O Despertar dos Sentidos [LIV...

By SthaarlifthBridge

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Quando o desejo de ser feliz te leva para lugares inesperados e atos inimagináveis. Você é capaz de fazer qua... More

BEM-VINDOS!
1 - UM BAILE INESQUECÍVEL
2 - ENTRE O AMOR E A LIBERDADE
3 - MIRANDA PRODUÇÕES
4 - UMA RUIVA ATERRISSA EM SÃO PAULO
5 - A MANSÃO DOS MIRANDA
6 - A ENTREVISTA
7 - UM REENCONTRO QUASE FATAL
8 - UM JANTAR PARA SE CONHECEREM
9 - UM AMIGO PARA AJUDAR E É DADA A LARGADA PARA AS CONFUSÕES
ATENÇÃO!
10 - UM SEGREDO É DESCOBERTO
11 - O SEGUNDO ENCONTRO E O PRIMEIRO BEIJO
12 - O FIM DE SEMANA E A IRMÃ DO CORAÇÃO
13 - VISITA NA MANSÃO
14 - MAIS CONFUSÕES À VISTA
15 - A VIAGEM
16 - O LUAU
18 - O INÍCIO DAS GRAVAÇÕES
19 - O VESTIDO E A VALSA
20 - A CHEGADA DE UM ANJO E AS REVELAÇÕES
21 - O SONHO, A PRIMEIRA VEZ E A APRESENTAÇÃO
22 - A FESTA
23 - O DESPERTAR DOS SENTIDOS
Lembrando-se de Algumas Passagens E Uma Ajudinha!
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17 - UM DOMINGO INCRÍVEL

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By SthaarlifthBridge


A Simone está dormindo profundamente quando começa a sonhar. No seu sonho, está conversando com o Júlio na praia, em frente à casa dele, olhando para o mar e o sol brilhando forte, refletindo a sua luz na água.

Subitamente, o Rick e o César aparecem, começam a discutir com o Júlio por estar com ela e, por causa disso, os três começam a brigar, a lutar com socos, pontapés, cotoveladas, chutes e cabeçadas.

Ela tenta apartar a briga suplicando para que eles parem, mas a sua voz não sai. Tenta gritar e nada. Nenhum som sai da sua boca, então corre para perto deles, porém quanto mais corre, mais fica longe dos.

Por fim, os três desaparecem, a ruiva olha de um lado para o outro e nada de vê-los, volta a sua atenção para o mar, percebe que a água está vermelha, se aproxima da arrebentação, coloca a mão na água e descobre ser sangue.

Um mar de sangue imenso, a Simone começa a chorar, se vira para correr na direção da casa do Júlio, mas uma grande sombra segura os seus braços impedindo-a de alcançá-la, enquanto uma gargalhada sinistra ecoa por todo o lugar.

A Simone é acordada pelo Eduardo que a sacode na tentativa de despertá-la:

— Simone! Acorda! Acorda!

A ruiva se assusta, senta-se na cama um pouco desorientada, se lembrando do mar de sangue.

— Você estava tendo um pesadelo?

— Acho que sim. Obrigada por me acordar. — passa as mãos no rosto.

— Com o que estava sonhando?

— Nada. Esqueça. — sussurra enquanto se levanta — Vai dormir que vou beber um copo d'água.

— Sim, mas não demore. — murmura deitando-se e pega no sono de novo um segundo depois.

A Simone vai até à cozinha no escuro e na ponta dos pés descalços para não acordar o Júlio. Vestida com um pijama tipo calça e camiseta de manga comprida com um desenho da Minnie, o cabelo um pouco bagunçado. Pega água, ao começar a ingerir, percebe a porta da cozinha aberta.

Olha para um relógio pequeno que está sobre o balcão do armário, com um pouco de dificuldade por estar sem as suas lentes, vê que marca cinco e vinte e cinco da manhã, então resolve sair temendo que aconteceu algo com alguém.

Passa pela área de serviço, depois pela garagem, percebe o portão de pedestre aberto. Não consegue segurar a sua curiosidade e sai. Olha de um lado para o outro, não vê nada ou qualquer pessoa ali perto.

