olhos, já disse que esta tudo bem e ela ainda me faz repetir?
- É que você esta a muito tempo sentada na cama encarando a parede, e a gente tem aula.
Aula! Verdade, tinha me esquecido do meu principal objetivo de estar aqui, os estudos.
Decido continuar com a calça do pijama (que por ser cinza, parece um moletom) só troquei minha blusa de bolinhas por uma regata e saí em desparada, porém sem antes me olhar no espelho.
Deuses, eu estava péssima. Meu rabo de cavalo estava cheio de frizz, olheiras, meu olhar super cansado e minha postura horrível (prefiro nem comentar os muitos machucados espalhados pelo meu corpo por consequencia a briga com Norah). Agora sim eu me pareço com uma universitária de verdade. Ou talvez com uma pessoa doente, não sei.
Agradeço aos Deuses por ter somente uma aula hoje, que é de Artes. Mas fala sério, quem vai à aula no sábado?
- Malu! Me espera! – ouço Lexy gritando atráz de mim.
Eu espero ela chegar, impaciente.
- Vou para artes agora. - digo querendo dizer que não iremos para o mesmo lugar e que não iremos juntas.
- Que bom! Tenho aula no mesmo prédio. – bufo e começamos a caminhar. – Então... Como você foi embora ontem? Quando voltei com Mary você não estava junto. – percebo que quando ela mesma menciona Mary seu olhar vai para o chão. Ignoro.
- Quando briguei com Norah, o Harry separou e me levou para o que eu acho ser a sua casa. – E eu, ao falar de Harry faço o mesmo.
- Verdade, me falaram da sua briga com Norah, fiquei preocupada.
E lembro da fala de Harry quando comentei que meus amigos estavam preocupados comigo:
"Eles não estão Malon, se não teriam separado a sua briga com Norah."
Realmente.
- Sim, ela me arrebentou. Se não fosse por Harry não sei o que seria de mim.
- Harry, Harry... – Ela pensa – Aquele que estava no quarto ne?
- Sim, esse mesmo.
- E você foi na casa depois?! Malu, você não esqueceu o que te falei sobre bebês de bandidos? - Ela diz tentando aliviar o clima pesado.
- Como esqueceria. - forço uma risada.
Bem, esta indo tudo melhor do que esperava. No momento que estava no meu quarto pensando cogitei em até não ir para as aulas hoje, receosa por conta de Harry e Norah. Mas minha responsabilidade gritou mais alto.
Porém eu também não conseguia evitar meus olhos espertos. Por todos os cantos eu procurava por Harry, e não sei o que esperava. Ele escondido atráz de uns arbustros tirando fotos minhas como os stalkers de filmes? Idiotice.
Eu e Lexy conversamos o caminho todo, mas não comentamos mais nada sobre a noite de ontem. Ela tem coisas que ela não quer me contar, e eu assim como ela tenho coisas que não quero contar também.
- Até o almoço Malu! – ela se despede de mim quando chegamos na minha porta.
E dentro da sala esta Harry, ele é a primeira coisa que olho, esta distraído enquanto mexe em duas canetas sobre sua mesa, lindo.
- Malon sua louca! – Mary grita.
- Oi Mary. – Digo sorrindo.
Ela estava como sempre, discontraída e sorridente, e também, como sempre, com Klein ou Sj atrás. E nesse caso somente Sj companhava.
- Oi meninos – digo.
- Malon! Nós ficamos preocupados. – Sj diz, e a frase de Harry me vem novamente a cabeça. – Klein disse que você teve uma briga feia com Norah por que você beijou o Micke.
- Sim, eu fiquei impressionada quando me contaram, nunca pensei que ele fosse seu tipo. – Mary diz. – E as pessoas também estão comentando que o Styles te levou para a casa dele depois, já conta tudo!
Sério isso? Eu apanhei por ter sido forçada a beijar Micke, tenho certeza que Klein viu, como podem achar que eu queria? Além de que Mary parece se preocupar mais sobre a fofoca que tenho para contar sobre Harry do que comigo mesma. Eu estava totalmente podre e machucada, e consigo ver que só se preocupam com o superficial.
- Olha, eu não beijei Micke por que quis, ele é um idiota. Norah compreendeu totalmente errado e preferiu bater em mim do que no babaca do namorado dela.- falo soando um pouco arrogante, mas eles pareceram nem ligar.
- Sabia que você não era dessas Malon – Mary me da um sorriso e soca o braço de Sj de leve – Viu! Falei que ela não faria isso, me deve um sorvete. – Pelo menos Mary apostou um sorvete no meu caráter.
- Depois Mary, depois – Sj diz bufando. – Enfim, conta logo sobre o Styles!
Penso no que contar. Bem, vou contar a verdade, não toda ela, mas vou contar.
- Ele foi o único que teve pinto o suficiente e separou a briga – Mary e Klein dão risada do meu comentário.
- E depois? – Mary pergunta.
- Depois eu desmaiei, ele me levou para o que acho ser sua casa – Falo igual falei para Lexy.
- Transaram? – Sj pergunta.
Dou risada. Eles definitivamente não me conhecem.
- Não! Ele só cuidou dos meus machucados e depois me levou para cá.
- Pois é. Falando em machucado, você está horrível.- Mary diz tocando meu olho um pouco roxo.
- Sim, estaria pior se Harry não estivesse lá.
Malon, ele te persegue igual um porco, para de fazer ele se sair por heroí, é isso que ele quer. Estou tentando jogar na cara dos meus amigos que eles não me ajudaram de uma forma indireta, mas isso não parece estar dando certo. Parece que estou vangloriando Harry.
- Nunca imaginaria isso, o Styles normalmente é tão, não sei. – Mary diz.
- Como assim?
- Gente, vão sentando nos seus lugares e ficando quietinhos – a professora de artes diz.
Eu, Mary e Sj andamos até os nossos lugares.
- Tipo, eu não conheço ele, por isso não posso dizer muito – Ela diz enquanto coloca seu material sobre a mesa - Para mim ele sempre foi um estrangeiro que trapaceia nas corridas, um puta esquesitão, ganha as corridas e vaza, sem ir para as "pós" nem nada.
- Você pareceu não conhecer ele no dia da corrida – digo também pegando meu material.
- É que... Eu nunca fui de reparar nele, às vezes o nome dele era falado nas rodinhas mas nunca dei muita importância.
Estranho.
- O que falam dele?
- Dizem que ele trapaceira na corrida, era bandido antes de estudar aqui, essas teorias idiotas de universitários desocupados. Klein diz que ele ganha por que ele é bom e tem estratégia,
bom, eu já não tenho tanta certeza disso.
- Meninas! Silêncio por favor, a aula já começou. – a professora chama a nossa atenção.
- Desculpa – dizemos juntas.
Achei que Harry havia entrado esse ano junto comigo, bom, pelo jeito não foi agora que entrou.
Tento afastar minha mente de Harry e prestar atenção na aula.
Estava no meu quarto desenhando. Havia perdido esse hábito depois que comecei a me esforçar mais na escola e a assistir séries, já que comecei a não ter mais tanto tempo e nem vontade.
Mas hoje estava inspirada, principalmente depois das aulas de artes, onde batemos um papo um tanto superficial sobre o romantismo, mas mesmo assim me fez pensar em quanto umas simples pinceladas baseadas na imaginação de um individuo pode nos fazer entender o que se passava dentro do mesmo, mesmo se a pessoa não quizesse passar nada com aquela pintura, sem querer ela sempre acabava passando, nem que seja numa expressão séria, num olhar vazio ou num céu nublado.
E isso me fez ter vontade de voltar a desenhar.
Até que meu celular vibra, meu corpo gela. Ele não vai ter a cara de pau, ou vai?
Mas todas as minhas exprectativas vão para o lixo quando vejo o nome "mãe" escrita na tela do celular. Leio a mensagem.
"Oi Luh, esta tudo bem por ai? Aqui está ótimo, a igreja recebeu um padre estrangeiro! E todos ficamos muito agradecidos em recebe-lo, fiquei um pouco triste em saber que você não estava aqui para ouvir sua sabedoria. Enfim, está tudo bem por ai? Espero que sim. Fique com Deus"
Quando vim para a universidade pensei que meus pais iriam querer me ligar todos os dias, saber como estou e como tudo vai indo. No começo até foi assim, mas agora se eu receber mais que um sinal de vida da minha familia na semana é muito. Não que eu esteja triste, mas mostrar que se importa às vezes é bom.
Minha familia era uma familia como qualquer outra, com problemas normais, tudo normal. Até que comecei a ter esses problemas, meu pai começou a ficar distante e minha mãe muito mais brava que o normal. A minha adolescencia inteira foi marcada por brigas e mais brigas, fora do que é considerado normal para um adolescente. Meu pai virou outra pessoa com o descobrimento do meu TDAH, já a minha mãe se sensibilizou muito.
