A voz do CORAÇÃO

By silvanagomed

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William Miller e Luíza Feras. Sempre se conheceram, colegas de classe, dês da pré- escola. Mas nunca foram am... More

Prólogo
Capítulo um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo sete
Capítulo Oito
Capítulo nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo vinte um
Capítulo Vinte Dois
Capítulo Final
Epílogo
Agradecimento

Capítulo vinte três

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By silvanagomed

Lembranças Luiza

Estava na biblioteca tentando fazer meu trabalho de literatura, enquanto duas garotas da outra sala do segundo ano não paravam de falar. Por um minuto deixei meu trabalho de lado, e tentei ouvir oque elas tanto falavam.

_ Não acredito! ,que você ficou com Will Miller! .Uma delas diz eufórica,me fazendo revirar os olhos. Tudo isso por causa daquele babaca. !

_ Aí amiga! ,você não vai acreditar, o beijo dele é fantástico! ....e como pular de um abismo direto para um mar profundo, e estar se afogando e não querer voltar a superfície para respirar! .A ruiva que com certeza foi mas uma vítima de Will, suspira, me deixando boquiaberta com tamanha idiotice.

_ Isso é ridículo! . Comento um pouco alto, fazendo as duas me olharem.

_ É ridículo! ...como a gente não consegui, ....achar um livro certo nessa biblioteca! . Tento disfarçar, e torcer para que elas não percebam que eu estava ouvindo sua conversa.

Para minha sorte elas caíram na minha conversa fiada, e continuaram fofocando. Só que o resto do dia eu não consegui tirar aquela conversa da minha cabeça. Será que era possível alguém ter um beijo tão incrível assim? ,e por um momento durante o intervalo eu me vi encerrando Will, e imaginando se seu beijo era tudo isso que as garotas falavam?.
Estava tão distraída que não conseguia ouvir nada que Gabi me dizia, só desviei meu olhar quando vi que Will olhou em minha direção, e deu um daqueles seus sorrisos maliciosos. Me virei rapidamente, e dei de cara com Gabi me olhando de um jeito irônico.

_ É impressão minha, ou você estava olhando um certo gato de olhos verdes? .Ela insinua.

_ É claro que não! ...você deve estar tendo uma alucinação Gabi. Minto descaradamente, tentando entender aonde eu estava com a cabeça!?.

Will

Uma semana havia se passado, mas parecia que eram anos. Vitor a cada dia ficava mas forte, e o pediatra disse que se ele continuar assim logo poderá sair da incubadora. Ao contrário de meu pequeno, sua mãe continua na mesma, sem dar nenhum sinal que irá despertar. Apesar da pressão ultra craniana ter diminuído, e agora ela respirar sem a ajuda dos aparelhos, Luiza continua em coma profundo. E ter que vê-lá assim todos os dias, despedaça ainda mas meu coração. Todos temos feito o possível para sermos fortes, e quando estamos com ela tentamos conversar, toca-lá para que Luiza saiba que á amamos, e queremos tê-lá de volta.

Gabi e JP infelizmente tiveram que voltar para capital, não podiam ficar por causa da faculdade e seus empregos. Mas Gabi me fez prometer que todos os fias iria ligar e dar notícias de Luiza. E claro que faria isso,  pois sei que  as duas são muito mas que amigas e primas, são como irmãs.

Ninguém mas tocou no assunto que envolvia Luiza, Kevin e eu, era como se aquela noite de tantas revelações nunca tivesse existido. A família de Luiza me tratava com o mesmo carinho de sempre, e eu tentava retribuir da mesma maneira.
Senhor José ainda continuava um tanto perturbado, e não parecia em nada com aquele senhor alegre e otimista de sempre, e dizia que Luiza era a alegria daquela casa e que sem seu sorriso ,tudo ficava um pouco sem vida. É ele tinha razão ,pois nossas vidas era apenas uma sombra do que era, e continuávamos em pé, por causa da esperança de que a qualquer minuto ela possa acordar.

*****
_ Tive que voltar a trabalhar hoje, .....infelizmente não posso ficar aqui o dia inteiro com você,mas sei que companhia não ti faltou, não é? . Pergunto, sabendo que a resposta não viria. Mas mesmo assim continuava a falar com Luiza, enquanto segurava sua mão mostrando a ela que eu estava ali, esperando que a  qualquer momento todo aquele pesadelo acabasse.

_ Vitor, está lindo! ...,e hoje pode segura-lo pela primeira vez no colo, ...e ver seus olhinhos sem a proteção, e ele tem os olhos verdes da família Miller! .Sorrio, ao lembrar da sensação maravilhosa de tê-lo em meus braços, e aquilo me enchia de esperança e força.

_ E tenho certeza que ele vai dar trabalho para as gatinhas. Beijo sua mão e acariciei seus cabelos que começavam a crescer novamente. Por causa do grande corte em sua cabeça, tiveram que raspar seus cabelos, mas nem assim ela deixou de ser encantadora.

_ Will! ,será que posso ti interromper? . Me viro, e vejo meu pai na porta entreaberta.

_ É claro pai! , ... pode entrar! . Digo, limpando meu rosto.

