O Despertar dos Sentidos [LIV...

By SthaarlifthBridge

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Quando o desejo de ser feliz te leva para lugares inesperados e atos inimagináveis. Você é capaz de fazer qua... More

BEM-VINDOS!
1 - UM BAILE INESQUECÍVEL
2 - ENTRE O AMOR E A LIBERDADE
4 - UMA RUIVA ATERRISSA EM SÃO PAULO
5 - A MANSÃO DOS MIRANDA
6 - A ENTREVISTA
7 - UM REENCONTRO QUASE FATAL
8 - UM JANTAR PARA SE CONHECEREM
9 - UM AMIGO PARA AJUDAR E É DADA A LARGADA PARA AS CONFUSÕES
ATENÇÃO!
10 - UM SEGREDO É DESCOBERTO
11 - O SEGUNDO ENCONTRO E O PRIMEIRO BEIJO
12 - O FIM DE SEMANA E A IRMÃ DO CORAÇÃO
13 - VISITA NA MANSÃO
14 - MAIS CONFUSÕES À VISTA
15 - A VIAGEM
16 - O LUAU
17 - UM DOMINGO INCRÍVEL
18 - O INÍCIO DAS GRAVAÇÕES
19 - O VESTIDO E A VALSA
20 - A CHEGADA DE UM ANJO E AS REVELAÇÕES
21 - O SONHO, A PRIMEIRA VEZ E A APRESENTAÇÃO
22 - A FESTA
23 - O DESPERTAR DOS SENTIDOS
Lembrando-se de Algumas Passagens E Uma Ajudinha!
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3 - MIRANDA PRODUÇÕES

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By SthaarlifthBridge


Olá! Tudo bem com vocês? A partir deste capítulo, começa uma nova fase na história. Os personagens agora já são adultos. Novos personagens surgem, alguns deles muito importantes para a continuação. Espero que gostem.

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A cidade de São Paulo do ano de dois mil e sete aumentou de tamanho consideravelmente desde que a Simone passou por ali onze anos antes. Por este motivo a poluição e os engarrafamentos também aumentaram.

O mês de julho é um mês um pouco mais acinzentado que outros devido ao inverno. São Paulo é famosa pela garoa fria nesta época do ano. As noites dessa cidade também tem a sua fama, pois, como qualquer outra grande metrópole, São Paulo não dorme às vinte e quatro horas do dia.

Muitas empresas de grande porte, inclusive multinacionais, instalaram em São Paulo e nas cidades que fazem parte da Grande São Paulo as suas sedes brasileiras e isso a tornou uma metrópole muito importante no mundo dos negócios.

A Miranda Produções faz parte deste grupo de grandes empresas instaladas ali. É uma das maiores produtoras de filmes, comerciais e vídeos musicais do Brasil. Uma empresa cem por cento brasileira e ganhadora de vários prêmios como Kikito do festival de gramado, Prêmio Comunicação da Associação Brasileira de Propaganda, Profissionais do Ano e muitos outros.

Com espaço físico gigantesco, centenas de funcionários diretos e indiretos como, por exemplo, modelos, atrizes e músicos. Funciona num prédio de seis andares que ocupa um quarteirão de aproximadamente cinco mil metros quadrados, a maioria das salas são amplas, com boa iluminação externa vinda de grandes janelas com vidros cobertos com película que diminui a intensidade dos raios solares.

Paredes de alvenaria bem estruturada com pintura impecável em tons pastel e um desenho de rolo de filme que parece passear por todas as paredes internas. Quadros com imagens de comerciais, filmes, vídeos musicais e de vários artistas da música, teatro e cinema, tantos brasileiros como estrangeiros, se espalham por toda parte. Vários vasos de plantas e flores de todos os tamanhos e cores também enfeitam todos os ambientes deixando um leve perfume.

O fundador e proprietário de oitenta por cento das ações da empresa era o Doutor André Augusto Miranda de sessenta e oito anos, cabelo bastante grisalho e bem curto, afrodescendente, corpo um pouco acima do peso ideal e tão alto quanto um jogador de basquete.

Sempre usou terno e gravata combinando perfeitamente. Um grande diretor, produtor e administrador que começou a sua empresa sozinho, quarenta anos antes, mas gradualmente foi ganhando confiança e credibilidade.

O senhor André ou apenas André, que era como gostava de ser chamado, preservava a satisfação dos seus funcionários, além da satisfação dos seus clientes, por isso o seu lema era: "Um funcionário feliz, será um funcionário que produz mais e melhor!". Por isso, sempre valorizou a iniciativa que gerava uma boa ideia.

