Ensina-me amar

Von alinemoretho

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Sarah Rodrigues era uma bela e jovem garota criada sobre a dura disciplina de seu pai e rígida supervisão de... Mehr

Bem-vindo@:
Epígrafe
Prólogo
Um: Desamparada
Dois: Socorro
Três: Amizade
Quatro: Uma Chance
Cinco: Humilhação
Seis: Nova Vida
Sete: Boas-Vindas
Nove: Ele
Dez: Quebrada
Onze: Perdão?
Doze: Verdade
Treze: Bagunça
Quatorze: Reconciliação
Quinze: Medo
Dezesseis: Adaptação
Dezessete: Covarde
Dezoito: Sentimentos
Dezenove: Ciúmes
Vinte: Viagem
Vinte e Um: Pai
Vinte e Dois: Fé
Vinte e Três: Família
Vinte e Quatro: Sufoco
Vinte e Cinco: Retorno
Vinte e Seis: Confusão
Vinte e Sete: Temores
Vinte e Oito: Tormento
Vinte e Nove: Fuga
Trinta: Confissões
Trinta e Um: O Retorno
Trinta e Dois: Correção
Trinta e Três: Fazer o certo?
Trinta e Quatro: Temor
Trinta e Cinco: Voltar?
Trinta e Seis: Sujeição
Trinta e Sete: Aniversário
Trinta e Oito: Casar?
Trinta e Nove: Mãe
Quarenta: Padrinho
Quarenta e Um: Casamento
EPÍLOGO:
Agradecimentos

Oito: Reencontro

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Von alinemoretho

— Qual o problema, ovelhinha? Por que ainda está chorando? — perguntei à bebê agarrada ao meu tronco como se sua frágil vida dependesse somente daquele gesto.

Eu já havia alimentado, dado banho, trocado fraldas e cuidado de todas as necessidades possíveis referentes a Mabel, e mesmo assim ela não ficava tranquila o suficiente para pegar no sono. Meu coração apertava por vê-la agoniada, agitada e chorando, e eu me sentia impotente, sem saber quais medidas tomar para ajudá-la.

— Sarah? — ouvi uma voz ecoando do lado de fora do quarto.

— Pode entrar —  pedi e em seguida vi Luana abrindo, entrando e rapidamente fechando a porta para impedir a claridade de acompanha-la em sua visita ali. Além de ser minha vizinha de quarto, por ter  seu filhinho, o pequeno Arthur, a jovem sabia como ninguém as dificuldades que eu estava enfrentando naquele instante.

Há duas semanas eu vinha me esforçando, seguindo os conselhos de dona Socorro, para desenvolver amizade com as moças da casa. Afinal, minha senhorinha favorita precisou ir visitar seu filho Ian na cidade de Santa Cruz e Amanda, com quem eu tinha mais intimidade, vivia saindo para resolver problemas, só voltava a noite para nos checar e ia para sua casa, deixando tudo sobre os cuidados de Anelise, por isso, sem opções, precisei ampliar meu círculo social. Apesar da minha personalidade introvertida e do constante medo de criar laços e me decepcionar, eu passei a trocar a segurança no quarto pelos momentos de bate-papo entre as garotas, quando elas se reuniam na sala e não me arrependi. Isso foi muito bom tanto para mim quanto para Mabel que estava ansiosa para conhecer outros lugares do casarão além do jardim e o nosso dormitório onde costumávamos passar as tardes e noites.

— Ela voltou a estranhar o berço de novo? — Luana perguntou se aproximando de mim enquanto eu estava ocupada em balançar a bebê manhosa em meus braços.

— Eu não sei, Lu. Já devia ter se acostumado, mas ela está tendo dificuldades para dormir direito. Ela só chora, não mama, recusa as papinhas — informei em um misto de sinceridade e aflição. — Fiquei acordada a noite toda e só reparei que amanheceu quando você entrou.

— Oh Sarah, você podia ter me chamado —  a moça disse em tom de bronca. — Olhe só pra você! Seu rosto está péssimo e se bem me lembro, não te vi no café da tarde e nem no jantar de ontem.

