No dia seguinte Christian se despediu a contragosto dos pais.
- Traga notícias de sua irmã. - Isabel sussurrou.
Felipe saiu correndo do palácio e entregou um envelope pro irmão.
- Entrega pra sua esposa e pra minha irmã, por favor!
- Está bem! - respondeu de má vontade.
- Prometa que irá entregar à elas. - Felipe insistiu.
- Eu vou entregar! - Christian respondeu e tomou o papel da mão dele.
- Obrigado irmão! - Felipe respondeu com um sorriso nos lábios.
Christian ficou com vontade de xingar o irmão, só não o fez porque sua mãe estava presente.
- Volto o mais rápido possível. - respondeu encarando a mãe e o irmão.
- Está bem filho, mas retorne com Angelique, por favor. - Isabel pediu.
- Está bem, mãe. - assentiu.
Isabel o abraçou mais uma vez antes de deixar Christian se virar e ir embora.
- Quando ele volta? - Felipe perguntou abraçando a mãe.
- Logo filho, logo. - respondeu acariciando seus cabelos.
Anahí acordou sentindo dores e um tremendo incomodo. Resmungando ela se sentou na cama e se assustou ao perceber que os lençóis estavam molhados.
Uma contração forte a fez se dobrar na cama de tanta dor.
- Não pode ser! - ofegou, colocando a mão na barriga. Sua hora havia chegado.
Anahí chamou por Alfonso e se deu conta de que ele não estava no quarto. Afastando os lençóis ela ficou de pé. Uma nova contração a assolou, forçando-a a sentar-se na cama. Assustada começou a gritar.
- Marido! Marido!
- O que passa minha irmã? - Dulce entrou no quarto preocupada.
- Meu bebê vai nascer! - Any ofegou. - A bolsa rompeu, vai nascer!
- Oh meu Deus! - Dulce saiu do quarto assustada.
Anahí conseguiu ouvir os gritos da irmã mandando chamarem a parteira. Não deu um minuto e Alfonso entrou no quarto preocupado.
- O que aconteceu, meu amor?
- Nosso bebê vai nascer! - ela ofegou.
- Tem certeza?!
Uma nova contração fez Anahí agarrar a mão de Alfonso e empalidecer.
- Certeza absoluta! - ofegou.
Elizabeth e Jane entraram no quarto, as duas falando ao mesmo tempo.
- Filho você não pode ficar aqui!
- Já mandei os empregados pegarem água quente.
- Vai dar tudo certo filha com a graça de Deus!
Dulce entrou no quarto afobada.
- Os empregados foram buscar a parteira, o que você ainda ta fazendo aqui?
Elizabeth puxou Alfonso pela mão obrigando-o a sair do quarto, enquanto isso Jane ajudou Anahí a se deitar.
- Mas... Mãe é meu filho que vai nascer!
- Sim e se você ficar aqui com ela, só irá nos atrapalhar. - respondeu o empurrando.
Alfonso tentou argumentar, mas foi expulso e teve a porta fechada na sua cara.
- Deixem ele ficar comigo eu to com medo. - Any implorou.
- Nada disso, homem nessas horas só atrapalha. - Elizabeth respondeu.
- Calma Any vai dar tudo certo. - Dulce se aproximou e segurou sua mão.
O choro de Cecília foi ouvido no quarto logo ao lado.
- Eu fico com minha neta, Dulce fique com ela até a parteira chegar. - Jane respondeu antes de sair do quarto.
- Vou acender uma vela para a nossa senhora do bom parto te iluminar. - Elizabeth respondeu.
- Vamos descobrir se você tem uma garotinha como eu ou um garotinho. - Dulce sorriu. - Depois do susto minha irmã, hoje finalmente você vai poder conhecer seu filho.
- Sim! - Anahí assentiu tentando mandar o medo que sentia pra longe.
- Não fica com medo, vai dar tudo certo. - sorriu acariciando seu rosto.
- Deus te ouça. - Any sorriu.
Uma nova contração quase a fez gritar de dor. Duas criadas entraram com panos e água quente.
- Tome querida, morda, isso pode ajudar. - Elizabeth colocou o pano na boca de Anahí.
- Logo a parteira estará aqui. - Dulce respondeu, acariciando sua barriga.
Monterrey
Mariana saiu da sala de visitas, quando viu uma Maite desanimada subir até o quarto. Derrick havia levado Angelique para dar uma volta pela cidade portanto as duas estavam sozinhas.
- O que houve querida?
- Nada tia, apenas estou triste. - Maite suspirou.
- Triste com o que, posso saber?
- Minhas regras chegaram. - Maite respondeu e abaixou a cabeça.
- Você queria que elas tivessem atrasado, estou certa? - Mariana estreitou as sobrancelhas.
- Sim... Essas últimas semanas com Angelique despertaram em mim o desejo de ser mãe, era algo que já sentia há algum tempo, sempre sonhei em dar um filho ao meu marido, mas agora...
- O desejo aumentou!
- Sim e toda a vez que as regras chegam, sinto-me decepcionada. - Maite suspirou.
- Querida não há razão para ficares assim, és muito jovem e está a poucos meses casada.
