Paixões Gregas - Destinos Cru...

By MnicaCristina140

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Heitor Stefanos nasceu numa pequena Ilha grega, cresceu em Nova York e agora vive em Londres, é um jovem mili... More

Capítulo 1
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5

Capítulo 2

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By MnicaCristina140


Pov - Olívia

Subimos o último lance de escadas com Lizzie tagarelando como de costume. É sempre assim quando voltamos do ballet, a animação só termina quando esgotada se deita e é engolida pelo sono. Não tem nada que meu solzinho ame mais do que suas aulas de ballet.

─Mamãe, podemos jantar assistindo TV? Eu me comportei direitinho na aula de ballet, a professora disse que um dia eu serei uma grande bailarina. - Ela faz um gesto amplo.

─Será mesmo uma grande bailarina. Sobre o jantar, vamos pensar. - Abro a porta e ela entra na frente saltitante. Linda e cheia de vida.

Entramos e sigo direto para o quarto onde deixo suas coisas. É um pequeno apartamento de apenas um quarto que dividimos, mas estamos bem, seguras e cercadas de amigos queridos com quem sempre posso contar nos momentos difíceis e vivemos alguns.

─Domingo podemos ir ao cinema? - Ela pede me seguindo em direção a cozinha.

─Podemos! - Não posso proporcionar grandes viagens a Lizzie, mas não nos falta nada e um cinema aos domingos é algo que ela simplesmente ama.

─Oba! - Lizzie aplaude, me abraça cheia de gratidão. Como pude ter tanta sorte com ela? Doce, gentil, delicada, uma flor de criança querida por onde passa, definitivamente não puxou Patrícia. Beijo sua bochecha.

─Vou preparar seu jantar mocinha e você pode ir tirar sua roupa de ballet.

─Por favor deixa eu ficar assim só mais um pouquinho! - Ela junta as mãozinhas, é noite de sexta então apenas sorrio, ganho outro abraço. - Minha mãe é muito linda!

─Minha filha que é! - Digo com um beijo e um abraço. ─ Agora me conta, como foi a aula? - Pergunto abrindo a geladeira e começando o jantar.

─Muito legal! - Lizzie se senta na cadeira ansiosa para me contar. - Acho que vai ser uma linda apresentação. Carol chorou hoje porque errou os passos e a professora disse que ela precisa ser paciente. Eu não choro quando erro, eu presto atenção e fico tentando até conseguir.

─Isso mesmo! - Ela fica orgulhosa, se arruma na cadeira. ─Fico muito orgulhosa.

─Vou dar um oi para minhas filhas, ver se estão bem. - Ela corre para o quarto.

Sorrio encarando as panelas, que boa sorte eu tive. Quando Patrícia chegou aqui de malas nas mãos me pedindo abrigo depois de uma briga com Chloe eu bem que estranhei. Esse não é definitivamente um lugar que Patrícia se sentiria em casa, mas uns dias depois eu descobri a razão.

Patrícia estava grávida de um milionário Grego, se recusava a dar a mãe o nome do pai de Lizzie, e Chloe não se conformava em não tirar vantagem disso. Nos primeiros dias admirei Patrícia, que tolice, a única razão para ela se recusar a dar o nome era por não querer Lizzie, no começo queria tirar a criança, discutimos tantas vezes, implorei quase de joelhos pela vida de Lizzie.

Usei todos os argumentos que pude, convenci Patrícia a entregar Lizzie ao pai quando nascesse e isso a convenceu, mas então os dias iam passando e ela não conseguia contato e quando desistiu era tarde para tirar Lizzie.

Então foi ainda mais difícil manter Patrícia na linha, não sair, não beber, dormir cedo e se exercitar era a morte para ela, mas cuidei de tudo, me desdobrei e Elizabeth nasceu saudável e linda. Achei que quando ela olhasse aquele rostinho doce se derreteria de amor e seria uma boa mãe.

Não aconteceu, Lizzie tinha dez dias de vida quando ela fez as malas para viajar com um americano rico num cruzeiro pela Europa toda. Meus pedidos foram todos ignorados e ela partiu sem olhar para trás. Eu tinha dezoito anos e um bebê nos braços. Eu sabia que aquela viagem iria acabar com sua saúde, não estava enganada. Patrícia retornou doente, uma infecção que se generalizou e quando Lizzie completava três meses eu a carregava nos braços no velório da mãe.

