Narrador
O homem coiote se encontrava ainda preso a cadeira e quase perdendo a consciência de tanto apanhar e perder grande quantidade de sangue, mas mesmo assim Leonardo não parava até ele contar.
Deu um tapa na face do homem o despertando mais uma vez. Seu corpo estava lotado de facas e agulhas por todo seu corpo e tomava um banho de sangue próprio.
"Não é hora de dormir ainda bebê, se não contar desta vez, será o último corte, e pode ter certeza que será o pior de todos." disse o olhando com seus olhos escarlate brilhando de raiva e com impaciência.
O homem apenas o encarava com seus olhos roxos e pesados e estava com lágrimas secas em suas bochechas misturadas com sangue.
Leo olhou para a mesinha e tinha somente um facão cego e uma última tesoura, o resto das armas estavam no corpo do homem.
Pegou o facão cego.
Passou seu dedo pela lâmina que parecia ser totalmente cega, sem nenhum dente.
"Se você não contar, será decapitado, lentamente, e será super prazeroso para mim." Sorriu ladino e colocou o facão no pescoço do homem e começou a esfregar lentamente com força e fazendo o mesmo entrar numa crise de pânico.
"NÃO ! NÃO POR FAVOR! Eu conto! Mas não é certeza!" Leo parou e se afastou olhando nos olhos do homem. "Nós estávamos na direção de sudeste, não muito longe daqui, mas ainda é considerável o caminho. No meio da floresta! Na verdade nossa matilha é mais parecida como uma casa na árvore ou acampamentos, vivemos próximos até demais da natureza... Por favor, não me mate! Isso é tudo o que eu sei, ainda sou novo lá!" o homem começou a chorar de desespero.
"Hmm." se afastou e pôs o facão na mesa, olhou o cara amarrado e sorriu. "Parabéns! Acabou de garantir sua vida." virou para a porta, abriu a mesma e saiu.
Cesar esperava fora dos calabouços e se surpreendeu quando viu Leonardo saindo de lá mais coberto de sangue do que já estava.
Entrou e foi em direção à cela que o homem coiote estava para conferir se não o tinha matado ou algo do tipo.
Enquanto isso, Leonardo tinha ódio e raiva estampado em seus olhos, e por onde passava, os lobos abriam espaço para o mesmo passar e alguns abaixavam as orelhas e ficavam de cauda entre as pernas, o odor de ira era presente.
Se transformou em lobo e foi em disparada para o leste, para pegar seus lobos e irem a uma busca que não acabaria tão cedo.
~
Farejava o ar e andava na direção que o homem disse a ele. Estava separado de seus homens, todos tentando rastrear onde Evan e sua matilha poderiam estar. E todo o esforço era pouco. Leo sentia que Rafael estava perto, seu lobo o sentia.
~
Evan se sentou em uma cadeira em seu quarto e ficou observando Rafael derrotado no chão, com um filete de sangue seco em sua barriga e o mesmo se sentia nojento pelo que Evan tinha feito. Sentia a saliva seca em todo seu rosto.
Estava soluçando e ainda naquele aperto da coleira.
"Huuuum... vai ser muito divertido!" Evan falava sozinho só observando Rafa.
"Haha! Que grande sonhador você!" reuniu toda a sua força restante é desafiou o maior.
"Do que está falando?"
"Você e suas fantasias."
"Não entendo que qual fantasia você está falando, meu querido." ele riu pelo nariz.
"Você sabe muito bem do que estou falando." Rafa o olhou com raiva. "E isso não vai funcionar."
"Ahh vai, vai sim. E se não funcionar, eu vou fazer o que eu quiser com você." semicerrou os olhos violeta.
"Desista desse sonho."
"Não é sonho, tenho certeza que você vai entrar no cio pelo menos mais uma vez em sua vida, e você estará aqui, e eu estarei aqui, então acho melhor você calar a sua boca antes que eu mude de idéia sobre as questão de esperar." Evan disse lentamente e começando a se levantar da cadeira e caminhar em direção a Rafa.
Pisou com força na perna de Rafa, arrancando um grito de dor no mesmo. Sua perna começou a sangrar devido às múltiplas mordidas em suas pernas que reabriram.
"E você não me obedeceu quando eu disse para você arrancar essa sua linguinha afiada." apertou mais e mais a perna machucada do outro.
"PARA POR FAVOR!" Suas orelhas estavam contraídas e dar e com lágrimas novamente escorrendo pelas bochechas.
Rafa aprendeu com Leonardo a como se defender... Bom, pelo menos não estava conseguindo se defender contra Evan. Estava amarrado, quase imóvel de dor e ainda Evan aproveitava disso.
"Você deve ser submisso sem pestanejar." apertou. "Não deve abrir a sua boquinha para desafiar." apertou. "E deve obedecer." apertou. "A quem? Rafael? Pequenino ômega."
"O A-Alfa! Por favor! !!" começou a choramingar. Parecia que sua perna ia quebrar, ela estava começando a estalar.
"Exatamente, você não tem o direito de contrariar o alfa, você é submisso até o final da sua vidinha. E você sabe qual é sua função no ecossistema?" perguntou Evan com deleite por ver o sofrimento do pequeno. Rafael apenas ficou em silêncio. "Sim, dar prazer aos alfas e acalma-los quando é preciso. Servir sexualmente é a melhor definição para um ômega." parou de apertar e que abaixou e passou o dedo nas bochechas lambidas do menor, que agora chorava. "Eu acabei de mudar de idéia sobre o termo, esperar."
