Paraísos Perdidos

By wantsilva

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Lara Miller é uma adolescente de dezesseis anos que vê sua vida virar de cabeça para baixo após ter que morar... More

Avisos da Wan <3
Capítulo 01.
Capítulo 02.
Capítulo 03.
Capítulo 04.
Capítulo 05.
Capítulo 06.
Capítulo 07.
Capítulo 08.
Capítulo 09.
Capítulo 10.
Capítulo 11.
Capítulo 12.
Capítulo 13.
Capítulo 14.
Capítulo 15.
Capítulo 16.
Capítulo 17.
Capítulo 18.
Capítulo 19.
Capítulo 20.
Capítulo 21.
Capítulo 22.
Capítulo 23.
Capítulo 24.
Capítulo 25.
Capítulo 26.
Capítulo 27.
Capítulo 28.
Capítulo 29.
Capítulo 30.
Capítulo 31.
Capítulo 32.
Capítulo 33.
Capítulo 34.
Capítulo 35.
Capítulo 36.
Capítulo 37.
Capítulo 38.
Capítulo 39.
Capítulo 40.
Capítulo 41.
Capítulo 42.
Como ajudar PP.
Capítulo 43.
Capítulo 44.
Capítulo 45.
Capítulo 46.
Capítulo 47.
Capítulo 48.
Capítulo 50.
Capítulo 51.
Capítulo 52.
Capítulo 53.
Capítulo 54.
Capítulo 55.
Capítulo 56.
Capítulo 57.
Capítulo 58.
Capítulo 59.
Capítulo 60.
Capítulo 61.
Capítulo 62.
Capítulo 63.
Capítulo 64.
Capítulo 65.
Capítulo 66.
Capítulo 67.
Capítulo 68.
Capítulo 69.
Capítulo 70.
Capítulo 71.
Capítulo 72.
Capítulo 73.
Capítulo 74.
Capítulo 75.
Capítulo 76.
Capítulo 77.
Capítulo 78.
Capítulo 79.
Capítulo 80.
Capítulo 81.
Capítulo 82.
Capítulo 83.
Capítulo 84.
Capítulo 85.
Capítulo 86.
Capítulo 87.
Capítulo 88.
Capítulo 89.
Capítulo 90.
Epílogo.
Agradecimentos.
Bônus.

Capítulo 49.

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By wantsilva

Estou na sala de aula morta de sono, meu corpo está meio dolorido, principalmente as coxas. Havia acordado com um mal-estar, mas era coisa da pílula, havia lido na bula. Léo que me trouxe pra escola, e creio que também viria me buscar.

Quando o intervalo bate eu vou comer algo e me sentar, mal consigo sentar direito e dou um sorriso por isso.

Mando mensagem pra Bruno.

Lara ─ Tô no intervalo, comendo, e vc?

Brutamontes ─ Estudando códigos de defesa no escritório. Bom dia.

Lara ─ Bom dia.

Brutamontes ─ Podemos almoçar juntos hj?

Lara ─ Claro, vou falar pro Léo.

Brutamontes ─ Já falei, n precisa.

Lara ─ Tá né.

Ele não fala mais nada e muito menos eu, mas entendo que ele estava estudando e Bruno quando estava estudando não gostava de escutar nem o som de uma mosca perto dele. Era incrível quando ele ficava concentrado, e lá em casa não era bem o local ideal pra ele estudar, os meninos ficavam fazendo bagunça mas era só de mal mesmo.

Terminei de comer meu lanche e fui no banheiro e depois lavar as mãos. Quanto à Ruan, ele havia voltado pra escola, mas havia mudado de sala e eu nunca mais havia visto ele. Duda ainda estava com o mesmo, ouvia sua voz irritante berrando o nome dele na sala, talvez só pra me provocar, mal sabendo que merda e Ruan tem o mesmo significado pra mim.

Bate a saída e eu nem percebo, fico meia área nas últimas aulas, como sempre. Ajeito minhas coisas e saio.

Dessa vez Bruno não está se mostrando pra todos como costuma fazer, ele me espera dentro do carro estacionado na calçada da escola. E coloco um sorriso no rosto e vou dando pulinhos até a hilux.

Adentro no carro sentindo aquele cheirinho gostoso dele e o abraço enchendo seu rosto de beijos.

─ Oi, ranzinza ─ ele ri me soltando. ─ Como foi a aula?

─ Chata como sempre, amanhã tenho prova ─ faço bico e ele dá partida.

─ Prova de... ? ─ demonstro minha curiosidade.

─ Álgebra.

─ Um saco, graças ao bom Deus sou formado. Mas quer ajuda com a matéria?

─ Nossa, senhor sabe tudo.

Ele pisca e ri, pego meu celular vendo uma nova mensagem de Ricardo e dou um sorriso. O respondo em imediato, ele pergunta como estou e se tenho compromisso de noite.

─ Não está curiosa pra saber onde vamos almoçar? ─ ele cerra os olhos para mim.

─ Sempre estou.

Ele não fala mais nada, apenas aumenta o som e fica batendo os dedos no volante conforme a batida do rock antigo. Eu fico conversando no celular com Ricardo e as meninas.

