Um Beijo Encantado

By callmerozz

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Emma é uma linda plebéia. Acostumada por toda sua vida a ter o mínimo e se contentar com isso, ela encara, ne... More

Prólogo
Capítulo 1
Aviso
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Thank You!
Capítulo 11
Bryan & Gaia
Capítulo 12
Músicas!
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Comunicado!!!
Capítulo 20
Capítulo 21
Vídeos das Músicas
Capítulo 22
Capítulo 23
AGRADECIMENTOS
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Epílogo- As Dez Cartas

Capítulo 27

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By callmerozz

Emma narrando
Era finalmente o dia da coroação. Passou tão rápido que meu coração não conseguia se acostumar com o nervosismo que exalava daquele dia. Faço o sinal da Cruz quando levanto da cama e saio apressada em direção ao banheiro.

Logo, entraram algumas empregadas com as bacias de água quente, despejando-as dentro na banheira de cobre com detalhes em prata. Foi um banho relaxante, mas ainda conseguia sentir as marteladas fortes dentro do meu peito, como uma marreta. Qualquer um que se aproximasse conseguiria sentir.

Quando saí do banheiro, cabeleireiras, estilistas e maquiadoras já estavam à minha espera no quarto. Meu vestido estava em um manequim com todos seus apetrechos, os tão temidos apetrechos de vestidos formais. Não estava acostumada com aquilo, mas sair da sua zona de conforto é essencial para viver novas experiências e, assim, adquirir certo amadurecimento.

Lembrei da noite anterior, quando me encontrei com Meredith e Gaia. As duas pareciam perdidas e seus olhares se confrontavam constantemente. Quando Meredith saiu, perguntei à Gaia o que havia acontecido, pois notei o clima desconfortável entre as duas.

Tudo se resume em uma palavra, um único nome próprio. Chace. O Príncipe Chace. Desconfio que príncipes tenham uma certa inclinação a participarem de triângulos amorosos, sendo disputado ou disputando. Ou simplesmente estava na genética envolver-se amorosamente em situações complicadas.

Ali estava, Meredith era ex-namorada de Chace e Gaia era a pessoa por quem ele estava apaixonado. As duas descobriram uma sobre a outra na mesma hora, com o próprio contando. Imagino que o pobrezinho deve ter ficado todo desconcertado, mas ele era uma pessoa boa e era de se entender que seguiria em frente e se apaixonaria por alguém que o merecesse, já que Meredith não se atraía por coisas como bondade ou inteligência e sim pelo dinheiro e a nobreza.

Vergonhoso, mas era a verdade que regia a vida de muitas meninas dos reinos. Seus pais não tinham condições de lhes dar uma vida maravilhosamente boa, então a única solução que elas encontravam era achar um bom casamento com algum nobre ou burguês. Como papai fez comigo.

A questão é que eu dei sorte e a maioria das meninas não dava e acabavam por se casar com algum homem ridiculamente machista e que queria se sobrepor em seu lar, esquecendo qualquer forma de demonstração de afeto ou cavalheirismo. Engana-se quem pensa que nessa época tudo era flores. Mulheres não tinham direito. Tínhamos que batalhar por ele.

Na região britânica, que compreendia Méssia, Helsken e Almia, eu seria a primeira mulher consagrada Rainha sem utilizar do casamento. Eu era a sucessora. Eu era a herdeira. Eu era a soberana, rainha, governanta de um reino inteiro. Poder nas mãos de uma mulher, jovem ainda.

Logo começariam as especulações para que eu me casasse, pois uma mulher sozinha não poderia cuidar de um reino. Existem decisões que só um rei pode tomar e isso é verdade. Mas eu não ficaria infeliz em me casar, pois seria com Harry e eu era completamente apaixonada por ele. Confiava nele o suficiente para lhe entregar meu reino desde que aceitasse viver comigo e me amar pelo resto de nossas vidas.

