Além do Inevitável

By katyauthor

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Ao ser sequestrada e torturada, Holly finalmente é resgatada por Jack - como já era de ser esperado. O que el... More

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By katyauthor


8 MESES ANTES.

          Eu lembro perfeitamente de todos os momentos bons. Os momentos mais felizes que já tive na vida toda. Como, por exemplo, quando papai apareceu com Paige empacotada, recém nascida. Vi aquela criatura rosada dormindo e a apelidei de Botão Rosa. Lembro de como mamãe fazia nosso prato favorito: salada de macarrão. Lembro de perder meu primeiro dente e rir, papai ficou admirado com a minha coragem. Ethan havia chorado por dias quando seu primeiro dente havia caído.

          Lembro do primeiro Natal com Paige. Papai se fantasiou de Papai Noel e eu sabia de tudo. Ruby sempre achava que era real, mesmo sendo bem mais velha que eu. Lembro do feriado do dia quatro de julho, era o favorito da mamãe. Lembro de chorar com o papai quando cai de bicicleta ou quando ele me ensinou como jogar cartas. Eu era a verdadeira garotinha do papai.

          Minha cabeça começa a latejar de repente. Como se todas essas memórias repentinas estivessem sendo apagadas. Estou sonhando? Por que sinto dor? Sinto que franzo a testa quando percebo que não consigo me mover. Arrisco abrir os olhos, mas tudo o que vejo é escuridão, com apenas uma luz focada em mim do alto. Olho para o chão, onde contém minha silhueta e tento focar, mas preciso piscar várias e várias vezes até focar na minha situação.

          Meus pés estavam com pesadas cordas, totalmente enroladas. Como de costume, ia passar a mão na cabeça – onde realmente doía -, mas minhas mãos não se mexiam. Franzo a testa com força, isso parece doer ainda mais, olho ao redor e não há nada. Apenas eu, sentada em uma cadeira — presa.

          Presa.

          As lembranças começam a surgir.

          Eu descobri que, quem estava por trás desses ataques era, na verdade, Luke. Filho do Boggs. Mas... como eu...

          O homem com o saco.

          Sim, eu lembro. Um homem surgiu do nada, me puxou e jogou meu celular em algum lugar de seus bolsos. Lembro de gritar. Lembro de receber a primeira pancada e colocarem um saco preto, foi quando a pior pancada veio, fazendo-me apagar.

          Sinto o desespero surgir. Movo as pernas, as mãos... mas a cadeira apenas balança e o barulho das correntes arrastam no chão.

          Eles colocaram correntes?

          O que eles acham que eu sou? Um lobisomem prestes a entrar em lua cheia? Ou o Wolverine?

          Onde diabos eu estou?

         Meu coração dá um pulo e uma parada, tudo no mesmo segundo, quando Luke aparece no meio da escuridão vindo em minha direção com um sorriso no canto dos lábios.

— Confortável, querida? — ele pergunta, da maneira mais cínica que existe.

         Permaneço calada, minha respiração é pesada, sinto nojo e medo dele. Sinto dor e adrenalina. Sinto como se esse momento fosse agora ou nunca.

— Vamos ligar para o seu namorado, assim você entende o que está acontecendo.

          Meu celular surge em suas mãos e é quando começo a tentar mover meus braços e pernas, mas é praticamente nulo. Luke está a um passo de distância, consigo ouvir quando o celular espera Jack atender. Quando escuto brevemente ele me chamar, eu começo a chorar silenciosamente.

          O que me assusta, é a risada de Luke. Não parecia ele, era... como se ele fosse outra pessoa.

"Meu amor"... olha, Jack, quem te conhece sabe bem que você nunca levou a sério o romantismo — disse Luke, seu sorriso era maior do que eu imaginava. Ele olha pra mim quando diz: — Oh, ela está muito bem. Sabe, sua garota é muito histérica, então tive que calá-la por... alguns minutos.

          Escuto um pouco da voz de Jack e uma tremenda falta dele atravessa meu corpo. Sinto culpa, não devia estar na rua naquela hora. Talvez Luke havia percebido que eu sabia, ou ele sabia quem eu realmente era.

— Não, não, não, não — Luke solta outra risadinha. — Não prometa o que não pode cumprir, Jack. Sua namorada terá umas férias. Talvez ela conheça um pedaço do inferno que eu passei.

          Confusa com aquelas palavras, fico buscando em minha mente algum motivo para o que aconteceu. Se eu era o preço para alguma vingança ou ele apenas era maluco. As lágrimas caíam, mas conforme um tempo, elas foram ficando secas.

— O que eu quero? Eu quero te fazer sofrer, Jack — diz. — Quero te fazer sentir como eu me senti com você por perto: um nada. Holly é o pedaço principal da torta, então farei questão de comer por inteira.