Quando chegamos no local eu levanto a cabeça e encaro o local bem simples mas com uma decoração deslumbrante. Ele desliga e desce pegando o celular, e desço também com o celular na mão, havia alguns carros parados e não havia placa indicando o nome do local, eu nunca havia visto aquele restaurante, mas ficava perto de casa, umas ruas depois.

Bruno estendeu a mão pra mim e segurei em seus dedos quentes. Fomos de mãos dadas até lá dentro, nós dois éramos o centro das atenções dentro do restaurante, várias pessoas olhavam pra gente e aquilo me incomodava de certa forma. Soltei a mão de Bruno, talvez as pessoas não estivessem acostumadas à verem um homem enorme junto de uma garota de uniforme escolar, logo Bruno que anda todo bem trajado e cheiroso, esbanjando sua posição.

Nós fomos caminhando até uma mesa onde ocupamos o lugar aguardando o cardápio. O restaurante era bem climatizado e bonito, era o frango de ouro, havia uma decoração rústica e contava com um jardim de inverno imenso.

O garçom trouxe o cardápio e Bruno fez o pedido. Arroz com passas, arroz branco, frango com queijo, picanha, vinagrete, farofa e o suco natural. Odiava Bruno querer que eu me alimente como uma criança.

─ Gosto de almoçar com você ─ ele diz após fazer o pedido. Eu pego meu celular desbloqueando e o deixo em cima da mesa fixando meus olhos em Bruno. ─ Antes eu me sentia tão só, sei lá, mas agora não mais.

Coloco minha mão sobre a sua e ele beija levemente meus dedos.

─ Ainda dói? ─ indaga após limpar a garganta.

─ Não ─ abro um sorriso malicioso. ─ Já estou pronta pra mais uma.

Vou me inclinando pra o beijar mas ele meio que vira o rosto e beijo sua bochecha.

─ As pessoas estão olhando ─ ele sussurra mordendo discretamente minha orelha.

─ Você liga pra elas? ─ me afasto e volto a encarar seus olhos cor de mel brilhantes, ele me encara por um tempo e trinca a mandíbula. Se aproxima de mim, beija meus lábios levemente e encosta sua testa na minha.

─ Que se foda ─ ele sussurra e beijo a ponta do seu nariz.

Ele mexe em seu celular com uma mão em minha coxa, analiso o quão belo Bruno é, ele tinha porte de empresário, os cabelos bem cortados caiam em sua testa e lhe deixavam mais lindo ainda.

Tiro meus olhos dele assim que meu celular vibra, era Ricardo. Abro um sorriso e vou o responder.

─ Tá falando com quem rindo assim? ─ ele pergunta e tomo um susto guardando o celular.

─ Ninguém ─ dou de ombros.

─ Posso ver?

─ Óbvio que não, são meus amigos.

Nesse momento o garçom chega com nosso pedido e nos serve. Não queria que Bruno visse que estava conversando com Ricardo porque eu já sabia que ele iria falar. E falar muito. Mas não ligava, gostava de Ricardo, ele era legal.

─ Então por que não mostra?

─ Porque não quero.

─ Eu sei com quem é... Só te digo uma coisa: tu sabe com quem fala e se relaciona.

─ Sei muito bem, não preciso de ninguém julgando os outros. Às vezes é só raivinha, intriga, inveja.

Bruno larga o talher e me olha meio incrédulo.

─ Olha bem o que você está falando, se eu digo isso é pro seu bem, você não é mais nenhuma criança, sabe o certo e o errado, se seu primo pediu pra se afastar é porque algo bom não é ─ retruca cortando o frango e comendo, também me sirvo calada.

Almoçamos em silêncio, quando terminamos fui no banheiro fazer xixi e lavar as mãos e Bruno pagar a conta. Também seguimos pro carro em silêncio. Mas quando já estávamos perto de casa ele começou.

─ Não quero mais que fale com ele.

─ Ele é meu amigo! Eu posso pedir pra não falar mais com Vivian que você vai parar? ─ retruco de forma alta.

─ Uma coisa é diferente da outra, Lara. Ricardo quer seu mal, Vivian nem se quer fala direito comigo ─ ele diz segurando o volante com força.

─ Nada a ver, Ricardo nunca me fez mal, nunca me tocou sequer.

─ Ainda ─ acrescentou ele. ─ Quer saber? Isso não vai dar certo, eu já sabia disso mas insisti.

Aquelas palavras dele me atingem como uma bala, sinto meu coração doer e um misto de raiva e decepção se misturarem dentro de mim. Eu respiro fundo e seguro o choro, mas não funciona.

As lágrimas escorrem por meu rosto e pingam por minha bochecha, mas meu cabelo esconde meu pranto de Bruno. Ele estaciona na entrada do prédio, eu abro a porta com tudo e saio, mas antes de fechar bruscamente a porta eu procuro ar nos pulmões, encaro Bruno nos olhos e disparo como uma bala:

─ É! Talvez isso não dê certo mesmo... sabe por quê? Eu estou completamente apaixonada por você, Bruno! ─ ele me olha sem expressão alguma e bem sério. Mas não diz nada, isso é como uma facada em mim. ─ Não vai dizer nada? Ótimo! Já esperava isso de você.

Fecho a porta com tudo e vou entrando na recepção e enxugando minhas lágrimas com o casaco da escola. Sinto raiva, muita raiva, por que amar dói tanto?

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