Meu Jeito - Harry Potter fanf...

By PalasSilvermist

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Uma notícia de casa deixa Lily alarmada. E as férias de verão seriam seguidas de um ano recheado com a prepar... More

Capítulo 1 - Londres
Capítulo 2 - Gentiliza para acordar
Capítulo 3 - Um dia cheio
Capítulo 4 - Visita e Lembranças
Capítulo 5 - Cotidiano
Capítulo 6 - O Baile dos Pendleton
Capítulo 7 - Danúbio Azul
Capítulo 8 - Convite
Capítulo 9 - Memórias
Capítulo 10 - Na Fazenda Potter
Capítulo 11 - Primeira Semana de Aulas
Capítulo 12 - Uma nova companhia
Capítulo 13 - Poções
Capítulo 14 - Novas Ocupações, Novos Amigos, Novos Problemas
Capítulo 15 - Insônia e Gargantilha
Capítulo 16 - Impiastro
Capítulo 17 - Primeira Aula
Capítulo 18 - Rosa
Capítulo 19 - Meu Jeito
Capítulo 20 - Um Pouco Mais Sobre Safira
Capítulo 21 - Natal
Capítulo 22 - Olhares
Capítulo 23 - Lírios
Capítulo 24 - Visita a Hogsmeade - Parte I
Capítulo 25 - Visita a Hogsmeade - Parte II
Capítulo 26 - Nos Jardins
Capítulo 27 - Má notícia
Capítulo 29 - Mudança de Ares
Capítulo 30 - Citações
Capítulo 31 - Rosas Azuis
Capítulo 32 - Votação
Capítulo 33 - Despedidas
Capítulo 34 - Cartas, Areia e Brisa

Capítulo 28 - Explicações

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By PalasSilvermist

Safira nem sequer considerou a hipótese de ir ao jantar de Slughorn na segunda-feira. Pediu vagamente a Lílian que apresentasse a ele suas desculpas dizendo que não se sentia bem. Vendo o quanto aquilo era verdade, a ruiva não perguntou nada e fez conforme o pedido.

Sirius só não foi resmungando por parecer um castiçal andando com Tiago e Lily pelos corredores até a sala do professor de Poções porque estava preocupado com a amiga.

Slughorn, por sua vez, lamentou a ausência e, no seu jeito de espalhafatoso sempre, desejou melhoras.

Em um momento em que ninguém mais ouviria a conversa, Sirius perguntou a Lily:

-Você sabe o que aconteceu?

-Não.

-Ela mal abriu a boca o dia inteiro.

-Eu sei. Talvez tenha recebido más notícias de casa.

-Não sei. Você já a viu receber alguma coruja?

-Talvez os pais dela não gostem de mandar correspondência de manhã.

Sirius não acreditava nisso, porém não disse nada.

Safira passou os dias que se seguiram distante, foram dias difíceis. Sabia que seria melhor estar disfarçando, mas dessa vez era impossível. Ficava revivendo acontecimentos...

Subitamente chamada à sala de Signora Lavorini, diretora de Avezzano, que lhe apresentava seus sentimentos e comunicava o falecimento de seu avô... Aceitar um acidente havia sido terrível... Aceitar agora uma sabotagem era insuportável...

Seus sentimentos por Sirus se tornaram um grande peso. Não podiam dividir espaço com a consideração que tivera pelo avô, nem com as memórias dele que guardava com tanto carinho. A princípio pensava que Sirius poderia simplesmente não ter culpa da família que tinha. Entretanto...

A base de seu pescoço chegava a ficar vermelha de tanto que ela apertava e até arranhava a pele. A perda daquela corrente parecia doer ainda mais.

Por volta da quarta ou quinta-feira, ela começou a interagir melhor com as pessoas de novo. Ainda assim, estudar para os NIEMs nunca fora tão conveniente. Falava pouco com todos; com Sirius falava menos ainda. Estava contrariando, e muito, seu bom-senso, mas não tinha mais controle sobre isso.

