O Despertar dos Sentidos [LIV...

By SthaarlifthBridge

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Quando o desejo de ser feliz te leva para lugares inesperados e atos inimagináveis. Você é capaz de fazer qua... More

BEM-VINDOS!
1 - UM BAILE INESQUECÍVEL
2 - ENTRE O AMOR E A LIBERDADE
3 - MIRANDA PRODUÇÕES
4 - UMA RUIVA ATERRISSA EM SÃO PAULO
5 - A MANSÃO DOS MIRANDA
6 - A ENTREVISTA
7 - UM REENCONTRO QUASE FATAL
8 - UM JANTAR PARA SE CONHECEREM
9 - UM AMIGO PARA AJUDAR E É DADA A LARGADA PARA AS CONFUSÕES
ATENÇÃO!
10 - UM SEGREDO É DESCOBERTO
11 - O SEGUNDO ENCONTRO E O PRIMEIRO BEIJO
12 - O FIM DE SEMANA E A IRMÃ DO CORAÇÃO
13 - VISITA NA MANSÃO
14 - MAIS CONFUSÕES À VISTA
15 - A VIAGEM
16 - O LUAU
17 - UM DOMINGO INCRÍVEL
18 - O INÍCIO DAS GRAVAÇÕES
19 - O VESTIDO E A VALSA
21 - O SONHO, A PRIMEIRA VEZ E A APRESENTAÇÃO
22 - A FESTA
23 - O DESPERTAR DOS SENTIDOS
Lembrando-se de Algumas Passagens E Uma Ajudinha!
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20 - A CHEGADA DE UM ANJO E AS REVELAÇÕES

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By SthaarlifthBridge


A rodoviária, como sempre, está repleta de pessoas indo e vindo de todas as partes, apesar de ser tão cedo. A Simone está impaciente a espera da sua pequena Ângela, o seu único consolo são as brincadeiras do Eduardo.

Como sempre, ele costuma reparar em todas as pessoas que passam por eles, faz comentários sobre a forma da pessoa se vestir ou de quem elas estão acompanhadas, porém, ele faz isso apenas para descontrair, principalmente porque coloca os seus próprios defeitos no meio da confusão, com isso sempre faz a Simone rir muito.

Finalmente, o ônibus vindo do Rio de Janeiro chega com trinta minutos de atraso. Os passageiros começam a descer, porém, nada da Ângela e da Rose aparecerem, até que a pequena aparece nas escadas, descendo-as, seguida de perto por sua acompanhante.

A Ângela é a cópia praticamente exata da sua mãe, a diferença entre elas está no cabelo que na menina é liso naturalmente e castanho escuro, quase preto. Outra diferença é que a pequena está um pouco acima do peso devido à sua imensa vontade de comer somente besteiras, o único exercício físico que gosta de fazer para queimar as gordurinhas é dançar.

Muito vaidosa, assim como a mãe, gosta de usar vestidos, sandálias de saltos, bijuterias e maquiagem, assim, se sente bem ao trajar um vestido rodado na cor marinho de alcinha fina e com bolinhas pequeninas na cor branca. Sandália preta com salto baixo e quadrado, brincos dourados com pingente em forma de asas, uma correntinha dourada no pescoço com pingente de anjo, maquiagem bem suave quase imperceptível.

Rosilene da Silva Rocha, vulgo Rose, é uma mulher de quarenta e oito anos, de estatura baixa e corpo esguio. Pele morena, olhos negros assim como o seu cabelo que é liso e longo. Bisneta de índios e negros possuí muitos conhecimentos sobre as plantas medicinais e as suas propriedades. A sua religião é a Umbanda devido à descendência africana, por isso utiliza os dois conhecimentos para fazer o bem e trazer alívio aos males das pessoas com quem convive. As suas roupas são simples, não gosta de usar roupas chiques ou caras. Prefere calças jeans clara e blusinhas de cores claras.

Quando a Ângela vê a sua mãe corre para abraçá-la, enquanto a Rose espera na fila, ao lado do ônibus, para pegar as malas no bagageiro.

— Mãe! Que saudade! — A Ângela exclama entusiasmada.

— Eu é que estou com mais saudades, minha Anjinha linda! — responde agarrando-a e enchendo-a de beijos por todo o rosto.

— Ai, já tá bom, mãe! Chega! — ri.

— Só estou tentando matar a minha saudade. — sorri — Lembra do meu amigo, Dudu?

— Lembro por causa das fotos do Orkut. — A menina responde olhando para ele, eis que ela o cumprimenta com sorriso tímido — Oi.

— Oi, Ângela! — O Eduardo abre um grande sorriso para ela — Quanto tempo?! E como você cresceu! Já é uma moça!