Dá de ombros, olha para o céu que ainda está bastante iluminado pela lua que já se esconde atrás das montanhas, algumas nuvens esparsas. A orla não tem uma boa iluminação como as praias da zona sul do Rio, porém com a ajuda da lua podia-se ver a arrebentação não muito longe.

A Simone aproxima-se da praia. Ao pisar na areia fria, mexe com os dedos dos pés para sentir o máximo da temperatura e sorri, segue na direção da água. Ao chegar bem perto da arrebentação, distingue uma figura familiar sentada na areia. A ruiva se aproxima, senta ao lado da figura, bem perto.

— Perdeu o sono? — pergunta olhando para o mar.

— Na verdade, não consegui dormir. — O Júlio responde olhando para ela.

Ele está vestido com uma bermuda preta, camiseta branca e também está descalço.

— Por quê?

— Por sua causa.

— O que eu fiz? — olha para o moreno franzindo a testa.

— Apareceu na minha vida. — abre um sorriso encantador — E iluminou ela com o seu brilho!

— Meu brilho? — levanta as sobrancelhas, enquanto arregala os olhos.

— Sim! O seu sorriso, suas gargalhadas, seus olhos, seu cabelo, sua voz, sua pele, sua personalidade. Tudo em você brilha!

A Simone fica boquiaberta ao ouvir as palavras dele e dá uma gargalhada.

— Por que está rindo? Estou falando sério!

— É a primeira vez que alguém fala assim comigo, "Apareceu na minha vida e iluminou ela com o seu brilho!". É engraçado!

— Eu não acho engraçado! Jamais uma mulher fez isso comigo! Estou me sentindo um tolo por estar assim!

— Quer que eu suma para voltar para a sua vida de antes? — mostra uma expressão severa no seu rosto.

— Não! Você não vai sumir! Quero você bem perto de mim! — diz abraçando-a forte — Promete que não vai embora?

— Prometo. — sorri e dá um beijo no rosto do moreno.

— Mas... E você? Por que está acordada?

— Um sonho ruim me fez acordar. — volta o seu olhar para o mar — Fui para a cozinha beber água, vi a porta aberta, então a curiosidade me dominou e vim parar aqui.

— Sonho ruim? — levanta uma sobrancelha.

— Sim! Muito ruim!

— Me conta.

— Não me lembro direito... — fecha os olhos comprimindo-os com força, assim como os lábios — Apenas... De ver você, o César e o Rick brigando por alguma coisa — abre os olhos novamente, voltando a observar o mar, completa — Depois vejo um mar vermelho e quando chego perto, era um mar de sangue.

— Mas... Foi só um sonho! Nada de mau vai acontecer!

— Eu sei. — Ela se levanta — Agora, acho que vou voltar para a cama.

O Júlio segura a mão dela e murmura:

— Fica comigo? Vamos ver o amanhecer juntos. O céu já está começando a ficar mais claro.

Ela sorri, voltando a sentar-se, o Júlio a abraça mais uma vez. Os dois permanecem em silêncio apenas olhando para o horizonte, ouvindo o som do mar, além de alguns pássaros que cantam em árvores próximas.

Os raios solares começam, lentamente, a iluminar o céu e as nuvens conforme a Terra começa mais um ciclo diurno. As nuvens vão mudando as cores que, primeiro, ficam num tom rosado escuro que se misturam ao azul-escuro da curva celeste que ainda mostra algumas estrelas brilhando. Depois as cores das nuvens passam para o vermelho.

A Simone canta um trecho da música "Mais Uma Vez", do Legião Urbana:


"Mas é claro que o sol vai voltar amanhã

Mais uma vez, eu sei

Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã

Espera que o sol já vem."


O Júlio sorri, faz carinho no cabelo da Simone que encosta a cabeça no peito dele. Assim, continuam a observar as nuvens e a sua mudança de cores que começam a ficar alaranjadas até que finalmente o Sol desponta no Leste. Conforme o astro-rei sobe, imponente, vai deixando de ser da cor laranja avermelhado, tornando-se amarelo, desta forma pintando as nuvens de amarelo também.

— O nascer do Sol mostra exatamente o que a sua chegada representa na minha vida. — O Júlio murmura sem tirar os olhos do horizonte — Eu estava na escuridão e quando você apareceu na empresa, no dia da sua entrevista com esse cabelo vermelho, começou a iluminar a minha alma exatamente como ele está fazendo agora com o céu.