Rafa se desesperou.
O maior agarrou os punhos de Rafa sobre sua cabeça. "Ninguém mandou ser afiado." disse Evan e riu pelo nariz.
"Você é muito... muito...!" tentava achar alguma coisa para defini-lo mas não achava.
"Shh." pôs o dedo indicador nos lábios do menor para, mas o mesmo mordeu seu dedo e começou a sangrar. "AAAARG! Sua criatura infeliz." se levantou e começou a bufar pesado de raiva e se transformou em lobo, coiote falando melhor, ele espumava de raiva, rosnava alto e seus poucos pêlos estavam ouriçados. Rafael apenas se encolheu de medo. Não sabia o que ia acontecer.
~
Leonardo não parava de farejar, tentando encontrar o cheiro de morangos que sentia tanta Saudades. Seus lobos faziam o mesmo na esperança de de ajudar o rei alfa a encontrar o pequeno ômega.
Com o passar dos meses Rafa conquistou o coração de muitos lobos e algumas lonas que eram da matilha do Leste, fazendo muitas amizades com os lobos carrancudos da matilha. Ele transformou muitos corações de pedra em geléia. Era realmente amigável e amável com todos os betas e alfas.
Também tinha alguns guardas do reino do norte, junto com Cesar e Gunter que também estavam tentando ajudar.
"Acho melhor nós pararmos agora é descansar, já estamos a quilômetros procurando e nada!" disse Alan se transformando em humano.
O grande lobo negro de olhos escarlate apenas o olhou e rosnou, como se fosse um 'Não', e continuou a farejar o ar. Ele sentia que Rafa estava por perto.
Ignorou Alan que só o observava em sua forma humana, também sentia falta de Rafa, e da sua personalidade. Decidiu se transformar novamente em lobo e continuar procurando. Hora se passavam e nada. Todo mundo estava cansado, exausto para ser mais exato.
Leo não desistiu, farejou e farejou. Quando estava quase desistindo de procurar para descansar um pouco, sentiu um cheiro familiar bem fraco de frutas silvestres. Correu na direção do cheiro e encontrou um arbusto de morangos.
"Isso não faz sentido." pensou consigo. Sentiu o cheiro dos morangos e percebeu que era um odor diferente. O aroma que tinha sentido antes era diferente. Ignorou os morangos e seguiu em frente. Se transformou um humano e ficou parado analisando o espaço ao seu redor. Algumas árvores mortas, plantas secas no chão, alguns troncos pelo caminho... Começou a caminhar tranquilamente pelas plantas secas fazendo estalos quando quebrava até sentir um barulho de madeira solta sobre seus pés. Olhou para baixo e tirou as plantas de cima, era um alçapão.
Ficou animado e feliz, poderia ser o esconderijo. Porém a porta começou a estalar com Leo em cima e a mesma quebrou, fazendo com que ele caia bruscamente dentro do mesmo. Era um túnel escuro. Rolou sem nenhuma delicadeza até o chão e caiu de cara. Quando se levantou lentamente seus cabelos e roupa estavam cheios de folhas e galhos e soltava alguns gemidos de dor pela pancada que levou.
"Ah... casete... minha cabeça..." ficou de pé e começou a andar com cautela e orelhas levantadas. Em uma das portas tinha luz e um barulho notável. Espiou pela fresta da porta e viu muitos coiotes com cervejas, gritando, comemorando e outras coisas do tipo, e viu também que tinha alguém em um palco fazendo um show.
Era uma mulher somente com uma calcinha fazendo uma dança sensual. Quando conseguiu ver seu rosto, viu que era Olivia. "Vadia." Sussurrou com raiva, essa ele iria matar.
Andou novamente pelos corredores que tinha muitas portas, e quando uma delas começou a ranger, Leo correu e se escondeu em um lugar escuro, fazendo com que ele sumisse na escuridão.
"O quê você acha que o chefe vai fazer com aquele ômega?" Leo ficou em alerta.
"Sei lá cara, só sei que não será com muita delicadeza." ambos os guardas começaram a rir e se afastavam de onde Leo estava.
Leonardo ficou pocesso de ódio, não ia deixar ninguém fazer nada com Rafa, quando ele notou, estava rosnando e seus olhos brilhavam. Andou mais pelos corredores e escutou um grito, e corou na direção que tinha ouvido. Conforme chegava mais perto, foi identificando de quem era o grito e ficava com ira mas veias.
Viu pela fresta da porta e viu Evan rindo enquanto Rafa estava... cheio de hematomas pelo corpo, mordidas, roxo, sangue... e estava preso por uma coleira que parecia o enforcar, era visível o esforça que ele fazia para respirar.
Bateu na porta com toda a raiva e fez um estrondo enorme, chamando a atenção de Evan, que o olhou com desdém, e de Rafa, seus olhos verdes brilharam ao ver Leo, e sua felicidade era visível.
"Como você ousa?!" Disse Leonardo entre dentes e rosnando, começando a caminhar lentamente para dentro do quarto com os punhos fechados e passos firmes e pesados, sua visão estava vermelha de raiva e só conseguia pensa um um objeto mas com várias opções.
Matar. Estraçalhar. Abrir. Cortar.