O Nono Domínio

By CFernandes_

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| HISTÓRIA COMPLETA | TRILOGIA DOMÍNIOS | LIVRO 02 Caso você não estiver lendo essa história pelo Wattpad, se... More

Sinopse
Lembretes a todos os dominadores!
Os Oito Domínios, como tudo começou...
Capítulo 01 - Não você Martin!
Capítulo 02 - Adeus meu guardião. Adeus meu amigo
Capítulo 03 -Acerto
Capítulo 04 - Lágrimas de sangue
Capítulo 05 - Cheguei... Mas aonde mesmo?
Capítulo 06 - Acorrentada e confusa
Capítulo 07 - Sete dias
Teste - Qual é o seu Domínio?
Capítulo 08 - Consequências
Capítulo 09 - O que eu posso fazer?
Capítulo 10 - Mura, o guardião
Capítulo 11 - A vez de Hau e Moana
Capítulo 12 - Um raio que o parta!
Capítulo 13 - Corpo & Mente
Capítulo 14 - Dois lados da mesma moeda
Bônus de 10k + Conto + Votação
Capítulo 15 - Porta Selada
Capítulo 16 - Querida, cheguei!
Bônus - Pedaços da mente
Capítulo 17 - Preparar...
Capítulo 18 - ... Apontar...
Capítulo 19 - ...Fogo!
Capítulo 20 - Não no meu turno!
Capítulo 21 - I want to break free
Capítulo 22 - Emboscada
Capítulo 23 - Adeus Megan, Olá Morgana.
Bônus - Nascimento de Morgana
Capítulo 24 - O Senhor do Destino
Capítulo 25 - Segunda Prova
Capítulo 26 - Sozinha & Perdida
Capítulo 27 - Uma provação surpresa?!
Capítulo 28 - Pisando em ovos
Capítulo 29 - Reencontro
Hello, it's me.

Capítulo 30 - Enfim, o confronto

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By CFernandes_

Analiso o homem na minha frente e tento não pensar muito na quantidade a mais de experiência em combate que ele possui. Tenho que confiar nos meus domínios para dar o meu melhor e quem sabe assim então eu consiga sair vitoriosa desse duelo.

– Vai ficar aí muito tempo me olhando Megan, ou vamos para o que interessa? – ele diz zombeteiro e eu seguro a minha vontade de sair em sua direção em uma fúria cega.

Ele retira uma espada detrás de suas asas e só pelos movimentos que ele faz com o pulso, girando a espada afiada perigosamente no ar, percebi que ele tinha o seu treinamento com elas. Mas eu não fico atrás.

Separo a bainha da lâmina da minha própria arma e um raio de Sol reluz no fio da lâmina e com um movimento rápido me ponho numa posição de combate.

– Pelo visto você não ficou ociosa esse tempo não foi Megan? Você parece estar minimamente pronta para o combate – ele sorri.

Com um movimento de sua espada, um furacão de pequeno porte é formado e começa a avançar na minha direção. Dou um pisão na terra, fazendo com que uma camada grossa de terra se erga e impeça que o furacão me machuque.

O ataque de ar dele perde a força ao se chocar contra a minha barreira e os dois se anulam numa pilha de elementos inúteis.

Tobias não está mais no mesmo local de onde deu o primeiro passo e meus olhos trabalham rapidamente para localizá-lo. Minha nossa, como ele é veloz! Foram pouquíssimos segundos para ele estar ao meu lado, com a sua espada se aproximando perigosamente de mim.

Não tenho tempo de outra coisa além de abaixar o meu corpo, para escapar do perigo. A lâmina dele ganha uma nova rota, e vem ao meu encontro com a mesma agilidade. Levanto a minha espada e o barulho do metal se chocando é tão alto que mais parecia um trovão.

Não tinha como comparar as nossas forcas físicas, então dou o meu melhor para aguentar tempo suficiente para que eu consiga formar uma onda de fogo, que bate diretamente no ombro de Tobias, o jogando de lado. Ele com um movimento de ar, evita que o seu corpo fosse jogado no chão.

– Muito bem Megan – ele passa a mão pelo seu ombro e num movimento rápido, rasga a manga de sua camisa, revelando as queimaduras que eu tinha acabado de proporcionar à ele. – Nada mal – complementa olhando a gravidade de seus machucados.

– Você ainda nem viu nada.

Fico de pé e revisto a minha espada de fogo para voltar a atacá-lo. Mas uma lufada de ar surge do nada e atinge em cheio a minha cabeça, me fazendo voar alguns metros para trás, e trazendo o gosto metálico de sangue para a minha boca.

Cuspo o sangue de qualquer jeito no chão e tento analisar a minha situação com um pouco mais de calma. Tobias não me dá tempo. Já vem na minha direção com mais furacões para me ameaçar. Nuvens tempestuosas começaram a nos cobrir.

– Isso vai ser interessante – Tobias olha para cima por tempo suficiente para se distrair e eu começar a me concentrar no sangue dele.

Ele imediatamente para de andar e seu corpo curva num estado de agonia. Sua pele começa a ficar vermelha e suas veias incham numa velocidade assustadora. As mãos dele fecham com força ao redor de seus cabelos e ele puxa com violência.

– Então esse é o domínio de sangue? – Tobias pergunta com seus dentes trincados e seus olhos começam a ficar com um aspecto irritado.

– Claro.

– Impressionante a sensação que ele deixa no corpo. Não pensei que fosse ser uma coisa dessa magnitude – os cotovelos dele se chocam contra o chão e seu corpo se contorce e se encolhe de uma maneira bem desagradável de se ver.

Mas não diminuo o meu domínio sobre ele.

– Essa sensação de sangue borbulhando... Parece que cada pedaço de mim esta em ebulição... – Tobias reclama mas mesmo assim consegue ficar de pé.

– Como você está de pé? – pergunto um pouco enraivecida e faço com que a situação dele piore muito. Minha visão começa a mudar e fica um pouco embaçada por conta das lágrimas de sangue.

Não me lembro de pegar tão pesado assim. Nem quando eu descobri o meu domínio, e o usei na Sarah sem controle eu desejei tanto assim o mal de uma pessoa.

Mas mesmo assim ele ainda permanecia de pé. Perigoso.

– Quem disse que quando temos o domínio de corpo só podemos usar ele em outros corpos? Posso muito bem controlar o meu.

– Mesmo quando o seu corpo definha em agonia? – usar com essa intensidade esse domínio era desgastante. Meus músculos começavam a reclamar do esforço. Minha cabeça começa a doer. Tinha que parar em breve, mas não daria gosto a ele.

– Posso levar o meu corpo aos limites mais extremos se for necessário Megan.

Esse era um homem perverso. Tinha que dar um jeito para parar os planos dele de qualquer jeito. Ele estava disposto a alcançar os seus extremos, eu tinha que estar pronta para dar o meu máximo também. Não posso hesitar em momento algum.

Minha cabeça reclamou quando eu comecei a usar a força e velocidade do sangue nas veias dele para romper alguma artéria importante e minar a sua vida. Mas aquilo era extremamente complicado, pois de alguma forma, ele estava conseguindo combater ou impedir os avanços do meu domínio.

– Sabe o que é isso? – ele pergunta retirando um pequeno globo de vidro de seu bolso. Estava preenchido com um líquido transparente, mas pelo modo como se mexia dentro do recipiente de vidro, não parecia ser água.

Era mais viscoso e eu fiquei imediatamente em alerta.

– Não.

– Vamos descobrir então.

Num gesto que eu não previa, ele esmaga o vidro entre seus dedos. Aperta com força, e o seu sangue começa a escorrer entre os seus dedos e junto com o líquido, cai no chão.

Sinto a magia dentro do meu corpo diminuir e fico nervosa. Minhas pernas tremem de maneira patética e não consigo mais ficar de pé. Mas para o meu alívio, Tobias também cai no chão, e parece bem mais esgotado do que eu.

Seu corpo treme, provavelmente reconhecendo os danos que ele tomou nos últimos momentos. Minha cabeça parece querer explodir a qualquer segundo. Limpo o sangue que tinha escorrido pelos meus olhos e tento me erguer.

Escuto alguém chamar o meu nome, mas está tão distante e abafado e pergunto se a minha audição foi afetada pelo Tobias. Sinto umas vibrações não muito distantes dali, me viro na direção delas e me espanto ao ver Adam ali.

Ele parecia desesperado e batia numa barreira invisível, via os seus ataques não conseguirem nem arranhar essa barreira.

– Pode dizer pro seu namorado que isso que ele está fazendo é completamente inútil. Ele não vai conseguir nos tirar daqui, estamos completamente isolados do mundo.

– Que história é essa Tobias? – pergunto desesperada e me viro em sua direção.

– Esse daqui é o meu projeto de vida. dentro dessa redoma que estamos não é possível se usar nenhum domínio. Nenhum domínio conseguirá se infiltrar aqui.

– Você é maluco!

– Pode me chamar do que for, mas vejo que fiz a escolha certa em desenvolver isso para mim, depois de sentir o gosto desse seu domínio desagradável de sangue, poderia estar em apuros se não tivesse um modo de neutralizar seu poder.

– Nem que para isso você se neutralizasse no processo... – digo preocupada.

– Um efeito colateral bem desagradável mesmo, mas não vejo problema nisso, sei que posso acabar com você sem os meus preciosos domínios.

– Difícil acreditar nisso quando você nem está se suportando em pé – digo e caçoo de sua situação.

De fato ele ainda lutava contra os seus braços e corpo para ficar de pé. Eu não estava muito diferente dele, mas tenho forçar tudo para não fraquejar. Adam me olhando do lado de fora da cúpula me deu o impulso que eu precisava.

Vou o mais rápido que consigo pegar a minha espada e mesmo com as pernas trêmulas consigo dar os passos que me separavam da minha arma. Ela parece ser bem mais pesada do que eu lembrava. Estou próxima do meu limite, mas não me dou por vencida.

Adam grita alguma coisa. E quando eu viro para ver o que é, sou surpreendida por um corpo trôpego, empunhando a sua espada, avançar sobre mim.

Ergo a minha para tentar me proteger, mas com o impacto e velocidade dele, a minha lâmina encontra o meu corpo, mais precisamente entre o meu ombro e meu pescoço, e num movimento lento e doloroso, a arma desce por mim, abrindo uma ferida não muito profunda, mas bem sangrenta.

Grito em desespero e giro o meu corpo para o lado, fazendo com que o Tobias se desequilibre e não esteja mais me ferindo. A espada que eu tinha tão perto do meu corpo gira com toda a força que possuo e acerta profundamente suas costas. Ele solta um urro de dor e cai de lado no chão.

Se levanta com uma velocidade que não sabia que ainda tinha nele e segurando a sua espada de qualquer jeito, tentando me machucar. Me movo o suficiente para somente evitar que ele acertasse uma região vital, mas o corte arde. Sinto a lâmina se arrastar e dançar pela minha pele, queimando por onde passa.

Nos dois já passamos de nossos limites, estamos de pé pois somos teimosos demais para cair. Ele me acerta de vez em quando e eu o corto eventualmente. Consigo acertar seu braço, fazendo com que a sua espada caísse de sua mão.

Chuto o metal para longe e Tobias cai para trás, não sei se aceitando a sua derrota, ou esperando por outra coisa.

Era aquilo, não tenho mais volta. Tobias estava ao chão, completamente indefeso. A espada em minha mão pintada com o seu sangue e o meu, reluzia enquanto eu me aproximava do meu inimigo. A espada de Tobias não tinha mais serventia nenhuma, e estava longe demais para que ele pudesse fazer algo. Finalmente isso teria um fim.

Escuto um grito do Adam. Ele me pedia para que eu parasse, que a justiça já seria feita, não precisava continuar. Mas eu precisava. Enquanto Tobias estivesse vivo ele seria uma ameaça para mim e para Nihal, mas como ele não percebia aquilo?

Não tinha mais medo de como as minhas ações iriam me afetar. Eu estava relativamente em paz com o que faria em seguida. Tenho a consciência que somente eu ali tinha a capacidade e a incumbência de terminar com aquilo. Não precisava de domínios para isso.

Minha mão estava suada e apertei meus dedos ao redor do cabo da espada para que ela não escapasse. O ar pareceu mais seco e minha perna tremeu no primeiro passo que dei. Estava a poucos passos do Tobias quando o chão começa a tremer abaixo de mim.

Não tinha como ser o Tobias, pois percebi que ele também parecia surpreso com o tremor. Mas logo uma enorme luz brilhante começa a despontar dos céus. Parecia que um meteoro estava caindo na terra.

Todos acompanhavam um pouco maravilhados a luz que crescia lá em cima. Tive que parar de andar pois não enxergava nada na minha frente além de uma imensidão brilhante. Cobri os olhos com o meu antebraço e dou um passo para trás.

Fico esperando por algum tipo de impacto que não chega. Começo a sentir a minha pele esquentar e é notável perceber a temperatura subir uns bons graus. Vai ver era um meteoro mesmo. Quero abrir os olhos mas não consigo. E se for uma nova ameaça, se for uma carta na manga do Tobias? Como vamos nos proteger de algo que não conseguimos ver? Abaixo o meu braço lentamente. Minhas pálpebras brilham avermelhadas pelo excesso de luz. Luto para permanecer assim.

Minha respiração fica suspensa por nem sei quanto tempo. Até que não me dói ficar daquele jeito, até que a intensidade vai diminuindo. Até eu sentir algo no ar mudar.

A luz cessou. Pude abrir os olhos mais uma vez. Um silêncio quase perturbador tomou de conta. Tudo continuava na mesma, quer dizer, quase tudo. Não vi Tobias em lugar nenhum. Assim como Adam, ele também sumiu.

Um raio de destruição ao meu redor e não me senti mal por ver aquela destruição. Pelo tamanho dela, impossível não pensar que alguns inocentes foram envolvidos na batalha. Só conseguia ficar brava por ter perdido o Tobias de vista. E agora, como eu ia pará-lo, e mais importante, para onde ele foi?

– Finalmente aconteceu Megan – Morgana fala, me viro para encará-la. Nem sabia que ela estava ali. Como tinha chegado ao meu lado sem ao menos perceber? Será que tinha sido ela a responsável por aquela luz brilhante no céu?

Seus cabelos que agora estavam soltos, percebi que estavam um pouco mais compridos, quase do tamanho dos meus. Em seu rosto um sorriso despreocupado. Seus olhos encaravam os meus de uma forma tão profunda, tão íntima. Ela parecia pacífica. Mesmo com o seu olhar vermelho.

As roupas que usavam se assemelhavam as minhas. Uns tons mais escuros. Um pouco mais sangrentas, mas ainda sim as reconhecia. Seu olhar tinha profundas olheiras. Um corte pequeno acima da sua sobrancelha direita marcava o seu olhar bem mais perigoso. Ela também segurava uma espada banhada em sangue em suas mãos.

Ela solta a arma com certa violência no chão, o que me assusta por um pequeno momento. Mas ao encarar seus olhos eu entendo perfeitamente o que ela quer dizer, mesmo ela não falando absolutamente nada. Eu a conhecia como ninguém.

– Exato Megan – ela sorri, quebrando o silêncio.

– Como? – eu tinha falado alguma coisa sem que percebesse?

Morgana não me responde. Não sentia raiva, não sentia medo, para ser bem sincera naquele momento eu não sentia nada. Um pequeno momento de paz em meus pensamentos. Percebo que não tenho medo mais dela. Percebo que não preciso ter medo dela.

– Finalmente aconteceu. Você entendeu. Você sabe.

Ela vem se aproximando de mim. Não me afasto pelo simples fato de não querer me afastar. E ainda por cima eu também vou seguindo a passos largos em sua direção. Paramos frente a frente e nos encaramos por uns bons segundos.

Vozes baixas e confusas ao fundo me pedem, me imploram, para que eu me afaste. Mas essas vozes estão tão distantes que eu nem lhes dou atenção. Tentei puxar uma respiração maior, mas minha costela não me deixou. Acho que devo ter fraturado em algum lugar.

Ela levanta o braço para tocar o meu ombro e só percebo que eu fiz o mesmo quando vejo a minha mão repousando no ombro de Morgana. Minha mão treme assim como a imagem dela. Espera aí um momento...

Isso aqui não é a Morgana, isso é um espelho... Um espelho d'água.

Eu sou a... Nem preciso completar a frase. Não pode ser, ou pode?

A realização foi profunda e instantânea. Não tenho dúvidas. Eu sou a Morgana e ela sou eu. Não dividíamos mais um coração, não tínhamos mais ideias opostas. Finalmente aconteceu. Éramos a mesma coisa, a mesma pessoa.

Sorri.

Isso será bem divertido. Pelo menos o meu senso dela era bem melhor. Quer dizer, o meu senso de humor. Finalmente vou poder agir livre de responsabilidades.

Um calor aquece o meu corpo e percebo que não há mais espelhos ou reflexos. Somos uma só e até me pego pensando se algum dia foi diferente. Mesmo longe, ainda sentia suas ações.