A Ângela, ainda com um sorriso tímido, abraça novamente a mãe. A Rose se aproxima da grade que separa os passageiros daqueles que os esperam, puxando duas malas pretas, grandes e com rodinhas, além de uma mochila preta grande nas costas. O Eduardo vai a seu encontro para ajudá-la, quando ele puxa a bagagem se espanta com o peso.

— Nossa! Tem chumbo nessa mala?

— Não, Eduardo, apenas as coisinhas da Ângela. — A Rose responde rindo.

— Como vai, Rose? Quanto tempo?! — diz ao cumprimentá-la com um beijo no rosto.

— Estou bem. Realmente, faz muito tempo desde que veio morar em São Paulo. E você, está bem?

— Muito bem! Melhor agora com a chegada de vocês.

Os dois se aproximam da Simone e da Ângela.

— Oi, Rose! Foi tudo bem na viagem? — A Simone cumprimenta a amiga com um beijo no rosto.

— Foi bem tranquila.

— Mãe, vamos embora logo, porque estou com fome! — A Ângela reclama colocando a mão direita sobre a barriga.

— Nós já vamos, meu anjo. Vamos para o apartamento do Eduardo, tomamos o café, depois vamos para o meu trabalho. — A Simone sorri para a filha.

— Mas vamos atrapalhar o seu trabalho! — A Rose exclama.

— Imagina! Vamos adorar ter vocês com a gente! — O Eduardo abraça a Rose.

Os quatro seguem para o estacionamento, depois para a casa do Eduardo.

Ao chegarem, a ruiva e o carioca arrumam a mesa do café com uma jarra grande de suco de manga que estava na geladeira, leite, o café que já está pronto na garrafa. Ela pega o pote de achocolatado, o pacote de pão francês, um pacote de biscoito de água e sal, um pote de geleia de morango e um pote de margarina, colocando tudo sobre a mesa. Ele pega as xícaras, os copos, colheres e facas, organizando a louça sobre a mesa.

A Rose ajuda a Ângela a trocar de roupa, pois a pequena sentiu uma grande diferença de temperatura entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Principalmente, porque não está acostumada ao friozinho da capital Paulistana. Ela escolhe uma calça "legging" preta, uma blusa tipo bata na cor magenta de mangas compridas e uma sapatilha preta.

Quando a Ângela sai do quarto se depara com a mesa farta com muitas coisas saborosas, os seus olhos brilham de alegria.

— Nossa! Quanta coisa gostosa de uma vez!

Todos riem com a sua exclamação, eis que o Eduardo murmura.

— Escolhi tudo pensando em você, Anjinha.

Todos sentam-se, começam a saborear as delícias do café da manhã:

— Então, Ângela, como está o balé? — O Eduardo questiona após bebericar o suco.

— Estou praticando bastante, mas agora estou me interessando pelo hip hop, até já comecei a praticar alguns passos com outra professora da escola de dança.

— É mesmo! Quando começou? — A Simone questiona levantando as sobrancelhas.

— Faz duas semanas que comecei. Por falar nisso, você vai me colocar numa escola de dança aqui também, não é, mãe?

— Claro! Você vai comigo para escolhermos. Por falar em escola, você trouxe a transferência dela, Rose?

— Está dentro da minha mochila. — responde após engolir um pedaço de pão — Depois te entrego a declaração e os outros documentos.

— Certo!

— Tive uma ideia, Simone! — O Eduardo olha para a Ângela — Que tal fazermos uma apresentação de dança ao final da apresentação dos vídeos para os clientes? Podemos incluirmos a Anjinha, afinal é para isso que serve a minha especialização em dança moderna.

— É uma boa ideia, mas não sei se a Ângela quer?

— Eu quero, mãe! — responde após ingerir mais um gole de leite — Você sabe que adoro dançar! Me deixa fazer?!

— Mas é provável que tenha muita gente, você não vai ficar com vergonha?

— E desde quando tenho vergonha de dançar na frente dos outros, mãe? Até parece que você não viu as minhas apresentações na escola.

— É, eu sei que você adora se exibir! — responde rindo — Nem parece ser minha filha. Morro de vergonha de me mostrar. Mas você só é exibida na hora de dançar, porque para conhecer ou conversar com estranhos é pior que bicho do mato.

— Pois é! Nem parece que são mãe e filha! — comenta Eduardo que concluí olhando para a Simone — Inclusive, a música da dança poderia ser cantada por você. O que acha?

— Nem passar! — ri — Não mesmo. Agora, vamos esquecer um pouco esse assunto e comer logo, porque, senão, vamos chegar atrasados.

Ao final do café, todos recolhem os alimentos nos seus devidos lugares, colocam a louça na pia, em seguida saem para a Miranda Produções.



Quando chegam à produtora, a Simone procura informar-se com a Beatriz para saber se os executivos já haviam chegado, eis que ela lhe informa que todos já chegaram e que aguardam a ruiva na sala de reuniões.

