A grã-duquesa perdida

By lavsmiranda

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Anastásia adotada pela família Tchecov, não faz ideia da onde veio e como foi parar lá. A única coisa que ela... More

Dedicatória
Prefácio
Prólogo
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capítulo XXXIV
Capítulo XXXV
Capítulo XXXVI
Capítulo XXXVII
Capítulo XXXVIII
Capítulo XXXIX
Capítulo XL
Capítulo XLI
Capítulo XLII
Capítulo XLIII
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo XIX

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By lavsmiranda

A primavera estava próxima. Todos do palácio Peterhof estavam felizes com a chegada do mês de março. Natasha era a mais feliz de todas, pois era o mês do seu aniversário e mal podia esperar a hora de ver o belo jardim ficar florido, ouvir o canto dos pássaros e ver animais correndo de um lado para o outro.

Acordou naquela manhã totalmente feliz e renovada. Correu em direção à janela que ficava em frente a sua cama, abriu a pesada cortina de veludo rosa e um raio de sol invadiu seu quarto. Era uma das sensações que ela mais gostava; sentir o sol era uma dádiva de Deus.

Apesar dos dias que já estava em Peterhof, ainda não tinha olhado seus pertences antigos que ali haviam ficado. Foi para sua velha penteadeira, que continuava perfeitamente bela, resolveu abrir a última gaveta. Quando ela era menor, guardava sua pequena flauta doce nela para nenhum dos seus irmãos acharem e esconderem, pois eles nunca gostaram de flauta, somente Anastásia e Dimitri.

Lembrou-se que quando eles partiram para Moscou rapidamente, ela resolveu deixar a flauta em seu antigo esconderijo, e como sabia que nenhum dos empregados ousaria mexer em algo da família imperial, com toda certeza sua velha amiga ainda estaria ali esperando por ela. Abriu a gaveta, e lá estava ela enrolada em um pesado tecido de veludo azul com suas iniciais gravadas.

Pegou a flauta e levemente tirou a poeira que estava no pano. Tirou a proteção do instrumento, e verificou atentamente cada detalhe dela. Estava intacta, deixando-a muito feliz. Começou a tocar imediatamente o hino da Rússia, a primeira música que havia aprendido. Seus dedos pelos furos deslizavam rapidamente, deixando-a orgulhosa de si mesma.

— Estou adorando a canção. — Anastásia pousou sua mão no ombro de Natasha. — O hino ficou até mais bonito.

Natasha colocou a flauta rapidamente em cima da penteadeira e se virou para sua dama.

— Como conseguiu chegar tão silenciosamente?

— Na verdade, bati na porta três vezes. — riu. — Resolvi entrar.

— Claro. — exibiu um sorriso sincero. — Realmente gostou? — pegou as mãos de Anastásia. — Seja sincera.

Anastásia apertou as mãos da grã-duquesa e se aproximou dela para falar.

— Achei espetacular.

Natasha sentiu sua respiração voltar ao normal. Nem ela mesma havia percebido o quão a opinião daquela jovem dama era importante.

— O que vamos fazer hoje? — perguntou Anastásia indo abrir as outras cortinas.

— Pensei em vasculhar o meu quarto. Ele é tão amplo e cheio de coisas. Sei que tem coisas de quando eu era criança aqui. É tudo muito belo, não acha?

— Sim. — Anastásia tocou a campainha de empregados. — Seu banho pode ser agora, ou prefere o desjejum?

— Farei meu desjejum com minha família.

— Sua madrasta sempre faz no quarto, acabo confundindo.

— Ela costumava fazer em família, mas você sabe que tivemos uma discussão, e até hoje papai não está muito bem com ela.

— O que ela fez?

— Ah, o mesmo de sempre. — gesticulou a mão.

— Eu não sei o mesmo de sempre, Natasha. — Anastásia revirou os olhos.

— Ela não gosta que o nome Anastásia e Sasha Bulganova seja citado. Toda vez que isso acontece, uma briga surge aqui. Um conflito que nunca parece ter fim. — a expressão dela se fechou. — Gostaria de um pouco de paz. — suspirou fundo. — Tenho a convicção que piora a cada dia.

A porta se abriu e duas empregadas entraram.

— Bom dia Vossa Alteza. — as duas fizeram uma reverência.

— Bom dia meninas. — levantou-se. — Gostaria que preparassem meu banho. Bastante quente, e com sais variados.

— Com sua licença, Alteza.

— Concedida.

As duas empregadas saíram apressadas e fecharam a porta logo em seguida.

— Estive observando Elizabeth. — Anastásia disse de repente.

— Você o quê? — Natasha riu. — Nunca esperava essa atitude.

— Estou curiosa sobre ela. Vejo-a muito raramente, até o momento parece encantadora. Dimitri e ela estavam no jardim dias atrás.

— Deus misericordioso! Como sabe isso?

— Acha que os empregados não são fofoqueiros? — a dama deu uma gargalhada. — Não sabe de nada Srta. Bulganova.

— Meus irmãos estão muito calados ultimamente. Não me falam nada. Isso é totalmente absurdo.

— Eu sempre vejo vocês conversando muito. — observou Anastásia.

— Dimitri não conversa muito comigo sobre a vida dele. Ele tem favoritismo por Tatiana. — revirou os olhos. — Sendo que eu sou a irmã mais divertida, bonita e amorosa.

— Acho admirável sua humildade, Vossa Alteza. — abafou um riso.