Parecia um ótimo final para mim. É assim que acontece em "contos de fadas". Mas é assim que pode acontecer na vida real também. Basta querer, procurar e acreditar. Amor verdadeiro não é uma simples lenda que eles criaram para o coração dos românticos. Ele existe e pode ser vivido por cada um de nós, basta que nós nos deixemos levar. Permita-se.

Meus pensamentos voavam pelo quarto, já que eu não precisava fazer nada sozinha. Para cada coisa, existia alguém ali para me ajudar. Isso me garantiu algum tempo extra para repassar meus votos de rainha em minha cabeça. Estava nervosa, ansiosa, minhas mãos suavam e minha cabeça começava a doer, em um movimento circular uniforme. Mas minha mente iluminava-se cada vez que eu repetia meu mantra em minha cabeça: espere coisas boas e coisas boas acontecerão. Esperei.

Fiquei pronta e minhas mãos continuavam suando por baixo das luvas. A crinolina me fazia sentir um desconforto em minha cintura. Tudo naquela veste me apertava, quase sufocando-me. Mas eu precisava manter a postura, o ar de imponência e poder que Catherine demonstrava todas as vezes que era vista em público. Precisava parecer rude a certo ponto, simpática em outro e sempre justa. Em tudo.

Justiça é uma palavra que engloba muito mais significados do que somente bom senso, até porque, num erro, você pode estar sendo conivente com um crime ou, até mesmo, cometendo uma corrupção. Não é simples, é delicado. É algo que tem que se aprender aos poucos e que deve-se utilizar muito. Justiça seria uma grandeza inversamente proporcional.

Dentro do quarto, esperando a hora de ir para a Basílica de las Dores para a coroação, meus pensamentos fluíam como um rio. Mentes criativas são assim, ora funcionam de mais, ora de menos e você tem que aprender a lidar com isso, pois faz parte de quem você é.

É complicado pensar em quem nós somos, quem fomos, quem seremos no futuro. Talvez por isso o verbo "ser" seja tão irregular. Não temos certeza. É uma dúvida constante e diária em nossa cabeça de quem somos e quem nos tornaremos.

Eu era plebeia, imaginava que conseguiria, talvez, por sorte, título de burguesa com muito esforço. Virei uma quase-lady, rainha então. Os processos pelos quais passei me transformaram e, não só a mim, transformaram às pessoas ao meu redor também. Mudanças são essenciais para o nosso crescimento.

Catherine rompeu dentro do quarto de supetão. Ela exalava poder, como sempre. Vestida de vermelho, com uma coroa dourada na cabeça, estava maravilhosa. Olhou-me de cima a baixo e, então, sorriu.

-Estás esplêndida. Claude fez um ótimo trabalho.

-Claude? -Perguntei.

-O alfaiate que fez o vestido. Ele é francês, mas trabalha aqui comigo já faz alguns anos.

-Analisando por esse vestido, ele é de confiança. Você também está magnífica.

-Era o mínimo que eu poderia fazer para a coroação da minha única herdeira, não é?

Sorri em resposta. Desde a morte de Rudolph, tínhamos nos aproximado bem mais como mãe e filha. Isso deixava-me muito feliz e satisfeita.

-Harry veio. -Eu disse, só para continuar a conversa até chegar a hora de irmos.

-Eu sei. Encontrei-me com ele ontem à noite. Tivemos uma conversa agradável.

-Eu deveria temer isso?

-Claro que não, querida. Sou sua mãe, só queria conhecer melhor o rapaz.

Olhei-a desconfiada. Catherine estava entusiasmada demais com aquilo, como se soubesse de alguma coisa e aquilo me fazia nervosa, ansiosa, para descobrir o que era.

Ouvimos batidas fortes na porta e, logo depois, a cabeça de Chace apareceu por um vão mínimo da porta.

-Estão prontas, majestades? -Ele perguntou, todo cavalheiro.

-Sim, estamos, príncipe Chace. -Catherine respondeu, direta.

Ele terminou de abrir a porta e entrou no quarto. Pôs-se ao meu lado e estendeu-me o braço. Logo, pela porta também passou o Rei Louis, que estendeu o braço à minha mãe.