— Eduardo, acompanha a Rose até a minha sala e me aguarde lá. — A Simone murmura olhando para o amigo, depois volta o seu olhar para a filha — Eu e a Ângela vamos para a sala de reuniões, quero aproveitar o momento para apresentar a minha Anjinha.

— Pode deixar. — Ele responde acenando com a cabeça.

Os quatro entram no elevador, a Rose e o Eduardo descem no andar dos estúdios, em seguida a Simone e a Ângela se encontram no andar administrativo.

— Bom dia, Diana e dona Lourdes. Como estão? — cumprimenta Simone.

— Bom dia, Simone, estamos bem! — respondem as duas simultaneamente.

— Quem é essa pessoinha atrás de você? — pergunta Diana demonstrando o seu olhar curioso.

— Essa é a Ângela, minha filha. — murmura, então continua ao puxar o braço da filha — Sai de trás de mim e cumprimenta elas.

— Oi. — A pequena murmura com um sorriso tímido nos lábios ao sair detrás da mãe.

— Nossa! Como é linda! E parece muito com você! — Dona Lourdes exclama.

— Realmente, muito linda a sua filha. — A Diana conclui — Parabéns!

— Obrigada! — A Simone sorri.

As duas seguem pelo corredor, ao entrar na sala de reuniões, a Simone observa que todos estão reunidos, conversando sobre os detalhes da apresentação, quando a Camila murmura:

— Bom dia, Simone. Entre e sente-se, por favor.

— Sim. Claro. Mas, antes de qualquer coisa, quero apresentar uma pessoa muito especial. — responde com um grande sorriso.

Todos param de realizar as suas tarefas, olham para a Simone com curiosidade, a ruiva gesticula com a mão chamando alguém para entrar. A Ângela está escondida ao lado da entrada, faz gesto de quem não quer entrar.

— Vamos! Não seja tímida! — diz Simone insistindo e rindo.

Ela bufa, revira os olhos, então entra.

— Essa é a Ângela!

Todos se levantam, sorrindo com admiração. A Camila é a primeira a ir cumprimentá-la:

— Oi, Ângela! A sua mãe falou muito sobre você. Muito prazer, sou Camila.

— Oi. — A pequena sorri timidamente.

— A Sua filha é mais linda que na foto, Simone! — observa Júlio indo cumprimentá-la — Oi, o meu nome é Júlio.

A Ângela sorri, faz um gesto positivo com a cabeça.

— E não é só isso! Ela é sua cópia, tirando os cabelos negros, é claro! Oi, eu sou o João Paulo, mas pode me chamar de JP! — diz ao cumprimentá-la.

Ela sorri e acena com a cabeça. O César e o Rick ficam paralisados, imóveis, não conseguem fazer qualquer coisa além de olhar para a pequena pessoa que os observa com curiosidade.

— Ei! Seus dois mal-educados! — diz Júlio rispidamente — Não vão cumprimentar a moça?

Os dois trocam olhares rapidamente, percebem estarem paralisados, mas falam em simultâneo:

— Sim! Claro!

O César se aproxima, beija o rosto da Ângela:

— Oi. Sou o César.

— Oi. — Ela murmura com timidez.

— E eu sou o Ricardo, mas pode me chamar de Rick. — cumprimenta pegando a mão da menina e também dá-lhe um beijo no rosto — Você realmente é muito linda, Ângela. Assim como a sua mãe!

— Obrigada. — sorri.

— Agora que todos já a conheceram. Vou levar ela para a minha sala e já retorno para podermos trabalhar. — A Simone pega a mão da filha.

— Não! — A Camila pega a outra mão da Ângela — Deixe-a aqui mais um pouco, afinal já estamos quase acabando. Sente-se ao meu lado, Ângela.

A garota fica um pouco relutante, mas aceita o convite da empresária.

A Camila e o JP continuam com as considerações finais auxiliados pela Simone, enquanto o César e o Rick apenas observam a pequena Ângela. O Júlio começa a olhar para os três fixamente, franzindo a testa, como se estivesse procurando algo, até que ele se espanta com um pensamento que lhe ocorre. "Será? Não pode ser! Isso é coisa da minha imaginação. Mas... Pensando bem. Hum... Pelas minhas contas, bate. Tenho que tirar essa dúvida, hoje.". Olha fixamente para a Simone.

— Para finalizar, o Eduardo teve uma boa ideia para a parte final da apresentação, mas estou com dúvidas. — A Simone murmura olhando para a Ângela.

— E que ideia é essa? — interroga Camila.

— Ele cogitou a possibilidade de fazer uma apresentação com dançarinos.

— É uma excelente ideia! — declara JP com um grande sorriso malicioso nos lábios.

— Eu vou dançar também! — retruca Ângela.

