A Herdeira do Trono

By LauraaMachado

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E se você tivesse que cruzar seu país para uma última chance de se tornar quem sempre foi? De... More

Nota da Autora
Epígrafe
Prólogo
Capítulo 1 - Pelo Bem do Trono
Capítulo 2 - De Todas as Pessoas do Mundo
Capítulo 3 - Baile do Século Vinte e Um
Capítulo 4 - Uma Ordem de sua Princesa
Capítulo 5 - Estou Aqui Por Você
Capítulo 6 - Convicções e Princípios
Capítulo 8 - Caminho de Volta para Casa
Capítulo 9 - Celebração da Fênix
Capítulo 10 - O Maior Segredo do Mundo
Capítulo 11 - Reconhecimento
Capítulo 12 - Só o Primeiro Encontro
Capítulo 13 - Uma Garota Conversando com um Garoto
Capítulo 14 - Sua Única Opção
Capítulo 15 - Eles Sabem
Capítulo 16 - Seu Direito e Dever
Capítulo 17 - Inapropriado para Princesas
Capítulo 18 - Você Nem Imagina
Capítulo 19 - Todas as Formas de Comunicação
Capítulo 20 - Uma Questão de Honra
PERSONAGENS
Explicações

Capítulo 7 - Festa com Máscaras

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By LauraaMachado

Algumas horas depois, até eu precisava admitir que estava me divertindo mais do que esperava que poderia. Alaric tinha me feito roubar uma bandeja de um garçom e servir algumas pessoas - o que me deu a impressão de que era um teste para ver se eu conseguia desfazer de meu título por um tempo e provar certa humildade, - e roubar o xale da mulher do Ministro do Transporte - de quem eu nunca gostei, então não teve muito problema. Enquanto isso, eu o fiz entrar no banheiro feminino - e ser expulso, - falar no microfone que ele mal podia esperar para me conhecer e roubar uma garrafa inteira de champanhe do bar.

"Vamos lá," ele dizia depois de anunciar meu próximo desafio. Talvez fosse pela bebida, mas nós agora parecíamos bastante íntimos. "Você disse que eu era a única pessoa que sabia que você tinha vindo. Tem que ter alguém que não pode descobrir que está aqui. Só precisa dançar com ela."

"Você não é a única," rebati, mas já estava pensando na pessoa perfeita. "Um minuto, certo?"

"Isso. Só por um minuto."

Revirei meus olhos, mas sorria. De todos os desafios, aquele talvez era o que mais me deixava contrariada. Não queria arriscar ser reconhecida assim. E sabia que não havia escolha agora.

Minha única esperança era ela não enlouquecer.

Ainda que estivesse apreensiva, cheguei rápido perto de Liev e, antes que pudesse dar para trás, lhe toquei no ombro.

"Sim?" Ela perguntou, só me olhando rapidamente por cima do ombro e logo voltando a observar a festa.

Ela claramente não tinha me reconhecido. E eu não queria estragar tudo lhe deixando ouvir minha voz.

Então só a peguei pela mão e a puxei para mais perto das outras pessoas que dançavam.

Sabia que ela devia estar estranhando aquilo, mas, assim que nós paramos, eu comecei a dançar de qualquer jeito. Só me balançando de um lado para outro e tentando fazê-la me imitar sem ter que entender mais nada.

Minha esperança era que ela achasse que eu era uma convidada maluca e simplesmente aceitaria para não ter que contrariar. E aí, antes que me reconhecesse, o um minuto acabaria e eu desapareceria de perto dela.

Mas não tive tanta sorte.

E percebi quando ela apertou os olhos, uma expressão de completo horror tomando conta de seu rosto.

"Princesa Lola?!" Apesar de sua voz sair em um sussurro, foi com a entonação completa de um grito. Eu levei na hora um dedo à boca e olhei em volta para saber se mais alguém tinha escutado. "O que você está fazendo aqui?"

"Dançando," respondi. "E seria bom se você dançasse comigo!"

"Você perdeu a cabeça?" Suas mãos vieram parar em meus ombros, e ela começou a me puxar para fora dali.

Tive que parar minha dança inútil para não a deixar me levar de volta para o meu quarto.

"Não," falei, até mais firme talvez do que devia. "Não perdi a cabeça. Estou tentando aproveitar um pouco da festa sem que as pessoas saibam quem eu sou. E vou continuar."

