Newt estava bêbado, bêbado e sozinho, havia perdido os amigos há uns dois, três copos atrás, era impossível de se ter certeza quanto à isso. O copo de vodca e soda em sua mão era algo entre o quinto e o sexto, ele também não tinha certeza alguma sobre estes números.
Ele estava completamente sozinho em meio à jovens de sua faculdade com os quais nunca conversara e se quer se importava. Talvez fosse o efeito do álcool em seu organismo, ou o efeito do foda-se que ele decidira ligar para tudo naquele momento.
Newt desejava o seu mais sincero foda-se para quem estivesse assistindo-o dançar de forma atrapalhada no meio da pista de dança.
Newt desejava o seu mais sincero foda-se para o fato de estar perdido, ele não ligava.
Newt desejava o seu mais sincero foda-se para tudo.
Para tudo, menos para ele.
Era impossível para Newt ligar o foda-se quando se tratava dele. Ainda mais quando seus olhos foram abertos apenas para deparar-se com ele à poucos metros de si, sorrindo em sua direção enquanto observava-o dançar.
"Eu não consigo me decidir se vê-lo dançar é a coisa mais ridícula ou a mais preciosa que eu já vi em toda a minha vida." Sua voz se fez presente na mente de Newt, como um sussurro ao pé do ouvido que na verdade só se pode ser sentido. Um sussurro que só se fez presente para Newt. Um sussurro que veio de uma memória, a porra de uma memória do primeiro encontro dos dois.
Ele estava mais perto agora, e Newt pode assisti-lo andar em sua direção com o sorriso mais lindo de todo o universo.
Merda. Newt duvidava que algum dia seria capaz de não estar apaixonado por ele.
Ele estava tão perto agora que já tinha Newt envolvido em seus braços pela cintura. Seus corpos estavam colados em um abraço confortável.
- Você está lindo. - ele sussurrou.
E Newt sorriu.
Sorriu até sentir as bochechas doerem, e antes que o outro tivesse a chance de dizer qualquer outra coisa, os lábios de Newt já estavam colados contra os seus.
Fora um beijo urgente, mas bom.
Com gosto de saudade, e de paixão. Fora um beijo de longos minutos, mesmo que Newt sentisse a necessidade de beijá-lo por horas.
Quando o beijo foi quebrado, Newt abriu os olhos só para se dar conta de que o rapaz à sua frente não era ele.
Era Charlie, um babaca do time de futebol com quem ele eventualmente fodia.
E então, uma lágrima correu por sua bochecha.
Aquela não era a primeira vez que via o rosto dele em outros caras, e provavelmente não seria a última também.