De preocupado, Sirius passara a ficar irritado. Okay que ela estava conversando pouco com todo mundo e andava preferindo ficar sozinha. Só que por que com ele era pior? Por que mal abria a boca perto dele e suportava sua companhia muito menos do que a de qualquer outra pessoa? Sentia tanto a falta dela...

No sábado seguinte, após uma exaustiva semana de estudo, os setimanistas das Grifinória foram ao treino de Quadribol para se distrair um pouco. Safira, para evitar encontrar com Sirius, ficou no dormitório. Sirius, que fora ao campo, vendo que ela não apareceria, voltou ao castelo para tentar falar com ela.

Safira, sentada em sua cama cheia de papéis ao redor, em determinado momento sentiu a falta de um livro. Droga, devia ter deixado no Salão Comunal. Não queria descer, mas como nenhuma das meninas tinha chegado, quem sabe estavam todos no treino ainda...

Ao terminar de descer à escada, encontrou o Salão vazio... exceto por Sirius. Fingindo que não o vira, ela foi até uma das mesas e pegou seu livro.

-Saf, - ele se aproximou – queria falar com você.

-Estou um pouco ocupada agora.

-É importante.

-Eu realmente preciso terminar uma coisa. – ela tentou escapar começando a subir a escada do dormitório

-Safira, por favor.

A moça parou cerca de dez degraus acima e virou-se para ele.

-O que foi? – fez ela

-Desce aqui, por favor.

-Não gostaria de descer. – foi a resposta dela – E sei que não pode subir aqui.

Sirius expirou com peso.

-Eu tentei. – disse ele antes de colocar o pé no degrau transformando a escada em uma rampa lisa

Saf não esperava por nada parecido e escorregou caindo aos pés dele.

-Oh, você podia te sido mais educado que isso. – disse ela ao pegar seu livro do chão e se levantar

-Eu tentei. – ele repetiu

A moça apoiou o pesado volume na mesa mais próxima e perguntou:

-O que aconteceu?

-Era o que eu queria perguntar. Você mal fala comigo há uma semana. O que eu fiz?

-Nada que eu saiba. – respondeu simplesmente, seus olhos, porém, estavam ácidos

-Então, por que está seca desse jeito?

-Sirius, deixa pra lá. – disse virando as costas para ele um momento

-Não vira as costas pra mim. – ele pediu

-Ah, é. – ela tornou a virar de frente – Deve ser perigoso virar as costas para um Black.

-O que disse? – ele estreitou os olhos e deu um passo na direção dela

Percebendo o que havia dito, Safira empalideceu. Sirius, contudo, estava incomodado demais com o que ela acabara de falar para dar muita atenção a esse detalhe.

-Não importa. – disse ela tendendo ao desespero disfarçado

-Você me fez uma acusação. – disse ele com a voz perigosamente suave pegando-a pelos braços e com isso a assustando – É justo que eu saiba porquê.

Nessa hora o retrato da Mulher Gorda girou, e os outros setimanistas da Grifinória entraram – com exceção de Pedro, que havia ido para a cozinha fazer um lanchinho antes do jantar. Percebendo a seriedade da situação, permaneceram em silêncio.

-Esquece isso. – fez Safira ainda olhando diretamente para ele

-Não. Todos no castelo sabem sobre a minha família. Mas o que qualquer um aqui sabe sobre a sua família? Você mal fala deles, mal me lembro de você recebendo ou enviando uma carta.

O rosto da moça ficou lívido.

A passagem do retrato mais uma vez se abriu e por ela entrou McGonagall.

-Senhor Lupin, que bom que o... Senhor Black! – ela interrompeu a si mesma ao notar o outro lado do aposento – Senhorita Knight! – disse ao perceber o rosto de cera da aluna

Vendo que tinha passado dos limites no que falara, Sirius a soltou. Safira, sem encontrar outra coisa a fazer, se aproximou de Minerva e disse com a voz mais baixa que pôde:

-Professora, lamento muito, mas acho que cometi um grave erro. – seu tom era de pesar

-Está relacionado à sua condição em Hogwarts? – a professora perguntou sem a habitual severidade

-Está.