O Júlio dá um longo e profundo suspiro, pega o queixo dela forçando-a a olhá-lo nos olhos.

— Você é o meu sol.

Ela sorri com a declaração do moreno, dá um beijo demorado no rosto dele. Ele ri e a faz deitar na areia fazendo-a rir também. Olha fixamente nos olhos da ruiva, enquanto tira uma mecha do cabelo rubro que ficou no rosto dela ao deitar-se, então a beija intensamente. A Simone retribui e os dois se abraçam.

Por alguns instantes, se entregam as sensações do beijo, eis que ele interrompe, se afasta lentamente com os olhos fechados, enquanto ela abre os seus próprios olhos, o vê sorrindo e sorri também.

— O que foi? — Ela sussurra.

— Estou gravando o seu beijo na minha mente. — abre os olhos e a vê sorrir — Acredito que estou começando a entender porque o César e o Ricardo querem tanto voltar com você.

— Mas não vou voltar com ninguém! — declara empurrando-o, se levanta irada e segue na direção da casa — A Minha vida mudou e jamais deixarei que isso aconteça! Ouviu bem? Jamais!

Ele se levanta rapidamente, se coloca na frente dela impedindo-a de prosseguir, então murmura segurando os braços da ruiva:

— Sei que não quer que isso aconteça, por isso vou te pedir algo.

— O quê? — Se solta das mãos dele, cruza os braços nervosamente.

— Namora comigo?

— Como? — franze a testa e comprime os lábios.

— Quer namorar comigo?

A ruiva começa a rir, pula nos abraços dele, o abraça forte.

— Pensei que nunca iria pedir!

O Júlio começa a rir, a abraça forte, levantando-a e faz vários giros com ela, que ri eufórica. O moreno para de girar, a desce e a beija profundamente por alguns instantes, por fim eles voltam a olhar para o sol que já está um pouco acima da linha do horizonte.

— Vamos voltar para dentro porque estou com fome. — A Simone murmura passando a mão no rosto do Júlio.

— Eu também. — sussurra colando a sua testa na dela, encarando os olhos da ruiva.

Eles voltam para a casa depois de se beijarem intensamente de novo. Percebem que todos ainda dormem, por isso resolvem preparar o café para quando os outros acordarem. O Júlio pega um saco de pão que sobrou da festa, os coloca na forma para aquecê-los no forno. A Simone pega duas mangas e descasca para fazer um suco.

Assim, começam os preparos para o café. O barulho do liquidificar é ensurdecedor, o que provoca a ira do César que sai do quarto.

— Que barulho! — exclama com as mãos tapando os ouvidos, fica pasmo ao ver o Júlio e a Simone na cozinha, mas logo se refaz, enquanto rosna — Vocês não sabem que é domingo! Tem gente querendo dormir!

A Simone aperta o botão de funcionamento do aparelho, interrompendo o ruído, o Júlio fala com um sorriso de orelha a orelha:

— Que isso, cunhadinho. Está um lindo dia ensolarado lá fora e queremos aproveitar o máximo deste dia maravilhoso!

— Nossa! Quanta alegria! — A Camila sai do quarto se espreguiçando — Por que tanta felicidade?

O Júlio olha para a Simone que sorri docemente para ele, então fala:

— O motivo de tanta alegria? A vida é muito curta para ficarmos sempre carrancudos! Você não acha, Simone?

— Sim! Claro! — sorri e volta ao preparo do suco.

O César percebe que algo aconteceu entre eles, volta para o quarto com uma carranca feia. A Camila vai ajudar o Júlio e a Simone com os preparos do café, enquanto os outros se levantam. Depois de se cumprimentarem, começam a ajudar também.

Quando terminam o preparo, todos sentam à mesa, a Camila na cabeceira, do seu lado direito o Júlio, a Simone e o Eduardo; do seu lado esquerdo é deixada a cadeira vaga para o César, ao lado sentam-se o Elton e a Agatha. Eles começam a desfrutar do café, quando finalmente o César sai do quarto e sentando-se no seu devido lugar, ao que Júlio exclama, com expressão de deboche:

— Você não ajudou, então não vai comer!

