Um Beijo Encantado

By callmerozz

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Emma é uma linda plebéia. Acostumada por toda sua vida a ter o mínimo e se contentar com isso, ela encara, ne... More

Prólogo
Capítulo 1
Aviso
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Thank You!
Capítulo 11
Bryan & Gaia
Capítulo 12
Músicas!
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Comunicado!!!
Capítulo 20
Capítulo 21
Vídeos das Músicas
Capítulo 22
AGRADECIMENTOS
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Epílogo- As Dez Cartas

Capítulo 23

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By callmerozz

O Palácio de Harry parecia o mesmo, sem muitas mudanças. Afinal, não havia motivos para mudar alguma coisa naquele lugar maravilhoso e que trazia tanta paz e segurança.

-Você já comeu? -Ele perguntou.

-Já. Almocei com Gaia. -Ele arqueou uma sobrancelha, pois não sabia que nós já estávamos bem depois daquela briga tola que tivemos. -Nós nos ajeitamos.

-Bom saber. Como é Helsken? -Eu pude ver que ele perguntou por educação, pois seu maxilar estava trincado e seus olhos encaravam o chão.

-O Castelo é lindo, mas não me sinto tão feliz quanto eu era aqui.

-Era tudo o que eu queria ouvir. -Ele abriu um sorriso enorme, esplêndido, que me fez perder o chão por um segundo. Eu sorri de volta.

Nós nos encaramos por um longo tempo, incalculável, aquele olhar parecia tão eterno. Aqueles olhos verdes profundos e a felicidade que esbanjava dele passava uma sensação tão boa que eu não queria parar de sentir. Nunca. A imensidão daquele olhar me tomava tão por completo que eu me sentia embriagada, desejando que ele me encarasse pelo resto de nossas vidas.

Ele sorriu novamente e eu tive de desviar meus olhos para seu sorriso, pois era algo maravilhoso. Tudo em Harry parecia tão perfeito que uma mulher em plena sanidade seria levada imediatamente para um sanatório. Era inebriante, maluco, o suficiente para fazer qualquer uma virar uma louca de pedra. Parecia bruxaria.

E eu estava completamente enfeitiçada.

-Gosta do que vê?

-Não sabe o quanto. -Sorri. -Você é tão lindo que me encanta. -Pousei minhas mãos sobre seu rosto, enquanto ele descia as dele para abraçar minha cintura. -Parece feitiço, bruxaria, um tipo muito forte de encantamento.

-Eu estou completamente apaixonado por você. -Ele soltou repentinamente. Seu olhar demonstrava uma sinceridade tão grande que me fez desmanchar. Cada pedaço do muro que eu tinha construído para defender-me de Charlie acabara de ser destruído. Cada parede de concreto. Foi um sentimento tão forte que teria derrubado as muralhas do Castelo Fortmess.

-Isso me enche de felicidade.

-Mesmo? -Eu assenti. -E por quê?

-Pois eu me sinto da mesma forma. E doeu tanto pensar que alguma outra poderia ter entrado no meu lugar. Eu não deveria ter ido.

-Não. Deveria sim. Você nunca ia ter certeza se não tivesse ido. Às vezes nós precisamos abandonar a pessoa que mais nos importa para descobrir que realmente a amamos.

-Doeu tanto, Harry. Eu não quero voltar. Eu não sei se vou conseguir ser uma boa rainha, eu não sei se eu posso administrar um reino inteiro, cuidar do povo. Pelo menos, não sem você, não com Charlie.

-Ele sabe disso? Quero dizer... Charlie sabe que está aqui?

-Charlie ficou em Helsken. Apesar de que todos saibam que eu tive de vir para cá resolver uns assuntos, eu não creio que ele ache que eu vim te visitar.

-Isso, agora, é algo que eu devo manter em segredo?

Olho para baixo. Não queria guardar esse sentimento só para nós dois. Eu queria contar para todo mundo o quanto eu o amava e o quanto eu adoraria estar com ele em todos os milésimos de segundo da minha vida. Mas ainda não era o momento correto. Era melhor esperar o meu plano.

