Capítulo 2: Loki

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No qual conhecemos um pouco sobre Midgard, um dos planetas onde nossa saga se passa, e sua organização política.

A 39 anos-luz do Planeta Terra, existe um outro sistema solar, composto por 7 planetas. Nós o conhecemos por TRAPPIST-1, mas os habitantes de lá não sabem disso. Eles referem-se ao quarto planeta como "Midgard" e foi lá que originou-se a espécie humana naquele sistema. Ou assim eles pensaram, durante muito tempo.


Midgard possui quatro grandes continentes – é claro, nem sempre foi assim, mas isso não é relevante agora – embora apenas dois sejam importantes no momento: Folkvang e Valhalla. Este último foi o berço da civilização, mas hoje, depois de eras, Valhalla passa por um momento conturbado.


Apesar de Midgard estar vivendo uma época repleta de tecnologias e comodidades, já terem colonizado praticamente todos os outros planetas e viverem em relativa paz, a paz nunca é duradoura. Principalmente quando o povo considera o governo como sendo tirano.


Para compreender a situação, é preciso entender que Valhalla é dividido em 13 países. No passado, esses 13 países respondiam ao Rei de Valaskjalf, país situado ao norte e um dos mais antigos da História. Isso mudou, em parte, após a Grande Guerra de Midgard, no final da Segunda Era. Os países conquistaram certa independência, mas a vontade do Rei continuava soberana em todo o continente.


Por um tempo, isso fora suficiente. A verdade é que a maioria dos países, especialmente os pobres da parte sul de Valhalla, não se importavam muito com essa parte política. Já os países ricos, como Breidablick, vizinho ao leste de Valaskjalf, não estavam tão contentes. Eles continuavam pressionando o Rei para conseguir sua independência.


É com isso que Loki, um dos conselheiros do Rei , estava preocupado. Ele não conseguia dormir no fim do dia. Estava sozinho na cama, em seu quarto, com os olhos arregalados e encarando o teto de seu quarto no , a sede do governo. Olhou para o lado e pôs a mão no que antes era o lugar de sua esposa, como que almejando encontrá-la, ou, ao menos, sentir o seu perfume. Mas isso já não era possível, fazia alguns katuns.


Decidiu levantar-se. Foi até o bar de seus aposentos, decidido a servir-se de uma dose de hidromel, quando viu a porta do quarto de seus filhos aberta e ouviu vozes vindo de lá. Era seu pai, o velho Kvásir, que contava a história do caçador de Vana a seus netos, Son e Bodn. E, como de costume, ao final da história os dois o enchiam de perguntas.


- Como assim, um continente onde é noite por meio katun?


- O povo só vive de noite? Por quê?


- O que é um Gullinbursti?


- Esse bicho que ele matou ia alimentar a tribo por quanto tempo?


- Com é que ele ia carregar o bicho se era maior do que ele?


- E por quê o sol...


- Está certo, está certo, crianças... – interrompeu Kvásir. – É hora de dormir, amanhã eu respondo todas as suas perguntas. Amanhã é Aesirday, posso ficar o dia todo com vocês.

O Sopro do Gjallarhorn: Uma Odisseia pelo Sistema TRAPPIST-1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora