Um dia depois já estou em casa, ainda tenho que tomar alguns remédios mas estou bem melhor, a dor na perna é bem menor e já consigo andar um pouco com a bota ortopédica.
A avó do Max me mandou mensagem ontem à noite falando que seu enterro será hoje à tarde. Então estou olhando para as minhas roupas tentando descobrir qual eu uso.
Ando ficando só no meu quarto, já que é muito difícil descer e subir a escada, minha mãe normalmente traz o meu café da manhã e a minha janta, já que no almoço costumo descer e ficar a tarde no andar de baixo.
Gui: Eu uso terno? Nunca fui em um enterro. -Ele pergunta entrando no meu quarto
Liv: Acho que não precisa, pode usar uma calça e blusa preta.
Gui: Então ta bom, já estamos saindo, melhor se arrumar logo.
Liv: Eu sei
Já tomei um banho, decido usar um vestido preto já que é muito difícil vestir qualquer coisa pela perna.
Arrumo meu cabelo e passo um gloss na boca, que está seca.
Daqui a pouco o Rapha chega, não vejo ele desde o ano novo, ele não veio me visitar e não sei se foi pela briga no ano novo, isso se ele se lembra né.
Mãe: Lívia, o Rapha chegou, vamos
Liv: To indo, pego minha bolsa e vou até a escada
Mãe: Rapha, o Gui já está no carro, você pode trazer a Lívia?
Rapha: Claro -Ele fala e sobe as escada - Oi Liv, sinto muito pelo que aconteceu -Ele diz quando olha pra mim, eu assinto com a cabeça agradecendo.
Ele me carrega até o andar de baixo e depois me ajuda a entrar no carro.
Liv: Obrigada Rapha -Digo quando ele entra no carro ao meu lado.
Vamos em direção ao cemitério. Os pais e a irmã do Max vieram para o Brasil já que era difícil levar o corpo pros Estados Unidos e afinal, os avós dele queriam participar.
Chegamos no final do velório, não queria ficar muito tempo lá, já tinha me despedido dele. Vejo que há poucas pessoas,seus avós, seus pais, sua irmã que reconheço pois se parece muito com ele, além disso 3 homens e 2 mulheres que parecem ser amigos dele.
Vejo uma das mulheres chorar muito se segurando na amiga quando fecham o caixão e colocam no carrinho que vai levar até onde ele vai ser enterrado, a mulher coloca a mão na barriga e percebo que está grávida.
Nós acompanhamos o caixão mais distante até antes de jogarem terra no caixão. Pego uma flor que eu trouxe, beijo ela e jogo em cima do caixão, todos ficam me olhando e tento esconder o choro mas as lágrimas saem sem que eu consiga controlar. Depois que começam a jogar terra em cima, os avós dele vem falar comigo.
Ana: Oh minha querida, a gente tem que pensar que agora ele está em um lugar melhor -Ela diz me abraçando
O avô dele fala pouco comigo e ficam conversando com meus pais enquanto vou com Rapha e Gui atrás de mim falar com os pais de Max.
Liv: Oi, prazer, eu sou Lívia, sou amiga do seu filho, eu estava no acidente com ele.
Emma: Lívia, meu filho falou sobre você, uma pena estarmos nos conhecendo dessa forma. -Ela diz me abraçando.
Thomas: Sou Thomas, prazer -Ele diz apertando minha mão
Liv: Esse é meu irmão, Guilherme e meu amigo, Raphael. -Digo apresentando eles, que se cumprimentam rapidamente.
Nessa hora chega a mulher que eu vi chorando agorinha, falar com a mãe de Max
xx: Sorry, but I can't stay here, I'm going to the hotel okay? (Desculpa, mas eu não consigo ficar aqui, eu estou indo para o hotel ok?) -Ela diz
Emma: Let me introduce you, wait just a minute (Deixe-me apresentar você, espera só um minuto) -Ela fala pra mulher e se volta pra mim -Lívia, she was Max's fiancée , I supposed he told for you about her. Hannah, Lívia was his friend.(Lívia, ela era a noiva de Max, eu acredito que ele tenha falado pra você sobre ela. Hannah, Lívia era amiga dele) -Eu gelo, ela acabou de falar noiva?
Liv: His fiancée? (Sua noiva?)
Thomas: Yes (Sim) -Engulo a minha vontade de gritar e chorar para poder cumprimenta-lá, ela acabou de perder o noivo, e está grávida, descobrir que ele também não era fiel não vai ajudar.
Percebo Rapha e Gui olharem para mim esperando minha reação, mas consigo manter a calma.
Liv: Nice to meet you, I'm so sorry for your lost. (Prazer em conhecê-la, eu sinto muito pela sua perda)
Depois disso me afasto deles o mais rápido possível.
Gui: Liv... -Ele me chama
Liv: Não quero falar sobre isso agora ok? -Eu digo para os dois e vou até a avó do Max, chamando ela pra conversar em particular.
Ana: Lívia, estava mesmo querendo falar com você, preciso te entregar uma coisa. -Ela diz e tira uma carta da bolsa com meu nome -Estava na mala dele quando fui arrumar suas coisas hoje de manhã, prometo que não li.
Liv: Obrigada Ana, mas preciso falar com a senhora algo importante... Bem... Gostaria que não comentasse sobre a minha relação com o Max pros pais dele, eles acham que eu apenas uma amiga e acho melhor se continuar assim.
Ana: Se você deseja que seja assim, tudo bem, não vou comentar.
Liv: Obrigada -Digo, tento sorrir -Vou sentir sua falta.
Ana: Eu não vou morrer não querida, pode aparecer lá em casa na hora que você quiser.
Liv: Obrigada Ana -Dou um abraço nela.
A avó dele claramente não sabe que tem uma menina grávida dele nesse exato instante, indo para um hotel.
Não abro a carta, não sei se quero realmente ler o que está escrito ali, então jogo na minha bolsa.
Peço para ir embora e saio de lá o mais rápido possível, percebo que nem cheguei a conhecer a irma de Max, mas com tudo que aconteceu nem sei se quero conhecer, acho melhor me afastar de vez da família, antes que aconteça mais estragos.
Chego em casa e Rapha me ajuda a voltar pro meu quarto.
Rapha: Quer conversar?
Liv: De verdade? Não, só quero tentar esquecer tudo que aconteceu esses dias sabe.
Rapha: Mas não dá, mas não vou insistir em nenhum assunto, tenta descansar ok? Tô indo pra casa.
Ele vem até onde eu estou me dá um beijo na testa e sai, não tocamos no assunto do ano novo, o que eu não sei se é pior ou melhor.
Deito na cama e começo a assistir um filme pra descansar a mente.