Quase falei que era uma ordem e que ela não poderia realmente mandar em mim, mas sabia que não seria justo. Liev não estava tentando me tirar dali por capricho. Ela acreditava de verdade que era mais seguro para mim. E eu não ia colocar nosso ótimo relacionamento em risco só porque tinha decidido entrar na festa escondido.

Ela, em compensação, deve ter pensado também naquilo e percebido que, ainda que eu não falasse as duras palavras, era verdade. Ela não podia mandar em mim assim.

"A decisão é sua," falou, ainda parecendo estranhar tudo aquilo e claramente sem concordar com a minha escolha. "Só tente não perder a hora da entrada." E então começou a se afastar de mim.

Eu logo fui atrás dela. "Me faz um favor, Liev?" Pedi, parando à sua frente e a obrigando a parar também. "Pede para trazerem minha tiara e deixarem na sala lateral?"

Ela apertou os olhos para mim, mas não demorou para parecer entender o porquê daquilo tudo. E, ao invés de questionar, só assentiu.

"Pode deixar," disse.

Dessa vez, eu a deixei se afastar.

Enquanto a observava andar para longe e a perdia de vista no meio das outras convidadas de vestidos pretos e máscaras parecidas, tentei me colocar no lugar dela. Sua maior responsabilidade era saber onde eu estava e o que estava fazendo em dias de eventos assim. Devia mesmo ser aterrorizante descobrir que eu tinha escapado de sua atenção. E durante horas!

Mas eu já tinha provado que o risco não era tão grande assim. Talvez fosse no começo da festa. Mas, conforme o tempo passava e os copos se esvaziavam, a visão das pessoas ficava cada vez menos exata. A esse ponto, talvez eu pudesse chegar a tirar a máscara sem ninguém me reconhecer.

Não que eu fosse arriscar.

"Sabe que não valeu, não é?" Ouvi a voz de Alaric perto demais de me ouvido e tive que controlar um arrepio em minha nuca. "Não deu nem dez segundos," ele completou, se colocando ao meu lado e fingindo olhar com a mesma atenção que eu na direção de Liev.

"Ela é a única pessoa aqui que realmente não podia saber que eu tinha vindo para a festa," respondi, cruzando meus braços. "Você terá que ficar satisfeito com meus dez segundos de dança."

Para mim, o assunto estava encerrado ali. Eu já começava a pensar em como o desafiaria em seguida. Mas Alaric tinha outros planos.

"Ou," ele falou, colocando bastante entonação na palavra e se virando para me olhar, "eu posso pensar em um jeito de você compensar."

Deixei que só um dos cantos de minha boca se entortasse em um sorriso. "Estou ouvindo," respondi, ainda que quisesse revirar os olhos.

Era ao menos justo.

"Não se preocupe, é um desafio pequeno."

"Claro."

"Só para compensar mesmo o outro."

"Já estou convencida," garanti.

Ele sorriu, me mirando de volta por alguns segundos sem falar nada. E então abaixou os olhos, como se precisasse daquela pausa para respirar.

"Quero que você beije sua pessoa favorita aqui," falou, voltando a me encarar.

Eu sorri, nem um pouco abalada. "Fácil." E lhe dei as costas.

Sabia que ele estava torcendo para que fosse ele. Estava em seus olhos e no jeito que, antes de falar, parecia se segurar para não se aproximar mais de mim antes que eu mesma tomasse qualquer iniciativa. Mas não seria tão simples assim.

Conforme andei pela festa procurando quem beijaria, aproveitei para pensar um pouco em Alaric. Aquela noite estava sendo bem melhor do que eu esperava, e tinha que admitir que era por causa dele, que também tinha superado bastante minhas expectativas. Mas seu jeito de querer que eu me entregasse de vez, que investisse completamente nessa relação logo na primeira noite era um pouco intimidante. Até para mim.

Podia sentir que estava sempre prestes a passar dos limites, que eu precisava manter meu pé no freio constantemente. Ainda que nunca tivesse tido que brecar até aquela hora, podia sentir que ele se aproximava cada vez mais e que talvez, quando percebesse, já tivesse sido mais do que eu gostaria de me comprometer no primeiro dia.

Nós tínhamos um mês. E eu ainda tinha outros quatro pretendentes. Não queria chegar ao final sem nada, mas tampouco queria fazer uma escolha apressada e errada por falta de paciência. Não conseguia mesmo acreditar que encontraria alguém que eu pudesse amar, principalmente porque isso era loucura e desnecessário, mas queria ter certeza de que não teria mais surpresas ruins. Me deixar levar pelo momento só estragaria tudo.