— Como é?

— Brincadeirinha! Deixa de ser tão carrancudo, cunhadinho. Você não era assim!

— É mesmo. — A Camila murmura após beber um pouco de suco — O que aconteceu com o meu maridinho lindo? — aproxima a mão para fazer carinho no rosto dele.

— Nada. — O César se afasta rejeitando o carinho da esposa — Só não gosto de acordar cedo no domingo.

— O que vamos fazer hoje? — pergunta Eduardo olhando para o Júlio.

— Bom, Dudu. — começa Júlio — Como prometido, vou deixar a Simone dar uma volta de moto, depois vamos todos passear pela cidade.

— Dudu? Desde quando vocês têm essa intimidade? — pergunta César em tom perverso.

— Acredito que já posso chamar ele assim. Certo, Simone? — O moreno olha para o Eduardo, depois para a ruiva.

A Simone olha para o amigo, rindo, deixando quase todos sem entender nada. Ela olha para o moreno contendo o riso e murmura:

— Acredito que chamar ele de Dudu vai ficar mal para você. Vão começar a duvidar da sua masculinidade.

— Então, que todos saibam que não estou interessado no Eduardo, mas sim em você, Simone! — responde olhando para ela, pega a mão da ruiva, sem deixar de olhar para os presentes — Pedi a Simone em namoro, enquanto assistíamos o nascer do sol e ela aceitou!

O Eduardo dá um grito de alegria e abraça a Simone:

— Eu sabia que isso ia acontecer! Dou o maior apoio neste namoro!

O Elton e a Agatha trocam olhares, sorriem com a novidade, então ele declara:

— Nós também apoiamos! Vocês fazem um belo casal!

— Não pode! — O César explode batendo uma das mãos fechada, com força, sobre a mesa, assustando a todos.

— Por que não? — A Camila comprime os lábios, semicerrando os olhos.

— P-porque... Porque vai atrapalhar o trabalho dela! — gagueja tentando esconder a sua raiva.

— Acho que não vou atrapalhar. Sei que ela tem muito trabalho atrasado, assim como eu. — O Júlio murmura após engolir um pedaço de pão — Não vou ficar atrás dela o tempo todo.

— Mas eu não entendo o que tem uma coisa a ver com a outra? — pergunta Camila.

— Perdi o apetite! — O César sai da mesa e vai para o quarto.

— Ultimamente tem perdido sempre o apetite! — A empresária exclama nervosa, se levantando e seguindo ele.

— Me deixe em paz, Camila!

O César faz a porta bater e a Camila fica parada na frente dela por alguns instantes, depois volta para a mesa com um sorriso amarelo nos lábios. Todos ficam em silêncio durante o restante do café da manhã.

Quando terminam, os homens fazem a limpeza da mesa, guardam o que sobrou dos alimentos, enquanto as mulheres lavam a louça e guardam os utensílios. Depois cada um faz a sua higiene matinal, vestem roupas leves colocando os seus trajes de banho por baixo da roupa. O Júlio vai até o barracão, empurra a moto para fora depois tenta fazê-la funcionar, mas sem sucesso. Pede para o Elton ajudá-lo a empurrar para a rua e fazê-la pegar no tranco.

Finalmente, a máquina faz o seu ruído característico e a Simone fica eufórica ao ouvir o barulho do motor funcionando. O moreno monta na moto, dá uma volta indo até à rodovia, retorna e estaciona em frente da casa. Desce deixando-a em funcionamento, corre para o barracão para pegar os dois capacetes, tipo retro, preto, com desenho de caveira.

— Coloca o capacete e pode dar uma volta nela, Simone.

— Tem certeza que vai deixar ela pilotar? — A Camila pergunta ainda incrédula — Você nunca deixou ninguém pilotar a sua moto!

— Por que não? — pergunta Simone olhando para a Camila, depois para o Júlio.

— Ele tem muito ciúme das coisas dele! — responde César em tom perverso. Ele está encostado no portão observando tudo com os braços cruzados.

— Mas para você ficar feliz faço qualquer coisa! — declara Júlio sorrindo para a Simone — A única coisa que te digo é, vai com calma. Ela é mais potente que a moto do Eduardo e você não está acostumada, pode se assustar com a velocidade e o peso.