– Megan – uma voz muito conhecida tinha me alcançado e estava logo atrás de mim. Virei para encarar o dono da voz e ele me olhava imensamente preocupado.

Estou cara a cara o meu guardião. Martin. Ele estava vivo novamente? Ou era somente uma peça do meu cérebro? Poucos passos nos separavam. Relembro aquela luz brilhante que caiu dos céus e quase nos cega. Será que tinha sido ele aquela luz? Que ele é um ser de luz, isso não posso duvidar, mas eu vi ele morrer.

Eu enterrei seu corpo.

Eu chorei e sofri como nunca tinha feito.

– Martin – falei em completo choque, mas algo estava errado. Não com ele, mas senti que tinha algo fora do lugar.

– Não sei como – ele fala olhando para baixo e apertando o seu corpo como se não acreditasse. – Não tenho a mínima ideia de como isso aconteceu. Mas eu voltei. Sou eu. Meu corpo, minha magia, tudo! – ele abre um grande sorriso, mas a boca do meu estômago se contorce.

Sei que deveria estar feliz por voltar a ver o meu guardião, por ele ter ele de volta aqui. E não estou triste eu tenho certeza, mas a minha alegria é uma coisa tão fraca, melancólica até. E se eu conheço os meus sentimentos, um pouco decepcionada por vê-lo ali.

Era estranho, mas não conseguia me sentir estranha por isso.

– Pelo visto acho que você conseguiu não foi? – falo cheia de nuances em minha voz.

– Consegui o quê? – Martin pergunta ainda um pouco abismado, tateando o seu corpo desacreditado.

– Voltar, estar aqui, tanto faz, mas você conseguiu se reerguer – nada, nenhuma emoção em minha voz. Nem conseguia me assustar pela ausência dos meus sentimentos.

– É, acho que sim – ele fala e me olha com as sobrancelhas quase unidas. – Você está legal Megan? Não que eu esperasse muita coisa, mas achei que você fosse ficar um pouco mais feliz por me ver aqui novamente.

– Mas eu estou feliz – sorri do melhor jeito que consegui. Tenho consciência que não fui convicente.

Mas só conseguia pensar em sair dali o mais rápido que conseguisse e ir atrás do Tobias para terminar o que eu tinha começado. E confraternizar com o Martin naquele momento ia contra todos os meus planos.

– Tá – ele me olha confuso e finalmente olha ao redor. – Mas o que aconteceu aqui? Isso daqui está pior do que um campo de guerra.

– Por que isso aqui é um campo de guerra Martin, você chegou no meio dela. Um pouco atrasado e atrapalhou algumas coisas para ser sincera – a impaciência é evidente na minha voz.

– Isso é... – ele começa a falar confuso, mas eu o interrompo.

– Tenho que ir Martin, perdi o Tobias e ainda tenho alguns assuntos pendentes para resolver com ele – apanho a espada que tinha jogado no chão e limpo o sangue que está em sua lâmina.

– Megan, eu vi. Pensei que fosse só coisa da minha cabeça. Mas eu vi o que estava acontecendo aqui, não quis acreditar... Eu... Você ia...

– O que eu ia não. O que eu vou fazer Martin... – digo determinada e começo a olhar ao meu redor, tentando escolher uma direção para seguir.

– Não faça isso Megan.

– Ih, essa negação novamente... Não aguento isso não – falo e reviro os olhos.

– Megan você... – Martin tenta me alcançar, mas o impeço de continuar. Estendo meu braço, indicando que ele não se aproxime mais. Ele estava fazendo o meu estômago revirar de maneira estranha. Não quero impedimentos no meu caminho.

– Adeus Martin. Vou encontrar o Tobias, e depois de encontrá-lo vou reivindicar o meu lugar aqui. Custe o que custar.

Dou as costas para ele e na minha frente vejo um Adam consternado e machucado na minha frente. Meu coração aperta tanto que penso que vou passar mal. Não posso fraquejar nesse momento.

Ele abre a boca, acho que vai falar alguma coisa para mim, mas não posso escutar. Fecho o meu coração e ouvidos e sumo dali. Num piscar de olhos já estou bem longe de tudo aquilo. Longe de todos que eu amo, mas bem perto do meu destino.

Tobias que se prepare, que eu vou caçá-lo com tudo o que eu tenho em mim.

FIM LIVRO II

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