          Sinto medo com as suas palavras. Um medo diferente. Um medo de... morrer. Então pensei em Paige, meu Botão Rosa, Ruby e seu casamento em alguns meses... Ethan, Amy e Sara, minha mini bomba. Eles sentiriam a minha falta?

           E Jack? Meu Deus, isso o arrasaria.

— O que, Jack? Quer salvar a sua donzela? Pode escutar seu pedido de ajuda.

          Tento balançar a cadeira pra sair, mas é impossível com tantos nós. Podia sentir meus pulsos arderem com a fricção dos movimentos.

— Diz "oi" para o seu namorado, querida — ele diz, retirando a fita colada na minha boca.

— JACK! — Grito de maneira desesperadora.

          Um estalo e um tapa.

          Lágrimas de puro ódio escorrem pelo meu rosto enquanto sinto a ardência e o peso de sua mão onde foi dado o tapa.

          Escuto Luke gargalhar mais uma vez antes de dizer:

Enquanto você tenta me achar, eu vou me divertir com a sua namoradinha. Tenha um ótimo dia, Backer.

         Não.

         Não, não. Eu arquejo, tentando livrar de alguma forma aquilo que me prende. Mas rapidamente eu paro quando vejo Luke aproximar e ficar na mesma altura que a minha, flexionando os joelhos; seu sorriso é diabólico.

— Não tente lutar, querida. Eu tenho planos pra você.

          Luke pega do bolso um controle remoto pequeno e fica em pé normalmente enquanto usa o controle para ligar as luzes do galpão. Era enorme e de frente para mim havia algumas caixas de papelão, ao redor havia cinco pilastras e uma janela que parecia ser uma casa. Parecia que ao redor eram pequenos vidros alaranjados e azuis que vinha da metade da parede pra cima, transformando-se em um teto em formato de um cone.

— Vamos aos jogos... bom, eu serei bonzinho e irei te soltar.

          Vendo meu olhar arregalado de surpresa e — quase — felicidade, ele gargalha.

— Você devia ver a sua cara! Voltando... você poderá ficar solta por aqui, mas em algumas partes deste galpão há peças que irão... te machucar.

          Faço uma vista grossa por onde consigo ver, mas tudo parece normal. Ele estaria mentindo?

— Se você se comportar, não terá nada, mas se você tentar fugir... bem, acho que você terá que descobrir — ele sorri largo. — Não quero estragar a surpresa, não é mesmo? Combinado?

          Eu pensava em várias coisas. Na minha família, nos meus amigos, em Jack... Deus, por favor, faça com que ele me encontre sã e salva.

          Luke aproxima, apertando minha mandíbula.

— Combinado? — Pergunta entre dentes.

          Sem ar e sem saber como dizer, eu tento balançar a cabeça de forma positiva e, percebendo o que quis dizer, ele sorri e libera o aperto. Começo a tossir pela maneira como ele havia posto sua força e passei a não duvidar em nenhum segundo de sua força bruta.

          Luke tira as correntes de meus pés junto com as cordas grossas e libera minhas mãos. Quando sinto o enfim alivio, eu massageio meus pulsos vermelhos por conta da fricção. Olho para cima e encontro o sorriso de Luke intacto, ele estava se divertindo com tudo isso.

          Ao vê-lo se afastar, levanto devagar e eu pergunto, minha voz sai rouca:

— Por que está fazendo isso, Luke?

          Luke para e vira para mim, seu sorriso havia desaparecido.

— Meu pai me tirou o que eu mais queria — disse, dando pequenos passos em minha direção. — Então tirei o que ele preservou por toda a sua vida. Seus leais. Você devia ver como ele era na época... tão exigente, tão... insuportável. Tudo porque ele sabia o que eu sentia, sabia que havia perdido para ele de novo.

          Franzo a testa, sem saber o que eu tinha haver.

— Então Jack me tirou também — ele tinha raiva em seu olhar. Precisou ele piscar e concentrar em meus olhos para voltar ao normal. — Você não entenderia, Holly. É tola e apaixonada demais por Jack, não o conheceu antes.

          Vendo Luke querer se afastar, eu insisto:

— Diga pra mim. Talvez eu possa entender...

          Luke olha para mim, seu rosto em um misto de confusão e relaxamento. Caminhando até a mim com seu olhar abatido, fico tensa e meu coração pulsa fortemente. Talvez eu conseguindo ser legal, atenciosa e prestativa, o faça mudar de ideia.

— Sabe a coisa mais engraçada de tudo isso? — Pergunte ele com tristeza. Luke passa a mão no meu cabelo. — É que você realmente acha que eu me abrindo irá mudar algo.

          Percebendo minha cara de decepção, ele ri e me dá um outro tapa, fazendo-me sentar na cadeira novamente. Sentindo a dor, eu coloco a mão por cima como se protegesse e vejo Luke aproximar o rosto.

— Quer um conselho? Não tente. Isso pode lhe trazer severas consequências.

