The Guardian - The Discovery...

By Smrfina

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Um ano pode mudar muita coisa na vida de alguém, que o diga Rebekah Campbell. No espaço de um ano, descobriu... More

Relação entre Mundos Paralelos
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Rapunzel no País das Maravilhas *-*
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo Bónus - Cameron
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Epílogo
Agradecimentos + 3º Livro

Capítulo 16

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By Smrfina

  Afasto as cortinas da janela e encaro o lado de fora do quarto.

  Através da janela é possível ver um homem encorpado vestido totalmente de negro. Ele anda de um lado para o outro, enquanto o seu olhar percorre cada recanto do pátio da Academia.

  Alguns metros ao seu lado encontra-se outro homem, e, mais alguns metros ao lado deste, mais outro. Todos vestidos de negro, todos encaram cada recanto com a máxima atenção e todos seguranças.  

  A Academia tem seguranças por todo o lado, que evitam que os alunos internos, maioritariamente do primeiro e segundo ano, escapem sem autorização. A única altura em que podemos sair livremente é ao fim de semana. Para meu grande azar, ainda falta algum tempo para este chegar.

  Ontem a Emily ligou-me para me informar de que finalmente iria haver um daqueles encontros de chá. A meio da semana! Como é que eu vou conseguir sair da Academia sem que me apanhem? É certo que eu consegui escapar do colégio umas quantas vezes, mas aqui é diferente. Lá, no colégio do outro mundo, os seguranças funcionavam apenas e só como uma forma de prevenir, mas aqui não. Aqui estes seguranças estão realmente preparados para lidar com adolescentes que sabem lutar.

  A porta da casa de banho abre-se e de lá sai a Andreza com uma toalha à volta do seu cabelo castanho.

- Andreza? - digo o nome da rapariga de modo a chamar a sua atenção, e volto a olhar para o lado de fora através da janela. - Como é que eu faço para despistar os seguranças lá fora?

  A rapariga escapa inúmeras vezes da Academia a meio da noite, se ela não souber como fugir daqui sem que todos aqueles homens de negro me apanhem, então ninguém sabe.

- Isso depende. - responde. - Onde é que queres ir?

  Desvio o meu olhar da janela e viro-me para encarar a minha colega de quarto que se encontra ao lado da cama, encarando-me de volta. 

  Suspiro.

- Eu tenho que ir ao Palácio. Há uma coisa importante que eu preciso de fazer.

  A Andreza não diz nada. Simplesmente me encara como se estivesse à espera que eu continuasse a falar. Ao fim de algum tempo ela entende que eu não vou revelar mais pormenores à cerca do que lá vou fazer, e assente. 

- Podes sempre esperar pelo fim dos seus turnos. - responde por fim. - Ao fim de algumas horas de vigia os seguranças trocam. Tens cerca de cinco minutos para escapar.

  Da maneira que ela fala até parece fácil, e, de certa forma, até que é. Acho que se correr rápido o suficiente consigo sair em cinco minutos. Para isso só tenho que esperar umas horas até que os turnos mudem.

- Mas isso não quer dizer que não sejas apanhada à mesma. - continua. - De dia não é tão fácil escapar como de noite. Nesses cinco minutos podes ter o azar de aparecer algum segurança que estava simplesmente de passagem. - e lá foram as minhas esperanças. Como é que eu vou sair agora? Eu não posso esperar até logo à noite, e muito menos pedir autorização ao meu pai para ir a estúpido encontro de chá. Eu nem gosto de chá! - Mas eu tenho um plano. - diz sorrindo de uma maneira quase diabólica tão típica dos planos que eu costumo ter, e que acabam sempre por correr mal. - Nós hoje temos um treino marcado. Lá fora. Tudo que tens que fazer é fingires que és uma de nós, e sais sem problemas.

- Eles vão perceber que eu não sou aluna do terceiro ano. - protesto.

- Não vão. Nós já tivemos estes treinos antes. Eles só fazem a chamada lá no local e se estiveres junto com o grupo quando passarmos pelos portões da Academia, ninguém te vai perguntar nada.

- Tens a certeza?

- Absoluta. Sabes como é, estamos no terceiro ano. Deixamo-nos de teoria e passamos a focarmo-nos muito mais na prática, ou seja, chegou a altura de termos treinos a sério. Ninguém se vai preocupar com o facto de um aluno de outro ano estar nos nossos treinos, porque não era suposto vocês saberem que nós estamos num desses treinos.

  Afasto-me da janela e sento-me na minha cama. 

- Os outros alunos não sabem que vocês têm esses treinos? - pergunto. 

