Noites de Inverno

By demonjaureg

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Itália, 1983. A era do romantismo. De um lado, Lauren Jauregui, uma fotógrafa boêmia de vida pacata na pequen... More

Prólogo
Princesa intocável
O encontro.
Lembranças e perfume
Destino.
Euforia
Encontro de almas
Outra vez
Sono innamorato di te.
Sentimenti contrastanti
Desejo e paixão
Motivos...
Amizade
Complicações
Guarisci i lividi.
Amar livremente.
Promessas
Garanzia
Consequences
Piacere
Una soluzione
A Decisão
Desvios
Amor
Eu te amo
Momento indescrivibile
Nuova fase
Dois corações
Você é o motivo

Realidade.

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By demonjaureg

Boa noite, pessoal!!! Essa semana foi uma semana cheia de emoções por causa da Camila, hein?? Essa menina nasceu para cantar, compor... a mente dela é maravilhosa e o mundo precisava conhecer mais a fundo do que ela é capaz de fazer. Eu estou tão orgulhosa por esse trabalho que ela está tendo, essa dedicação, essa nova fase de sua vida está vindo com tudo e dá para ver como ela está sendo feliz. Só temos que agradecer e orar pelo sucesso dela e das outras meninas, não é mesmo?!

Obrigada a todos os comentários e votos no capítulo passado, eu leio cada um com um sorrisão no rosto, sério, vocês me motivam a voltar aqui e escrever.

Me desculpem a demora de estar atualizando essas fanfics, eu prometo encaixar um dia na semana para atualizar.

OBRIGADA AOS 14K DE VIEWSSSSSSSSSSSSSS

Esse capítulo mostra a realidade de muitas pessoas que sofrem ou sofreram por causa do preconceito, seja ele racial, social, homofobia ou qualquer tipo de discriminação. Bom, essa fanfic é passada em uma época que muitas coisas não tinham essa visibilidade em que temos hoje, então foquem nos detalhes e comentem a opinião de vocês, vai ser importante debatermos sobre isso.

23 de janeiro de 1983. Itália, Génova.

Lauren sorria alegremente para o menino deitado ao seu lado olhando para o céu. O sorriso dele era pleno como o dia, seu olhar era puro como o amor, suas sobrancelhas clarinhas como a cor de sua pele deixava-o parecido como um anjo. Lauren retirou a câmera fotográfica que estava sob seus seios e levanto-a delicadamente para que o seu pequeno amigo não retirasse sua atenção do céu, e assim o primeiro disparo saiu.

Lauren olhou para a máquina e sorriu largamente para o resultado da sua fotografia. Para ela, a fotografia era isso. A arte de fotografar não estava em apenas tirar uma foto e moldura-la porque achou bonita, mas sim registrar aquele momento que poderia apenas ser memorável, algo físico, e algo não sentimental. A fotografia para Lauren nada mais é do que o sentimento, do que uma realidade que muitas das vezes o olho nu não consegue captar por não envolver emoção, não envolver prazer, paz ou até mesmo a tristeza. Ela fotografava porque adorava sentir o que as pessoas transmitiam através de um momento em que achavam estar sozinhas, mas estavam sendo observadas por uma lente que captura sentimentos, sensações e os registram.

Olhando para aquela foto e analisando os aspectos, ela percebeu mais uma vez que não havia fotografado uma pessoa, no caso, seu amigo Fredderico, mas sim o que ele estava transmitindo, a plenitude.

- Lauren, você acha que um dia o céu vai se acabar? – Perguntou o pequeno.

- Eu acredito que em algum dia, tudo isso aqui vai se acabar e se recriar assim como já aconteceu antes. – Respondeu Lauren ao colocar a câmera em sua barriga.

- Você acredita em Deus? – Perguntou novamente.

Lauren olhou para o menino que a observava atentamente, obviamente interessado em sua resposta. Suspirou fundo e sorriu carinhosamente para ele que retribuiu, mas não desviou o olhar.

- Eu acredito. – Respondeu.

- Então por que existe tantas coisas ruins acontecendo? – Perguntou com os cenhos franzidos.

