Ela se levanta e vem até mim, eu largo Bruno para pegar a sacolinha branca em sua mão. Era delicada e cheirava bem, um cheirinho adocicado. A sacola era bem pequena, de papel.
─ É pra você ─ me induz a abrir a sacolinha e assim faço com bastante curiosidade.
Me deparo com uma caixinha, uma caixinha azul também de veludo, mas era retangular.
Abro ela com cuidado e o que vejo dentro faz meus olhos se encherem de lágrimas.
Era um cordão, de ouro branco, o pingente era um bebê, um bebê deitado com asas de anjo e uma auréola sob a cabeça. Um ajinho. O pingente era de ouro e era lindo.
Meus olhos se encheram de lágrimas que logo desceram pelo meu rosto, lembrei do meu filho.
─ Era da minha mãe verdadeira, ela também perdeu meu irmãozinho, quem deu de presente foi meu pai, ela ficou muito mal naquele tempo e isso levou ela à... você sabe, morrer ─ engole o seco e abre um sorriso. ─ Eu quero que seja seu, como uma lembrança, não uma lembrança triste mas uma lembrança que seu filho agora é um anjinho. Como no pingente, e ele pode não ter nascido, mas sabemos o quanto ele foi amado.
Não a deixo dizer mais nada, levanto rápido e a abraço forte chorando em seu ombro. Ela também me aperta em seus braços e enterra seu rosto em meu ombro, ela também chorava.
─ Obrigada ─ soluço. ─ Muito obrigada, de verdade.
─ De nada, Lara ─ passou sua mão por minhas costas.
Em pensar que um dia já odiei Vivian com todas minhas forças e agora eu sentia um sentimento estranho por ela era uma verdadeira volta de 360° graus em minha vida.
Aquele cordão significou muito pra mim. Era como se simbolizasse meu filho que nem veio ao mundo. Ele era um anjinho, e sempre estaria em mim e no pai dele. As palavras dela me tocaram de um jeito único, e só eu sabia o que sentia.
Se nada disso tivesse acontecido eu teria meu filho ainda comigo hoje, eu ainda teria minha barriga grandinha aqui pra acariciar.
E mais uma vez uma lágrima solitária escorreu por minha bochecha.
Ela me soltou e limpou suas lágrimas.
─ Malditos hormônios ─ sorriu e retribui o riso.
─ Sei bem disso ─ me lembro quando estava grávida.
E então me lembro que também tenho um presente pra Vivian, um presente especial, de última hora, mas significava muito pra mim.
─ Tenho uma coisa pra você também ─ digo a sentando no sofá e correndo pro quarto de hóspedes.
Procuro naquela bagunça feita por Bruno a sacolinha, só então me lembro que guardei ela bem guardada no closet. A segurei e era se segurasse um pedaço de mim.
Levei até a sala e parei na frente dela, Bruno encarou a sacola e meio que me olhou confuso e se endireitou no sofá. Ele sabia o quanto aquilo era importante para mim.
Me sentei ao lado dela e olhei pra sacolinha como se enxergasse meu bebê.
Tirei o embrulho de dentro e dei pra ela. Era as roupinhas do meu bebê, ainda tinham aquele cheiro gostoso de novo, eram minúsculas.
Ela segurou sorrindo e analisando-as.
─ Quando eu vi essa roupinha ─ peguei na menorzinha, de cor branca já que não sabia o sexo. ─ Estava passando em frente a loja, meus olhos foram certinhos na roupinha, e só consegui imaginar meu bebê vestido nela, seu cheiro, sua pele macia, seus cabelos. Foi a primeira roupinha que comprei pra ele, ficava horas olhando pra ela, e hoje ela é coisa mais importante pra mim em relação ao meu filho. E eu quero que seja sua, e do seu bebê é claro.
Ela pega a roupinha nas mãos totalmente emocionada. Em seguida me lança um olhar amoroso e levanta a blusa que usava colocando a roupinha sobre sua barriga.
─ Com certeza ele ou ela vai amar, obrigada Lara.
Eu apenas lhe lanço um sorriso e pouso minha mão sobre sua barriga.
Os meninos olhavam a cena meio cabisbaixos. E Bruno principalmente. Me debrucei e depositei um beijo na barriga dela.
─ Seu pai dorme de boca aberta e ronca muito de noite ─ falo baixinho como se fosse um segredo. Os meninos gargalham e Vivian também.
─ Que asneira ─ Bruno intervém.
─ Espero que não durma de boca aberta que nem ele ─ sussurro e me levanto indo me sentar ao lado de Bruno. Ele me abraça e beija minha cabeça.
Mas logo explora a barriga de Vivian com curiosidade.
─ Está se mexendo ─ afirma cerrando os olhos.
─ Óbvio que não, são gases ─ Vivian venta.
Eu me levanto e vou pra cozinha onde Arthur, Diego e Léo estavam e pego um ice bebendo. Coloco comida pra sarinha e troco sua água também.
Os meninos resolvem descer na praia mas eu estou cansada demais pra ir. Volto pra sala e paro ao ver a cena de Bruno acariciando a barriga de Vivian enquanto sorria. Ele parecia tão feliz, tão realizado, e eu não quis interromper a cena.
Me despedi dos meninos pegando Sara nos braços e indo pro quarto me deitar. Liguei o ar, coloquei ela na cama e fui tomar um banho escovando os dentes em seguida.
Vesti qualquer roupa, uma confortável, uma calça moletom e uma blusa de mangas de tecido fino. Tirei o resto da maquiagem com o creme e me joguei na cama desligando a luz.