- Saber até sabem, mas não sabem quando é que eles acontecem, logo não há nenhuma possibilidade de se infiltrarem no nosso grupo. Pelo menos é o que os professores e treinadores acham. - encolhe os ombros. - Vais passar na boa.

  Sorrio. 

  Bem, esta é a minha melhor hipótese, e única por sinal. Eu não tenho como escapar sem que seja vista, então vou fazer exatamente isso. Escapar à vista de todos. Tenho a certeza que desta ninguém está à espera.

  Depois disto foi só esperar pela hora de ir. Sem sair de perto da Andreza, e acompanhada pelo resto do grupo de alunos do terceiro ano, passei pelos grandes portões da Academia sem que dessem por mim. Não vou mentir e dizer que foi fácil, porque não foi. Estava nervosa e parecia que toda a gente que olhava para mim percebia que eu era uma intrusa naquele grupo, no entanto, e graças à minha colega de quarto que consegue lançar olhares realmente assustadores a quem quer que seja que tente dar uma de intrometido, passei sem problemas. 

  Quando já estávamos longe o suficiente da Academia escapei do grupo e segui para o Palácio. Mas só quando lá cheguei e entrei no quarto da Emily é que consegui respirar de alívio.

- Eu fiz de tudo para que te sentasses ao lado da Natalie. - a Emily fala. - Mas por favor não faças nenhuma parvoíce. A minha tia não é uma pessoa muito fácil.

- Não é uma pessoa muito fácil? - pergunto, incrédula. - Ela é arrogante isso sim. Deve achar que por pertencer à família real que é mais importante que os outros. 

  A Emily solta uma leve gargalhada provocada pela minha revolta. 

- Isso não é bem verdade. - continua enquanto fecha a porta atrás de si e juntas começamos a caminhar em direção ao salão. - Ela pode ser irmã do rei e tudo o mais, mas ela não possui nenhum estatuto. Ou melhor, o único estatuto que ela mantém é mesmo o de ser casada com o dono de um dos maiores bancos do pais, mais nada. 

  Esqueci-me totalmente desse pormenor. Segundo o que aprendi à uns tempos na aula de história, por aqui o único membro da família real que realmente importa é o que vai suceder ao trono. Ou seja, por muitos filhos que o rei e a rainha tenham, o único que mantém algum estatuto digno de um título é o que vai suceder ao trono. Todos os outros não passam de pessoas normais que serão esquecidas assim que um novo rei suceder. 

- Não quero saber. - protesto. - Ela continua a ser arrogante. 

  Depressa chegamos até ao salão onde já se encontram algumas pessoas. Todas mulheres e a grande maioria visivelmente com mais de quarenta. Agora entendo o porquê da Emily dizer que isto é uma seca...

  Assim que nos sentamos nos lugares marcados começam a servir-nos o chá. Olho para o lado quando a mãe do Cameron se aproxima e se senta no seu lugar. Felizmente a Emily conseguiu fazer com que ela se sentasse ao meu lado. Isso vai facilitar um pouco as coisas.

- Natalie. - digo o seu nome e a mãe do Cameron olha para mim. Ela reage em surpresa quando me vê, mas não diz nada. - Nós precisamos mesmo de falar sobre o facto da minha mãe ter sido sua Guardiã.

  A mulher que aparenta ter uns cinquenta e tal anos desvia a sua atenção para a frente e solta um sorriso e um pequeno aceno de cabeça para alguém. 

- Eu já lhe disse tudo o que tinha a dizer. - responde. - Pare de insistir.

  Ela corre uma das suas mãos para a frente para pegar num dos bules de chá e começa a verter o líquido na sua chávena. 

- Por favor, eu... - começo. 

  Sem querer, e num movimento rápido, acabo por bater com o meu braço no de Natalie que, surpresa, acaba por derramar algum chá em cima da sua roupa. A mulher pousa depressa o bule em cima da mesa e eu agarro em alguns guardanapos, na tentativa de remediar o problema que causei. 

- Peço imensa desculpa! - levanto-me arrastando a cadeira para trás e estico os guardanapos na direção da mãe do Cameron, que os agarra dispensando a minha ajuda. 

- Pare! Afaste-se! - ordena a Natalie. Após breves segundos a senhora acaba por suspirar e murmurar na minha direção. - O que é que eu preciso de fazer para que a menina pare de andar atrás de mim?

  Solto um sorriso involuntário. Se eu sabia que para que ela me respondesse às perguntas só tinha de atirar chá para cima dela, já o teria feito à muito tempo. 

- A senhora sabe muito bem o que é que eu quero saber.