— Ok! Então, lá vou eu! — A ruiva sorri, bate palmas uma vez, esfrega uma mão na outra com um brilho travesso nos olhos.

Ela coloca o capacete sem prender o cabelo, monta na moto, dá uma acelerada para sentir o motor roncar e começa a rir. Dá outra acelerada, eis que a Agatha grita com sorriso divertido:

— Vai! Vai logo!

A Simone olha para eles, vê quase todos sorrindo, fazendo sinal de positivo. O César é o único que não expressa nenhum sentimento, além de ciúme e raiva.

A ruiva dá mais uma acelerada, coloca em primeira marcha, começa a acelerar mais para sair, sente um pequeno solavanco, mas não se intimida e segue. Ela vai até à pista da rodovia, faz o retorno em direção à casa do Júlio.

Volta a ficar em frente da casa, porém não para, faz o retorno, dá um grito acenando para todos os presentes, continua, então finalmente entra na rodovia seguindo em direção à cidade de Caraguatatuba.

Acelera até cento trinta quilômetros por hora, fica eufórica com o ronco do motor, além de sentir o seu cabelo esvoaçante pelo vento. Durante todo o percurso, alguns motoristas de carro de passeio e de caminhão que passam na via contrária, buzinam e acenam para a Simone, que retribui acenando e sorrindo. Ela passa próximo da pequena praia de Perequê-mirim, segue a encosta da montanha até a entrada da marina próxima à Praia do Lázaro, onde faz o retorno e volta pelo mesmo caminho.

Ao estacionar na frente da casa do Júlio, desce da moto vibrando de alegria, corre para abraçar o moreno que a levanta nos seus braços. Ela agradece com um beijo ardente e demorado, deixando o César mais furioso ainda, mas este tenta, com todas as suas forças, não transparecer a sua raiva quando a Camila olha para ele.

— Obrigada! — A Simone agradece ainda ofegante devido ao beijo e da emoção — Você fez algo que poucas pessoas fizeram por mim!

— O quê? — pergunta Júlio com um sorriso largo.

— Me fez muito feliz!

— Então, vou continuar te fazendo feliz. — abraça ela mais forte — Vamos dar uma volta pela cidade, ir até Caraguatatuba e voltar. O que acha?

— Vamos agora?

— Claro! Vamos também, Elton? — pergunta olhando para o amigo, que está abraçado a Agatha, que admira o comportamento do amigo da namorada.

— Mas é claro!

— E vocês vêm nos acompanhando de carro. — O Júlio murmura olhando para a Camila, o César e o Eduardo.

— Sim! Nós vamos! — A Camila se vira, segue na direção do interior do terreno da casa, olha para o César ao passar pelo portão, mas ele não dá atenção. Apenas, observa a Simone e o Júlio, então a morena entra com o Elton logo atrás.

O amigo do Júlio tira a sua moto da garagem, enquanto a Camila fecha a casa, após pegar a chave do carro do César. Ela manobra o veículo para fora, pede para o Eduardo e o César entrarem, enquanto os outros já estão prontos para partir.

Com o Júlio e o Elton pilotando as suas motos, as suas garotas na garupa, eles começam o passeio pela cidade passando primeiro nas casas dos amigos. Estes já estão acordados, dando início aos preparativos para o churrasco de domingo.

O Júlio convida a todos para darem uma volta, antes de começarem com tudo aquilo e eles concordam. Aqueles que estavam de moto montam nas suas máquinas envenenadas usando as suas jaquetas do moto clube e as suas esposas ou namoradas na garupa, os outros entram nas suas picapes.

O grupo entra na rodovia em direção à Caraguatatuba, um verdadeiro comboio com as motos na frente dos carros. Seguem por um trecho da estrada que adentra, um pouco, a floresta e a serra, passam por uma ponte que está sobre um pequeno rio que deságua no mar.

A Simone não acredita no que os seus olhos veem, pois, jamais visitou o litoral norte de São Paulo. O mar esverdeado de um lado e a Serra do Mar do outro num lindo dia de sol quente, mesmo sendo inverno, enquanto o grupo de amigos aproveitam a beleza da vida nas suas motos envenenadas.