          Ele sorri novamente largo e se afasta, quando passa pelas caixas, ele aperta um botão e enfim desaparece do galpão. As luzes apagam e luzes florescentes acendem. Levanto da cadeira e olho ao redor. No alto dali, havia algo pendurado; eu só não sabia o que era. Fora isso, não havia mais nada além da cadeira e várias caixas de papelão. Não haviam janelas. Somente havia a janela que ligava o galpão com a outra parte, possivelmente uma casa ou outra parte do galpão. Era ali que Luke ficava.

          Percebo que tudo está um silêncio, então corro até onde saiu, onde tem a janela. Mas quando estou quase perto, algo me eletrocuta.

— AH! — Grito, sendo expelida para trás.

          Franzo a testa e sinto meu corpo pinicando e mais dor. Ele...?

          Uma porta se abre e Luke surge novamente, ele segura algo na mão e deduzo ser o controle. Assustada, dou vários passos para trás enquanto ele vem em minha direção.

— Tsc, tsc. Eu temi que isso acontecesse — disse, ele aperta um botão do seu controle e aproxima mais. — Você está em volta de um tipo de cerca elétrica. Caso queira ultrapassar suas margens, você levará um choque.

          Cada passo que ele dá em minha direção, eu volto para trás. Luke aperta outro botão e um balde de água cai sobre mim, está completamente gelada e eu sinto frio. Muito frio.

          O chão parece ficar escorregadio e eu caio de joelhos no chão de concreto. Olho para cima e vejo o sorriso de Luke ainda maior. Meus sentidos aguçados dizem que algo pior está por vir.

— Então — diz ao puxar um tipo de vara. Na ponta da vara posso ver algumas correntes elétricas quando ele aperta um botão da lateral. — Vamos nos divertir um pouco.

— Não... — eu murmuro, apreensiva.

          Caminho para trás, tentando me proteger e me afastar dos choques. Mas Luke é mais rápido e apenas grito enquanto ele ri.

— Não... por favor, pare... por favor!

          Meus gritos são cada vez mais altos. Luke permaneceu assim por longos minutos, não faço a mínima ideia de quantos. Porém ele havia dado choque por toda parte do meu corpo, a dor era ainda maior por estar molhada. Enquanto choro pela dor, largada no chão, Luke para e se afasta, limpando o suor da testa:

— Isso foi apenas uma amostra. Vamos ver se aprende. Volto daqui uma hora, não precisa sentir saudades, querida.

          E com isso escuto sua risada no final.

          Eu me encolho no chão molhado, tremo de frio e choro. Choro por não ter forças. Choro por clamar minha morte se for pra ser torturada daquele jeito.

          Nunca fui apegada a crenças, mas me pego orando. Pedindo a Deus que mande Jack me encontrar ou apenas que ele me acorde dizendo que era mais um pesadelo.

          Minha maior decepção foi quando percebi que Luke havia retornado após uma hora. Não era um pesadelo, era real. Meu corpo ainda estava molhado, mas estava em estado de secagem, uma secagem lenta, devo dizer.

          Quando ele retornou, conforme havia dito, eu ainda estava na mesma posição. Ele apareceu em poucos passos de distância e com apenas um passo, ele veio até a mim, abaixou e puxou meu cabelo para trás. Tentei segurar o choro, juro que tentei, mas havia algo que sempre me fazia ficar mais fraca. Luke tinha o rosto pacífico. Ele dizia algo com os lábios, mas estava completamente desnorteada com a dor e os choques.

          Luke me soltou na cadeira e usou a vara de choque novamente em mim. Desta vez em várias partes do corpo: ombro, costas, braços, pernas... já não fazia diferença da área, a dor continuava a mesma.

          Vendo meu estado de exaustão, ele passou a mão na testa como se estivesse suando. Eu estava completamente largada na cadeira. O cabelo molhado caía em meu rosto e não tive forças para tirá-lo. Escutei o barulho de uma câmera e esqueci, pois a última coisa que vi foi quando Luke me deixou lá e voltou de onde veio.

          Inutilmente, eu desejo que ele tenha voltado para o inferno de onde saiu.

▪ o b s. ▪

E voltamos! AAAAAAAAAAAAAAAAAA!
Amores, sejam bem vindos a mais uma obra <3

Espero que vocês aproveitem bastante, comentem, briguem, chorem, amem, se divirtam e chorem de novo pois vai ter momentos tristes! Mas deixando claro que será maravilhoso.

Para quem não curte leituras pesadas, eu sinto muito, mas Luke vai pegar um pouco pesado. Nada TÃO exorbitante, mas não sei se alguém irá se incomodar por esse fato.

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Vamos tentar o lance das metas? 20 comentários e 30 votos antes da próxima quinta e logo postarei o capítulo! Será que conseguimos?!

Até o próximo capítulo, conto com vocês <3

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