Volto a desenhar, mas agora com cores mais vivas, de uma forma mais explosiva, não pensava, só agia. E desses atos, esses impulsivos e explosivos, que normalmente sai uma obra de arte. Um desenho lindo, colorido porém melancólico, e entre essas cores tem uma menina, escondida e discreta, porém ela existe e esta lá, e pelo seu olhar qualquer um saberia que ela esta prestes a cometer alguma locura a qualquer momento, talves essa loucura faça toda essa cor sumir, mas acho que ela não liga muito.
- Malu? Esta tudo bem? – ouço.
Era Lexy no quarto. Automaticante pego meu desenho e coloco embaixo de um caderno qualquer.
- Han... Sim, tudo bem, por que?
É a terceira vez que Lexy pergunta se esta tudo bem e me seguro para não gritar com ela. Caralho, se falei que esta, esta!
- Eu entrei no quarto e você nem reparou em mim.
- Nem todo mundo esta disposto a reparar em você o tempo todo Lexy. – digo arrogante enquanto coloco um tênis.
- Nossa Malu, que bicho te mordeu? Não falei nesse sentido.
Suspiro, tentando me conter.
- Eu sei, desculpa. – Pego minha bolça lateral. – estou saindo.
- Okay então – ela diz levantando a mão em rendimento e revirando os olhos.
Saio.
Esta tudo bem comigo, só precisava respirar ar fresco.
Respirar. Respirar.
Tudo bem, talvez não seja respirar. Fome talvez? Minha barriga parece estar borbulhando, mas tenho certeza agora que não é de fome.
Sento num banco de madeira da universidade. Acho, ou tenho quase certeza, que tem alguma coisa errada.
- Malon, quer alguma coisa? Você não parece bem. – ouço.
Por que todos estão perguntando se esta tudo bem? Esta tudo muito bem! Não podia estar melhor! Parece que o destino tirou uma folga para me irritar.
Olho para frente e vejo Harry se aproximando sério. Realmente, meu dia não podia ficar melhor.
- Estou um pouco estranha, parece que tudo saiu do automático, e se eu me esquecer de respirar ou de fazer meu coração bater eu vou realmente morrer - Olho para Harry e ele me olha estranho - Okay, loucura, esquece o que falei, minha pressão deve estar caindo.
Não sei o motivo de estar me soltando com Harry, mas sinto que deveria, sinto que ele vai me entender.
Harry se senta ao meu lado e pega na minha mão.
- Eu também sinto isso as vezes. Não sei por que essa sensação aparece, mas sei que parece aparecer sempre quando eu sinto a mesma coisa, mesmo sem eu saber o que. Estou certo? – pergunta.
Afasto sua mão da minha.
- Acho que vou na enfermaria.
- Eles vão fazer nada, talvez te dar uma bolacha de água e sal ou um chá de camomila. Tenta caminhar, assistir filme ou conversar. – Ele sugere, eu concordo enquanto me levanto para me retirar. – E essas três coisas ficam bem melhor quando você esta acompanhada.
Dou um sorriso sem ele perceber.
- O que você quer dizer com isso..? – pergunto, sem o olhar.
- Malon, sei que você deve estar assustada por causa de ontem.
- Com motivo. – o interrompo.
- Sim, claro, tanto faz. Enfim, eu quero me explicar, fazer você entender, sei que devia ter feito isso antes, sabe, me explicar, fui meio idiota. – ele para de falar e tudo fica em silêncio por alguns segundos. – Hm... Então... Posso te levar para um lugar legal para a gente conversar?
- Aonde? – pergunto.
- Também não sei, tive essa idéia agora. Se você tiver alguma sugestão. – ele sorri.
Eu tenho duas imagens do Harry Styles na minha cabeça. Ou ele é um ser completamente carente que persegue novatas e se paga de bad boy, ou ele é um garoto romântico incompreendido.
A idéia de um Harry apaixonado por mim, mesmo que estúpida, é bastante tentadora. Mas quando isso passa pela minha cabeça logo me dou uma tapa mental para eu abaixar minha bola.
- Tudo bem, pode ser – digo, e recebo um sorriso. – só por que sou muito curiosa.
- Sim, apenas por que você é muito curiosa.
Ele me manda aquele meio sorriso e caminhamos até seu carro.
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Iai gente, gostaram??
Até que postei rápido ne?? Estou tentando kkkkkkk Mas o preço da rapidez foi esse capítulo pequeno e meio chato rsrs
Bom, comentem, certeza que isso vai me motivar a postar mais rápido.
Da estrelinha também ❤❤
Gente como vcs imaginam a Malon? Alguma atriz ou sla? Eu imagino como uma garota super comum, com uma beleza completamente normal, nada tão uau. Uma versão menos bonita da Nina Dobrev kkkkkkk
Beijooos, qualquer coisa me chama bo twitter que sempre respondo por la : cyberlowh