Abriu um espaço na empresa com recreadoras e pedagogas para as crianças de até seis anos, pois as suas mães e funcionárias reclamavam sempre que era difícil colocá-las numa creche por falta de vaga.

Implantou um restaurante que servia almoços bem equilibrados por uma nutricionista para que os funcionários não necessitassem sair da empresa para almoçar, a não ser que realmente fosse necessário. E neste último ano instalou um espaço de descanso com sofás confortáveis, mesa de bilhar, vídeo game e televisão para a hora do almoço dos seus funcionários.

André conhecia todos os seus funcionários pelo primeiro nome e conhecia as suas famílias, pois, anualmente, promovia uma grande festa de natal com a participação do Papai Noel e entrega de brinquedos para as crianças de até onze anos. Por causa destes e outros benefícios todos trabalhavam satisfeitos.

Contudo, apesar de estarem todos os funcionários reunidos, este não é um dia de alegria e nem de sorrisos. Há, apenas tristeza em todos os rostos, pois o Sr. André havia sofrido um infarto fulminante na sua sala e os médicos tentaram de tudo para salvá-lo, mas foi em vão.

Estão reunidos no cemitério do Morumbi. O caixão já está sendo carregado por seis homens distintamente vestidos para ocasião. Eles caminham na direção ao túmulo da família onde já se encontra enterrada a esposa do Sr. André, a senhora Débora Neves Miranda, dedicada dona de casa de pele muito branca, olhos azuis-claro, cabelo castanho-claro e liso, era mais jovem que o Sr. André dez anos e havia falecido devido a um câncer de mama diagnosticado tardiamente.

O corpo do André é acompanhado por amigos, colegas de trabalho, vários fãs da sua obra e toda a imprensa paulistana, além dos únicos parentes vivos, o Júlio, filho caçula que está abraçado a sua irmã Camila.

Júlio Miranda, mulato de trinta anos, cabelo cacheado castanho escuro não muito curto sempre bem-arrumado com gel, olhos negros, barba bem-feita, corpo atlético, tão alto quanto o pai. Sempre usa roupas despojadas que demonstra a sua total falta de interesse em assuntos sérios, um "playboy" incorrigível.

Camila Miranda Guedes, mulata de trinta e dois anos, cabelo longo na altura da cintura negro e cacheado, olhos negros, rosto com maquiagem impecável. Um pouco mais baixa que o irmão e um corpo escultural que causa inveja em muitas das suas funcionárias. Sempre usa roupas provocantes para causar ciúme no marido, mas este não é o momento e nem o local para tais provocações, por isso veste um terninho preto discreto.

O primeiro da fila que carrega o caixão do lado direito é o César Henrique Guedes que não mudou muito as suas feições desde o seu último encontro com a Simone, apenas o seu corpo que está um pouco mais malhado. Além de marido de Camila, ele também é o vice-presidente administrativo da empresa.

O segundo da fila é o seu melhor amigo João Paulo Ribeiro, vulgo JP, que também não mudou nada as suas feições desde a época em que convivia com a Simone. Além de ser o melhor amigo do César, ele também é o vice-presidente comercial e sócio da Miranda Produções com dez por cento das ações.

Logo atrás deste, o terceiro a carregar o caixão é Flávio Medeiros Silva, um rapaz de vinte anos, pele branca, cabelo raspado, olhos castanho-claro, corpo magro, um rosto que demonstra a alegria da sua juventude, sempre usa terno bem engomado e gravata, apesar da sua profissão não necessitar desta categoria de vestimenta, pois é o mensageiro da empresa.

Do outro lado do caixão, o primeiro da fila é Ricardo Martins, que tão pouco mudou desde a época em que era namorado da Simone, a única diferença é o cabelo curto. Agora, é vice-presidente financeiro da Miranda e também sócio com dez por cento das ações.

O segundo homem é Doutor Moacir Alencar que aparenta ter a mesma idade que o Sr. André, calvo na sua totalidade, de estatura baixa e corpo acima do peso ideal e barriga levemente protuberante. Tem um bigode bem cuidado que esconde parte dos lábios e usa óculos discretos. Ele é advogado e melhor amigo da família do André.

Por último, mas não menos importante está o Gustavo Donizete dos Santos, de vinte e um anos, cabelo loiro curto, olhos verdes, pele branca com várias marcas de cravos no rosto. Não anda tão arrumado como o seu amigo Flávio, pois deve usar uniforme no seu trabalho, afinal é o segurança e porteiro da Miranda, por isso a sua profissão exige essa vestimenta, porém neste dia está muito bem-vestido como o amigo.

O enterro ocorre sem qualquer problema. Após a descida do caixão na cova, são feitas as últimas homenagens ao morto, às últimas condolências são dadas aos familiares, a multidão começa a se desfazer, sobrando no túmulo apenas a Camila, o Júlio, o César, o JP, o Rick e o Dr. Moacir, este último, após limpar a garganta e esfregar a testa com a mão direita murmura:

— Sei que é muito difícil falar sobre o assunto agora, dona Camila, porém é necessário.

— Então fale, Dr. Moacir. — sussurra Camila ao enxugar uma lágrima, enquanto olha para o caixão coberto de flores.

— É necessário que nos reunamos para falar sobre as últimas vontades do seu pai.

— Em breve ligaremos para o senhor, Dr. Moacir. — responde Júlio antes que ela pudesse dizer qualquer coisa. — Agora, pode nos deixar, por favor.

— Sim. Claro. — Após dar um longo suspiro se vira e caminha na direção da saída.

— Por que, Júlio? Por quê? — sussurra Camila com voz embargada pela emoção.

— Estava na hora dele ir. — O Júlio a abraça e beija o cabelo da irmã — Por favor, não fique assim. Vamos embora!?

Ela consente com a cabeça, os dois começam a andar em direção à saída, seguidos de perto por César e JP, deixando o Rick olhando o caixão por alguns segundos, em seguida também segue para a saída.

É decretado luto por três dias na empresa, deixando as suas atividades totalmente paralisadas por este período. O quarto dia é uma terça-feira que amanhece dia claro e sem qualquer nuvem no céu, a Miranda Produções reabre as suas portas e todos voltam a seus postos de trabalho.

A sala de reuniões é bem espaçosa, posicionada bem no centro, uma grande mesa oval de madeira, dez poltronas aparentemente confortáveis, uma das extremidades da mesa encontra-se em frente à porta e a outra extremidade em frente a uma parede com uma televisão de última geração.

Encostada do lado direito da entrada, uma escrivaninha com algumas revistas, dá um toque mais descontraído ao ambiente, ao lado uma mesinha com jarra de água, garrafa de café, alguns copos e xícaras.

Uma reunião está sendo realizada às nove da manhã com os integrantes da junta diretiva, ou seja, os irmãos Júlio e Camila, ela porque é a atual vice-presidente de produção, o César, o JP e o Rick. A reunião é presidida pelo Doutor Moacir, quem fará a leitura do testamento do Doutor André.

Outra pessoa que está presente nessa reunião é a Diana dos Reis Martins, assistente e braço direito da Camila. Afrodescendente de traços finos, sempre com maquiagem discreta, cabelo cacheado preso com um coque, sempre veste terninhos sóbrios e bem comportados. Além de ser amiga e pessoa de confiança da Camila, a Diana é casada com o Ricardo Martins com quem tem um filho de um ano e meio chamado Benjamim Martins.

Após uma breve explanação do Dr. Moacir sobre a vida e obra do seu amigo íntimo, da sua imensa tristeza pela perda, ele finalmente lhes informa os últimos desejos do Dr. André:

" — Os meus oitenta por cento das ações da Miranda Produções e todos os outros bens materiais que possuo serão divido igualmente entre os meus dois filhos, porém a presidência da Miranda deverá ser controlada por Camila, assim ela deverá ficar à frente de todas as decisões da empresa. Sinto que o meu filho Júlio não está preparado para tal responsabilidade, pois não se interessa por nada relacionado à empresa. E deixo um recado para você Júlio. Espero que com as minhas palavras, agora, depois da minha morte, elas o façam refletir sobre as suas ações, deixe de brincadeiras, deixe de ser um "playboy" sem nenhum tipo de preocupação com a sua vida íntima e profissional, ajude a sua irmã. Afinal, agora vocês só têm um ao outro."

— E estas são as últimas palavras do seu pai, Dona Camila. — conclui Dr. Moacir.

— Muito Obrigada, Dr. Moacir. — Ela sussurra com a voz embargada, olhos marejados, então limpa a garganta e continua — Bom, já que o último desejo do meu pai é que eu seja a nova presidente, é com tristeza que deixo o meu cargo de vice-presidente de produções para cumprir este desejo dele. Assim, teremos que contratar um novo vice-presidente de produções.

— Meu amor, se quiser, posso me encarregar disso — diz César — Tenho um amigo...

— Não! — interrompe Camila abruptamente — Eu mesma vou escolher o novo executivo, esse profissional é primordial para a continuidade do nosso trabalho e essa contratação deve ser feita o mais breve possível.

