Ele fechou os olhos. As imagens gravadas em sua memória. Cada pequeno gesto queimado a ferro em suas pálpebras. Todas as promessas de amor.
Eu sou sua, ela sussurrou em seu ouvido.
Harry ainda conseguia sentir o formigamento em sua pele, incendiada pelo toque da garota.
O gosto de sua boca na ponta da língua.
O perfume adocicado dos cabelos negros como a noite.
Ele estava inebriado.
Mas para sua infelicidade, nem sequer o nome da garota ele sabia.
Ela é apenas mais uma, pensara ao entrar no quarto da fraternidade, naquela noite aos beijos com a garota.
Mas algo em sua mente lhe dizia que não.
Ele não acreditou.
Agora se arrependia amargamente.
Parece que o cupido aprontou dessa vez.
Harry tentara de todas as formas tirar a imagem da morena de sua mente. Falhou em todas elas.
Ele a via em todas as esquinas. Ilusões da sua mente ainda enevoada pelo álcool da noite passada.
Com um suspiro, o garoto volta a caminhar. As ruas eram um borrão de cores à medida que passava, sem prestar atenção. Alguma música da Blink 82 tocava em seus fones...
Seu olhar se fixou em algum ponto na multidão. Ele a sentiu antes de vê-la. Seu sorriso se destacando em meio à multidão. A garota lhe parecia uma miragem. Transportada dos seus devaneios ao mundo real.
Os pesados cachos negros amarrados em um coque no topo da cabeça. No rosto não havia nenhum resquício de maquiagem. Nem das roupas justas. Mas sem dúvida era a sua garota.
Com o coração batendo descompassado no peito, Harry se esgueirou entre os londrinos apressados que o rodeavam.
Ele estava correndo, correndo, correndo e não iria parar até tê-la em seus braços novamente.
E então multidão veio, e a levou para longe. E então ela se foi.