Fico surpreso por ver meu pai ali, depois daquela noite Kevin e ele não deram mas sinal de vida, fiquei sabendo deles pela minha mãe, que todos dias vinha visitar Luiza. Ela disse que meu pai havia se culpado por tudo que Kevin fez, que ele havia nos pressionados demais, sido exigente e esquecido de ser um pai mas amoroso, e se ele pudesse voltar atrás faria tudo diferente.

_ Como ela está? . Ele pergunta, chegando mas perto.

_ Igual! ...as vezes eu acho que ela vai abrir os olhos a qualquer  minuto, em outro. ...vejo minha esperança evaporar, e entro em desespero. Confesso, sentindo um nó na minha garganta.

_ Tenho fé meu filho! .Meu pai diz, com a voz embargada.

E por mas que eu e meu pai tivemos nossas desavenças no passado, te- lo aqui nesse momento e muito reconfortante. E pela primeira vez me sinto amado por ele, me sinto seu filho de verdade.
E apesar do sofrimento diante do acidente de Luiza, uma parte de mim senti-se feliz por ter conseguido me aproximar do meu pai. E pode por um minuto até sorrir observando ele todo desajeitado segurando seu neto. E sei que nada disso teria acontecido, se Luiza não tivesse entrada na minha vida.

Todas as manhãs eram iguais, acordava procurando Luiza e infelizmente ela não estava lá, com seu sorriso e um pouco de mim morria a cada dia.
Hoje já se fazia vinte três dias que tudo aconteceu,e por mas que eu tentasse me manter firme,o medo sempre vinha me assombrar. Pelo menos Vitor finalmente iria para casa, o pediatra havia lhe dado alta pois apesar de ser prematuro, ele tinha se recuperado muito rápido, ganhado peso e estava saudável. A única coisa ruim, seria sair de lá com meu pequeno sem Luiza.

Estava me preparando para sair, quando ouvi alguém batendo na porta, e fico surpreso quando abro e vejo Kevin.

_ Oi mano! ...será que podemos conversar? . Ele pergunta. E noto que Kevin está completamente diferente, sem aquele ar de superioridade. Não digo nada, apenas dou passagem para ele.

_ Você deve estar achando estranho eu tem vindo aqui, depois de tudo?

_ Sinceramente, sim! .

_ Eu vim aqui, ...pra ti pedir perdão!....por tudo que eu fiz pra você! . Ele dá uma pausa, e respira fundo antes de continuar.
_ Tudo que eu fiz, foi porque eu sempre tive inveja de você, Will!

_ Como assim?...mas porque? . Você é que sempre foi o queridinho do nosso pai, e eu era o caso perdido! .Digo sem entende-lo.

_ Você sempre fez o que quis, seguiu seu próprio caminho sem se importar com a opinião do nosso pai, ...eu fui um fantoche na mãos dele! . Fazendo todas suas vontades e esquecendo as minhas, e nem assim ele prestava atenção em mim,pois sempre estava de olho em você! . Preocupado, zangado, ele nunca se importava comigo de verdade.

Ouvindo Kevin dizer tudo isso, percebo o quanto ele sofreu com a indiferença de nosso pai, muito mas do que eu.

_ Então quando eu reencontrei Luiza na capital, eu percebi que ela era a única coisa que você quis, e nunca conseguiu ter. Então tive a ideia de conquista-lá, e depois ver sua decepção de que eu havia conseguido seu amor ,e você não! Mas nunca imaginei que as coisas chegariam tão longe,que ela ficaria grávida, ....e que euiria  me apaixonar por ela. Ele confessa.

_ Então porque você quis obriga-lá a abortar,se você gostava dela?

_ Porque sou um covarde, como você disse! ...tive medo da reação do nosso pai,quando soubesse que teria um filho tão perto de me formar! . Ele chora, e é a primeira vez que ó  vejo baixar a guarda.

_ Por favor Will! ,me perdoa! ..tudo que eu quero nesse momento, e tentar ser uma pessoa melhor e tentar ter uma relação de irmão de verdade com você! . Ele me encara, esperando a resposta.

E tudo que eu faço naquele momento e abraça-lo e sentir um alívio ,pois eu sentia muito falta de ter uma relação normal com meu irmão. É tudo estaria completo se Luiza estivesse aqui para poder compartilhar isso comigo.
Me sinto bem mas leve depois da conversa com Kevin, aos poucos minha família ia se estruturando se tornando algo verdadeiro.

*****
Quando estou entrando no hospital, uma das assistentes de doutor Eduardo vem ao meu encontro um tanto apressada.

_ Senhor William, ainda bem que você chegou! .

_ Algum problema? . Pergunto sentindo um nó na garganta.

_ Doutor Eduardo está lhe esperando no quarto de sua esposa! ,por favor me acompanhe.

Apenas assenti ,sentindo meu coração bater mas forte a cada passo. Ela bati na porta e depois abri me dando passagem, vejo vários médicos e enfermeiros ao redor de Luiza e percebo que os aparelhos desligados. E quando senhor Eduardo vem ao meu encontro,meu coração para, e sinto o gosto amargo de uma lágrima escorrer pelo meu rosto, e espero pelo pior......!

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