Ono procurava na sala das gravações e encontrou a câmera da jaula dos híbridos e ficou animado.
-Achei, finalmente vou poder concluir a pesquisa que os Abulque nunca conseguiram, a procriação, ou acasalamento mesmo.- colocou as mãos na cintura e ficou observando o vídeo sendo gravado ao vivo.
Retirou um pen drive de seu jaleco e conectou ao computador, começando a passar todos os arquivos, quando terminou não conseguia tirar o sorriso do rosto.
Saiu da sala e foi em direção ao seu dormitório, passou os arquivos para o seu notebook, se sentou na cama e deu Play no vídeo.
Ele ainda estava acordado, então acelerou o vídeo até a hora que ele caiu no sono, começou a observar a mata e cerca de uma hora depois começou a ver movimentação, pena que a câmera não pegava tudo, ela mostrava apenas uma parte. Viu que a movimentação ficou estranha até de mais, e jurou ter visto alguma coisa. Um tempo se passou com aquilo e parou, ficou tudo calmo por cerca de cinco minutos e viu 343 levando Rafael em estilo princesa para um local mais escuro ainda, percebeu Rafa estava apenas com uma camisa, e a mesma parecia estar toda amassada e suja de uma coisa que o cientista preferia não pensar.
-Wow... Então eles realmente... "brincam"- riu e guardou o vídeo para mostrar depois para a chefe a sua "descoberta"
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-Okay... Estou querendo pôr logo em prática esse plano.- disse pensativo o castanho. -Temos que sair daqui.
-É, eu deveria ter te marcado bem antes você não acha?- Rafa o olhou confuso. -Eu poderia estar fora daqui a um tempão.
Rafael suspirou e desviou o olhar- É... eu queria te tirar daqui desde que eu era criança, nunca gostei que mal tratassem os outros, quem quer se fosse, até as pessoas de quem eu não era fã não gostava que acontecesse algo à elas...- olhou nos olhos de Leo, que estava curioso- só não tirei porque sempre me diziam que se você tivesse a chance ia matar tudo e a todos e sair mundo a fora e destroçar tudo o que via pelo caminho e coisas do tipo-
-Nossa, sério que pensam isso de mim?- perguntou incrédulo e Rafa apenas acenou positivamente com a cabeça- legal, eu sou foda- encheu o peito orgulhoso.
-Não, não é legal, você é um assassino que eu sei!-
-Não exagere-
-Exagerar? Você já matou pessoas que só estavam aqui trabalhando- Leo fechou a cara- quantos país, irmãos, maridos, filhos, você já matou? Ninguém gosta disso - levantou o tom de voz e Leo apenas se aproximava lentamente sem que Rafa percebesse- se você não se demonstrasse tão agressivo quem sabe você poderia est--- Foi interrompido por uma rasteira o fazendo cair no chão- Ow!
-Cale a boca! Você não sabe como eu me sinto! - disse alterado.
-Claro que sei! Sei muito bem como é ter a liberdade roubada - o maior o olhou com desprezo.
-Duvido-
-Sim, tenho certeza absoluta que o seu caso é bem mais grave que o meu, mas o meu foi em relação a o que eu iria ser quando eu crescesse...- coçou a nuca - minha mãe queria que eu fosse engenheiro civil... eu sempre odiei exatas, sempre tirei notar vermelhas e minha mãe falava que se eu quisesse ser engenheiro tinha que me esforçar e me aplicar na matéria, então eu sempre tirava notas máximas nas matérias de humanas, mas ela não ficava satisfeita, eu tinha que ser bom em matemática para ser engenheiro, claro a matemática é a base de tudo, mas só o básico, quando eu disse a ela que eu queria ser cientista ela quase teve um treco e ficou me esculachando dizendo que eu ia morar debaixo de uma ponte- deu uma pausa e riu de leve- mas melhor morar debaixo da ponte do que fazer um prédio todo torto que poderia cair a qualquer instante- riu novamente.
Leo olhou intensamente nos olhos verdes do castanho e pareceu pensativo, suspirou e começou a dizer calmo.
-Eu queria ser fazendeiro- Rafa o olhou estranho- É, isso mesmo, essa gostosura queria ser fazendeiro - apontou para o seu corpo e Rafa revirou os olhos.
-Hm tá, egocêntrico... Por quê?