— Você? — Todos os executivos, menos a Simone, falam ao mesmo tempo, espantados com a primeira frase dita pela pequena desde que entrou na sala de reuniões.

— Sim! Sou uma excelente dançarina! — ri orgulhosa.

— Até para rir se parece com a mãe! — O Júlio exclama perplexo com o sorriso angelical da menina.

— Essa é a minha dúvida. — finalmente Simone declara — Ele insiste em colocar a Ângela para dançar com os dançarinos profissionais, mas ela nunca fez uma apresentação desse porte. Somente se apresentou na escola.

— Acredito que devemos dar uma oportunidade para ela, Simone! Já que ela se parece tanto com a mãe fisicamente, quem sabe também tem talento para as artes! — A Camila olha para a Ângela depois para a Simone — Ou você duvida que ela consegue?

A Simone olha para a filha que faz olhar pidão, além de um biquinho de tristeza, eis que a ruiva se rende ao charme da Ângela e abre um sorriso imenso:

— Com certeza, não tenho dúvida que consegue!

— Então, estamos combinados! Apesar de ser sexta-feira, já pode começar os ensaios hoje?

— Sim! Claro! — responde Simone.

— Mãe... E aquela história de você cantar uma música, enquanto eu danço! Você não vai cantar mesmo? — pergunta Ângela encarando os olhos da mãe.

— Cantar? — O Júlio abre um grande sorriso olhando para a Ângela, depois para a Simone.

— Sim. O Dudu falou para a mamãe cantar, enquanto eu danço!

— Não, Ângela! Já falei que não vou fazer isso! — A Simone mostra uma expressão de desaprovação para filha.

— Mas, mãe...

— Esquece, Ângela! — interrompe rispidamente.

— Seria uma ótima ideia! — retruca Júlio.

— Por favor, Júlio. Não insista. — A executiva se levanta da mesa — Agora que já terminamos a nossa reunião, vou voltar para o estúdio chamar os dançarinos para começarem a ensaiar a coreografia com o Eduardo. Vamos, Ângela.

A garota faz um sinal positivo com a cabeça, se levanta da poltrona, porém a Camila a segura pela mão:

— Antes de você ir, quero outro beijo! — sorri.

A Ângela retribui o sorriso e dá um beijo no rosto da Camila. Antes que as duas pudessem sair da sala, o Júlio questiona:

— Simone, será que podemos almoçar os três juntos?

— Sim.

— Então, mais tarde passo na sua sala para buscar as duas.

— Ok. — responde Simone.

As duas saem da sala, a Camila sai em seguida, o César e o JP também já estão saindo quando são interrompidos pelo Júlio:

— Esperem! Quero falar com os três patetas.

O César e o JP trocam olhares, mas voltam a se sentar.

— O que você quer tanto falar conosco? — murmura Rick com expressão circunspecta.

— Depois de quase dois meses de muito trabalho, várias considerações, cheguei à conclusão de que está havendo roubo na empresa. E faz algum tempo que isso está ocorrendo. Estou disposto a abrir uma sindicância para investigar a fundo todos os desfalques que estão ocorrendo.

Os três trocam olhares, então o Rick pergunta sem alterar a sua expressão anterior:

— Posso saber o que temos a ver com isso?

— Vocês têm tudo a ver com isso! Toda a parte administrativa dessa empresa passa pelas mãos dos três.

— Você está desconfiando de nós? — questiona César rispidamente.

— Opa! Espera só um minuto, Júlio! — O JP levanta o tom da voz — Você não pode nos acusar sem provas!

— Não estou acusando ninguém, por enquanto. Apenas, estou informando aos senhores que vou contratar um especialista para descobrir a verdade, porém não vou informar a minha irmã de nada.

— Por quê? — pergunta Rick.

— Porque, como disse o JP, não tenho provas concretas. Agora, se me dão licença, tenho muito o que fazer.

O Júlio sai da sala, seguido pelo Rick. O JP e o César permanecem na sala um olhando para o outro sem entender essa situação.



A hora do almoço chega, o Júlio leva a Simone e a Ângela a um restaurante próximo da empresa para almoçarem. Ele tenta de todas as formas possíveis obter o afeto da menina. A ruiva só observa a atitude dos dois, sempre sorrindo. Ao final do almoço, a Ângela murmura:

— Estava tudo delicioso. Agora, quero ir no banheiro, mãe.

— Quer que eu vá junto? — pergunta Simone dando sinais de se levantar.

— Não. Só me diz onde é. — A Ângela limpa os lábios com o guardanapo.

O Júlio mostra a direção para ela, a menina se levanta e segue para o lado que ele indicou.

— A sua filha é um amor! — O moreno exclama sorrindo para a Simone — Vou aproveitar que ela saiu para te perguntar algo que está me matando.

— Pergunte. — ingere um pouco de água.

— Quem é o pai dela? O Rick ou o César?