- Ascolta bene (Ouça bem) – Lauren iniciou. – Eu me perguntava todos os dias se Deus existia mesmo quando meus pais faleceram, mas eu percebi que sempre quando acontece alguma coisa é porque o homem lá de cima permitiu e não é atoa. Com a morte dos meus pais e pude crescer, eu pude sair debaixo da proteção da minha mãe, pois realmente esse mundo é cruel e muitas coisas ruins acontecem o tempo todo. Tudo o que acontece hoje em dia já aconteceu no passado e houve destruição, houve morte e essa Terra foi lavada de todo o mal que acontecia, porém a maldade está dentro das pessoas que não conhecem o amor de verdade. Não conhece o amor que um dia as salvaram de todo o mal. Então todas essas coisas que acontecem é com uma finalidade que nós não sabemos, mas o Padre del cielo (papai do céu) sabe de todas as coisas. – Finalizou.

- Que amor é esse que você falou? – Muito curioso perguntou.

- O amor de Deus. – Respondeu sorrindo.

Muitas pessoas veem Deus como o responsável de causar dores, causar a pobreza, como por exemplo o sofrimento da população que reside no continente Africano. Em todos países existe pobreza, de modo mais abundante ou menos. Mas o continente onde existe mais pobreza em todos os aspectos é em África. É o continente que mais precisa de ajudas, e muitas vezes as ajudas são uma gota no oceano porque a pobreza é imensa e as ajudas não chegam para tudo. África é dos continentes que mais sofre o impacto dos desequilíbrios em termos de desenvolvimento. É o continente mais pobre do mundo e possui o maior índice de mortalidade infantil. Os conflitos armados, as epidemias, o agravamento da miséria, o apartheid, tudo contribui para a degradação do continente. Depois da descolonização, as guerras civis tornaram-se constantes, cerca de 20 nações africanas entraram em guerra. O continente africano é rico em minerais, ouro, diamantes, petróleo e outros recursos naturais que deviam potenciar o desenvolvimento, só que são aproveitados por outras potências mundiais, o que provoca conflitos e não contribui para o desenvolvimento do continente. Os europeus com a expansão económica exploraram toda a riqueza que a África possui, deixando ao continente eternos conflitos de fronteiras e religiosos. Os países ricos ainda aproveitam os povos africanos, fazem escravos e traficam milhões de africanos. Um dos problemas históricos que acentua esta degradação é o racismo devido ao apartheid, que gerou discriminação perante as pessoas de outra raça e de outra cor e classes sociais.

A África é também o continente onde os Estados investem menos em saúde. Como por exemplo, na Tanzânia e em Malawi, existem apenas dois médicos por cada cem mil habitantes. Muitas regiões não têm ambulatório nem laboratórios. Não têm acesso a medicamentos. Não há tratamentos. Há falta de hospitais, de médicos e de equipamentos de saúde. Todas estas doenças, e toda a falta de condições de saúde, fazem com que a população africana viva em sofrimento e em pobreza, porque ao estarem doentes são excluídos da sociedade e vivem longe de tudo e de todos, sem nada, como se fossem embora para morrerem sozinhos, o que acontece especialmente às vítimas da lepra.

Isso não é culpa de Deus, é culpa do homem. O mundo é mal, mas se existe alguma pessoa boa, uma pessoa que lhe traga paz, que se importa com o bem-estar de alguém, essa pessoa é escolhida por Deus para iluminar a escuridão que abrange a população dominada por maldade e desamor.

- Vamos? Está começando a escurecer. – Anunciou Lauren, após um período de silencio.

- Vamos! – Respondeu o pequeno já se levantando e oferecendo sua mão para servir de apoio para Lauren se impulsionar para cima.

- O trem deve estar na estação, se chegarmos rápido podemos até ir sentados para casa. – Disse Lauren.

- Mai andare via? (Já vão embora?) – Uma terceira voz se fez presente e Lauren pode sentir os pelos de sua nuca se eriçarem ao ouvir o som daquela voz.

- Não podemos demorar muito senão minha vovó pode brigar comigo e com a Lauren. – Fredderico respondeu para a mulher que estava atrás de Lauren. Se fosse possível, ela estaria ouvindo os batimentos cardíacos da morena em sua frente, e Lauren estava agradecendo por não ser possível tal ato.

