Eu nunca imaginei conhecer essa garota assim, eu havia planejado cada detalhe, de como seria, o que eu iria falar, mas aqui estávamos nós, andando nas ruas de Las Vegas bebendo uma garrafa de Whisky enquanto o tempo passava e amanhecia, fazendo as ruas se esvaziarem cada vez mais.
Ela era muito mais linda do que eu imaginava, muito mais lindo do que eu lembrava. Eu nunca a tinha visto antes como ela está atualmente, pessoalmente não, eu apenas fiquei obcecado por ela desde pequeno graças á um dos meus amigos que conheço de Mullingar, Theo, desde a primeira vez que eu a vi ela estava tocando violão numa festa familiar que eu acompanhei Theo, eu fiquei apaixonado mas ela nunca notou minha existência e nem sabia quem era eu.
A verdade era que nem eu sabia de onde eu vinha, eu não fazia ideia de quem eu era na vida, mas isso pra mim nunca foi importante.
Parecia um sonho vê-la ali sorrindo pra mim, com aqueles olhos azuis lindos onde não existe iguais, aquele cabelo longos e pretos e suas sardas que eu tanto gostava, vestida naquele vestido vermelho de seda que parecia que havia sido feita para ela por isso não parecia ser real.
"Já são 2 horas da manhã." Ela murmura rindo sozinha enquanto volta a guardar o celular no meu bolso. Como ela podia ser tão linda ? "Estou completamente ferrada, como eu vou chegar em casa assim ?"
"Nós vamos pegar um táxi." Digo e ela apenas me encara por alguns segundos e assente logo depois.
"Eu não sei o que eu estou fazendo da minha vida." Murmura baixo, quase pra mim não ouvir, e vira novamente em direção a calçada em que estávamos andando e deixando a garrafa de bebida no chão antes de sair andando.
"Você se arrependeu de ter vindo comigo ?" Pergunto por impulso apenas por ter ouvido a sua última frase e ela me olha por cima do ombro de imediato. "Você preferia ter ficado lá?"
"Não, não." Responde balançando a cabeça e seus dedos em modo negativo enquanto se aproximava de mim, encostando suas mãos delicadamente em meu peitoral, como se estivesse com medo de me machucar. "Acho que fui eu quem disse onde estaria, huh ?"
"Eu sei, mas você se arrependeu de ter me conhecido ?" Pergunto e eu vejo a mesma revirar os olhos enquanto bufa. "Sem revirar os olhos mocinha."
"Eu já disse que não, não me arrependi." Sopra se afastando mas eu não deixo a mesma ir segurando na sua cintura. "Eu gostei de vir, é a nossa primeira noite juntos e eu nunca me senti tão...livre como hoje."
"Isso é muito bom.." Digo abrindo um sorriso e olhando dentro dos seus olhos. Ela me deixava nervoso, muito nervoso. Comecei a puxa-lá lentamente para perto para beijar seu lábios novamente mas ela apenas ficou sem expressão enquanto se aproximava.
"Isso está gay demais.." Sussurra me fazendo rir do que ela falou e a mesma não entende nada. "Mas é a verdade. Por que não beija de uma vez ?"
"Você é bruta por mensagens e pessoalmente também em." Digo e ela dá de ombros. Olho para o meio da rua vendo que não passava quase ninguém por ali, a não ser os carros, e voltei a olhar pra ela. Puxei sua cintura com voracidade e fiz a mesma perder o ar de seus pulmões roçando meus lábios no seu. "Eu disse que ia te fazer perder a marra."
"Ainda estou esperando." Seus olhos brilham em desejo e eu coloco uma mão sobre seu rosto acariciando o mesmo.
"Tem um paparazzi escondido por perto.." Falo para ela e seguro seu rosto para ela não olhar para os lados. "Eu queria muito te beijar pra tirar sua marrar, mas eu respeito você."
"Você não existe." Sorri fechando os olhos e colocando seu rosto no meu peito. "E eu estou com fome."
"McDonald's ?" Pergunto e ela apenas me olha sorrindo muito.
"Ótima ideia." Responde e eu apenas olho para os dois lados. Avisto um táxi parado de longe e sem avisa-lá puxei a mesma para correr atrás do taxi. "Caramba pequeno gafanhoto."
"Está disponível moço ?" Pergunto ao homem que estava dentro do carro e o mesmo assente e eu abro a porta para deixar ela entrar primeiro. Fecho a porta assim que entro e ele nos olha pelo retrovisor. "Leva a gente para o Mc mais próximo por favor."