-Quem está envolvido?

-Sirius, principalmente. Porém, todos que estão aqui escutaram parte da... conversa.

McGonagall a ouvia atenta e respondeu:

-Vou levá-la até o professor Dumbledore, ele saberá o que fazer. – e, elevando o tom da voz, acrescentou – Quanto a vocês, venham até minha sala.

Sem entender nada, os oito obedeceram.

Safira atravessava os corredores ao lado de Minerva, os outros vinham um pouco atrás, todos em silêncio. Não tinha coragem de olhar para nenhum deles. Tudo o que passara nos últimos meses pesava sobre ela e doía.

Chegando à sua sala, a vice-diretora deu instruções específicas:

-Me esperem aqui. Não atendam à porta, não falem com ninguém e não saiam. Ficou entendido?

-Sim, professora. – eles responderam antes que ela voltasse a sair com Safira

O caminho para o escritório de Dumbledore parecia à moça interminável. Ela não sabia se queria que acabasse logo, ou que nunca terminasse.

Uma senha dita à gárgula de pedra, uma subida pelas escadas em espiral e estavam na sala do diretor. Saf andava com passos firmes, mas queria desaparecer...

Após ouvir brevemente o pouco que McGonagall sabia, Dumbledore falou:

-Minerva, peça que subam e esperem na ante-sala, por favor. – enquanto ela saía, ele dirigiu-se à moça – Conte-me os detalhes, Safira.

Ela narrou o caso como era característico seu, mantendo os olhos elevados para a pessoa com quem falava. Contudo, não tinha orgulho nenhum do que fizera.

-Primeiro, - disse Dumbledore quando ela terminou – deixe-me dizer algo a respeito de Sirius Black. Vou contar-lhe a história em vez de deixá-lo fazer isso porque não a vejo inclinada a acreditar em muito do que ele disser agora.

"A família Black é, de fato, muito orgulhosa do que gosta de chamar seu 'sangue-puro'. Esse tipo de ladainha já nos causou bastante problema, especialmente esse ano. – acrescentou levantando as sobrancelhas para ela – Os Black são, inclusive, em geral muito intransigentes a esse respeito. Uma das primas de Sirius foi banida da família ao se casar com um trouxa.

"Sirius cresceu no meio disso e nunca foi bem visto pela família. Cansado dessas e de outras idéias, ele fugiu de casa aos quinze anos.

-Ele fugiu? – Saf abriu mais os olhos surpresa

-Fugiu. – Dumbledore confirmou – E a família também o renegou. Foi, porém, muito bem recebido pelos Potter.

A moça fechou os olhos com ainda mais pesar. O que ela tinha feito...

-Professor, - disse com amargura – sinto muito pelo que aconteceu. Não me importo de perder o ano se for o caso, mas não quero causar mais problemas ou trabalho a ninguém.

-Está muito preocupada com as circunstâncias que a trouxeram a Hogwarts, e elas são, de fato, dignas de atenção. Estou, no entanto, mais preocupado com você do que com elas. Quando foi acertada sua transferência para cá, seu pai veio falar comigo. Sua responsabilidade, bom-senso, prudência e capacidade de manter sigilo nunca foram colocadas em dúvida, Safira. Mas seu pai se mostrou preocupado desde o começo com você se sentir enclausurada nesse castelo.

-Gostei muito de Hogwarts, professor.

-Eu acredito. Porém, para quem sempre almejou liberdade, esse não foi um pedido fácil. – disse ele avaliando-a através dos oclinhos de meia lua – Quase sete meses sem sair daqui, sem poder ver sua família, apesar da recente perda que sofreram. E devo dizer que tem se saído muito bem. Ninguém poderia esperar pela notícia que recebeu uma semana atrás. Não a culpo pelo que acaba de acontecer.