  Ela encara-me por algum tempo. O seu rosto encontra-se totalmente indecifrável e começo a achar que, se calhar, esta foi a pior ideia de sempre. É óbvio que depois de lhe atirar chá para cima da roupa ela não me iria contar nada. Sabe-se lá se aquela não é a sua saia mais cara e feita única e exclusivamente para ela por um estilista famoso qualquer. 

  Para minha surpresa a mãe do Cameron acaba por se levantar. 

- Peço desculpa mas eu tenho que me ausentar por uns minutos. - fala formalmente para as restantes pessoas que se encontram na mesa. Depois olha para mim e fala mais baixo, de maneira que só eu ouça. - Acompanhe-me.

  Sigo a sua ordem sem protestar e caminho atrás da Natalie percorrendo o salão até uma porta que dá para uma sala decorada de uma maneira muito mais simples e em tons claros. Chegando lá, ela pede-me para entrar e depois fecha a porta atrás de si. Tenho a certeza que ela fez isto para ter a certeza que ninguém via que estávamos a entrar lá dentro e, também, para garantir que ninguém iria ouvir a nossa conversa. 

  Olho em volta para a sala decorada com sofás e algumas estantes de livros que percorrem as paredes de cima a baixo. 

  Ela tosse ligeiramente chamando a minha atenção novamente para si, e fala.

- Eu realmente não sei porque é que a Rebekah insiste nesse assunto. - fala. As suas mãos estão entrelaçadas junto ao corpo e é impossível não reparar na mancha molhada que cobre a sua saia preta. - Eu já lhe disse que não sei mais nada.

- E eu já disse que não acredito. Eu peço desculpa mas não acredito que o que está dizer é verdade. - suspiro. - Eu sei que a senhora não vai muito com a minha cara, mas pense que não está a fazer isto por mim, mas sim pelo seu filho. O Cameron está com o mesmo problema que eu. 

  A Natalie assume uma postura realmente ofendida e corta-me falando visivelmente indignada. 

- E a menina acha que eu não iria fazer de tudo para ajudar o meu filho? 

  Encolho ligeiramente os ombros.

- Eu não sei. Mas... Natalie, isto é importante. Seja o que for... pode contar.

  Ela suspira e desvia o seu olhar do meu. Depois vira-me as costas e senta-se num dos sofás.

- Eu... - começa a falar, mas para e encara as suas mãos entrelaçadas sobre os joelhos. Ela parece estar numa luta interna entre contar e não contar. Isto só serve para me mostrar que realmente tenho razão e ela esconde alguma coisa. - Eu não podia ter filhos. Por muitos tratamentos que fizesse, eles nunca davam resultado. Eu era estéril. Nunca iria dar ao Julian o herdeiro que ele tanto queria. Que nós tanto queríamos. - completa. - Então... então eu fiz o que nunca pensei que iria fazer.

- O quê? - pergunto aproximando-me do sofá e sento-me ao seu lado. - O que é que a senhora fez? 

  A mulher ao meu lado solta um longo e exagerado suspiro. 

- Eu preciso que a menina me prometa que não vai contar isto a ninguém. Nem mesmo à princesa. - fala referindo-se à Emily. Assinto e ela, depois de soltar mais um suspiro, continua. - Quando eu soube que não podia mesmo gerar um filho, a sua mãe ajudou-me. Ela falou daquela bruxa... Sophie Laurent. Foi graças a essa mulher que eu consegui ter o Cameron, e depois a Amber. O que quer que seja que tenha acontecido convosco para que tenham esse poder... a bruxa é a resposta. 

  A Sophie? Mas ela nunca comentou nada sobre isso. 

- Mas como? - pergunto. - O que é que ela fez?

  A mãe do Cam levanta-se. 

- Eu já lhe disse tudo o que podia, e sabia. Não há mais nada que eu possa fazer. - ela volta-me as costas e caminha até à porta. Chegando lá a senhora abre a mesma, mas antes de sair da sala volta-se para trás, e fala. - Espero seriamente que a menina faça o que prometeu e este assunto fique enterrado.

  Antes que eu possa responder ou perguntar mais alguma coisa, a Natalie sai fechando a porta atrás si. 

  Olho em volta, para as estantes cheias de livros, totalmente confusa. Como assim a Sophie ajudou a mãe do Cameron? E porque raio é que a minha mãe levou a Natalie lá? Será que, tal como a mãe do Cam, a Francesca também não podia ter filhos? 


****

Olá!!

Curiosidade: Sabiam que teoricamente, segundo a data que eu escolhi, e como leram no 1º livro, a Becky faz anos hoje (5 de março)? 


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