Bip... Bip... Bip...
Aquele som vinha a acompanhando fielmente nos últimos três dias.
Havia se habituado tanto à escuridão infinita, que quando finalmente abriu os seus olhos achou que estava no paraíso que tanto sonhara nos últimos anos.
Era tudo branco... E seus olhos ardiam por isso.
Se lembrar de uma parte do seu corpo fez com que todo o resto se manifestasse... Uma dor aguda em suas costelas a fez gemer. Sua cabeça então, latejava como se tivesse elefantes pisoteando o seu cérebro. Sua boca estava seca e ferida, assim como o seu antebraço de onde pendia uma agulha.
Se sentiu tonta e o desespero veio com tudo.
- CAMILA! - Vociferou, se debatendo para se livrar dos fios que a prendiam na cama. Não demorou muito para que dois homens vestidos inteiramente de branco entrassem para segura-la e impedi-la de se machucar mais. - QUEM SÃO VOCÊS? EU NÃO QUERO FICAR AQUI, ME SOLTEM! - Empurrou os homens com força, sentindo a dor correr lancinante por seus braços. - O QUE VOCÊS FIZERAM COM A CAMILA? - Bradou, raivosa. - VOCÊS TRABALHAM PRA ELES, NÃO É?
- Calma, senhorita! - Um dos homens pediu. - Não queremos te machucar... Está tudo bem.
- NÃO, VOCÊ ESTÁ MENTINDO! - Gritou, sentindo a garganta arder junto as lágrimas que marcavam o seu rosto pálido decorado por pequenos cortes. - EU QUERO A CAMILA! EU EXIJO QUE TRAGAM ELA ATÉ AQUI!
- Lauren, você precisa se acalmar - o segundo homem pediu, preocupado ao ver que ela não parava de se debater e o sangue que subia pela agulha em seu braço já escorria.
- ME LEVEM NO LUGAR DELA, SEUS CRETINOS! - Continuou gritando e se debatendo, desesperada. - CAMILAAAA...
Sua voz rouca por fim foi cessada assim que um dos enfermeiros aplicou um tranquilizante em seu braço livre.
Seus braços e pernas foram parando aos poucos... E então os seus olhos perderam a luz do dia mais uma vez.