- Mas Dulce, Angelique e Anahí engravidaram pouco depois de se casarem. Christian mal tocava em Angelique e mesmo assim lhe fez um filho.
- Meu amor, filhos são bênçãos de Deus, eu levei cerca de um ano para conseguir engravidar de meu marido. É assim mesmo, algumas mulheres engravidam logo, outras demoram mais.
- Gostaria de ser como as que engravidam logo.
- Querida você completou 19 anos a pouco tempo, ainda tem muitos anos pela frente, poderá dar muitos filhos a seu marido. - Mariana sorriu. - Não tens porque ter pressa.
- E se eu nunca conseguir engravidar e Derrick me devolver? Não tenho para onde ir tia.
- Esta casa é sua casa agora, se um dia Derrick não querê-la mais, ficará comigo. Mas eu duvido que isso irá acontecer, ele ama você. Tenho certeza que ainda terão muitos filhos.
- Deus te ouça tia, às vezes tenho medo de ser incapaz de gerar uma criança.
- Não diga tolices, suas regras vem corretamente e são provar de que você é uma mulher pronta pra ser mãe, apenas dê tempo para que isso aconteça está bem?
- Sim tia, entendi. - Maite assentiu.
- O que acha de ajudar-me a preparar aquele bolo delicioso, que tanto gosta?
- Me encantaria tia, podemos fazer também os biscoitos preferidos de meu marido? - Maite sorriu.
- Claro, querida, vamos fazer sim. - Mariana assentiu empolgada.
Capital
A parteira apalpou e examinou a barriga de Anahí.
- As contrações estão frequentes?
- Sim! - Elizabeth assentiu.
Examinando Anahí mais detalhadamente a parteira sorriu.
- Chegou sua hora querida, vamos colocar este menino ou está menina no mundo.
Anahí assentiu ainda com medo e sem acreditar que em pouco tempo ia conhecer seu filho ou filha.
- Agarre a barra da cama e faça força sempre que eu mandar.
Anahí assentiu prestando atenção nela.
- Vamos trazer essa criança pro mundo. - a parteira sorriu e afastou bem as pernas dela.
Lá embaixo Alfonso não parava de andar de um lado pro outro.
- Pare com isso sobrinho, vai deixar-me zonza. - Isabel advertiu.
- Perdoe-me estou ansioso. - Alfonso respondeu. - Dulce porque não lhe deixaram ficar com Anahí?
- Porque muitas mulheres podem atrapalhar, a parteira só permitiu que Elizabeth e Jane ficassem com ela.
- Elas são experientes vão saber ajudar a parteira a conduzir o parto, não se preocupe sobrinho.
Alfonso assentiu, mas continuou encarando a escada afoito.
- Venha você precisa se sentar um pouco. - Ucker o arrastou até a cadeira.
Alfonso sentou mesmo contra sua vontade e suspirou.
- Espero que nada aconteça a minha esposa e meu bebê.
- Não vai acontecer nada, logo estará com seu filho ou filha nos braços. - Dulce sorriu.
Quando se sentou e pegou o terço entre as mãos, Dulce rezou para que ocorresse tudo bem no parto, para que a irmã ficasse bem e o bebê nascesse com saúde. Mas não conseguiu evitar de fazer um pedido, que a criança fosse uma menina, pois assim Dulce não seria tão julgada por ter trazido Cecília ao mundo.
E quanto mais as horas iam se passando, mais todos rezavam.
A parteira empurrou a barriga de Anahí enquanto ordenava que esta fizesse força. Elizabeth molhava um pano em sua testa enquanto Anahí mordia outro, e Jane ajudava empurrando a barriga pra baixo.
- Anda menina, força!
Anahí mordeu o pano com força e empurrou, com o tempo ela estava começando a perder as forças.
- Vamos falta pouco, faça força!
Anahí obedeceu e mordeu o pano. Lembrou de Alfonso, dos momentos que passou com ele, tudo que viveram até ali, inclusive o susto que levaram onde ela quase perdeu o bebê. Sem saber de onde, ela tirou forças e empurrou com toda a força que conseguiu reunir.
O choro de bebê invadiu o quarto e Anahí relaxou, quase sem acreditar que tinha conseguido.
Na sala todos paralisaram ao ouvir o choro.
- Nasceu! - Christopher sorriu e abraçou Alfonso.
Alfonso riu e abraçou o primo sem acreditar que finalmente seu filho tinha nascido.
- Parabéns querido! - Isabel o abraçou.
- Obrigado tia! - sorriu afoito, ainda sem acreditar no que estava acontecendo.
Os passos na escada chamaram a atenção de todos. Alfonso paralisou quando viu a mãe.
- Como está minha esposa? E meu filho?
- Os dois estão bem. - Elizabeth sorriu os olhos brilhando. - Você tem um filho querido, é um menino!
- Um menino! - os olhos de Alfonso paralisaram em choque.
- Sim, filho, um menino, um belo menino. - Elizabeth sorriu emocionada.
- Parabéns primo! - Christopher foi o primeiro a puxar Alfonso e abraça-lo.
Enquanto todos na sala faziam a festa, Dulce suspirou e abaixou a cabeça. Estava feliz pela irmã, pois, no fundo sabia que Anahí merecia aquela graça, mas também estava triste e preocupada por ela e a filha..