Apesar de que era exatamente isso que Clarissa queria que eu fizesse. Parasse de pensar tão logicamente e fizesse o que me desse vontade perto dos pretendentes. E eu pensava nisso quando coloquei minhas mãos em seus ombros.

Ela levou um susto, se virando na hora para ver quem era a pessoa que a tocava. Mas, quando percebeu que era eu, logo me abraçou.

"Eu achei que você tinha desistido!" Exclamou, se afastando. "Não consegui te encontrar."

''Eu consegui," admiti, sem conseguir parar de sorrir. Era só por estar perto dela mesmo e ter até bastante coisa para lhe contar. "Mas acabei me distraindo. Agora, fique parada."

Ela ainda franzia a testa e tentava entender do que eu estava falando, quando peguei em seu rosto com as duas mãos e trouxe para mim, até deixar um beijo em sua bochecha.

"Pronto," falei, lhe soltando.

Ela balançou a cabeça para si mesma. "Eu devo perguntar o que acabou de acontecer?"

Dei de ombros, olhando para trás para localizar Alaric. Sabia que ele tinha me seguido, mas demorei um pouco para ver onde estava. Ele logo levantou uma taça na minha direção e assentiu, como se validasse o desafio.

"Você lembra daquele pretendente terrivelmente promissor?" Perguntei para Clarissa, enrolando meu braço no dela e começando a puxá-la para andar comigo para a festa. "O historiador britânico?"

"Ah, o arrogante?" Ela soltou, e eu não consegui evitar sorrir. "Achei que ele não tinha vindo."

"O confiante," corrigi. "Ele veio. E nós estamos no meio de uma competição. Ele tinha me desafiado a beijar minha pessoa favorita aqui."

"Sutil," ela disse.

"Ele é bem mais interessante do que você pensa," eu o defendi, mas, quando olhei na sua direção, Clare olhava para outro lado, outra pessoa, e nem parecia me escutar.

Segui sua atenção até Kyle, que estava agora sentado no bar. Na verdade, nem poderia ter tanta certeza de que era mesmo ele só pelas suas costas e o pouco do reflexo de seu rosto que dava para ver no fundo espelhado do bar. Mas Clarissa sempre sabia exatamente onde ele estava, ainda que ele fosse invisível para o resto do mundo.

"Você viu os Cartwright?" Arrisquei, depois de passar alguns segundos em silêncio e ter certeza de que ela nem tinha percebido que eu tinha parado de falar.

O sobrenome de Kyle pareceu lhe dar um choque, mas, quando voltou a me olhar, eu já fingia que não tinha notado sua distração.

"Trevor disse que eles chegariam hoje, mas não consigo encontrá-los em lugar algum," completei.

"Não vi," o jeito que ela falou me deu a impressão de estar tentando controlar seus nervos. Olhos focados à frente, respiração controlada e seu braço tão firme em volta do meu, que quase me machucava. "Eu acabei fazendo amizade com uma garota aí e nem tive a chance de procurar."

"Ah, é?"

"Posso te perguntar uma coisa?" Ela parou de andar e se virou para mim.

"Claro."

"É só uma coisa que essa menina estava falando e me fez ficar pensando..."

"Clare, o que for, você pode me falar," lhe garantir, apoiando uma mão em seu ombro.

"Não é nada de mais!" Ela deu de ombros, olhando por cima do meu, parecendo querer me distrair de como se importava com o assunto. "Mas você acha errado fingir ser alguém que não é?"

De todas as coisas que eu a imaginava me falando ou finalmente admitindo, aquela era a última.

"Como assim?"

"Não para sempre!" Correu para corrigir. "Aqui, na festa. Inventar um nome, não sei. Acha que seria muito errado?"

Dava para ver em seus olhos quase escondidos pela máscara que ela queria que eu falasse que não. Não era uma pergunta de verdade, só uma confirmação de que eu diria o que ela queria ouvir. Mas eu faria bem melhor que isso.

"Acho que nós criamos esta festa com máscaras com um propósito," falei. "E não é isso que eu estou fazendo? Fingindo ser outra pessoa?" Pude jurar ver seus olhos brilharem para a minha resposta. "Não acho errado. Mas acho também que é possível usar todo esse anonimato e o clima da festa para ganhar coragem em ser você mesmo."

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