A Segunda Geração - Livro 1

Od LaisdosPassos

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Após vários dias em coma, Malu acorda em uma cama de hospital, sem lembrar nada sobre seu passado. Sua única... Viac

PRÊMIOS
Capítulo I
Capítulo I - Parte 02
Personagens
Capítulo III - MALU
Capítulo IV - IOLANDA
Capítulo V - MALU
Capítulo VI - TONHO
Capítulo VII - TAVINHO
Capítulo VIII - IOLANDA
Capítulo IX - MALU
Capítulo X - JOCA
Capítulo XI - TIÃO
Capítulo XII - MALU
Capítulo XIII - TONHO
Capítulo XIV - SARA
Capítulo XV - ZECA
Capítulo XVI - TONHO
Capítulo XVII - MALU
Capítulo XVIII - TONHO
Capítulo XIX - ZECA
Capítulo XX -MALU
Capítulo XXI - TAVINHO
Capítulo XXII - TONHO
Capítulo XXIII - MALU
Capítulo XXIV - TONHO
Capítulo XXV - MALU
Capítulo XXVI - ZECA
Capítulo XXVII - MALU
Capítulo XXVIII - TONHO
Capítulo XXIX - HELÔ
Capítulo XXX - ZECA
Capítulo XXXI - MALU
Capítulo XXXII - TONHO
Capítulo XXXIII - MALU
Capítulo XXXIV - TAVINHO
Capítulo XXXV - MALU
Capítulo XXXVI - ZECA
Capítulo XXXVII - MALU
Capítulo XXXVIII - ZECA
Capítulo XXXIX - IOLANDA
Capítulo XL - MALU
Capítulo XLI - ZECA
Livro 2
Livro Físico A Segunda Geração

Capítulo II - ZECA

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Od LaisdosPassos


Após um longo dia de trabalho – se é que podemos chamar assim – era ótimo voltar pra casa e poder deitar na minha cama. Com casa, refiro-me a casa abandonada que havíamos invadido há anos. E com cama, ao monte de estopa velha que servia de colchão. Não era o melhor que havia no mundo, mas era o melhor que podíamos ter e isso bastava.

Malu ainda tentava se adaptar a essa nova vida, mas eu não a culpava. Eu também já tinha passado por tudo isso e sabia o quão ruim pode ser. Ainda mais depois que tivemos que arrancar o localizador que ela possuía na nuca no meio do caminho e sem a menor condição de higiene.

Tentei pegar no sono, já que eu sabia que em breve a Iolanda me chamaria para vigiar o grupo. Revezamos para nunca deixar o grupo desprotegido. Eu temia muito por todos eles. Mas naquela noite o sono não quis se aproximar de mim. Minha cabeça não parava e meus pensamentos vinham desenfreados. Era como voltar no tempo.

Eu sabia que era uma responsabilidade enorme trazer mais uma pessoa para o nosso grupo. Mal tínhamos condições de manter a nós mesmos. Ainda mais após alguns integrantes votarem contra. Mas eu não podia deixar a Malu naquele lugar. Eu nunca quebro uma promessa.

– Zeca – chamou Iolanda. – É a sua vez.

– Tudo bem – disse. – Pode descansar.

Sentei-me na cadeira reservada ao sentinela da hora. Dali eu podia ver todos dormindo e avisá-los o mais rápido possível caso alguma coisa acontecesse. Notei que havia uma tensão sobre eles. Era normal quando acrescíamos gente ao grupo.

– Quer descansar? - perguntou Malu, aproximando-se de mim. – Eu estou sem sono. Posso ficar aqui se quiser.

– Eu também estou sem sono – respondi.

Ela sentou-se ao meu lado, no chão. Ficamos em silêncio por bastante tempo. Vi ela levar a mão ao machucado, onde estava o chip.

– Está doendo? – perguntei.

– Um pouco – ela respondeu.

Ela não tinha mudado nada. Ganhou uns bons centímetros e o cabelo reduzira drasticamente, mas fora isso continuava a velha Malu de sempre.