- Fiquem mais um pouco. Eu moro nessa casa aqui de frente e percebi vocês muito tempo aqui, vim trazer um bolo para lancharem. Ficarei triste caso recusem. – Disse e Lauren virou para olhá-la. Seus olhos nunca viram tanta beleza, e pode jurar que se fotografasse aquele momento, ele seria registrado como amor.

Arregalou os olhos com tal pensamento e esse ato não passou despercebido por Camila que levantou uma das sobrancelhas em confusão.

- Agradeço a gentiliza, Camila. Mas devemos ir. – Disse e ouviu o resmungo de seu pequeno amigo.

- Eu estou com fome! E já que você conhece ela podemos comer porque não é comida de um estranho. – Disse e Lauren suspirou. Eles passaram o dia fora, não comeram nada, de fato o pequeno estaria faminto.

- Tudo bem. Não demore. – Pediu e olhou para Camila que estava com um sorriso no rosto, mas Lauren pode perceber através de seu olhar que havia algo lhe deixando triste. A vontade foi de perguntar, mas ela não o faria, estaria sendo invasiva demais.

- Non si mangia? (Não vai comer?) – Camila perguntou para Lauren logo após ambos sentarem-se.

- Non grazie. (Não obrigada) – Respondeu. A mulher de cabelos negros mostrava-se tão dura e impenetrável, mas ela não conseguia ser de outra forma, ela não conseguia expor o que sentia por aquela linda garota de olhos castanhos escuros que lhe olhava como se estivesse tentando entender o que se passava em sua mente.

- Eu que fiz. Não vai me dizer o que achou? – Camila perguntou e pendeu um pouco a cabeça para o lado e Lauren deleitou-se internamente com tamanha fofura.

- Delizia! Meglio di mia nonna. (Delícia! Melhor que o da minha avó.) – Fredderico respondeu afoito e Lauren riu, fazendo Camila sorrir ao ouvir sua risada.

- Eu amo cozinhar. É uma das minhas coisas favoritas. – Camila disse e Lauren sorriu, ela também adorava cozinhar.

- E qual é sua coisa favorita? – Lauren perguntou assim que pegou um pedaço de bolo sabor laranja.

- Dançar. Eu realmente amo dançar. – Respondeu.

"Era uma noite feliz.

Famílias reunidas naquele parque, crianças comendo algodão doce, casais apaixonados se beijando enquanto compartilhava de uma pipoca doce.

Lauren não registrou essas imagens com seus olhos, mas sua câmera captava todos os momentos.

Um som de violino lhe chamou a atenção e procurou com o olhar de onde vinha o toque suave, e encontrou.

Havia um homem de paletó surrado e uma cartola no chão virada para cima com algumas notas e moedas dentro da mesma. Ele tocava de olhos fechados e um sorriso sereno estampava seus lábios. Aquela cena aqueceu o coração de Lauren de uma forma absurda. Aproximou a câmera lentamente até seus olhos e se perdeu nas sensações que sentira ao observar através das lentes de sua câmera fotográfica uma garota.

Uma linda garota.

Ela trajava um vestido cor da pele e dançava de uma forma que parecia que o som do violino sugava sua alma.

O laço azul em sua cabeça. O sorriso sem mostrar os dentes. Os olhos fechados. Os movimentos de suas mãos dividindo a glória com seus quadris em um movimento suave prendeu a atenção de Lauren que não percebeu quando começou a fotografar, ela só ouvia o barulho dos disparos de sua máquina.

Ela estava enfeitiçada com aquela cena. Ela sentia como se seu espirito estivesse embalando em uma dança suave com aquela garota ao som do violino.

A garota da noite de inverno"

Lauren se recordou da primeira vez em que havia visto Camila e sentiu seu coração pulsar mais rápido com a lembrança da menina em sua frente sendo consumida pele prazer de dançar. Ela pode sentir a alma da Camila sendo guiada pela música e seu corpo acompanhar os relances da melodia que aquele homem tocava em seu violino. Suspirou ao se dar conta que talvez estivesse com uma cara de retardada e arrumou sua postura.

