Anteriormente: Ela se senta novamente ao meu lado e me entrega as duas fotografias um pouco antigas.
Assim que as olhos fico surpresa ao ver a semelhança entre Eduarda e nossa avó.
Olho chocada Safira suspeitando que David só esteja com Eduarda por causa de nossa avó.
-Eduarda é idêntica à nossa avó Elizabeth. -Digo perplexa querendo não acreditar em tal semelhança.
-Evelyn o que faz aqui? -Uma voz familiar pergunta me assustando.
Evelyn Narrando
-Evelyn o que faz aqui? -Tyler pergunta novamente. -Ficou muda agora? -Pergunta ele de forma grossa se aproximando de um jeito estranho.
-Tyler eu que devo perguntar o que faz aqui? -Safira pergunta se colocando em pé.
Demoro alguns segundos para assimilar o que está acontecendo, rapidamente eu coloco as duas fotografias de minha avó debaixo da almofada do sofá de Safira. Poderia jurar que Tyler ainda estava em Miami, se Tyler já voltou então quer dizer que David já retornou com Eduarda.
Fico em pé. Me recomponho e fito Tyler.
-Tyler não lhe devo explicações. -Respondo seria pouco me importando por ele ser um vampiro.
-Você deveria estar de repouso. -Diz ele sério, mas em seus olhos vejo um misto de frieza e preocupação. Ignoro minha curiosidade para saber se ele realmente se preocupou comigo.
-Safira eu tenho que ir, irei visitar trovão. -Digo querendo sair do mesmo ambiente que Tyler.
-Irei junto, preciso ver Felipe. -Safira fala e me olha de um jeito estranho como se o que falamos antes fosse para ficar somente entre nos.
-Agora virarão amigas? -Tyler pergunta em um tom de deboche nos olhando de um jeito estranho.
Lembro que Safira havia falando que meu avô fora assassinado por um dos amantes de minha avó, talvez fora Tyler. -Penso não vendo outra explicação para ele falar para eu ficar longe de Safira. Ele é um dos principais suspeitos.
-Querido Tyler, deveria praticar a sua educação. -Safira diz em um tom irônico.
Sinto uma fraqueza repentina e tenho que me apoiar em Safira. Respiro fundo tentando não demonstrar minha fraqueza, mas começo a sentir a mesma dor horrível de novo.
-Safira acho que tá acontecendo de novo. -Falo num sussurro para ela não querendo que Tyler saiba.
-Merda. -Safira fala entre os dente e tenho que me apoiar mais nela. Ela me olha preocupada e me ajuda a sentar no sofá.
-Eu disse que você deveria ficar de repouso! -Tyler ruge entre os dente se aproximando ao perceber que não estou bem e o olho brava.
-Não se aproxime mais! -Peço em um tom alto e sério. Tyler sorri de lado pouco se importando com minha ordem.
-Eduarda não iria gostar em saber que não ajudei você. -Tyler fala e percebo que toda essa encenação de preocupação é para Eduarda pensar que ele é um bom moço, ou seja ele ainda tem esperanças de que ele possa tê-la.
Olho para Safira e lembro do que ela disse sobre o sangue de Sofia.
Por um momento me perco em meus devaneios e apenas vejo Safira discutindo com Tyler, mas não consigo escuta-los.
Olho para onde coloquei a fotografia de minha avó.
Talvez David e Tyler apenas tenham esse interesse por Eduarda devido à está semelhança e por eles pensarem que ela tenha o mesmo sangue de nossa avó.
Não, David não. David já provará o sangue de Eduarda, talvez ele a ame de verdade, mas Tyler tenho certeza que seu interesse em Eduarda seja pela semelhança com nossa avó e pelo seu sangue.
Raios! Tenho que proteger Eduarda de Tyler.
Mas como posso me proteger?
Aos poucos a dor e a fraqueza passa e sinto meus sentidos voltarem ao normal.
-Tyler saia da minha casa! -Safira grita me assustando me obrigando a sair de meus devaneios. Um pouco relutante Tyler se vira e vai embora, mas sem antes dar um olhar mortal para Safira que fez um calafrio percorrer minha coluna.
-Durante aquele baile que a conheci poderia jurar que você e Tyler eram amigos. -Falo para Safira. A mesma se recompõe e me fita surpresa com seus olhos vermelhos.
-É tudo questão de aparências e uma longa história para explicar, Tyler e eu temos um passado não muito amigável. -Safira conta. -Não costumo perder o controle assim. -Afirma ela parecendo estar envergonhada.
-Vocês tinham um relacionamento? -Pergunto curiosa não vendo outra explicação para explicar o fato deles terem um passado turbulento. Safira me olha e acaba rindo.
-Talvez. -Safira responde assim que para de rir e fica com um olhar distante. A olho sem entender e curiosa. -Ainda quer visitar seu cavalo? -Safira pergunta mudando de assunto. -Se já estiver bem claro. -Fala em um tom preocupado. -Acho melhor procurarmos o diário de Elizabeth outro dia, talvez amanhã. -Diz ela.