– Quem eu sou, Zeca? – perguntou ela.

Respirei fundo. Era difícil falar sobre isso.

- Nós não temos família – comecei, medindo as palavras. – Quer dizer, todo mundo tem família. Isso é óbvio. Mas por alguma razão desconhecida, nossas famílias não nos quiseram. Por isso, nós crescemos em um orfanato. Nós dois chegamos juntos lá. Pelo menos é o que sempre nos disseram, porque eu não lembro de nenhum acontecimento da minha vida antes disso. E nós éramos bem unidos, como irmãos.

Tentei soar despretensioso, como se aquilo não fosse nada demais. Eu não queria que ela ficasse chocada com aquilo.

– E o que aconteceu depois? - continuou ela.

– Nós éramos um peso para o governo. Éramos cerca de trezentas crianças sem nenhum futuro nem certeza de retorno financeiro para eles. Então eles resolveram lucrar com a nossa existência nos vendendo para um laboratório. No começo eu não sabia exatamente o que isso significava, mas eu tinha só oito anos. Só fui entender direito, quando aquele monte de médicos e enfermeiros entraram no orfanato e nos levaram a força, dentro de carros que mais pareciam camburões, para um hospital grande.

Ela parecia hipnotizada pela minha história. Talvez estivesse pensando se eu estava falando a verdade, ou se eu era o maior mentiroso do mundo.

– Você estava apavorada e não parava de chorar – continuei. – E eu nem te culpo, porque eu também estava morrendo de medo do que poderia acontecer com a gente. Eu prometi pra você que eu não ia deixar nada de mal lhe acontecer, mas logo fomos separados e eu nunca mais soube nada a seu respeito.

– O que aconteceu com a gente naquele lugar?

– Eles fizeram todo tipo de teste com a gente. Testes físicos e psicológicos. Testaram todos os extremos que poderíamos suportar. Fizeram a gente passar por coisas que eu preferiria nem lembrar. Eles conseguiram alterar o nosso DNA e graças a eles, adquirimos essas melhorias.

– E como você soube que eu estava lá?

– Na verdade eu não sabia. Eu só tive um pressentimento, como se você estivesse precisando da minha ajuda. – Sorri. – Loucura, né?

– Na verdade acho que não é loucura não – respondeu, sorrindo de volta.

Depois disso permanecemos em silêncio por um tempo.

– Foram eles que fizeram isso com você? – perguntou, apontando para o meu braço.

– Não – respondi. – Isso aconteceu antes do orfanato, eu nem me lembro como.

Eu sentia que ela queria fazer mais perguntas, mas por algum motivo resolveu me dar um tempo. Talvez ela tenha notado que eu não gostava muito de falar sobre isso.

Permanecemos sentados ali por bastante tempo, sem falar mais nada. Vez ou outra, ouvia ela inspirando mais forte, como se estivesse tomando fôlego para fazer mais uma das suas perguntas, mas ela sempre desistia antes.

– Será que vai demorar muito pra eu me lembrar das coisas? – perguntou, finalmente. – É tão chato.

– Todos nós passamos por isso, mas uma hora sua memória vai voltar. Não se preocupe.

– Espero que sim – disse ela, levantando-se. – Vou tentar descansar um pouco.

Ela já tinha caminhado uns cinco ou seis metros, quando a chamei novamente.

– Seja bem-vinda – disse.

Sem dizer nada, ela apenas sorriu.

Nem bem o dia tinha clareado e já estávamos sentados no chão, em círculo, para nossa primeira reunião. Não tínhamos uma sala própria para isso. Na verdade, não tínhamos sequer uma sala. Apenas um cômodo vazio e cheio de quadros velhos na parede.

Observando todas essas pessoas diferentes, lado a lado, senti um orgulho tremendo de liderá-los.

– A Malu é a nossa nova integrante – comecei. – Ela passou por tudo o que todos nós já passamos e ainda está se recuperando daquela podridão. Espero que tenham paciência com ela.

– Seja bem-vinda – disse Sara, sorridente.