"Minha mãe está me ligando." Mostra pra mim a tela do seu celular onde ela estava recebendo uma ligação da mãe dela, já que tinha uma foto da mesma no fundo. "Vou desligar o telefone."
"Você vai levar uma bronca daquelas quando chegar." Digo e ela apenas da de ombros enquanto boceja. A mesma deita no meu ombro e apenas depois de um tempo me responde.
"Nem ligo." Sua voz sai delicada e baixa. Acho que não foi uma boa ideia ter ficado só andando por aí, ela havia ficado muito cansada.
"Por que me chama de gafanhoto ?" Minha curiosidade fala mais alto que eu naquele momento e ela não entende muito bem então eu repito.
"Se um gafanhoto aparece á você, significa um novo passo na sua vida." Fala baixo e eu apenas olho para a estrada a nossa frente enquanto refletia sobre o que ela me falava. "E você é um novo passo na minha vida."
"Nossa." Digo realmente surpreso e ela apenas desencosta seu rosto do meu ombro e olha para fora.
"Chegamos." Fala como se fosse uma criança feliz e eu apenas tiro o dinheiro de dentro do bolso murmurando pra ele ficar com o troco. Abri a porta para sair e esperei ela sair colocando seus saltos no chão e fazendo a mesma colocá-los. Agradeço ao taxista e entrelaço nossos dedos para entrar com ela dentro da lanchonete. "Eu nunca disse isso a ninguém mais acho que peguei o pacote completo."
"Oi ?" Pergunto meio confuso por ela ter falado aquilo do nada e ela se solta de mim para entrar na minha frente. A mesma para de frente para mim bloqueando a entrada e
sorrindo.
"Você é meu melhor amigo, um bom ouvinte, engraçado, suporta minhas grosserias, tem um senso de humor que me completa, é um menino muito lindo, e sem falar desse seu peitoral né ?"
"Se você disser sim..." Digo me aproximando da mesma e ela continua da mesma forma que estava. "Eu viro até seu namorado."
"Eu estou sentindo cheio de Big Mac." Desvia o assunto entrando ligeiramente dentro do estabelecimento me deixando ali do lado de fora perdido nos pensamentos. Essa garota ainda iria me deixar louco.
Entrei na lanchonete e vi que tinha algumas pessoas ali, na verdade muitas, que olhavam para a menina de vestido vermelho fazendo seu pedido no balcão, reconhecendo de quem ela era filha. Me aproximei da mesma antes que alguém fizesse isso por mim e ela apenas concordou no pedido que a garçonete repetiu.
"O que vai querer ?" Pergunta a mim e eu apenas dou de ombros não me importando com o que comia. "Então é estes dois lanches mesmo moça."
"Já vai sair seu lanche." Ela diz e nos assentimos vendo a mesma se afastar. Ficamos ali na fila por uns instantes em silêncio e eu não sabia o que fazer. Apesar de querer mostrar ao mundo que ela era minha, eu sabia lá no fundo que ela não era.
Então ela me pegou de surpresa quando passou seus braços finos ao meu redor e me abraçou deixando seu rosto enterrado no meu peitoral. Fiz o mesmo com ela passando meus braços por seu pescoço e deixei um beijo sobre o topo da sua cabeça.
Nosso pedido logo chega e eu levo para um mesa bem afastada das pessoas que não paravam de comentar baixinho sobre ela que andava despreocupadamente. Ela era louca.
Assim que sentamos começamos a comer o lanche, sem falar absolutamente nada. A não ser como aquele lanche estava maravilhoso mas logo ela deixou seu lanche de lado e olhou para mim com um olhar caído.
"O que aconteceu ?" Pergunto e ela suspira antes de responder.
"Quanto tempo isso vai durar ?" Pergunta e eu dou de ombros realmente não sabendo responder e nem querendo. "Digo, logo as férias de verão acaba e eu volto para Mullingar."
"Foge comigo." Brinco e ela ri enquanto balança a cabeça negativamente.
"Eu estou falando sério idiota."
"Acha que eu estou brincando ?" Pergunto e ela dá de ombros tomando um pouco do seu refrigerante. "Eu não sei o que vai acontecer depois...eu quero saber do agora."
"E o que vai acontecer no agora?" Sopra a pergunta e eu não faço a mínima ideia do que responder.
"Agora a gente vai ser feliz até o último minuto que nós estivermos juntos." Falo a primeira coisa que me vem à mente. "E no final, a gente vê no que dá."
"Quanto açúcar."
"Você gostar do meu amor por você que eu sei." Murmuro.
"Como mocinha romântica que sou, ainda que disfarçada de macho cínico, sempre achei o amor a coisa mais importante dos quatro cantos do universo."