Sorri agradecida por tamanha preocupação. — Não quis incomodar. Já não basta os berros da bebê nos seus ouvidos.

Ela revirou os olhos. — Até parece. Dona Socorro nos mandou cuidar das duas mocinhas e ela, certamente, ficaria uma fera se te visse com essas olheiras e o rosto de mãe-zumbí.

Foi inevitável rir das palavras dela e de fato, eu estava cansada, mas não queria admitir isso. — Não se preocupe, eu estou bem. Enquanto Mabel não melhorar, ficarei aqui.

Luana cruzou os braços e frazindo, cenho fez questão de me lembrar: — Como vai cuidar dela se ficar doente, hein?

— Lu, por favor, eu...

— O Arthur está dormindo, deixe ela aqui comigo e vai comer alguma coisa. A essa hora Giselle já foi buscar o pão e Maitê deve estar preparando o café. Desça, coma e, se quiser, tire até um cochilo no sofá — instruiu já se aproximando para tomar Mabel do meu colo.

— Não precisa, eu estou bem — tentei garantir, mas minha falta de convicção entregou qual era minha verdadeira vontade, ou seja, um pouco de descanso.

— Pode ir, Sarah — insistiu Luana e listou mais uma vez os motivos para que eu abandonasse minha teimosia e fosse cuidar das minhas necessidades.

Olhei para a ovelhinha por alguns instantes e após um longo suspiro, eu me dei por vencida. — Tudo bem, mas vou comer algo e volto em seguida, prometo.

— Passe essa lindinha para mim — pediu e mesmo eu levantando com cuidado, mas Mabel não me deu um desconto, assim que percebeu a movimentação voltou a berrar ainda mais forte. — Vá! Saia logo daqui, eu a acalmo.

Eu ainda estava meio incerta quanto aquela ideia e foi muito doloroso precisar deixar minha filha se esgoelando de chorar com Luana enquanto eu ia atrás de algo para forrar meu estômago vazio.

Só percebi o quanto estava acabada quando passei diante de um espelho no corredor e vi meu rosto de quem precisava de uma noite de sono completa, uma boa refeição e um longo banho bem quente e relaxante.

Fui até a cozinha e me encontrei com Maitê. Ela era uma senhora da igreja da Amanda, contratada especialmente para cuidar das refeições e prontamente providenciou algo para me ajudar a recobrar as energias. Enquanto comia, eu fui contando pra ela sobre a situação da bebê e fiquei um pouco tensa ao ouvir seu comentário.

— Tudo é mais difícil quando estamos sozinhas, não é, querida? Criei meu primeiro filho ao lado do meu marido e foi ótimo ter alguém comigo me ajudando e apoiando. Mas antes do nascimento do segundo, ele morreu num acidente e eu fiquei sozinha. Só Deus mesmo pra ter me dado forças. — Ela contou triste, e enquanto dava detalhes de como fora sua vida com o falecido, eu divagava como a minha poderia ter sido diferente se Victor e eu tivéssemos feitos as coisas da maneira correta. Nós poderíamos ter nos casado, Mabel nasceria num lar estruturado e eu não precisaria me preocupar o tempo todo com a segurança dela.

Afastando aqueles pensamentos, eu pedi licença para sair da cozinha. — Vou aproveitar o auxílio da Lu para ir tomar um banho. Obrigada pela companhia dona Maitê.

Voltei para o quarto onde Luana ainda tentava acalmar a bebê e implorei por mais cinco minutos do tempo dela. Ela concordou de bom grado e eu pude agradecer a Deus por aqueles instantes de baixo do chuveiro, onde até mesmo pude lavar meus cabelos sem preocupações. Saí renovada e até mais leve do banheiro. Porém, o sentimento não durou muito. 

Quando entrei no dormitório novamente as más notícias começaram.

— Sarah, eu senti que a Maria Isabel estava ficando quentinha e resolvi medir a temperatura dela. Ela está com 39°C — exclamou Luana.