– Obrigada – agradeceu ela, pouco a vontade.

– Sabemos que eles não gostam de perder ninguém – continuei. – Então dobraremos os cuidados pelas próximas semanas.

– A gente dá conta do recado – disse a Helô, animada.

– Agradeço o empenho de vocês – disse. – Agora vamos arranjar comida. Não sei vocês, mas minha barriga está roncando.

Nosso grupo era composto por nove integrantes. Eu sei que é um número pequeno, mas nunca tivemos nenhuma intenção de ampliá-lo, exceto em casos como este.

Eu nunca quis ser o líder. Na verdade eu não acho que possuo qualquer dom para isso, mas as coisas foram acontecendo e quando me dei conta, eu já estava nesta posição e não podia mais dar pra trás.

Há cerca de cinco anos quando tudo começou, eu estava naquele hospital e acreditava, assim como todos os internos, que eu estava bem e que eles estavam cuidando de mim. Mas comecei a perceber coisas estranhas, como a maneira que eles tentavam nos reprimir.

Nunca fui um cara fácil. Desde que eu me lembro de existir, sempre fui o tipo questionador. Aquele que gosta de provocar. E foi aí que eu me dei mal. Sofri tantos castigos naquele lugar quanto foi possível. Físicos e psicológicos. Eles possuíam um mapa sobre mim e sabiam exatamente o que fazer para me ferir.

Assim como a Malu eu também não lembrava do que tinha acontecido comigo, mas numa certa manhã eu me lembrei de tudo. E foi aí que eu decidi que não podia mais viver ali. Eu sabia que a segurança era reforçada, especialmente nos locais mais afastados, então passei a estudar cada local, cada horário, cada detalhe e cada enfermeira feito um louco. Aquilo tinha virado meu objetivo de vida.

Quando eu pensei que já estava com o plano perfeito arquitetado, fui pego na primeira esquina e então fui jogado na segurança máxima. Por muito tempo fiquei me perguntando o que eu tinha feito de errado, mas não chegava a nenhuma conclusão.

Na segurança máxima não tínhamos o menor contato com nenhum dos outros internos. Talvez eles temessem que se nos juntássemos não dariam conta do recado, mas em um pequeno descuido deles, passei a me corresponder por pequenas mensagens escritas com insetos no papel higiênico com o vizinho da cela ao lado. Ele me contou que eu fui pego porque não tirei o chip de localização que eles inseriram em mim.

Entrei numa busca frenética pelo lugar onde esse maldito chip poderia estar. Levei um tempo para achá-lo, mas estava atrás da minha orelha. Arrancá-lo foi ainda mais complicado, pois eu não tinha nenhum artefato pontiagudo. Precisei fazer um corte usando minhas próprias unhas e carrego a cicatriz dessa atrocidade comigo.

E então veio um mundo de descobertas a respeito de mim mesmo. Descobri que aquele chip não era um mero chip de localização, como meu colega dissera. Ele era um chip inibidor, que nos impedia de pensar direito e de descobrir o que a alteração de DNA tinha melhorado.

Eles sabiam do que eu era capaz, e por isso criaram uma maneira de nos forçar a ficar. Eles faziam todo tipo de testes, e após conseguir o que queriam, eles simplesmente davam um jeito de apagar nossa memória.

Aí que entra a parte fácil da história. Eu tive duas melhorias. A primeira foi a expansão da minha inteligência. Eu era capaz de raciocinar tão rápido e solucionar problemas com tanta facilidade que era até entediante. E a segunda – e que foi responsável pela minha fuga – era a capacidade de atravessar paredes ou qualquer outro sólido que estivesse na minha frente.

Antes que alguém sequer notasse eu já estava tão longe dali que nem que eu quisesse voltar eu conseguiria.

– Além de esquisitos, vocês são ladrões? – perguntou a Malu.

O que ela pensava, afinal? Não tínhamos dinheiro, nem emprego, nem uma droga de um lugar descente para morar. Onde diabos ela pensou que fôssemos arranjar comida?