— Sim. E não podemos nos esquecer de que temos trabalho pendente para realizar. — declara JP.

— É por isso que vou tratar deste assunto imediatamente. — diz Camila com a voz mais suave — Algo mais, Dr. Moacir?

— Isso é tudo, dona Camila.

— Então, acredito que podemos dar por encerrada esta reunião. — murmura Camila, em seguida pega a mão direita do Dr. Moacir — Quero agradecer mais uma vez ao senhor, Dr. Moacir, por estar sempre do nosso lado, principalmente nesse momento.

— Claro, dona Camila! — sorri para ela — Pode contar comigo para qualquer coisa que necessite.

— Obrigada.

Todos se levantam, a Camila sai da sala de reuniões e caminha pelo corredor do andar administrativo na direção da sua nova sala. O César e a Diana a seguem, então o executivo volta a falar sobre o assunto da admissão.

— Meu amor, como você é a nova presidente não terá tempo para esses por menores de contratação, me deixa resolver isso. Como ia dizendo, tem um amigo meu...

— Já disse que não, César. Eu mesma vou escolher o novo executivo. — fala irritadiça, então para e se volta para o César com olhar curioso — Por que tanta insistência com este seu amigo?

— Por nada. Apenas quero te ajudar.

— Muito obrigada! — responde, depois continua a caminhar — Mas eu quero escolher porque ele ou ela irá chefiar a área mais importante desta empresa.

Eles finalmente param na frente da sala da presidência e a Camila se volta para a sua assistente.

— Diana, peça para a senhora Lourdes o telefone da agência de empregos que somos clientes e passa a ligação para mim. Vou informar sobre as minhas exigências para a contratação do novo executivo.

— Sim, Dona Camila. — murmura Diana — Porém, tenho uma dúvida.

— Pode perguntar.

— A senhora subirá para ficar na sala da presidência. Quer dizer, não irá mais ficar no quinto andar, na produção?

— Isso mesmo.

— Então, vou ficar longe da senhora? — questiona com tristeza na sua voz.

— Não. Você também vai subir comigo, vamos acomodá-la ao lado da senhora Lourdes. Ela é uma excelente secretária, mas está prestes a se aposentar, então enquanto ela aguarda completar o tempo necessário ser atingido, poderá lhe ensinar as tarefas administrativas para que possa continuar me ajudando.

— Muito obrigada, dona Camila! — exclama abrindo um grande sorriso.

— Agora, por favor, faz a ligação para mim.

— Agora mesmo! — responde transparecendo ainda mais a sua felicidade em poder continuar a trabalhar com a Camila, então continua a sua caminhada pelo corredor para chegar à mesa de dona Lourdes.

— Agora, espero que com isso a discussão sobre a contratação tenha terminado. — murmura Camila voltando-se para o César.

— Ah... Meu amor! Não estava discutindo! — fala aproximando-se dela e abraçando-a com sorriso malicioso nos lábios — Queria apenas ajudar.

— Por favor, aqui não, amor. — A empresária fala se esquivando dos carinhos dele e entra na sala.

Ele a segue, fecha a porta, ataca a Camila agarrando-a, beijando-a no pescoço e depois a sua boca. Ela se deixa levar pelo desejo por alguns segundos, mas o empurra e fala seriamente:

— Já disse que aqui não é lugar para isso.

— Você fica me provocando com esse vestido e quer que eu não faça nada. Assim não há cristo que resista! — dizendo isso, a agarra de novo e a beija cheio de desejo.

Desliza os seus lábios para o pescoço da sua esposa, enquanto percorre com uma das mãos o corpo dela, que se deixa levar pelo instinto e também o acaricia. O César começa a levantar a saia do vestido, enquanto sussurra próximo ao seu ouvido:

— Você demonstrou tanta determinação e rigidez durante a reunião, mas, principalmente agora, sabe que te adoro sendo tão poderosa.

— Cale a boca e me beije! — ordena Camila começando a soltar a gravata e a desabotoar a camisa do seu amado.

O executivo a agarra com fúria, a beija desesperadamente, a encosta contra a mesa de madeira escura, começa a deslizar a sua mão na coxa da sua esposa até chegar na intimidade dela e com dedos atrevidos começa a afastar a calcinha rendada.

O telefone toca e eles se assustam, cada um tenta se recompor da melhor forma possível. A Camila atende o telefone depois do terceiro toque:

— Sim.

— Dona Camila?

— Sim. Pode falar, Diana. — responde Camila, pigarreando e apontando o dedo indicador para o César com um olhar de reprovação.