Saímos acompanhadas deles até a carruagem de nos levaria à Basílica, já que íamos juntos.

A companhia de Chace era sempre agradável, mas naquele dia, ele parecia muito desconfortável. Imaginei ter sido devido à situação com Meredith e Gaia. Como o mundo dá voltas. Chace, uma das melhores pessoas do universo, agora se encontrava tão perdido por causa de um passado já quase esquecido que estava voltando a tona.

O caminho até a Basílica foi um dos trajetos mais longos que eu já fiz. Minhas mãos suavam mais ainda por dentro das luvas, meu queixo tremia de nervoso e minhas pernas estavam sempre se mexendo devido a ansiedade. Tudo ali naquele trajeto exalava nervosismo.

Assim que chegamos, foi-se escutado o som de cornetas e Catherine desceu com seu braço entrelaçado ao do Rei Louis. Todos os presentes se puseram de pé e abaixaram levemente a cabeça em sinal de respeito àquelas autoridades.

Logo depois, a orquestra foi para dentro da Basílica e as portas foram fechadas. Eu e Chace descemos do caso, ambos nervosos, apoiando um no outro para não desmaiar. Lembro-me que tê-lo ao meu lado foi vital para que eu achasse a coragem para entrar quando as portas se abriram.

Escutou-se os vocais.

They all need something to hold on to
They all mean well
Pay your respects to the society giving me hell

Caminhávamos ao som daquela música, que exalava poder. Chace nunca pareceu tão líder. Eu estava com medo, mas, ainda assim, tentava, com todas as minhas forças, mostrar uma face de respeito.

You could never feel my story
It's all you know
You could never feel my story
It's all you know

A música continuava, dando-me a sensação de que, a partir dali, eu poderia tudo, desde que cumprisse meu dever com justiça e habilidade. Mesmo não sabendo, fui treinada para aquilo. Estava tudo sob controle, sob o meu controle. E, por incrível que pareça, eu estava relativamente tranquila com aquilo.

Quando estávamos no final de nossa caminhada até o altar, ouviu-se o último verso da música. O mais poderoso, o que definia se eu poderia ou não estar ali naquele momento. Estava tudo sob o meu controle a partir dali.

I will not fold
She's in control
I will not fold
She's in control of everyone and everything

Chegamos. Ponto. Era ali. Não importava o que aconteceria dali para frente. Eu estava assumindo meu dever para com um povo inteiro. Um reino inteiro que deveria estar, literalmente, na palma das minhas mãos.

Cheguei à conclusão que, na verdade, o tão adorado Maquiavel estava errado. Não é melhor ser temido do que ser amado. E errado também está quem pensa que é melhor ser amado do que ser temido.

Já dizia Pitágoras que o correto se encontrava no equilíbrio dos dois extremos. Limites eram a resposta. Assim como o povo tinha limites, eu também teria os meus. Seria uma troca de votos de confiança. Eu para com meu povo, meu novo lar, as pessoas que estavam confiando seu reino em minhas mãos naquele momento.

Pode imaginar isso?

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Demorei, mas cheguei!
Queria pedir desculpas pela demora (de novo porque tem um tempo que tá sendo assim em todo capítulo).
Mas eu queria pedir desculpas porque dessa vez, além dos bloqueios criativos, uma parte foi desleixo meu também.

Então... Esse é o primeiro da sequência de capítulos da reta final do livro. Todas as conclusões serão feitas a partir daqui. Comecem as teorias hehehe.

Comentem bastante o que vocês acharam, votem, compartilhem com as(os) coleguinhas (CHORA NÃO COLEGUINHA) porque isso ajuda bastante a história e me inspira a querer voltar mais rápido também.

Pra quem não conhece a música citada, o nome é Scotland do The Lumineers (essa música é o tema de abertura da série Reign). Segue abaixo:

Eu amo muito cada um de vocês! Muito obrigada por todo o apoio que vocês têm dado à história e aos personagens! Espero que tenham gostado!

Beijos de nutella...



Fui!

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