Beijei Sara que já dormia e rolei na cama me embrulhando com o edredom.
Mas não conseguia dormir.
A cena de Bruno com Vivian me fez me sentir como um empate na vida deles. Um incômodo, mesmo ele dizendo que não, mas eu sentia isso, e eu não queria atrapalhar eles dois.
Passou minutos, a porta foi aberta e o perfume masculino amadeirado tomou conta de todo quarto. Somente a luz do abajur estava acesa e assim continuou.
Escutei ele tirar os sapatos, o relógio e sentar na cama ao meu lado.
─ Eu sei que está acordada. Quando você dorme você fica de lado e se embrulha toda ─ sua voz é baixa, após ele falar isso eu me viro o encarando.
─ Cadê Vivian?
─ Foi pra casa, pedi que Arthur a deixasse em casa pra dormir, e eles foram descer pra praia.
─ Hmmm ─ resmungo.
─ Tá tudo bem? ─ ele pergunta preocupado, eles cerra seus olhos de forma que uma ruga se formasse em seus olhos.
─ Sim ─ sou curta.
─ Vou tomar uma ducha ─ ele avisa se levantando e indo pro banheiro.
O espero terminar seu banho, o que não demora muito. Depois de uns quinze minutos ele sai do banheiro e o fito, quase não o via por conta da mal iluminação, mas o que via era bastante pra fazer meu corpo vibrar.
A toalha preta estava enrolada em sua cintura e uma de rosto enxugava seus cabelos rebeldes. Seu físico continuava molhado, era delicioso apreciar as gotículas de água apostando corrida por seu torso e tórax, entrando em um labirinto que era seu abdômen e se perdendo por sua pélvis.
Ele jogou a toalha de rosto em qualquer lugar e tirou a toalha de sua cintura enxugando seu peitoral. Me virei e dentro de segundos o senti me abraçando por trás na cama, não me afastei, apenas o senti.
─ Sara quis roubar meu lugar ─ sussurrou e me arrancou um riso.
─ Mas não conseguiu.
─ Jamais ─ ele beija meu rosto e respira quente em meu cangote. Eu me arrepio automaticamente. ─ Qual seu problema ultimamente? Tem estado distante, estranha, sei lá.
Ele passa sua mão por minha cintura e me puxa pra mais perto de si, sinto o calor do seu corpo se envolvendo com o meu e suas mãos pousando em minha barriga.
─ Eu apenas não quero atrapalhar seu relacionamento com Vivian e o filho de vocês ─ sou direta. Ele me larga e suspira impaciente.
─ Quantas vezes vou ter que repetir que você não atrapalha nada? Que você faz parte disso também? Você é a minha noiva e minha futura esposa, Vivian é minha amiga e espera um filho meu. Não vai passar disso ─ ele soa ríspido e certo de suas palavras.
─ Mas eu sinto que incomodo ─ falo baixinho.
Bruno me puxa de uma vez pra cima de si e segura em meu rosto, ele acaricia minha bochecha com o polegar e olha em meus olhos firmemente.
─ Ei... Não fica assim, eu sou apenas seu, você é apenas minha e ambos sabemos disso muito bem ─ ele beija a lateral de meu rosto e vai seguindo uma trilha de beijos até meus lábios. ─ Nunca mais fale isso, ok? Já conversamos tudo que havia pra ser conversado, não quero que se sinta assim.
Eu concordo com a cabeça e o beijo dando espaço pra sua língua explorar minha boca. Fico por cima dele ainda o beijando, ele vai me puxando mais e mais pela nuca e eu seguro firme seu rosto, sinto sua ereção crescendo por baixo de mim. Arfo mordendo seus lábios enquanto ele desce suas mãos hábeis e quentes por minha bunda apertando-a. Logo já estou molhada o bastante, ele sabia como me deixar excitada.
Bruno me joga na cama e vai tirando minha blusa enquanto beija meus seios e minha barriga, sua língua quente é passada dentre o vago dos meus seios. Ele pega em meu seio e o leva na boca o chupando e marcando-o.
Ele desce beijando minha barriga e me causando cócegas, puxo seus cabelos o empurrando e ele gargalha gostoso. Ele puxa minha calça moletom que saí junto da calcinha e deposita beijos molhados em minha virilha, sinto sua barba roçar em minha coxa e solto um gemido.
Ele sobe até minha boca onde me beija com tudo, um beijo quente e cheio de tesão. Ele se senta e eu subo em seu colo sentindo seu membro encostar em minha coxa, ele segura minhas costas e segura em minha nuca, puxa meus cabelos fazendo minha cabeça ir pro lado e beija meu pescoço.
Me endireito em seu colo e desço sobre seu membro, sinto um arrepio e uma sensação de estar sendo completa. Gemo sentindo seus lábios em contato com meu ombro, ele beija e morde meu ombro.
Segura em minha cintura e começa a se movimentar dentro de mim, eu rebolo em seu colo e ele arfa.
Não falamos nada, apenas provamos um do outro como se fosse nossa última noite juntos...
______________________
Galera de cowboooy, feliz ano novo! Estou postando esse capitulo dia 01.01.2017, e desejo tudo de bom na vida de vocês. Que esse ano seja repleto de coisas boas. Novos crushs, nova vida, novas pessoas, enfim...
E inclusive, se Deus quiser, vai ter novos livros pelos deuses das kengas!
Beijo meninas, aproveitem!
Wan ♡
Obs: mais quatro capítulos e o livro acaba. Preparem o coração.