A Simone se espanta com a pergunta e acaba se engasgando com a água.

— Como assim? — diz após limpar a garganta — Nenhum dos dois.

— Pare de mentir para mim, Simone. — murmura calmamente encarando os olhos dela.

A Simone retribui o olhar, respira fundo, abaixa o seu olhar para a mesa.

— A resposta dessa pergunta é complicada demais.

— Por quê?

— Não tenho certeza de quem ela é filha.

— Como assim?

A Simone respira fundo, volta a olhar para o Júlio.

— Tive uma única relação com cada um deles, a diferença de tempo entre as duas é de dois dias.

— Por que não me disse isso antes?

— Porque, como já disse, é complicado e... Doloroso falar sobre esse assunto. Mas como não quero ficar com essa dúvida para sempre, já comecei a tentar resolvê-la. Agora, se não se importa, não quero mais falar disso.

Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, a Ângela retorna do banheiro, pede uma sobremesa para a mãe. O Júlio chama o garçom e pede sobremesa para todos. A Simone fica aliviada pela chegada da filha, porém sabe que terá que contar tudo para o Júlio, principalmente agora que decidiu investir, de verdade, nessa relação.

A tarde passa rapidamente, o Eduardo ensinando a coreografia para a Ângela e mais oito dançarinos, quatro mulheres e quatro homens, assim formando quatro casais com a menina ao centro. A Simone monitora tudo observando cada um dos passos, fica empolgada com a desenvoltura da sua Anjinha.

No fim da tarde, o Júlio aparece, observa a Ângela dançando, maravilhado pela beleza e empolgação da pequena, então se aproxima da Simone e da Rose que estão sentadas em duas cadeiras, observando tudo:

— Boa noite. — Ele murmura.

— Boa noite, Júlio! — A Simone se levanta — Quero te apresentar a Rose, uma grande amiga.

— Muito prazer! — diz Rose ao se levantar e cumprimentá-lo.

— O prazer é todo meu. — O Júlio responde mostrando-lhe um grande sorriso — Vim convidar vocês para jantar.

— Infelizmente não posso ir, estou muito cansada e vou embora cedinho amanhã. — responde Rose.

— Não vai dar, Júlio. — A Simone murmura olha para a filha — Eu aposto que a Ângela está muito cansada depois de tudo que o Eduardo fez com ela e mais a viagem.

— Está certo, mas vamos passear amanhã? Vou levar vocês no zoológico.

— Zoológico? — pergunta Ângela se aproximando dos três, com uma toalhinha na mão secando o suor do rosto e do pescoço.

— Sim. Quero levar vocês no zoo de São Paulo amanhã. O que acha?

— Vamos, mãe? — A menina mostra os olhos cheios de esperança.

— Ok. Nós vamos. — A Simone revira os olhos, depois sorri.

— Vou passar na casa de vocês às oito da manhã.

— Mais tarde um pouco porque vamos estar na rodoviária. O ônibus da Rose sai às oito e vinte da manhã.

— Então, levo vocês até a rodoviária e de lá vamos para o zoo.

A Ângela fica radiante com a novidade de passear por essa cidade que ainda não conhece, porém, a Simone sabe que de amanhã não poderá escapar, terá que contar tudo o que aconteceu no seu passado.



Amanhece mais aberto, quase sem nuvens, às seis e meia o Júlio toca o interfone do apartamento do Eduardo, o carioca avisa que já estão descendo. Cinco minutos passam, até que todos aparecem na portaria vestindo roupas leves do tipo bermuda, camiseta e tênis. O Eduardo surge primeiro carregando a cesta de piquenique, a Rose vem em seguida com a sua mochila nas costas, a Simone e a Ângela um pouco mais atrás, conversando.

— Bom dia para todos! — O Júlio cumprimenta com um grande sorriso.

— Bom dia, Júlio! — Todos respondem quase ao mesmo tempo.

— Hum! Uma cesta de piquenique de novo. Muito bom! Vou colocar ela no porta-malas. — murmura Júlio tentando pegar a cesta das mãos do Eduardo.

— Pode tirar a sua mãozinha, vou colocá-la no colo para não deixar nada cair! — O Eduardo desvia a cesta das mãos do moreno.

— Eu vou junto do Eduardo para cuidar da comida, senão, ele vai comer tudo antes da hora. — A Ângela informa.

— E eu vou com os dois para tomar conta da Ângela, senão, vai querer pegar algo escondido. — A Rose conclui.

— Isso quer dizer que a minha querida Simone vai a meu lado! — O Júlio sorri para a Simone que fica encabulada.

Assim, todos entram no carro partindo em direção à rodoviária.

Os minutos passam, logo chega o ônibus que levará a Rose de volta para casa. Ela se despede de todos deixando a Simone por último.

— Obrigada por tudo, Rose! Logo estaremos lá, passeando na sua casa. — avisa Simone.