Meu coração gelou no mesmo instante e eu, rapidamente peguei a bebê no colo e busquei confirmar as palavras da minha colega. Para o meu choque, ela estava certa e eu rapidamente tomei as providências.

— Vou dar um banho nela. Liga pra Amanda e pede pra ela vir pra cá. — avisei já tirando o macacão da bebê.

— Tudo bem. Eu já venho — e saiu das minhas vistas.

Agilmente aprontei o banho da pequenina e comecei a tomar as medidas necessárias para abaixar aquela febre.

— Eu não deveria ter te deixado. Perdão, meu amor. Perdão — eu murmurava enquanto molhava o corpinho super-aquecido de Mabel na banheira. — Como eu não percebi que você estava doentinha? Sou uma péssima mãe, me perdoe.

— Sarah, a Amandinha não vai poder vir hoje — informou Luana ao retornar depois de alguns minutos. — Ela passou mal e a obstetra mandou ela fazer repouso para proteger o bebezinho dela.

— Aí meu Deus, e agora? Ela é única enfermeira que eu conheço, Luana — expressei com angústia e ao mesmo tempo que secava Mabel, tirei o termômetro de sua axila. — 38.8°C. O banho quase não ajudou.

— A Amanda pediu para você ir ver o doutor Murilo. Ele é pediatra de um hospital aqui perto e sempre atende o Arthur quando ele fica doente — propôs Luana tentando me ajudar. — Troque ela e espere lá fora. Vou acordar a Anelise.

Acatando as ordens de Lu, eu não demorei nem seis minutos em todo o processo, e pegando a carteira com os documentos, eu desci as escadas apressada com a bebê no colo. Para o meu alívio a motorista já estava me esperando com o carro ligado.

Anelise foi uma excelente amiga e durante o caminho além de me distrair conversando comigo, ela prometeu orar pela bebê e até me informou que Amanda já havia trabalhado no hospital e seria útil lembrar isso aos atendentes da recepção. 

Chegando ao local, eu fui direto ao balcão pedindo em nome da Amanda uma consulta urgente com o doutor Murilo.

— Ele não está — declarou a mulher de voz fanha atrás do balcão. Por estar entretida com um jogo de cartas virtual no computador, ela sequer olhou para mim.

— Por favor, minha filha está ardendo em febre. Ela precisa ser atendida agora — implorei, tentando despertar alguma comoção naquela ruiva desbotada.

— Não posso fazer o doutor Murilo brotar aqui, querida. Pegue uma ficha e espere para passar com o clínico geral como todos os outros — respondeu com uma grosseria que despertou em mim o meu lado de mamãe-ursa, e ele não costumava ser nada gentil com pessoas arrogantes.

— Minha filha está com febre alta e sendo um bebê de seis meses, ela pode ter uma convulsão com mais facilidade do que qualquer outro marmanjo com um mero resfriado ou dor de barriga — informei sem um pingo de paciência. — Não me importo se ela vai passar com o doutor Murilo, mas se acontecer algo de ruim com ela por conta da sua má vontade e desse serviço porco que está fazendo, você vai se arrepender amargamente. Por isso, arrume um pediatra pra ela, agora!

A mulher finalmente tirou os olhos da tela e me encarou atemorizada. — Tudo bem, senhora. Passe seus dados e sente ali, vou pedir para o residente de plantão te atender.

Com um gosto doce de vitória na boca, eu preenchi tudo, ganhei uma senha e fui para área de espera. Graças a Deus, a ficha da Mabel passou na frente dos outros e foi reconfortante quando o número contido no papelzinho dado pela recepcionista apareceu no telão, indicando minha vez de ser atendida.

Caminhei a passos largos até o consultório enquanto consolava a bebê de mais uma de suas crises de agitação. Eu bati na porta da sala do médico e a abri com uma confiança que foi quebrada no instante seguinte quando vi quem era o residente atendendo.

— Pode entrar — ele disse com a voz firme e eu senti todo meu corpo se desintegrar.

Era ele.

O residente era Victor.

Digam aí o que estão achando e o que imaginam que acontecerá 🤯😮💕

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