Todos os carros, motos e caminhões que passam na via contrária, buzinam ao ver o comboio, a rapaziada retribui com buzinadas e acenos dos caronas. O Júlio e a Simone estão na ponta da fila. Ela apoiando as mãos na cintura dele, mas, devido à emoção, a ruiva solta as suas mãos e começa a sentir o vento com elas abertas, os braços abaixados.

Subitamente, a ruiva fecha os olhos, levanta a cabeça sentindo o vento por todo o seu corpo. Em seguida, começa a levantar lentamente os braços, ficando com as mãos totalmente acima da cabeça. Algumas das outras mulheres, fazem o mesmo que ela, começam a gritar eufóricas e os seus companheiros começam a rir.

A Simone sente-se tão feliz nesse momento, tão extasiada, que começa a ter novas ideias para os comerciais. Ela abre os olhos, encara o céu que ainda apresenta algumas pequenas nuvens, então se lembra do nascer do sol, do pedido de namoro do Júlio, sente pela primeira vez que o moreno poderá ser uma nova oportunidade de ser feliz com alguém.

A ruiva abaixa os braços, levanta a viseira do capacete, dá um beijo no pescoço do Júlio que sorri. O moreno também sente que algo está realmente mudando, se transformando no seu coração, mas ainda não tem certeza do que é esse sentimento.

O grupo chega num trecho da orla, bem próximo do centro de Caraguatatuba, que finalmente conseguem ver o mar sem qualquer obstáculo como montanha ou floresta. Uma praia com vários quiosques surge, então eles resolvem parar para beber água de coco, além de dar alguns mergulhos.

Quase todos vão direto para perto do mar, ao tirar a sua roupa, a Simone deixa a sua "tattoo" à mostra e a Agatha fica maravilhada com o desenho.

— São muito lindas as suas asas, Simone!

— Você gostou? — A ruiva puxa todo o cabelo para frente, se vira para que ela veja melhor — Deu um trabalhão para fazer!

— Eu imagino! A minha, que é menor que a sua, também me deu trabalho.

A Camila se aproxima das duas e ouve a conversa.

— Realmente, a tatuagem da Simone é linda, assim como a sua, Agatha. Eu queria ter essa coragem, mas tenho medo da dor.

As duas trocam olhares e começam a rir, eis que a Simone fala em tom de deboche:

— Dor? É só uma picadinha!

— Não é só uma picadinha, Camila. — murmura Eduardo ao se aproximar do grupo — A minha que é só essa borboletinha pequenina no alto das costas doeu muito!

Elas começam a rir da careta que ele faz, em seguida correm para ver quem chega primeiro na água e a Simone é a primeira a chegar. O Júlio e o Elton sentam-se na areia, perto da arrebentação para admirar as suas namoradas.

— E então? É sério o que você falou no café da manhã? — O Elton pergunta olhando para a Simone, depois para o Júlio.

— Sobre?

— Você e a Simone? Vocês realmente estão namorando?

— Sim! — abre um grande sorriso, no instante em que olha para a Simone, que está brincando com o Eduardo, jogando água no amigo e rindo como uma criança.

O César se aproxima dos dois, permanecendo logo atrás sem que percebam que está perto, começa a ouvir a conversa:

— Mas... Você realmente gosta dela? Porque a Simone parece ser uma garota bacana para você fazer o que sempre faz com as mulheres!

— Vou ser sincero com você, Elton, não sei direito o que sinto por ela. A verdade é que nunca senti isso por ninguém antes. — O moreno murmura sem tirar os seus olhos de onde está a ruiva — Mas pode ter certeza que não quero magoar ela, por isso vou com calma, sem apressar nada e nem falar sobre o meu segredo. Não quero assustar a Simone.

— Certo! Então, isso quer dizer que você parou de frequentar aquelas festinhas?

— Sim! Totalmente!

— Se você está dizendo isso é porque realmente gosta dela e fico muito feliz por você.

Ao ouvir essas palavras, o César se afasta devagar para que continuem sem perceber que ouviu a conversa, "Quer dizer, então, que parou de frequentar as festinhas! Mas se você pensa que vai ficar com a minha Simone está muito enganado, senhor Júlio. Ainda tenho chance de reverter essa situação! Você vai ficar a ver navios.", reflete.