— Sim. É o que mais desejo, mas... — faz uma pausa, puxa a Simone para mais perto para que os outros não a ouçam, então olha para a Ângela, depois para o Júlio e volta a olhar para a ruiva — Acho que não vai poder viajar nem tão cedo.

— Por quê? O que foi?

— Sinto algo! — balança a cabeça negativamente, fechando os olhos por alguns segundos, em seguida volta a olhar para a Simone — Algo de muito ruim está se aproximando de você. Não sei o que é! Ainda, não consigo ver!

— Como assim?

— Vejo uma sombra escura e terrível que está tentando chegar perto de você.

— Credo, Rose! — A Simone faz o sinal da cruz.

— Não queria te falar isso, mas é para você se prevenir, além de cuidar bem da Ângela.

— Ah... P-pode deixar comigo. — gagueja, então olha para o ônibus — Agora vai, pois, já estão saindo. — orienta.

A Rose se vira, segue na direção do veículo, deixando a Simone muito preocupada. Depois, os quatro voltam para o carro partindo para o Zoológico de São Paulo.

Ao entrarem no zoo, seguem direto para as jaulas dos felinos, a Ângela adora os gatões selvagens, como costuma dizer, por esse motivo ela vai à frente com o Eduardo, deixando a Simone sozinha com o Júlio.

— Olha, Simone, sei que você não gosta de falar sobre o assunto, mas preciso saber. O que exatamente aconteceu com você no passado? — O Júlio começa ao pegar a mão dela.

— Ângela! — grita Simone chamando a atenção da filha e do Eduardo que olham para trás — Vou ficar aqui sentada com o Júlio enquanto vocês vão ver os felinos!

— Ok! — Os dois respondem quase simultaneamente.

Ela senta, faz gesto para ele sentar-se ao seu lado. A Simone dá um grande suspiro, olha envolta, então começa:

— Quando era criança e, na verdade, até a minha adolescência tive muitos problemas com a minha mãe. Principalmente, na adolescência por se tratar de uma época em que você começa a perceber as coisas como realmente são. Ela me espancava por qualquer motivo, às vezes, por um copo ou prato quebrado, enquanto lavava a louça. Outras vezes, porque demorava muito para lavar ou passar a roupa. Na verdade, por mais que tentasse fazer tudo do jeito que ela queria, nada estava bom, nada estava do agrado dela, por isso eu sempre apanhava. — olha para o céu ensolarado com algumas nuvens esparsas — Mas não era uma palmadinha na bunda, pronto e acabou. Realmente, eram surras com cinto, pedaço de mangueira, ela usava o que estivesse por perto como arma para que aquilo fosse o mais doloroso possível. Por muitas vezes, ela pegava a minha cabeça pelo cabelo e batia contra a parede com muita força.

— Mas... Como uma mãe pode fazer isso com a filha? Não entendo! — O Júlio fica pasmo com as palavras da ruiva.

— Quando comecei a trabalhar e a estudar a noite, a minha vida se resumia da seguinte maneira. Durante a semana trabalho e escola, nos finais de semana cuidar da casa e dos meus irmãos.

— Você tem irmãos? — arregala os olhos.

A Simone encara os olhos dele com semblante triste.

— Sim. Uma irmã e um irmão mais novos que eu. — volta o seu olhar para o céu — Bom, continuando, eu estava ficando revoltada com aquela situação, a Ilhane sempre me dava conselhos, tentava fazer com que me esquecesse de tudo aquilo. A minha única felicidade era ir para a escola para encontrar os meus amigos e também o César, a quem eu nutria um amor não correspondido.

— Então, realmente você já gostava dele antes de conhecer o Ricardo?

— Muito antes de pensar em conhecer o Ricardo, me apaixonei pelo César. Ficava sonhando acordada. — volta a olhar para o Júlio e sorri ternamente — Numa bela noite, vários amigos da escola e eu fomos para uma festa num clube da cidade, foi naquele lugar, naquela noite, que conheci o Rick.

— O César também foi nessa festa?

— Ele estava lá, mas como eu já sabia que não sairia nada daquela pessoa, resolvi entrar de cabeça na relação com o Ricardo. Começamos a namorar o que foi bem pior. — fecha os olhos, balança a cabeça em negativa, então abre os olhos encarando o Júlio que está com expressão sombria — A minha vida se tornou um verdadeiro inferno na terra. Na noite que fui para essa festa, quando cheguei em casa, levei a pior surra da minha vida. Jamais, em tempo algum, esquecerei a dor de ter a minha cabeça batida contra a parede com chapisco da sala da casa da minha mãe. Tudo que queria, naquele momento, era morrer para acabar com a dor. — passa a mão sobre um ponto da sua cabeça, uma lágrima rola no seu rosto.