-Confesso que não sei o que fazer para resolver isso. Não sei o quanto minhas desculpas vão ser aceitas pelos meus colegas de casa sem explicações. Explicações que não tenho autorização para dar.

-Eu lhe dou autorização.

-Senhor? – disse ela espantada

-Dou-lhe autorização para contar os motivos que a trouxeram a Hogwarts. Pelo que conheço do caráter deles, não há perigo em lhes confiar essa informação.

-Não sei o quanto vão querer me ouvir. – disse ela cabisbaixa.

-Subestima as amizades que fez aqui, mas dado seu estado de ânimo, é compreensível. Veja o que acha do seguinte: eu conto a eles sobre sua transferência, mas deixo para você contar a Sirius, e apenas a ele, o motivo de sua desconfiança. Prefere assim?

-Prefiro, muito obrigada. Mas o que o Ministério vai dizer?

-Deixe os estrategistas de segurança no Ministério comigo. Estou também para enviar uma carta a seu pai, então aproveito para relatar a ele o ocorrido.

-Sinto muito por ter causado tanto trabalho ao senhor.

-Se não fosse para cuidar dos alunos, - Dumbledore a olhou por cima dos óculos – o que eu estaria fazendo como diretor de Hogwarts? Se acalme, Safira, as coisas vão se resolver. Enquanto falo com eles, prefere ficar ou esperar lá fora?

-Prefiro ficar. Já me sinto no escuro o suficiente durante o ano.

-Foi o que imaginei. – disse ele com um sorriso

Dumbledore conjurou à sua esquerda uma cadeira idêntica à que a moça estava.

-Sente-se ao meu lado. – ele convidou – Sinta-se a vontade para me interromper.

Safira levantou e antes de tornar a sentar, disse:

-Obrigada por tudo, professor Dumbledore.

-Não tem de quê.

Ele ainda conjurou mais cadeiras à frente e ao redor de sua mesa. Um pouco depois, McGonagall abria a porta pedindo licença para a entrada dos grifinórios. Os oito estranharam ver Safira sentada do lado de trás da mesa ainda que não falassem nada. Sirius vinha com uma expressão indefinida, estava chateado tanto pelo que ouvira quanto pelo que falara...

-Sentem-se. – Dumbledore convidou, e, uma vez vendo todos acomodados, começou – Antes de mais nada, preciso que entendam a importância do que lhes vai ser contado agora. A informação é tratada com sigilo pelo Ministério. Por isso, contamos com a máxima discrição de vocês para que o assunto não chegue aos ouvidos de mais ninguém. Tenho a palavra de vocês?

-Claro, professor. – foi a resposta um tanto surpresa

-Creio que sabem sobre a votação que ocorrerá em junho.

-Sim, senhor. – Frank respondeu

-O que não sabem é que depois das demonstrações de intolerância dos partidários de não serem mais aceitos nascidos trouxas, o Ministério repentinamente decidiu proteger as famílias daqueles que participariam da votação. Foi nessas circunstâncias que a senhorita Knight foi trazida para cá em segredo.

O professor fez uma pequena pausa para beber água.

-Se não for atrevimento perguntar, - disse Frank para Safira – seu pai é membro da Baixa Corte?

-É. – ela respondeu

-Achava que a baixa corte também ficava em Londres. – falou Ana

-Não. – Safira respondeu – A maior parte é composta de diplomatas espalhados pela Europa e até fora da Europa.

-São os setores dos diplomatas que vão votar? – Tiago perguntou

-Isso eu não sei.

-São. – Dumbledore respondeu – E por isso Safira foi transferida às pressas da Itália para Inglaterra. Deve ter tido dois ou três dias para se mudar. – ele indiretamente perguntou à moça

-Três dias. – ela confirmou

-Três dias pra se mudar de país? – perguntou Lily

-Sim.

