O Sopro do Gjallarhorn: Uma O...

By LeonardoMelo306

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O primeiro romance de sci-fi ambientado no sistema TRAPPIST-1, que abriga 7 planetas habitáveis. O quarto pla... More

Prólogo
Tomo I: Midgard. Capítulo 1: Missão Drakkar
Capítulo 3: Elivagar
Capítulo 4: Bolthorn
Capítulo 5: Breidablick

Capítulo 2: Loki

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By LeonardoMelo306

No qual conhecemos um pouco sobre Midgard, um dos planetas onde nossa saga se passa, e sua organização política.

A 39 anos-luz do Planeta Terra, existe um outro sistema solar, composto por 7 planetas. Nós o conhecemos por TRAPPIST-1, mas os habitantes de lá não sabem disso. Eles referem-se ao quarto planeta como "Midgard" e foi lá que originou-se a espécie humana naquele sistema. Ou assim eles pensaram, durante muito tempo.


Midgard possui quatro grandes continentes – é claro, nem sempre foi assim, mas isso não é relevante agora – embora apenas dois sejam importantes no momento: Folkvang e Valhalla. Este último foi o berço da civilização, mas hoje, depois de eras, Valhalla passa por um momento conturbado.


Apesar de Midgard estar vivendo uma época repleta de tecnologias e comodidades, já terem colonizado praticamente todos os outros planetas e viverem em relativa paz, a paz nunca é duradoura. Principalmente quando o povo considera o governo como sendo tirano.


Para compreender a situação, é preciso entender que Valhalla é dividido em 13 países. No passado, esses 13 países respondiam ao Rei de Valaskjalf, país situado ao norte e um dos mais antigos da História. Isso mudou, em parte, após a Grande Guerra de Midgard, no final da Segunda Era. Os países conquistaram certa independência, mas a vontade do Rei continuava soberana em todo o continente.


Por um tempo, isso fora suficiente. A verdade é que a maioria dos países, especialmente os pobres da parte sul de Valhalla, não se importavam muito com essa parte política. Já os países ricos, como Breidablick, vizinho ao leste de Valaskjalf, não estavam tão contentes. Eles continuavam pressionando o Rei para conseguir sua independência.


É com isso que Loki, um dos conselheiros do Rei , estava preocupado. Ele não conseguia dormir no fim do dia. Estava sozinho na cama, em seu quarto, com os olhos arregalados e encarando o teto de seu quarto no , a sede do governo. Olhou para o lado e pôs a mão no que antes era o lugar de sua esposa, como que almejando encontrá-la, ou, ao menos, sentir o seu perfume. Mas isso já não era possível, fazia alguns katuns.


Decidiu levantar-se. Foi até o bar de seus aposentos, decidido a servir-se de uma dose de hidromel, quando viu a porta do quarto de seus filhos aberta e ouviu vozes vindo de lá. Era seu pai, o velho Kvásir, que contava a história do caçador de Vana a seus netos, Son e Bodn. E, como de costume, ao final da história os dois o enchiam de perguntas.


- Como assim, um continente onde é noite por meio katun?


- O povo só vive de noite? Por quê?


- O que é um Gullinbursti?


- Esse bicho que ele matou ia alimentar a tribo por quanto tempo?


- Com é que ele ia carregar o bicho se era maior do que ele?


- E por quê o sol...


- Está certo, está certo, crianças... – interrompeu Kvásir. – É hora de dormir, amanhã eu respondo todas as suas perguntas. Amanhã é Aesirday, posso ficar o dia todo com vocês.


- Eba!


- Boa noite, vovô!


- Boa noite, Son. Boa noite, Bodn. Comportem-se.


Kvásir saiu do quarto e viu o filho bebendo enquanto olhava pela janela. Ainda estava escuro, era Svartalday. O céu estava sem nuvens e as duas luas de Midgard estavam bem visíveis no céu estrelado. Kvásir aproximou-se.


- Você os mima demais. – Observou Loki.


- Ah. Você sabe que não me importo. Gosto de contar histórias a eles.


- Me conte uma história, então. A história de como vamos impedir os Breidablickenses de começarem uma guerra.


Kvásir esperou o filho terminar de lhe servir antes de responder.


- Ainda pensando nisso? Eles não são nada. São cachorros que latem mais do que mordem.


- Eu não teria tanta certeza. Se eles conseguirem, outros países poderão tentar o mesmo. Será um desastre.