— A ligação que me pediu.

— Sim. Pode passar.

Depois de alguns minutos de conversa com o gerente de recursos humanos da agência, a Camila finalmente declara:

— Então, o senhor entendeu todas as minhas exigências para este cargo? — aguarda a resposta — Muito obrigada! — desliga o telefone e volta a sua atenção para o César — O que você achou das minhas exigências.

— Não sei, será que vamos encontrar uma pessoa tão capacitada quanto você? — responde pensativo e passando o dedo indicador no lábio inferior.

— Espero que sim! Não posso desempenhar as duas funções sem que uma saia prejudicada, neste caso, nenhuma das duas podem ser prejudicas. O gerente me disse que publicará no site pessoal da agência, além de outros sites de busca de emprego no máximo até ao meio-dia. Marcará as entrevistas para amanhã, caso não encontramos, irá prorrogar o dia das entrevistas para depois de amanhã.

— Nossa! Mas será que vamos conseguir que seja tão rápido assim? — questiona arregalando os olhos.

— Sim! Temos urgência! Afinal, mesmo com a morte do papai, a Miranda não pode parar. Temos muitos trabalhos para realizar. Aliás, eu ainda não entendi e não me conformo com a morte dele.

— Como assim? — O César junta as mãos sobre a mesa.

— Desde que a mamãe morreu, doente de câncer, ele tornou-se um homem saudável, fazia exercícios regularmente, tinha uma boa alimentação. Realmente se preocupava muito com a saúde por causa da idade, você sabe disso. Até parou de fumar e olha que foram quarenta anos fumando dois maços de cigarro por dia. Então, de repente, tem um infarto. É muito estranho. — A Camila começa a balançar a cabeça em negativa na última frase.

— Sei que ele se cuidava, mas já estava numa idade avançada, trabalhando muito. O seu pai tinha uma carga muito pesada de responsabilidades aqui. O coração não resistiu. — declara passando os dedos da mão direita na testa.

— Não sei, acho tudo muito estranho.

— Vamos deixar este assunto triste para trás, Ok? O que quero saber agora é, o que a minha presidente deseja fazer, ou melhor, ordenar? — fala em tom de brincadeira e sorrindo maliciosamente.

— Primeiro, deixe de piadinhas, seu bobo! Será que o Júlio já foi embora?

— Suponho que sim! Percebi que ele ficou muito pensativo durante a leitura do testamento, será que se comoveu com as palavras do seu pai?

— Boa pergunta! Espero que com isso torne-se mais responsável. De qualquer forma, vamos vê-lo mais tarde. Vou para casa agora, estou cansada, não quero ficar mais aqui por hoje. Terei muito o que fazer amanhã. Você vem comigo? — fala ao se levantar e segue na direção do marido do outro lado da mesa.

— Não posso. Tenho que resolver algumas coisas que ficaram paradas durante o luto. — responde um pouco amuado, mas logo levanta uma sobrancelha e mostra um sorriso maroto. — Nos vemos mais tarde?

Camila se despede com um beijo provocante e fala com os olhos brilhando maliciosamente:

— Sim, vamos nos ver maistarde. — sai da sala seguida por César. 



O Júlio passeia pelas instalações da Miranda. Primeiro vai até o quinto andar onde ficam os estúdios de produção, observa tudo nos mínimos detalhes e se lembra da primeira vez que o seu pai o levou para a empresa. Tinha dez anos na época, ficou maravilhado com todas aquelas coisas e todo aquele ambiente. Aquele foi o melhor dia da sua vida, já que o seu pai não tinha tempo para ficar com ele.

Com tristeza, lembra-se do motivo de se tornar um "playboy", era mimado pela mãe e tinha tudo o que queria menos o que precisava, ou seja, o seu pai ao seu lado. Por este motivo não tinha vontade de fazer mais nada além de gastar o dinheiro do pai com festas, mulheres e bebidas.

Voltando os seus pensamentos para o presente, passeia por todos os espaços da empresa, tentando imaginar o seu pai passeando pelos locais, conversando com as pessoas, fazendo aquilo que mais gostava na vida que era dirigir os comerciais e todos os projetos que passaram pela Miranda.

Antes de sair da empresa,pensa "Quero ser algo melhor. Não quero mais noites de farra. Preciso cuidarda Camila. Ela precisa de mim. Vou deixar de ser este imprestável.". Comesses pensamentos segue para a garagem no subsolo e sai da Miranda dirigindo oseu carro tipo hatch médio, esportivo e vermelho.



Então? Estão gostando? Não se esqueçam dos votos! Beijos

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