Sentei ao lado de Kang San, que já começava a digitar no nosso computador. Ele, primeiramente, pesquisou sobre Song Woo Bin, um dos integrantes do F4.
- Song Woo Bin. - começou, lendo uma das biografias não autorizadas da internet. - Do ramo da construção, ele é o herdeiro da Construtora II Shin. - disse. - Dizem que metade da Ilha Jeju é da sua companhia, um enorme conglomerado da construção civil. - fez uma pausa rápida.
Olhei para Kang San, rapidamente.
- E ainda tem 50 anos de história da famosa gangue II Shin? - perguntei.
- São donos de várias boates de luxo - continuou Kang San. - e têm um grande controle sobre títulos do Estado.
Fechou a página que falava sobre Woo Bin, e pesquisou sobre outro integrante do F4.
- Soo Yi Jung. - disse. - Foi o mais novo artista a debutar na Bienal, é talentoso e teve uma carreira meteórica. - cansado, suspirou. - A UNESCO o escolheu como um dos melhores artistas jovens.
Bufei e falei:
- Pelo menos um membro desse grupo faz alguma coisa.
- Não pense que todos os artistas são pobres. - começou Kang San. - Os tesouros nacionais que aparecem em nossos livros e o maior museu de arte do país é do avô dele.
Olhei novamente para Kang San, surpresa, e perguntei:
- O Museu Woo Sung? É da família dele? - perguntei, em um tom interrogativo. - Quanto é a fortuna dele?
- Nem tente imaginar ou vai se machucar. - disse Kang San.
Meu irmão fechou a tela que falava sobre Soo Yi Jung e abriu uma outra guia, que tinha algumas fotos.
- É uma foto de um de nossos presidentes. - falei, olhando para Kang San, rapidamente.
- Está vendo a criança na foto? - ele circulou uma criança na foto com a seta do mouse. - É um do F4, Yoon Ji Hoo.
É o menino ruivo do violino.
Eu e Kang San nos entreolhamos, depois voltamos os olhares para a tela luminosa.
Único sobrevivente de um acidente de carro foi uma criança de cinco anos. Li, na parte de cima da tela.
- Então, esse Yoon Ji Hoo é neto do presidente Yoon Suk Yong? - no exato momento em que falei, rolei para uma foto em que o mostrava pequeno, tocando um violino, e logo vi ele grande na foto. Na hora, vieram uns flashes das vezes em que vi ele.
Kang San falou:
- Conhece o Centro Cultural Su-Am, onde Jang Yoo Joo tocou? - disse. - Eles são donos de uma fundação, de um time europeu e de alguns times daqui. - suspirou, e continuou. - Acho que sou o cara que mais tem inveja dele no mundo.
Novamente, fechou a tela que falava sobre Yoon Ji Hoo, e pesquisou outro nome.
- Já conhece esse, não é?
Ele rolou para baixo, onde vi uma imagem do cara que humilhou aquele aluno.
É aquele líder estúpido.
- Todo cidadão coreano conhece o Grupo Shinhwa e sabe que ele é o herdeiro. - parou de falar, e parou em uma imagem onde mostrava ele na capa de uma revista.
Cerrei os dentes.
- Gu Jun Pyo, o líder do F4.
Depois da aula, irritada, fui até um prédio aberto da escola, que mais parecia uma torre, e subi as escadas, até chegar em uma parte em que, tinha apenas uma base branca como sacada e um pilar branco protegendo para as pessoas não caírem. Enquanto andava até a sacadinha, murmurei para mim mesma:
- Eles formam o F4? - digo. - Inacreditável!
Cheguei na base branca e, com a raiva subindo pelo sangue, gritei:
- Gu Jung Pyo! - berrei. - Você é apenas o Gu Jung Esgoto! - dobrei os cotovelos, enquanto gritava, para trazer mais força ao corpo.
- F4! Vocês são as varejeiras! - fechei os olhos enquanto gritava, para dar mais intensidade ao grito. Precisava aliviar toda aquela raiva de algum jeito.
Abaixei bem pouquinho o tom, mas continuava gritando, enquanto disse:
- Se nasceram em berço de ouro, deveriam agradecer e viverem as suas vidas. - dei uma pausa para respirar. - E você, que não tem decência alguma, o herdeiro do Grupo Shinhwa, é uma ameaça à nação! - gritei um pouco mais na última frase.
- Você! - apontei com o dedo indicador para o nada, fingindo que o Gu Jun Pyo estava ali. - Estou te avisando! - continuei. - Não apareça na minha frente.
Bufei e continuei a falar sozinha no topo daquela "torre":
- No dia em que eu te chamar de sunbae, será o dia em que pularei daqui! - respirei. - Eu juro!
Depois, berrei tão alto mas tão alto, que acho que toda a Escola Shinhwa ouviu.
Logo depois de gritar, ouvi um bocejo, e arregalei os olhos. Virei espontaneamente para trás, ainda na mesma posição que berrei, com os cotovelos dobrados e os punhos cerrados. Depois da escada, tem uma pequena parede, e dois pés estavam posicionados ali, mas, logo desapareceram. E eu vi, com meus próprios olhos, Ji Hoo se levantar e se espreguiçar.
- Yoon Ji Hoo... - falei baixinho.
Ji Hoo começou a subir as escadas, olhando para a esquerda, e disse:
- Você também é uma ameaça. - disse, em tom calmamente calmo. - coçou a cabeça rapidamente e olhou pra mim, enquanto ainda subia. - Não consigo dormir com tanto barulho.
Envergonhada, olhando para baixo e meio encolhida, falei:
- Desculpe. Pensei que não havia ninguém aqui.