— Por favor, Simone! Pode parar! Não quero fazer você sofrer com uma lembrança tão terrível! — exclama abraçando-a e beijando o cabelo rubro.

— Não! Você precisa saber como tudo começou. — responde secando a lágrima — E vou te dizer mais uma coisa, já me senti muito pior antes quando me lembrava disso. Agora, continuando, o Ricardo me procurou depois, pediu para me namorar, então aceitei, mas era escondido da minha família no começo. Morria de medo que a minha mãe descobrisse, mas ele resolveu que queria conhecer os meus pais, queria pedir o consentimento deles para namorarmos. Recusei porque já conhecia bem a mãe que tenho, sabia que ela não ia gostar nada daquilo. Dito e feito! Ele foi na minha casa, conheceu o meu pai que o tratou muito bem, conheceu a minha mãe que o tratou muito mal. Quando o Ricardo saiu, levei outra surra igual a da noite que fui para a festa, essa também não esqueço por causa da chuva que começou a cair logo depois que ele saiu. Uma chuva muito forte, parecia que até o céu estava chorando comigo.

— Mas, ela deixou ou não vocês namorarem? — apoia os cotovelos nos joelhos olhando para o vazio.

— Deixou, mas não do jeito que você pensa. Nós só poderíamos nos ver aos domingos, durante a tarde e em casa. Colocou a minha irmã me vigiando para ver se eu fazia algo de errado.

— Aaaa! Fala sério?! — volta a se endireitar, encara os olhos dela — Por acaso vocês viviam no século XIX? A sua mãe é louca!

— E o pior eram as cobranças que ficaram cada vez mais implacáveis. Os xingamentos mais terríveis que você nem pode imaginar. Palavras que não deve ser ditas nem para... Cortesãs. Aquilo foi me revoltando de tal forma que comecei a matar aula quase todos os dias para ficar com ele, mas somente me entreguei, realmente, numa noite próximo do final do ano, na casa dele, enquanto os pais do Rick viajavam de férias. — faz uma pausa, dá um longo suspiro e volta a olhar para o céu — Mas senti que não foi legal, não foi uma coisa que realmente escolhi, então decidi terminar com ele. Ele ficou revoltado, nervoso, o deixei falando sozinho naquele dia que, inclusive, era o último dia de aula daquele ano. Quando fui para escola, tive uma notícia muito ruim, havia reprovado o ano por falta. Não era por notas, não tive nenhuma nota ruim apesar de tudo. Fui reprovada por causa das faltas.

— Nossa! — volta a apoiar os cotovelos nos joelhos, além de deixar o seu olhar perdido.

— A Ilhane percebeu que a minha tristeza era muito maior do que deveria ser. Então, contei que tinha terminado o namoro com o Ricardo. A aula terminou, fui para casa sozinha, triste e olhando para a lua, como sempre fazia. Foi quando o César veio atrás de mim, queria saber se o que aconteceu era verdade. Eu confirmei. Foi quando, finalmente, depois de tanto tempo, ele se declarou para mim. Queria que fossemos para a casa dele para conversarmos, já que era tarde para ficarmos na rua.

— E você foi? — pergunta ainda olhando para o vazio.

— Fui. — faz uma pausa, olha para o Júlio, coloca a mão sobre o ombro dele fazendo-o olhá-la nos olhos — Você pode não gostar do que vou dizer agora, mas foi uma noite maravilhosa. Primeiro conversamos, ele falou que me amava já fazia tempo, que só descobriu na noite da festa no clube. Na noite que conheci o Ricardo, mas era tarde, pois eu já não queria mais esperar. Contudo, o meu coração implorava para dar uma oportunidade a ele, foi o que fiz. Foi quando aconteceu com o César. Depois, ele disse que queria que ficássemos juntos, que namorássemos, mas eu estava tão esgotada de tantos problemas que pedi um tempo para as coisas se acalmarem em casa, ou seja, nós só nos veríamos no ano seguinte quando as aulas recomeçassem.

— Então... Depois daquela noite... — engole em seco com o olhar triste — Você não viu ele mais até o ano seguinte?

— Não. Eu não vi mais ele e nem o Ricardo até o momento que entrei na sua empresa.

O Júlio arregala os olhos, antes que pudesse falar algo, a Ângela e o Eduardo voltam e pedem para irem ver outros animais. Eles seguem em direção à ala das aves. Quando chegam bem perto, a Simone volta a sentar-se num banco, fala para o Eduardo ir com a Ângela e deixá-la conversar com o Júlio.

— Agora, me fala! Por que só viu eles agora, depois de tantos anos? — começa Júlio voltando a sentar-se ao lado da ruiva.

— Porque eu fugi de casa.

— Fugiu? — indaga estarrecido olhando para ela, no mesmo instante em que passa as mãos no cabelo exasperado — Como assim, fugiu?