– Não somos ladrões! – exclamei. – Somos apenas injustiçados. Somos vítimas da sociedade.

– Eu não vou comer comida vinda de roubo! – tornou ela.

– Você lembra da sua mãe? – perguntou Tião, com a boca cheia de pão.

– Não.

– Então você não lembra dos valores que ela te ensinou – disse ele, oferecendo metade do pão. – Come logo, antes que eu me arrependa e coma essa outra metade.

– Larga mão de ser estraga prazeres – disse. – E olha que esse é um dos nossos únicos prazeres!

A contragosto ela pegou o pão.

– Só porque eu estou com muita fome – ela resmungou.

Não consegui esconder um sorriso.

Era tarde da noite e estávamos sentados em círculo em volta da fogueira que fazíamos no quintal. Ainda não era necessária, pois o inverno só chegaria em um mês, mas era sempre tão agradável ficar ali, que fora os meses realmente quentes, nunca dispensávamos essa chance.

Sentar em volta da fogueira era nosso momento de descontração. Um dos poucos que tínhamos acesso. Era ali que nos tratávamos como se fôssemos adolescentes normais.

Tião dedilhava alguma coisa no violão. Ele o achou no lixo quebrado e, mesmos após o reparo, seu som ainda era meio distorcido.

– E então, amigos. O que querem ouvir hoje? – perguntou ele.

– Toca a nossa canção! – pediu Sara.

– Isso!! – concordaram os outros.

Enquanto Tião tocava a música e os outros cantavam, notei o quanto Malu parecia desconfortável, como se não fizesse parte daquilo.

– Ela vai se acostumar – disse a Iolanda, sentando-se ao meu lado. – Dê um tempo a ela.

– Eu sei disso – sorri.

– Você anda bem sério ultimamente. Eu sei que você se sente responsável por nós, mas você precisa relaxar um pouco. Somos todos bem grandinhos – sugeriu. – Com exceção do Tavinho, é claro.

– Eu ouvi isso! – exclamou ele, zangado.

Nosso grupo era bastante variado, tanto em aparência, quanto em temperamento. É claro que qualquer grupo cheio de adolescentes deve ser variado, mas o nosso grupo tinha uma peculiaridade a mais.

Começando por mim mesmo. Não é todo dia que se vê um cara de dezessete anos com um braço – ou uma parte dele – a menos. Acredite em mim, eu sei do que estou falando.

O Tonho foi o segundo integrante a incluir no grupo, quando ainda nem sequer éramos um grupo. Ele também conseguiu fugir de lá, quase nas mesmas circunstâncias que eu, com a sutil diferença de que ao invés de atravessar paredes ele consegue sofrer transmutação. Logo, ele fingiu ser um dos funcionários e saiu de lá com a maior facilidade.

Provavelmente seríamos só nós dois se ele não tivesse que voltar lá para salvar sua irmã. Não foi nada difícil entrar lá novamente, agora que já estávamos nos habituando com nossas novas capacidades. Mas ao invés de sair de lá só com a Helô – irmã do Tonho – tivemos que levar a amiga dela também, a Sara. E junto com a Sara, o Tião, seu irmão mais novo.

Em menos de vinte e quatro horas saltamos de dois para cinco integrantes, o que não era de todo mal. Era legal saber que havia mais de nós por aqui.

Com o passar do tempo eles foram lembrando do que lhes tinha acontecido antes de irem parar naquele sanatório e sempre as histórias eram bem parecidas com a minha.

Além disso, eles também foram descobrindo quais melhorias aquela gente tinha lhes proporcionado. Helô conseguia criar ilusões de ótica. Sara possuía super visão, o que incluía visão a longo alcance, microscópica e até de Raio-X, e Tião conseguia criar campos de força, o que veio a calhar, pois nos instalamos em uma casa abandonada e precisávamos que ninguém entrasse nela além de nós.