Uma batida na porta foi ouvida, em seguida, uma das empregadas avisou que o banho estava preparado, saindo logo em seguida.

— Bem, vou tomar meu banho e depois vou comer. Poderia escolher um vestido para mim?

— Claro.

— Nem muito simples, nem muito luxuoso.

— Eu conheço seus gostos, Natasha. — respondeu Anastásia com certo sarcasmo.

— Esqueço-me desse detalhe.

— Do que não esquece? — Anastásia revirou os olhos e saiu em direção ao quarto de vestir.

Natasha abaixou a cabeça e sussurrou.

— Da minha mãe.

A mesa ainda estava vazia, entretanto, Vladimir se encontrava sentado esperando os outros chegarem. Ele tamborilava os dedos sobre a mesa impaciente com a demora das pessoas; ele odiava atrasos. Tinha um compromisso naquela manhã com os ministros para discutir alguns problemas que estavam surgindo, como se ele não tivesse vários em sua própria família.

Elizabeth e Phillip chegaram juntos conversando baixo. Olharam para o tio postiço e deram seus melhores sorrisos.

— Bom dia tio. — falou Elizabeth. — Espero que tenha tido uma ótima noite de sono.

— Bom dia minha querida. Tive sim, obrigado.

— Bom dia tio. — Phillip sentou-se ao seu lado esquerdo. — Posso sentar aqui, ou algum de seus filhos podem se importar?

— Não me importo. — a voz de Dimitri invadiu o lugar. — Fique à vontade, sinta-se como se estivesse na Inglaterra. — foi em direção ao seu pai. — Bom dia meu amado pai. — pegou sua mão e beijou. — Que Deus lhe dê um dia maravilhoso.

— Deus lhe abençoe meu filho. — beijou a testa do filho.

Dimitri foi se sentar ao lado de Elizabeth. Vladimir notou o quão ela ficou ruborizada quando seu filho beijou sua mão e disse alguma coisa que somente os dois pudessem ouvir. Esboçou um pequeno sorriso com aquela cena, voltando sua atenção para a porta, que vinham suas duas filhas, Tatiana e Ivana. Elas repetiram o mesmo gesto do irmão, e foram se sentar do lado direito da mesa, deixando a cadeira ao lado do czar vazia para Lara. Natasha, Nikolai e Alexander chegaram simultaneamente juntos, repetindo os mesmos gestos dos irmãos, e dividiram-se na mesa.

Faltava apenas Lara, sua esposa. Era estranho, ela tinha a pontualidade britânica, e não tolerava atrasos. Poderia ter acontecido alguma coisa, ou tinha resolvido fazer mais uma vez seu desjejum no quarto. Fez um gesto para um empregado que esperava as ordens para servir o café da manhã, e esperou a comida ser posta na mesa.

— Bom dia para todos. — Lara chegou com um sorriso no rosto. — Espero que todos tenham dormido bem.

Todos na mesa, com exceção de Elizabeth e Phillip, olharam para a czarina com espanto. Vladimir estava assombrado com aquele bom humor, pois ela na maioria das vezes estragava a felicidade da manhã. Ele observou ela se sentar, o deixando bastante desconfiado sobre aquela súbita alegria.

— Tenho uma notícia muito feliz para comunicar a vocês. — Lara falou excitada de tanta felicidade. — Mal contenho tanta felicidade em mim.

— Diga de uma vez. — Nikolai disse com desdém.

— Daqui uns meses a família irá crescer.

Alexander deixou sua xícara de chá cair.

— Acho que não ouvi muito bem. — disse Natasha. — Está grávida?

— Sim, minha querida. — respondeu triunfante.

Vladimir respirou fundo com aquela notícia e esfregou sua têmpora.

— Não está feliz, meu amor? — pegou na mão dele e depositou um beijo casto.

— Há quanto tempo sabia que estava grávida? — perguntou com mau humor.

— Alguns dias. — retirou sua mão sobre a dele.

— E por que diabos não me disse assim que descobriu?

— Não achei necessário. — deu de ombros.

— Odeio que escondam as coisas de mim, Elizabeth. — não quis dizer seu apelido, para deixar claro o quão estava aborrecido.

— Era para ficar feliz, não com raiva. Eu sei que odeia que escondam as coisas de você, mas eu queria fazer uma surpresa. Não posso? Você tem seis filhos...

— Eu tenho sete filhos. — corrigiu com frieza.

— Vladimir...

— Simplesmente não comece com isso novamente. Estou feliz que eu vou ter mais um filho, que ele venha com saúde e no meio da paz. — olhou para ela dando ênfase a última palavra.

— Espero que esse novo filho preencha o vazio que tem em seu coração, meu bem. — Lara sorriu cinicamente.

Vladimir controlou todas as suas emoções, respirou fundo e a respondeu.

— Querida Elizabeth, aprenda que nenhum filho substitui o outro. Todos são diferentes, nenhum é igual. Eles até podem ser parecidos na aparência. — indicou com a mão os filhos. — Mas, jamais serão iguais, ou irão substituir o outro. Espero que definitivamente ponha isso em sua cabeça. — colocou o guardanapo sobre o prato e se levantou. — Grigori. — o empregado que estava colocando os pães na mesa veio rapidamente em sua direção. — Pode servir o meu desjejum no meu gabinete?

— Claramente que sim, Vossa Majestade.

— Obrigado. — assentiu com a cabeça. — Um bom café da manhã para todos.

E saiu da sala de jantar irritado.

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