A grã-duquesa perdida

By lavsmiranda

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Anastásia adotada pela família Tchecov, não faz ideia da onde veio e como foi parar lá. A única coisa que ela... More

Dedicatória
Prefácio
Prólogo
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capítulo XXXIV
Capítulo XXXV
Capítulo XXXVI
Capítulo XXXVII
Capítulo XXXVIII
Capítulo XXXIX
Capítulo XL
Capítulo XLI
Capítulo XLII
Capítulo XLIII
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo XXX

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By lavsmiranda

Natasha observou sua festa surpresa, que antes estava preenchida de felicidade e boas conversas, ganhar um ar triste e melancólico. Ela odiava simplesmente ver as pessoas chorarem, pois sua família havia ficado daquela maneira por longos anos.

Gostaria de poder consolar os irmãos Marshall, mas ela nunca sabia reagir naqueles momentos. Natasha sabia que nem as melhores palavras poderia consolar um coração em luto. E ela mais do que ninguém sabia que somente com o tempo, a dor iria passar e falar daquela pessoa amada se tornaria mais fácil.

Anastásia e Dimitri continuaram ao seu lado, assim como ela, observando tudo ao redor. Lara estremecia de tal forma, que por um momento achou que sua madrasta iria desmaiar, ou ter alguma coisa mais grave. Elizabeth chorava abraçada ao irmão, Phillip, que apesar de estar chorando, estava mais calmo que os outros.

— Não sei se devemos nos aproximar — Dimitri comentou.

Acho melhor continuarmos aqui mesmo. Não há necessidade nos aproximarmos. — Natasha pegou seus presentes em cima de uma pequena mesa. — Devemos sair daqui, antes que essa tristeza nos atinja também.

— Que falta de delicadeza da sua parte, Nat. — zombou Anastásia. — Mas devo concordar com você, é melhor sairmos. No entanto, Dimitri deveria ficar para consolar a noiva.

Natasha observou Dimitri ficar ruborizado, coisa que nunca havia presenciado. Deu um sorriso irônico e entrelaçou seu braço ao de Anastásia com cumplicidade.

— Então eles pretendem realmente se casar?

— Tenho uma forte intuição que teremos uma nova cunhada em breve. — Anastásia riu, colocando a mão sobre a boca. — Estou ansiosa por esse momento.

— Podemos ir embora? — Dimitri começou a empurrar as duas disfarçadamente. — Tenho as piores irmãs do mundo. Tenho sorte em ainda ter Ivana e Tatiana.

— Você ama mais nós duas, sabemos muito bem disso. — Natasha abriu a porta devagar. — Engraçado, por que alguns funcionários estão correndo dessa forma?

Os três irmãos começaram a andar pelo extenso corredor em silêncio, apenas observando a agitação. Natasha se recordou do dia em que sua mãe foi assassinada, aquela mesma agitação, só que em maior proporção, afinal, era a czarina da Rússia, amada por todos.

Algumas lembranças amargas a atingiram com uma força surpreendente.

— Nat, aconteceu alguma coisa? Está extremamente pálida. — sua irmã caçula pegou seu braço carinhosamente.

Natasha apenas fez um aceno com uma mão para dizer que não era nada, que estava bem.

— Claramente ela não está bem, não disse nenhuma palavra. — Dimitri passou a mão por sua cintura. — Estamos em família, adorada, pode nos falar o que sentir, sabe tão bem disso quanto eu.

— Lembra do ano em que a mamãe morreu? O quão esse corredor ficou da mesma forma?

— Mas agora eles estão organizando a viagem deles para a Inglaterra, por isso essa cena está se repetindo. Esqueça os demônios do passado, realmente não vale a pena relembrá-los. Demoramos tanto para superar aquilo que nos foi tirado... — pegou os presentes que estavam na mão dela. — Devemos agora aproveitar o que temos.

Natasha nada disse, apenas assentiu com a cabeça e começou a andar, se soltando dos braços do irmão. Como estava distraída, acabou se batendo com um guarda, e caiu no chão sentada.