-Entendi. Minha boca é um túmulo. -Eu sorri. Era engraçado pensar o quanto eu gostava de beijar um túmulo. Gélido, morto e cheio de segredos. Essa era a definição mais contraditória àqueles lábios que eu já havia escutado em toda a minha vida.

-Do que está rindo? -Ele perguntou.

-Nada. -Harry levantou a sombracelha e, depois de um momento, começou a rir junto a mim.

E as horas passaram tão rápido. Eu queria ter gravado cada expressão que ele fez, cada sorriso, cada sentimento expressado em seus olhos, cada risada, cada expressão de sua face. Tudo era tão maravilhoso. Num último momento, Harry me colocou dentro de seus braços, me abraçando com força e me deixando totalmente aquecida com seu carinho, com seu amor.

-Eu acho que, infelizmente, terei que ir. Mas eu voltarei para te ver. Eu prometo.

-Eu acredito em você, com ou sem promessas. Estarei te esperando.

Eu já estava na saída, quando me lembrei de falar:

-Harry! Uma última coisa! Você está convidado, não, intimado a ir assistir à minha coroação. Vista sua melhor roupa!

-Pode deixar, senhorita! Como quiseres. -Ele piscou para mim, me roubou um beijo rápido e fechou a porta quando me viu entrar na carruagem.

*Charlie Narrando*
O Castelo Bellair era incrivelmente imenso. Eu conseguia me perder a cada novo dia que amanhecia. Mas aquele dia, em especial, havia sido muito estranho.

O castelo todo acordou sentindo a falta da futura Rainha, que seria coroada em pouco tempo. A Rainha Catherine compareceu ao desjejum, mas permaneceu calada durante todo o tempo.

Eu, como não conseguia me segurar, perguntei:

-Onde está a Princesa?

-Em Méssia, terminando de combinar as ultimas coisas para sua coroação.

Em Méssia. Emma estava em Méssia. Seu pai morava lá, assim como sua melhor amiga. Minha mãe provavelmente estava ciente de sua visita. Mas, dentre tudo, o que mais me preocupava era Harry. O fato de que eu sentia em meu interior que ela iria vê-lo e eu não queria aceitar aquilo.

Papai percebeu que eu parecia um pouco distraído. Caminhou até mim, pousou a mão em meu ombro e disse:

-Está tudo bem? Você está parecendo um pouco fora de órbita.

-Estou bem. Só não acho correto que uma dama como a Princesa Emma tenha ido até Méssia sozinha, sem nenhuma segurança e tão de última hora.

-As coisas aqui em Helsken são um pouco diferentes, Charlie. Nem tudo que é errado em Méssia é errado aqui. -Eu concordei com a cabeça.

Eu sabia daquilo, mas não gostava da sensação de que Emma poderia não estar segura o suficiente, aquele sentimento de que algo ruim poderia acontecer com a pessoa que você gosta.

Mas tudo na minha vida parecia tão complicado. Eu amava Emma, mas, ao mesmo tempo, sabia que ela não me amava. Um sentimento não-recíproco dói tanto.

Se eu quisesse explicar a dor que eu sentia naquele momento eu usaria todas as palavras mais doloridas do dicionário, cantaria as músicas mais tristes que existem e falaria que doía tanto que me fazia sentir como se estivesse perdendo um pedaço de mim a cada segundo que eu passava sem o amor dela.

Antes eu jurava que tudo estava garantido. Que nós iríamos ficar juntos mesmo se ela não tivesse descoberto sobre a sua descendência, mesmo se ela não fosse princesa. Eu a queria com todas as forças da minha alma e a adorava em meu coração.

Seu amor era como um rio que me levava contra a correnteza. E, quanto mais eu lutava, mais forte aquele sentimento crescia dentro de mim, me tomando por inteiro e me deixando sem ar. Me afogando, me submergindo em algo tão forte que eu não era capaz de voltar à superfície.