Ele parou na minha frente e, enquanto movia os lábios para os lados, parecendo que ia sorrir, disse:
- É realmente verdade?
Consegui arrumar coragem e olhar para ele.
- Hã?
Ele suspirou, meio impaciente, e disse:
- Que você vai pular daqui.
Eu fiquei sem jeito. Falar com ele é muito difícil. Estava abrindo a boca para falar uma coisa, quando falei outra:
- Eu só estava dizendo que... - antes de conseguir terminar de falar, arregalei os olhos e olhei pra ele novamente. Continuei, sem jeito. - Você ouviu tudo?
Ele estava com os olhos para baixo, mas logo os levantou e me voltou o olhar.
- O que? - disse.
- O que eu disse...
- Gu Jun Esgoto? Ou a parte das varejeiras? - ele falou, novamente ameaçando abrir um sorrisinho.
Olhei para baixo, envergonhada, espremi os lábios, e olhei para cima de novo.
Ji Hoo começou a andar em direção a uma porta que estava do nosso lado, e eu nem tinha reparado. Ele parou antes de entrar na porta.
- Ah, sim. - disse. - E é Jun Pyo. - disse, virando metade do corpo.
Olhei para ele, desentendida, e perguntei:
- Hein?
- É Gu Jun Pyo e não Gu Jung Pyo. - parou. - Se vai estudar aqui, deve pelo menos aprender a pronunciar corretamente o nome dele.
Fiz um som com a garganta, bufei, e virei novamente para a sacada. Me apoiei no pilar branco e comecei a pensar. Geum Jan Di, como você é burra!
Sentei em uma mesa do refeitório, ainda sem superar o que tinha acontecido algum tempo atrás. Aquele refeitório mais parecia um restaurante, de tão chique que é. Luzes caíam penduradas no teto, e as paredes são de vidro.
Peguei minha marmita na minha mochila, coloquei uma toalha para não sujar a mesa, e abri-a, pegando os hashis e uma colher. Comendo, ouvi Ginger, Sunny e Miranda falarem, enquanto serviam seus pratos no buffet:
- Bolinhos de arroz! - disse Miranda, dando pequenos pulinhos com o salto alto.
- Você come bolinhos de arroz? - disse Ginger, mexendo levemente o quadril.
- Bolinhos de arroz? - disse Sunny. - São gostosos e bonitinho também. - pelo menos, uma dela sabe o que é um bom quitute.
As três pegaram suas bebidas e, seguindo Ginger, elas vieram andando na minha direção, rebolando.
Eu estava na minha tradicional posição de comer, e não ia mudar isso só porque estudo em uma escola de ricos. Sou acostumada também a encher a boca com comida, e também não vou mudar isso só porque estou sentada em uma cadeira do refeitório da Escola Shinhwa. Coloquei mais uma bolota de arroz entre os hashis e enfiei na boca, quando Ginger, Miranda e Sunny pararam em frente a mesa.
- Oops! Que cheiro estranho é esse? - disse Ginger.
Estava colocando mais arroz na minha boca, quando Sunny fez um comentário que não precisava ter feito:
- É nojento!
Continuei ignorando elas e comendo minha comida, mas Miranda colocou seu copo na minha mesa e disse:
- Aqui.
Ginger, com cara de quem não suportava nada, disse a sua famosa frase:
- Oh my God! - falou, palavra por palavra. - Terrível!
Sunny, com o olhar desprezivo, encarou minha comida, e depois olhou para mim.
- Bolsista, por que está comendo essa comida horrível? - peguei mais uma colherada de arroz. - Não está vendo aquele banquete?
Com a boca cheia, olhei para o lado, com as sobrancelhas arqueadas para baixo, e olhei de novo para elas:
- Estou.
Levantei o braço e enfiei minha colher mais uma vez no arroz. Porque arroz é tão bom?
- E então? - falou Ginger, me lançando outro olhar desprezivo.
Ainda com a boca cheia, respondi:
- Não posso pagar por um almoço de 50000 won. - terminei e peguei mais arroz.
Ginger, com os braços cruzados, disse:
- Então planeja sempre comer essa comida aqui? - ela apontou para a minha comida, e Miranda se abanou com as mãos, fingindo que iria desmaiar se continuasse vendo minha comida em sua frente.
- Planejo. - falei, irritada, ainda com a boca cheia de arroz.
- Deus... - murmurou Ginger, voltando para o lado de suas amiguinhas.
Em um ato espontâneo, Ginger pegou um frasco de perfume do seu bolso e começou a borrifar por toda a minha mesa. Querendo salvar o gosto da minha comida, estendi os braços e tapei meu alimento. Enquanto Ginger borrifava, as outras duas ficavam querendo trazer o cheiro para o seu nariz, usando a mão. Tapei meu rosto para Ginger, e continuei comendo.
- Bom. - disse Ginger, enquanto inalava o cheiro do seu perfume importado.
- É o F4! - disse alguma garota.
- F4!
Enxerguei os quatro garotos andando por um corredor. Todas as meninas que estavam no refeitório se levantaram rapidamente e foram para a frente do F4. Continuei comendo, só olhando de cara feia aquelas garotas.
Estava colocando um rolinho na minha boca, quando ouvi uma voz suave e fofa dizer para mim:
- Posso comer um desses?
Olhei para cima, e uma garota muito bonita, com o cabelo ondulado até o ombro, com uma flor enfeitando-o, e segurando um copo de suco, estava inclinada para perto de mim, sorrindo.
Fiquei um tempo sem falar, apenas piscando e observando a menina, e como ela era bonita. Suas nbochechas são levemente rosadas, e seus lábios não são tão carnudos.
[não terminado]