O restante do grupo dá vários mergulhos. Entre um banho e outro, eles vão até o quiosque mais próximo, algumas garotas bebem cerveja, enquanto o restante ingere apenas água de coco. O grupo permanece nesse local por uma hora, então resolvem voltar.

Passam pelas casas dos amigos para pegar as bebidas e as outras coisas para o churrasco, voltam todos para a casa do Júlio. Entre uma lata de cerveja e um pedaço de carne com farofa, o Júlio e a Simone entram no mar, sempre acompanhados do Elton, da Agatha, do Eduardo e da Camila.

O Júlio brinca com a Simone pegando-a no colo, a joga para cima, caindo na água em seguida. Quando emerge, a ruiva tenta nadar para longe dele, mas o moreno a persegue. Para poder se esquivar, joga água contra ele, sempre rindo muito.

O moreno a abraça, beijando-a, mas quando ele se esquece da brincadeira, a Simone volta a jogar água nele e eles voltam com a perseguição. A Agatha e o Elton os observam rindo de tudo que fazem. O César é o único que não entra no mar, apesar da Camila o chamar para acompanhá-la por várias vezes. Ele apenas observa o casal que mais lhe interessa.

Por volta das dezesseis horas, todos partem juntos em direção à São Paulo, os motoqueiros na frente e os carros atrás formando, assim, uma caravana para o caso de existirem problemas com alguém durante o percurso, todos possam ajudar.

A Camila volta com o César dirigindo em total silêncio. O Eduardo e a Simone voltam com o Júlio, música alta no carro, cantarolando todos os três muito felizes.

Essa caravana funciona até o momento de chegarem a Grande São Paulo, então cada um segue para uma direção diferente, buzinando num gesto de despedida.

O Júlio estaciona o carro em frente ao prédio do Eduardo, após entregar a bolsa, a mochila e a cesta de piquenique, se despede do carioca. A Simone aguarda o amigo entrar no edifício, eis que ela abraça o moreno.

— Obrigada novamente pelo passeio maravilhoso. — sussurra no ouvido dele.

— Eu é que tenho que agradecer por tudo e... Principalmente... Pedir desculpas para você. — murmura com semblante preocupado.

— Desculpas pelo quê? — Se solta do abraço, olha nos olhos dele franzindo a testa.

— Por contar para todos que estamos namorando. Eu estava tão feliz naquele momento que não consegui me controlar. — pega uma das mãos da ruiva.

— Mas foi a melhor coisa que fez. Quem sabe, assim, aqueles dois me deixam em paz.

— Não fiz isso por causa deles. — franze a testa — Fiz isso por mim. Desejo muito namorar você.

A Simone sorri, o moreno a abraça, lhe dá um beijo carinhoso de despedida. Ela se despede, entra no prédio com o Júlio a observando, lhe acenando. Quando a ruiva sai do seu campo de visão o moreno se vira, vibrando de tanta emoção.

— Consegui! Consegui fazer ela me dar uma chance. Agora tenho que fazer ela esquecer aqueles manés. — faz uma pausa e balança a cabeça, negativamente — Mas tenho tanto trabalho com aqueles livros, não sei se vai sobrar muito tempo. Não importa, vou dar um jeito!


Na mansão dos Miranda, o César entra no quarto com a Camila logo atrás, ela finalmente lhe pergunta:

— Fala a verdade para mim, César. Você e a Simone já foram namorados?

— Por favor, Camila. Agora não quero discutir, estou cansado, quero tomar um banho e descansar. — responde tirando a roupa, enquanto entra no banheiro.

— Me responde, por favor. — murmura mostrando seu semblante deprimido para ele.

— Não! — desvia o seu olhar do dela — Agora, para de perguntar isso, por favor. — suplica, então fecha a porta.

A Camila fica angustiada sem saber o que fazer, "Eles já tiveram alguma coisa, sim, mas por que ele não confessa? Eu não entendo!", reflete.


O que estão pensando sobre a história até o momento? Até quando o César vai esconder da Camila que ama a Simone? Será que o Júlio vai se dar bem nesse namoro? Não se esqueçam das estrelas! ;) Beijos.

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