— Meu dia poderia não piorar. — passou as mãos pelas costas. — Acho que ficarei dolorida por alguns dias. — resmungou para si mesma.

— Alteza está bem? Perdoe-me por isso. — uma voz masculina perguntou.

O guarda pegou seu braço e a ajudou se levantar. Ela olhou para o guarda, o conhecia por acompanhar sempre seu pai. Mas infelizmente não lembrava seu nome.

— Estou bem sim, obrigada. Não precisa pedir perdão, a culpa foi minha.

— Natasha, por Deus, não sabe olhar por onde anda? — Dimitri chegou logo depois. — Obrigado por ajudá-la, Morozov.

— Meu dever é ajudar e preservar a família imperial russa, Alteza.

— Olá Edik. — Natasha observou sua irmã acenando e sorrindo para o guarda. — Como está? Faz muito tempo que não o vejo.

— Anas... — Edik atrapalhou-se.

— Continue a me chamar de Anastásia.

— Obrigada pela ajuda, Sr. Morozov. E devo me desculpar por minha distração. O senhor é amigo da minha irmã?

— Apenas a conheci rapidamente, antes dela saber que era a grã-duquesa, Alteza.

— Interessante. — Natasha sorriu e o encarou.

— Ele é divertido, apesar do pouco que conversamos. — Anastásia sorriu. — Agora, não respondeu a minha pergunta Edik, como está?

— Estou bem, Alteza. — respondeu sem graça.

— Temos que ir. — Dimitri cruzou os braços e olhou para as duas irmãs. — Obrigado mais uma vez, Morozov.

Dimitri começou a empurrar Natasha e Anastásia cada vez mais rápido, como se tivesse fugindo de algo. Logo desconfiou que ele estava com ciúmes delas e começou a rir, aliviando sua dor nas costas e seus fantasmas do passado.

Natasha olhou para trás e acenou para o guarda, que ela percebeu ficar sem graça com aquele gesto.

Ela sabia que não podia iniciar nenhum flerte ou envolvimento amoroso com ele, pois era determinante proibido se relacionar com pessoas que não fossem da realeza. Mas nada a impedia de ser amiga dele ou pensar no quão ele era bonito.

Anastásia vestiu-se completamente de negro em consideração a família real inglesa. Arrumou seu cabelo em uma bela trança e colocou uma pequena tiara de prata em sua cabeça. Colocou um casaco pesado preto para melhorar o frio que estava sentindo. Parecia que o tempo estava sentindo o clima de luto.

Resolveu seguir o conselho de Dimitri e explorou seu imenso quarto. Achou diversas coisas, inclusive um diário com algumas anotações suas de quando ela era criança. Deixou o pequeno diário com uma capa de couro com seu nome em dourado em cima da penteadeira, que depois leria para tentar saber mais um pouco do seu passado.

Havia recebido um comunicado que Elizabeth e Phillip iriam embora no dia seguinte para Londres. Sentiu uma leve tristeza, não pela partida de Elizabeth, e sim, pela de Phillip. Eles tinham um encontro, e com a morte do irmão dele, tudo tinha ido pelos ares.

Ouviu uma batida na porta do seu quarto, e foi abrir para saber quem era. E para sua feliz surpresa, era Phillip.

— Eu a tinha convidado para um chá.

— Sim. — Anastásia abriu ainda mais a porta. — Entretanto eu sei que não será mais possível realizar o seu convite.

— Engana-se. Vim chamá-la para comermos alguma coisa como havíamos marcado. Está tudo organizado, pedi para os empregados me ajudarem.

— Claro. — Anastásia sorriu.

Anastásia fechou a porta do quarto e começou a andar ao lado de Phillip. Observou sua postura impecável e sua farda totalmente negra com medalhas. Ele era lindo, e rezava para ser lindo em seu interior também.

— Gosto desse palácio, gostaria de ficar aqui por mais tempo.

— Ainda não tive oportunidade de conhecê-lo completamente, e nem sei se conseguiria. Impressionante como ele é grandioso e belo em seus detalhes.