-Eu sempre quis ter um espaço de terra para mim, plantar minhas coisas, criar meus animais, ter um lago cheio de vida, ser rodeado de árvores verdissimas e que na primavera ficavam super colorida de flores, cheias de frutas, e essas coisas, ter minha vida de paz... mas meu pai queria que eu fosse cavaleiro, ele ficou muito insatisfeito quando eu disse que queria ter uma vida de paz em um canto de terra só meu- fez uma feição magoada- eu sempre odiei esses caras. Quando sai de casa, eu batalhei tanto para ter minha vida, e quando estava tudo pronto, apareceu os cavaleiros e tomaram posse de tudo, roubaram os animais, mataram outros a sangue frio, estragaram minha plantação, arruinaram as árvores, colocaram veneno na água para acabar com os peixe e para fechar com chave de outro queimaram minha casa- era visível a raiva em seu tom de voz- e depois de tudo, eu descobri que foi meu pai que os mandou lá para eu desistir da fazenda e virar cavaleiro de uma vez.
-Isso... isso é horrível!-
-Se eu tivesse seguido os passos que meu pai disse, eu teria sido outro cavaleiro de demônio, eles sempre arruinaram vidas e mais vidas roubando, estuprando, matando...- suspirou cansado se lembrando de tudo que já viu em sua vida- graças que não existem mais.
-Mas como que isso era possível? Os cavaleiros não tinham medo de você por ter orelhas de cauda?- perguntou confuso.
-Na verdade eram híbridos, naquela época éramos muitos, mas com o passar dos anos fomos sumindo...
-Mas como que era? Tipo, os híbridos, como que surgiam.
-Bem, como você viu tem a mordida, ou seja, a marca- apontou para o pescoço do menor- Você transforma seu companheiro no companheiro para a vida, e também tem o nascimento normal-
-Wow... mas como que foram sumindo que podiam ter filhos normalmente? -
-Aí eu não sei, não era amigo das mulheres híbridas na época- fez um tom de deboche - Esta fazendo muitas perguntas para o meu gosto- semicerrou os olhos.
-Calma! Só mais uma por favor!- implorou fazendo bico e Leo apenas suspirou massageando as têmporas.
-Só mais uma- Rafa pareceu uma criança feliz quando deixam ela dormir na casa do amigo.
-Como funciona esse esquema de alfas e ômegas?-
-Estou falando coisa que não devia...- se rendeu por fim- bom, tem os híbridos betas, eles são os mais simples, sem graça, eles não tem cio, então não tem a capacidade de agradar seu parceiro se ele for tanto alfa quanto ômega, o lobo deles é tanto fêmea quanto macho- Rafa escutava com atenção- os alfas- apontou para si e fez uma pose gloriosa fazendo o castanho murmurar um "ridículo"- somos os donos da porra toda, os forte, corajosos, nós que transformamos os outros em híbridos, ou seja, somente nós temos essa espécie de veneno, mandamos em tudo e a todos, nossos lobos sempre são machos independente se é uma mulher alfa o lobo dela será macho, temos um dia de cio para satisfazer o companheiro, e os ômegas- olhou intensamente para Rafa - sempre são dóceis, mansos, carinhosos, obedecem, eles são os menores, um alfa do beta pode ter uma altura considerável enquanto um ômega raramente ultrapassa os 1,70 de altura.
-Isso é ridículo!-
-Queria uma explicação agora fica quieto para eu terminar, ômega- o castanho teve uma vontade insuportável de estrangular o maior- eles tem um cheiro bem mais forte e adocicado, e avisa quando o cio vai chegar, seu cheiro vai ficando mais doce ao passar do tempo- disse e cheirou o ar fazendo o menor corar- o cio deles dura seis dias e o lobo deles é sempre fêmea, até quando é homem, por mim os ômegas seriam os melhores, se eu fosse um beta ou ômega- riu sarcástico - o cio deles serve para satisfazer o alfa, apenas o alfa.
-Isso chega a ser constrangedor- cobriu o rosto com as mãos e ficou vermelho igual a um tomate.
-Eu ao respondi a sua pergunta- cantarolou e deu as costas para o menor.
-Espera- Leo se virou- como assim lobo?- o outro apenas o encarou por uns segundos.
-Depois eu te explico - deu as costas e começou a caminhar - agora estou cansado- Rafa apenas bufou e continuou sentado observando o outro se afastar.
-Ok...-
Se passaram alguns minutos e Rafael se levantou e foi em direção à toca para se deitar e tentar cochilar um pouco.
-Vou por esse plano em prática o mais rápido possível- cochichou para si mesmo enquanto tentava se aconchegar e ter um bom descanso- vou nos tirar daqui.
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