Depois veio o Joca. Ele apareceu do nada, e como não é de falar muito, até hoje não sabemos exatamente o que aconteceu com ele. A única coisa que sabemos é que ele consegue criar e controlar energia elétrica, o que é bom, quando se mora em uma casa abandonada. Quer dizer, pelo menos luz nós temos.

A Iolanda ficou quase uma semana com a gente sem que notássemos sua presença. Quer dizer, vez ou outra alguém percebia alguma movimentação estranha ou um perfume diferente que vinha do nada. Quando ela finalmente se materializou, todos tomaram o maior susto.

Ela queria ajuda para resgatar o irmão mais novo.

– Ele é só uma criança! – exclamou ela, em prantos.

E dessa forma, ganhamos mais dois integrantes para o nosso grupo.

– E além de vigiar e tomar coisas inapropriadamente, o que mais vocês fazem? – indagou-me a Malu.

– Nós sobrevivemos – respondi. – E isso pra mim já é bastante coisa.

Ela continuou me encarando, como se essa resposta não a tivesse convencido.

– Nós somos livres, Malu! - exclamei. – Isso não é ótimo?

– Vocês não são livres! – disse ela, franzindo o cenho. – Que tipo de liberdade é essa que vocês precisam se esconder o tempo todo? Qual definição de liberdade é essa? Na boa, Zeca, definitivamente vocês não são livres coisa nenhuma.

– Por que você não tenta relaxar um pouco? – perguntou o Tonho.

As meninas tinham saído para fazer coisas de meninas, enquanto os outros rapazes tinham ido atrás de comida. Estávamos sozinhos em casa.

– Do que você está falando? – perguntei.

– Desde que essa garota chegou aqui você vive preocupado – começou ele. – Tem alguma coisa sobre ela que eu não estou sabendo?

– Eu me sinto responsável por ela – disse. – Eu fiz uma promessa.

– Eu sei, eu sei. Você já me falou dessa promessa centenas de vezes. Mas você não pode assumir essa responsabilidade sozinho, Zeca. É por isso que nós somos um grupo.

– É diferente – expliquei. – Você se sacrificaria pela Helô, não é?

– É claro! Ela é minha irmã. Mas a Malu não é sua irmã. Ela não é nada sua.

– A gente cresceu junto, Tonho. E eu prometi que não deixaria nada de mal acontecer a ela. Eu só estou tentando manter minha promessa.

– Você pode manter sua promessa. Só não precisa virar um chato por causa dela.

A vida em uma casa abandonada não é o que se pode chamar de mar de rosas. Tudo aqui é na base do improviso, seja para comer, vestir ou dormir. Nossas camas são feitas de estopas e restos de pano, a comida precisa ser roubada – não que eu me orgulhe disso – assim como as roupas, que são usadas até literalmente não ser mais possível.

A parte da higiene é a mais prejudicada, com certeza, já que banhos diários são logisticamente impossíveis. Quando sabemos que uma família está deixando sua casa, aproveitamos para nos apoderar dela momentaneamente, já que levam alguns dias para cortar a água do local e a energia elétrica é responsabilidade do Joca.

Eu ajudo todos eles a entrar pelas paredes e lá podemos tomar banho sossegados. Algumas vezes eles até esquecem roupas ou comida nos armários, o que vem bem a calhar.

Fazia tempo que não encontrávamos uma casa nesta situação, por isso a situação estava meio tensa.

Fiquei surpreso quando vi as meninas chegarem com os cabelos molhados.

– Acharam uma casa nova? – perguntei a Iolanda.

– Que nada! Só uma torneira num beco – explicou ela. – Mas meu cabelo estava precisando de água.

– Um beco? – perguntei.

– Se você quiser eu te levo lá mais tarde – sorriu ela, dando uma piscadinha.

Eu e a Iolanda somos namorados. Ou pelo menos algo nesse sentido. É meio inviável ter um relacionamento descente quando nem ao menos tomamos banhos regularmente.

Infelizmente eu não estava com cabeça pra pensar em becos, mesmo que a ideia fosse tentadora.

– Quem sabe outra hora – respondi.

- Bom... é você quem sabe.

Pokračovať v čítaní

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