-A Itália nem é tão perto assim. – comentou Maia

-Eu tinha chegado a Avezzano há apenas um dia quando fui informada que precisava sair.

-Nem a diretora, nem ninguém naquela escola ficou sabendo para onde Safira foi mandada.

-Não troca cartas com ninguém de lá? – Lily perguntou

-Não posso usar o correio-coruja. A única forma de falar com meus pais é mandando as cartas pelo professor Dumbledore.

Após uma pequena pausa, Remo, falou baixo sem perceber:

-Então for por isso...

-Foi senhor Lupin. – Dumbledore confirmou – Por isso tentaram seqüestrar Safira em Hogsmeade.

-Tentaram te sequestrar? – Sirius perguntou preocupado, era a primeira vez que ele falava desde que tinha entrado no escritório do diretor.

-Tentaram. – falou Dumbledore – Graças ao senhor Lupin não conseguiram. Achamos melhor que essa informação também não se espalhasse para não chamar atenção.

-Então também foi por isso que depois do ataque, quando estávamos conferindo os alunos, a professora McGonagall perguntou umas três vezes por Safira?

-Foi. – Dumbledore respondeu – Têm mais alguma pergunta?

Os outros balançaram a cabeça.

-Tenho certeza de que o assunto não acabou e que ainda vão conversar a respeito. Só reforço para que tomem cuidado para não serem ouvidos. Sendo assim, estão dispensados. Menos o senhor Black.

Sirius não chegou a ouvir isso com espanto. Quando ficaram apenas ele, Saf e o professor, Dumbledore voltou a falar:

-Sirius, há algo mais que precisa ouvir. O assunto é delicado e ainda mais sigiloso do que o que acaba de escutar. Podemos confiar que não contará nada a ninguém, nem fará nada a respeito?

-Claro, professor. – o rapaz respondeu sério

-Creio que conheça algum lugar em que vocês dois possam conversar sem serem ouvidos.

-Conheço.

-Ótimo. Se precisarem da alguma coisa, sabem onde me encontrar. Estão dispensados.

Sirius e Safira desceram a escada em espiral e andavam pelos corredores sem falar nada. Saf não se atrevia a perguntar aonde ele a estava levando. Descobriu quando viu uma tapeçaria familiar... Uma maçaneta redonda e dourada surgiu na parede.

Sirius abriu a porta para que ela entrasse, e a moça se viu na Sala Precisa transformada no Salão Comunal da Grifinória. Ou quase. Era menor, além de não haver as escadas para os dormitórios.

-Não imaginava que estava sob tanta pressão. – Sirius falou ainda de pé

-Não precisa ser simpático comigo só porque descobriu que minha vida virou uma bagunça. Ainda devo a você um enorme pedido de desculpas. Senta, tem mais uma história que precisa ouvir.

O rapaz gentilmente indicou que ela se sentasse antes, e Saf assim fez. Sentaram-se no sofá de frente um para o outro.

-Tenho de pedir que não conte a ninguém, nem aos Marotos.

-Não vou contar. – ele garantiu

A moça respirou fundo e começou:

-Meu avô trabalhava no Ministério da Magia aqui na Inglaterra no Departamento de Mistérios. Três meses antes de eu ser transferida para cá, de repente nos chegou a notícia de que havia ocorrido um acidente e ele havia morrido. Tudo relacionado a esse departamento é tratado com o mais alto grau de sigilo pelo Ministério, e assim não soubemos quase nada além disso. – Saf colocou a mão no colarinho automaticamente e sentiu a falta de sua corrente – Meu avô era pra mim um segundo pai e um grande amigo.

Sirius ouvia com atenção cada palavra. Já admitia para si mesmo o quanto gostava dela. E era por isso que havia doído tanto a acusação que ela tinha feito e a resposta atravessada que ele havia devolvido. Se tinha ficado bravo, se tinha ficado chateado, nada mais importava. Os olhos dela haviam adquirido um brilho úmido que ele nunca tinha visto...