— Comparo a beleza de Peterhof a Versalhes na França. — disse Phillip. — Mas acredito que Peterhof ainda ganhe disparadamente.

— Quero conhecer Versalhes. Despertou-me a curiosidade.

— Oh, o rei vai ficar extremamente feliz em conhecê-la. Ele é seu primo por parte de mãe.

— Não sabia.

— Em breve terá que decorar a árvore genealógica de cada casa real e imperial do mundo, não se preocupe. — ele riu.

— Sério? Aposto que são muitos. — estremeceu.

— Apostou certo.

Phillip abriu a porta da sala, que era conhecida por Anastásia e a conduziu para dentro. Tudo estava devidamente iluminado e uma enorme mesa estava arrumada luxuosamente com bastante comida.

— Acho que um exército poderia comer isso tudo. — Anastásia comentou observando tudo.

— Eu avisei para não serem exagerados, agora imagine se fossem? — puxou a cadeira para ela se sentar.

— Teríamos comida para dois exércitos.

— Com certeza. — sorriu novamente.

— Torta de amêndoas. Tornou-se a minha preferida desde que vim morar aqui. — pegou uma pequena torta e colocou no prato. — Desculpe-me se já estou comendo, mas eu quase não comi o dia inteiro.

— Não há problema. — pegou uma jarra com suco. — Aceita?

— Não, eu prefiro chá.

— Um traço inglês em você, que interessante. — Phillip serviu chá na xícara de Anastásia.

— Não que seja minha bebida preferida, apenas senti vontade de tomá-lo.

— Prefiro um suco.

— O que está achando do frio?

— Consegue ser ainda pior do que em Londres. Creio que não exista lugar mais frio do que a Rússia. E você, o que acha?

— Bem, o frio já nasce conosco, então para mim é bastante normal.

— Engraçado que eu pensei que melhoria o frio, mas piorou.

— Realmente, havia melhorado o clima. Porém a nevasca voltou com mais força ainda. Espero não pegar nenhum resfriado.

— Russos pegam resfriado? — Phillip perguntou zombeteiro.

— Muito engraçado você. — deu um sorriso irônico.

— Estou tentando ser divertido.

— Sabe, eu pensei que estaria chorando com sua irmã a perda do seu irmão.

Phillip repousou o copo com metade do suco na mesa e limpou sua boca com o guardanapo.

— Não éramos muito próximos, e nem muito amigos. Claro, eu amava meu irmão independente de qualquer coisa, mas ele fazia de tudo para nos distanciar. Parecia que me odiava pelo simples fato de eu existir. Nunca consegui entender isso, sendo que eu tinha todos os motivos para odiá-lo. Ele sempre foi o preferido do meu pai, Anne e Mary as preferidas da minha mãe. Eu e Lizzie sempre fomos meio desprezados.

— Por isso são tão apegados?

— Sim. Lizzie mantinha uma relação saudável com todos eles, até brigar com Anne. Uma terrível briga, por causa de um homem. — revirou os olhos.

Anastásia franziu a testa e olhou com espanto para Phillip.

— Está falando realmente sério?

— Extremamente sério.

— Que estranho duas irmãs brigarem por um motivo tão fútil.

— Oh, Anne sabe ser bastante fútil quando quer.

— Percebi. — Anastásia mordeu um pedaço de torta. — E você? Já se apaixonou?

— Ainda não. — tamborilou os dedos na mesa. — E acredite, quero possuir esse sentimento ainda por alguém.

— Reze para ter sorte no amor.

— Acho que terei.

— Então está apaixonado? — arqueou a sobrancelha.

— Não necessariamente. Ainda não tenho certeza sobre os sentimentos que carrego sobre essa pessoa, mas eu espero que seja uma paixão.

— Será que ela irá corresponder a sua paixão, caso tenha certeza dos seus sentimentos?

Phillip encostou-se na cadeira e encarou Anastásia profundamente.

— Espero que sim.

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