- Hum. – Kvásir tomou um gole enquanto analisava a situação. – Fale com o Rei amanhã. Sugira que ele faça um discurso durante a passagem do katum. Apaziguar a situação. Veja como respondem.


- Isso pode mais atrapalhar do que ajudar. Está claro que eles não confiam no Rei.


- Quem é que confia no Rei? O Rei deve ser temido. Bolthorn deixou esses idiotas falarem o que quiserem. Duvidarem de sua sabedoria. Não será fácil reverter a situação. Não sem força. Mas ainda há tempo para diplomacia.


- Espero que esteja certo. Isso está me tirando o sono.


- Filho... ninguém quer outra guerra. – Kvásir terminou sua dose num gole. – Agora, vá descansar. Relaxe, amanhã é Aesirday. Tire uma folga. Estou pensando em levar os meninos para passear.


- Certo. Talvez eu vá junto. Boa noite.


- Boa noite.


Kvásir foi para o quarto, deixando o filho com o que pensar. O katum novo poderia ser uma oportunidade para a paz. Era uma comemoração que ocorria a cada 288 dias em Midgard, simbolizando uma rotação completa do planeta.


Midgard dava a volta em torno do Sol mais rápido do que sobre si mesma, de forma que um dos hemisférios ficava 3 dias (considerando o dia como 24 horas) em completa escuridão e 3 dias na claridade. Evidentemente, o inverso acontecia no outro hemisfério. Assim, a semana durava 6 dias, 1 mês durava quatro semanas e 12 semanas compunham 1 katun, exatamente quando o planeta completava uma volta sobre si mesmo.


Portanto, era como se em Midgard não se comemorasse um ano novo, mas sim o que seria para os terráqueos um "dia" novo. Era esse o feriado que se aproximava e no espírito de renovação do novo "dia", os povos reuniam-se em comemoração de paz.


Loki serviu-se de outra dose de hidromel, pensando que aquela era uma boa ideia. Realmente, uma boa ideia...


***


Ao mesmo tempo, do outro lado do palácio, o Rei Bolthorn olhava seus filhos dormindo. Eram sete camas em um imenso quarto. , e os mais velhos, o casal de gêmeos Frey e Freya, no auge de seus 21.


Fechou a porta e foi até seu quarto, onde imaginou que a esposa, Frigga, o estava esperando. Encontrou-a dormindo na cama. Ou estava fingindo, não sabia. As coisas não andavam bem entre eles ultimamente. Ela insistia que deveria atacar os Breidablickenses antes que fosse tarde demais, o que ele discordava.


Isso, aliado ao fato de ele não fazer muito esforço em esconder suas amantes, faziam a tensão crescer a cada dia. Frigga sabia que seu marido já não a amava havia algum tempo, mas se uma guerra eclodisse, temia pela vida dos filhos. E isso, ela não podia tolerar.


Ele estava sem sono e sem clima para brigar, se ela estivesse acordada. Decidiu dar meia-volta e foi parar no escritório, onde papel e uma caneta estilo "bico de pena" o aguardavam. Resolveu que aquela era uma boa hora para escrever o seu discurso para o Novo Katun. Sim, ele tinha uma pessoa para escrever discursos, mas preferia executar essa tarefa por si mesmo. E gostava de fazê-lo à maneira antiga, com elaborada caligrafia. O palácio estava em silêncio, todos dormiam, o melhor momento para buscar inspiração.


Mas ela não veio. Sentou-se e ficou encarando a folha de papel branca, enquanto segurava a caneca. Não conseguia parar de pensar nos Breidablickenses e na teimosia de sua esposa. Não percebeu sua própria irritação até que a força em sua mão conseguiu quebrar a caneta, fazendo derramar tinta por toda a mesa.


Xingou a si mesmo mentalmente, enquanto procurava algo para limpar a própria confusão, mas não encontrou nada. Desistiu, recostando-se na cadeira e levando a mão suja ao rosto, cansado.


Olhou para o videofone e discou alguns números. Alguns segundos depois, Loki apareceu na tela.


- Majestade.


- Loki. Imaginei que não estaria dormindo.


- Em que posso servi-lo?


- Pode vir até aqui? Estou com dificuldades em pensar no discurso.


- Ora, senhor, será uma honra. Estava justamente pensando nisso.


- Ótimo. Vou lhe esperar com uma garrafa de hidromel aberta.


- Excelente, majestade. Estou a caminho.


Loki desligou, virou a terceira dose da noite e parou um segundo para apreciar o quão oportuna fora aquela ligação. Sorriu, levantou-se e caminhou em direção à porta de saída.

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