Eu perambulei por aquele castelo imenso o dia inteiro sem saber o que fazer. Era cortejado por todas as empregadas e damas- mais jovens- da Rainha Catherine, mas não me interessava, realmente, por nenhuma delas. Só uma face me encantava.

E a manhã passou rápido, mas, depois do almoço, a tarde simplesmente foi longa. Eu não tinha muitas coisas para fazer. Tentei conversar com meu pai, mas ele estava muito ocupado resolvendo certas burocracias nas negociações entre Méssia e Helsken.

Eu resolvi sentar-me junto à ele e a Rainha Catherine na sala de reunião enquanto resolviam os negócios. Perto do fim do dia, cerca de 20 horas da noite, um mensageiro chegou com uma carta de Emma. Ela havia usado a viagem de ida e um tempo livre para escrever um comunicado de extrema importância para sua mãe, a Rainha.

Catherine fez um gesto com a mão para que o mensageiro lhe entregasse a carta. Ela abriu o envelope, devidamente lacrado com o selo real, e começou a ler. Então, seus olhos se abriram em surpresa, ou espanto, e ela dobrou a carta novamente. Colocou a mesma de lado na mesa e encarou a tampa de vidro por muitos segundos. Papai perguntou:

-Está tudo bem, Catherine?

-Creio que temos uma complicação, Louis.

-Que tipo de complicação?

-Como sabe, Emma será rainha em poucos dias e ela já pode tomar certas decisões.

-Com certeza. Emma é uma dama estudada e conhece bem as leis.

-Ela propôs seu primeiro ato como rainha.

Nesse momento, eu entrei na conversa:

-E qual seria esse ato? -Os dois olharam para mim, como se tivessem acabado de perceber que eu estivera ali o tempo todo. Eu disse:

-Se preocupa à meu pai, também me preocupa. Sou o futuro rei de meu país.

-Pois bem, se assim deseja. Emma cancelou a aliança com Méssia através do casamento. Ela ainda deseja continuar com a troca de mercadorias e livre circulação de pessoas, mas ela tem uma nova ordem.

-Continue. -Disse meu pai.

-Ela quer formar um bloco econômico entre Almia, Méssia e Helsken. Os três países unidos democraticamente, com documentos legalizados e em papel impresso. Nesse anexo da carta ela mostra várias vantagens na adequação desse bloco, gostaria de averiguar?

-Claro. -Papai tomou o papel nas mãos. Ele analisou todas as informações contidas nele e depois curvou um canto da boca num sorriso torto.

-Ela é definitivamente muito inteligente. Isso traz vantagens para os três países e ainda aponta possíveis desvantagens, o que prova o quão honesta ela é. Será uma ótima rainha.

-E então? -Catherine insistiu.

-Assim que Roger confirmar sua presença me avise. Méssia está de completo acordo com esse bloco. Só precisamos legalizar e lidar com as burocracias.

-Que bom saber que não precisaremos obrigar nenhuma de nossos jovens a se casarem sem amor. Usaremos uma solução bem mais racional e democrática.

-Eu concordo plenamente. Me deixa muito feliz saber que Helsken vai ter uma rainha tão intelectual. -Catherine sorriu de orgulho.

Eu ainda não havia processado tudo o que tinha acontecido naquela sala. Então, eu não me casaria com Emma. Não mais. A não ser que ela queira. Eu não sabia o que pensar. Ela havia, literalmente, encontrado um jeito de terminar tudo. E eu estava destruído com aquilo.

Doeu. Doeu mais do que qualquer ferimento que sofri em guerra. Doeu mais do que uma queimadura bem profunda.

Aquilo doeu tão profundamente em minha alma que eu nunca iria esquecer.

"Meu primeiro amor quebrou meu coração pela primeira vez."

************************************
Oi gente!
Demorou? Demorou. Mas tá aí. Se tiver meio difícil de entender podem tirar suas dúvidas nos comentários.
Não se esqueça de apertar aquela famigerada estrelinha e comentar também porque isso ajuda MUITO MESMO.
Beijos de Nutella pra vocês! Fui!

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