-Depois veio a notícia da mudança. Tão repentina quanto e quase tão sigilosa quanto. Depois de seis anos de convivência, ninguém em Avezzano tem qualquer notícia minha há sete meses. Cheguei a Hogwarts e o fluxo de lembranças de meu avô se não continuou igual, aumentou. O número de histórias que já havia escutado sobre esse castelo – ela deu uma olhada em volta – era incontável.

"O tempo foi passando e tudo parecia estar se acalmando. Até que uma semana atrás meu pai conseguiu me fazer ir vê-lo através de uma chave de portal feita por Dumbledore. Ele havia descoberto algo sobre a morte de meu avô e queria me contar antes que repórteres que andam vasculhando o Ministério ficassem sabendo e colocassem no jornal.

"Não foi um acidente, foi uma sabotagem. Meu avô foi... morto... por Lycoris Black.

Sirius empalideceu e se levantou em um impulso.

Vendo o rosto dele, Safira lembrou:

-Você deu sua palavra que não faria nada.

Ele fechou os olhos e tornou a sentar. Parecia-lhe tudo explicado, mas havia mais.

-Meu tio-avô por parte de pai...

-Não queria julgar você pelo que um parente seu havia feito, mas comecei a pensar em outras coisas...

-Que coisas? – ele perguntou abaixando as sobrancelhas

-O ataque a Hogsmeade pra mim foi bem mais do que um susto de feitiços sendo atirados para todos os lados. Eles quase conseguiram o que queriam, ou, uma das coisas que queriam: a mim, provavelmente para me usar como moeda de chantagem pelo voto de meu pai. Todo o esforço que fizeram pra me esconder quase foi por água abaixo. E isso aconteceu exatamente no dia em que você me convenceu a ir ao povoado, em que disse que não aceitaria 'não' como resposta. E fui pega exatamente no momento em que me deixou sozinha...

-Safira, precisa acreditar em mim. – disse ele aflito pegando na mão dela – Foi uma coincidência.

-Eu sei disso agora. – ela respondeu – Dumbledore acabou de contar sobre sua família. De como uma prima sua, se não me engano, foi renegada pela família por ter se casado com um trouxa...

-Andrômeda. – ele murmurou olhando para o tapete por um momento

-...e de como você fugiu de casa por causa desse tipo de coisa. – ela inclinou a cabeça procurando o olhar dele de volta – Espero que isso tenha amenizado a acusação injusta que lhe fiz no Salão Comunal. Me desculpe.

-Amenizar? – ele levantou os olhos para ela novamente – Se já achava que devia te pedir desculpas pelo que falei, depois de tudo isso, não sei mais o que dizer. – ele sentou mais perto dela – Me desculpe por ter sido grosseiro, por ter falado uma besteira enorme sem pensar. Só não suporto ser comparado com minha família, embora já devesse ter acostumado depois de dezoito anos carregando esse sobrenome.

Saf tentou forçar um sorriso com os lábios contraídos e abaixou os olhos.

-Ei. – Sirius levantou o rosto dela com delicadeza – O que eu tenho que falar pra você ficar a vontade comigo, contar histórias embaraçosas de infância? Porque vivendo em uma família como a minha, acredite, eu tenho várias...

Saf sorriu fechando os olhos.

-Assim está melhor. – ele disse com gentilmente

-Tudo esquecido, então?

-Tudo o quê? Não me lembro de nada...

A moça sorriu mais uma vez.

–Nem eu. – disse com a expressão mais tranqüila e o abraçou

... ... ... ... ... ... ...

N/A – Olá, pessoas!

Finalmente o mistério da Safira desvendado. O que acharam? Foi convincente? Vocês já esperavam por isso?

Gostaram do jeito que Sirius "convenceu" Saf a falar com ele no Salão Comunal? Cavalheiro, não? Rs. Fiquei imaginando se as fãs de Sirius estavam querendo matar Saf no início do capítulo...

Até mais!

Palas

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