-Estou bem agora, já passou. -Afirmo e sorrio para ela. -Pode ser. -Falo.
-Então vamos, estou com saudades de Felipe. -Diz ela estendendo sua mão pálida para eu pegar.
Pego sua mão e levanto. Ela me conduz da sala até um corredor que da em uma garagem subterrânea com diversos carros clássicos e atuais.
Safira solta minha mão e segue até uma parede onde está as chaves dos carros. Ela pega uma chave e segue até um Opala preto.
-Já andou em um Opala? -Safira pergunta observando o carro.
-Não. -Digo a verdade. -Nem sabia que tinha um deles aqui em Londres. -Falo.
-Se não estivesse nevando talvez poderíamos dar uma volta, quem saiba outro dia. -Safira fala com um olhar distante sorrindo.
Rapidamente ela se recompõe e anda a passos firmes e elegantes até uma camionete e a sigo. Ela entra no lado do motorista e faz um gesto para eu entrar no lado do passageiro. Abro a porta e entro, sento ao seu lado no banco do passageiro.
-Não sabia que dirigia, pensei que um de seus motoristas iria levar a gente. -Falo enquanto coloco o sinto de segurança.
Safira apenas ri de meu comentário e aperta um botão que deduzo que seja do portão da garagem. Assim que o portão se abre ela liga a camionete e começa a dirigir.
-Qual a graça de sempre ter alguém fazendo as coisas para você? -Safira pergunta enquanto sai de sua propriedade e pega uma estrada rumo a cidade.
-Nenhuma. -Falo a verdade. -Acho que nunca fui tão sincera em toda minha vida igual hoje. -Falo um pouco surpresa ao perceber que ao lado de Safira não preciso pensar nas palavras que tenho que usar, é como se fossemos amigas a séculos e pudesse ser eu mesma.
-Não a culpo, também já fui assim. -Safira afirma sorrindo enquanto dirige, mas sem perder a atenção na estrada.
-Porque você e Tyler fingem que se gostam em eventos? -Pergunto curiosa e a olho. Ela respira fundo e aperta o volante com certa força.
-Lembra quando perguntou se eu e Tyler tínhamos um relacionamento? -Pergunta Safira e me olha rapidamente. Faço que sim com a cabeça e ela retorna a olhar a estrada. -Era um relacionamento de irmãos. -Conta ela e a olho surpresa. -Não irmão de sangue como está pensando. -Safira diz e fico mais confusa. -Quero dizer irmãos porque fomos criados pelo mesmo vampiro. -Explica ela.
-Então você deve ter mais irmãos. -Falo tentando entender isso de criador.
-Sim, na verdade tenho vários irmãos. -Conta ela. -Felipe é um desses meu irmão. -Diz ela.
Tento absorver toda essa informação. Tyler, Safira e Felipe são irmãos por que foram transformados pelo mesmo criador.
Então quer dizer que Tyler deve ter a mesma idade que Safira e Felipe. -Penso um pouco surpresa.
Então Safira não é uma das vampiras mais velhas que conheço.
-Mas o criador de vocês está vivo? -Pergunto preocupada pensando se ele ainda quer vingança de Sofia e pode vir atras de mim.
-Não. -Safira responde com um olhar distante. Ela respira fundo novamente parecendo lembrar de algo. -Tyler o idolatrava, mas eu e Felipe nunca pedimos para ser vampiros. -Diz ela com um olhar triste. -Mas ele me comprou na época quando ainda era humana. -Safira fala num sussurro.
-Comprou? -Pergunto um pouco confusa.
-Eu era uma escrava, filha de uma negra com um branco. -Conta ela e lembro das leis entupidas da época da escravidão. -Mas mesmo com toda a injustiça que vivia eu nunca pedi para ser vampira. -Safira conta com rancor mostrando sua fraqueza para mim.
-Você matou seu criador? -Pergunto curiosa.
-Ele havia me transformado para seguir os passos de Sofia, eu a ajudei e logo depois dela dar à luz ela me pediu para cuidar de seus filhos recém nascidos, como eu não podia ter filhos eu ajudei cria-los até os seus cincos anos, mas um dia meu criador me encontrou e tive que fazer o que era certo e salvar aquelas duas crianças inocentes. -Safira fala em um tom triste.
-Safira você fez o que era certo, nunca se culpe por isso. -Falo e pego sua mão livre. Ela me olha e sorri.
Acho que nunca pensei que veria esse lado de Safira.
-Não me arrependo do que fiz, me arrependo de não ter matado ele antes de ter transformado mais humanos em vampiros. -Safira fala e volta a olhar a estrada.
Olho para a estrada e vejo que estamos perto da onde tenho treino de montaria.
Sinto uma ansiedade em saber que irei ver Trovão e Felipe.
Lembro da mulher que Felipe havia falado que amou.
Ó céus! A mulher por quem Felipe também era apaixonado era minha avó? -Me pergunto um pouco chocada.