Ela volta o seu olhar para o céu, dá um longo suspiro, então volta a olhá-lo.

— Organizei tudo de tal forma que não precisaria nunca mais voltar. Houve um dia, não lembro exatamente o motivo, penso que foi no dia seguinte, depois que fiquei com o César, a minha mãe acordou mais mal-humorada do que nunca. E quis me bater novamente, então como já estava esgotada com o que estava acontecendo, tirei forças não sei de onde e segurei os braços dela com tanta força que soltou o meu cabelo, antes que pudesse me encostar na parede, falei que ela nunca mais tocaria uma mão sequer em mim. — faz uma pausa, fecha os olhos, franze a testa, comprime os lábios numa linha fina. Quando abre os olhos, estão em chamas pela raiva deixando o Júlio perplexo — Eu estava com tanta raiva, tanto ódio dela, naquele momento. A minha vontade era de socar ela, assim como me socava, mas apenas segurei os braços da minha mãe. Depois desse dia ela não me bateu mais, porém continuou com as humilhações verbais. Foi quando decidi que não ficaria mais ali. Exatamente, no dia sete de fevereiro de mil novecentos e noventa e seis parti para o Rio de Janeiro.

— Agora, entendo o porquê que em certas ocasiões vejo uma tristeza tão profunda, uma dor tão grande nos seus olhos. — abraça a ruiva e faz carinho no cabelo dela — Você sempre tenta disfarçar com o seu sorriso e a sua risada, mas lá no fundo tem um coração despedaçado. Sinto muito por fazer você relembrar essas coisas.

— Mas ainda não acabaram as tristezas.

— E tem mais? — se afasta, encara os olhos da Simone.

— Sim, mas essa parte vai ficar para outro dia, porque, senão, o meu coração não aguenta. — sorrindo debilmente — Agora, vamos procurar aqueles dois.

— Vamos. — diz Júlio, ainda transtornado com todas essas revelações, eis que reflete "A minha bela Simone já sofreu tanto, não deixarei ela triste por nada. O que quero e devo é amá-la profundamente, mas penso que já estava amando antes mesmo do que acabou de me contar.".

Eles passeiam por várias áreas do zoo, quando já estão cansados e famintos, o Eduardo sugere comer os petiscos que trouxeram. Sentando-se num local verde, com vários tipos de flores e todo gramado, ele estende a toalha de piquenique, começa a tirar as coisas da cesta.

Há suco e sanduíche naturais, pote com biscoito doce, um pequeno cacho de bananas, algumas maçãs e peras. Eles começam a degustar os alimentos quando, de repente, Ângela pergunta com o semblante mais inocente possível:

— Júlio, você é namorado da minha mãe?

— O quê? — A Simone quase se engasga.

— Não perguntei para você, mãe! Quero saber dele! Então, você é namorado da minha mãe?

O Júlio olha para a Simone que fica paralisada, empalidece, sem saber o que fazer ou dizer, então olha para o Eduardo que sorri.

— Fala logo! — A pequena ordena.

— Olha, Ângela, você é muito direta quando quer saber algo, por isso merece uma resposta direta. Sim. Sou namorado da sua mãe. — O moreno responde com semblante apreensivo.

A Simone quase desmaia ao ouvir as palavras dele, porém olha para a Ângela, que encara os dois como se fosse brigar com eles, então abre um sorriso largo e iluminado.

— Eu sabia! Eu sabia! — abraça a mãe dando-lhe um beijo — Até que enfim vou ter um pai.

— Que isso, minha filha?! — A ruiva olha para ela, depois para o Júlio com semblante apavorado — Não são assim as coisas! Estamos... Nos conhecendo.

— Mas eu gostei do Júlio, quero ele como meu pai!

— Olha, Ângela! — O "playboy" começa a falar com a voz calma, um sorriso inebriante nos lábios — Gosto muito da sua mãe, quero realmente que fiquemos juntos, mas temos que ir com calma. Certo?

— Tá! Mas não demora muito, porque, senão, vou arrumar outro pai para mim! Agora, quero ver um beijo de vocês dois!

— Que isso, menina?! Que assanhamento... — antes que pudesse terminar a frase, o Júlio se joga para abraçar a ruiva, a beija, deixando-a totalmente sem ação.

A Ângela começa a rir dos dois, se joga por cima deles, fazendo-os rir também. O Eduardo, que no princípio ficou com uma pontinha de ciúme com a conversa sobre pai, se entrega aos encantos da menina e começa a rir também.


Estão gostando? Finalmente, a querida Ângela chegou! O que acharam da pequena? A juventude da Simone não foi nada fácil, não é? Mas, garanto que ela está longe de viver uma vida de muita paz e tranquilidade! É! A Simone ainda vai sofrer um bocado! rsrsrs 

Não se esqueçam das estrelas e dos comentários! Beijos ;) 

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