- Foi pra onde? – Perguntou Camila sorrindo.

- Como assim?

- Você viajou agora. Quero saber para onde foi. – Respondeu e Lauren sorriu.

- Para o paraíso. – Respondeu e Camila sentiu uma pontada em seu coração, mas não era uma pontada ruim. Era uma sensação gostosa.

- Não quer me levar pra lá também? – Perguntou. Decidiu levar essa conversa para outro rumo, seus lábios sendo puxados por seus dentes estavam fazendo Lauren se perder por alguns segundos.

- Ás vezes vou para o inferno também. – Respondeu e sentiu um leve desconforto em sua calça ao ver a língua de Camila umedecer seus lábios.

- Parece ser interessante. – Camila disse e sorriu.

- Você namora? – Lauren mudou o assunto rapidamente com a primeira pergunta que veio em sua mente. O interior de Camila deu pulos de alegria ao conseguir com que a moça dos olhos verdes demonstrasse interesse em uma conversa.

- Não. E você? – Respondeu e fez a mesma pergunta.

- As pessoas não tem interesse em mim para um relacionamento. – Respondeu e Camila franziu o cenho. Lauren era uma mulher maravilhosa, claro que tinha sua peculiaridade de usar roupas masculinas, mas ela sentia-se atraída e não conseguiu entender como que outras pessoas também não se sentissem.

- Não sei se devo acreditar. – Respondeu.

Fredderico observava a interação de sua amiga com a moça do bolo com um leve sorriso no rosto. Ver Lauren interagindo com outras pessoas era muito bom, ela sempre foi muito sozinha e parece que aquela menina conseguia fazer com que Lauren sentisse algo bom.

Ouviu barulho de passos lentos se aproximando e virou em direção se deparando com dois homens altos.

- Lauren... aqueles homens. Sabe quem são eles? – Perguntou atraindo atenção de sua amiga que negou com a cabeça, levantando-se.

- Come ti chiami? (Como se chama?)– O homem com vestimenta militar pergunta para Lauren.

- Lauren. – Respondeu confusa. Camila se levantou confusa com a situação e o outro guarda a observou.

- Você é uma mulher com roupas de homem. Você não sabe que isso é errado? – Perguntou diretamente para Lauren.

- Por que seria errado? – Perguntou.

- Isso é desonroso para nós homens. Mulheres devem vestir-se assim, como esta moça. – Apontou para Camila e o outro guarda sorriu, analisando o corpo da menina que ainda não havia notado.

- Sem contar que aparenta ser de outra região. Olha essas roupas! – O guarda que observava Camila desdenhou.

Lauren sentiu seus olhos lacrimejarem, seu coração pulsava fortemente tamanha humilhação.

- Saia daqui. Pessoas como você não são bem-vindas. Eu só não lhe tiro daqui com minhas próprias mãos porque temos trabalho a fazer. Em cerca de minutos passaremos aqui novamente e se te vermos aqui, não vai ser nada agradável para você. – O outro guarda disse.

- Eu não sou como as outras mulheres e sou boemia. Essa é a minha vida e só diz respeito a mim. – Sua voz se mostrou firme, logo após os homens terem se afastado. O muro de proteção havia se levantado novamente. Camila se aproximou de Lauren, tentou tocar-lhe a mão, mas a mulher dos olhos verdes afastou brutamente. Elas tinham uma realidade diferente. Camila uma bela moça de família, uma casa grande em uma cidade bonita. Enquanto ela vivia em uma casa com dois cômodos, não havia mais do que dois pares de roupas, seu dinheiro não era para luxo, mas para sua alimentação.

Lauren não tinha nada a oferecer para Camila, e com esse pensamento ela puxou o pequeno garoto pela mão e saíram dali o mais rápido possível, deixando Camila com lágrimas nos olhos de medo e impotência.

Espero que tenham gostado desse capítulo, amores. Comentem aí o que acharam, por favorzinho!!

Se quiserem conversar, é só me chamar no twitter @shesmilawinezr MINHA DM TÁ ABERTA HEINNNNN!!

VOTEM VOTEM VOTEMMMMMMMMMMMM :***

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