Chloe me culpa até hoje pela morte da filha, pior, culpa Lizzie e nunca quis muito contato. Nos procurou apenas meia dúzia de vezes nesses sete anos e sempre com o único objetivo de saber o nome do pai de Lizzie, se Patrícia não disse eu não vou dizer. Heitor Stefanos não veio, porque agora depois de tanto tempo iriamos atrás dele?

Apenas Lizzie pode decidir isso quando tiver idade.

Chloe e eu nunca vamos nos entender. Ela e Patrícia entraram em minha vida quando completei sete anos. Meu pai se apaixonou perdidamente por Chloe e fiquei feliz com isso, ele nunca parava de chorar a morte de minha mãe e um novo amor fez bem a ele.

Além disso ganhei uma irmã com doze anos. Patrícia era muito diferente de mim, mas nos dávamos bem e com o tempo nos tornamos mesmo irmãs. Amei patrícia como uma irmã problemática e cheia de vontades. Meu pai também, a ponto de adota-la.

Sempre tivemos uma ótima vida, boas escolas, viagens de férias, aprendi vários idiomas, fiz cursos de ballet e artes, mas Patrícia pensava apenas em garotos e roupas. Era assim que Chloe a ensinava, meu pai apaixonado, atendia todos os desejos das duas e rodamos o mundo em férias. Até que o dinheiro foi acabando e meu pai se machucando e entristecendo e quando um ataque do coração o tirou de nós eu tinha dezessete anos.

A herança se resumia a uma casa elegante e um carro, divididas em três não sobrou muito, deixei Chloe, não podia viver como elas. Apliquei minha parte pensando no futuro e aluguei esse apartamento, estava cuidando bem de mim mesma até Patrícia chegar, e quando me vi sozinha com dezoito anos e uma criança fiz tudo que pude, o dinheiro aplicado se foi, mas nunca vou me arrepender, com o trabalho de tradução crio meu solzinho e somos felizes.

Isso é tudo que importa. Quando ela crescer, se decidir procurar o pai eu a ajudo, sei quem ele é, onde vive, pesquisei e sei sobre sua família, sobrinhos, irmãos, ensinei grego a ela, fui além e ensinei sobre suas lendas e cultura, não será nada difícil para Lizzie se adaptar se um dia se reunir a família.

Uma batida na porta me traz de volta a realidade, caminho para atender imaginando que só pode ser o senhor Flinn, nosso vizinho de porta e senhorio, um amigo presente e muito querido.

Abro com um sorriso que se desfaz assim que o homem forte e moreno se faz notar, acho que nunca estive diante de um homem tão bonito, sei quem é ele, eu o vi em muitas fotos. Vez por outra ele está em revistas e jornais, aquele diante de mim é Heitor Stefanos o pai de Lizzie. Muito mais bonito pessoalmente.

A beleza que me chamou atenção no primeiro momento, agora perde a importância diante do que significa sua presença aqui. Imaginei inumes vezes o encontro de pai e filha, nunca desse modo, com ele batendo em minha porta num dia qualquer. Muito menos que sua presença fosse me deixar assim, seus olhos são profundos e me sinto envolvida por sua presença marcante.

Procuro me concentrar, eu não sou esse tipo de garota, nunca aconteceu antes e não vai ser agora que um homem bonito e atraente vai me tirar o chão.

Ele não sabe sobre Patrícia e isso torna tudo ainda mais confuso para mim, Lizzie se aproxima, os dois se encaram e descubro que ele sabe sobre Lizzie, o modo como olha para ela, sinto a ternura e a confusão e não posso deixar de me sentir ameaçada e insegura, ela é tudo que tenho.

Peço para que vá para o quarto, não quero que seja assim, Lizzie é inocente, tem fantasias sobre o pai. Lizzie é uma princesinha e sem discutir corre para seu quarto, abro espaço para que o homem alto de terno e ar superior entre.

Ele percorre o pequeno apartamento com o olhar, não parece contente com o que vê, não tenho do que me envergonhar, ele sim.

─Quem é você? - Não gosto de seu tom, decido não levar em conta.

─Só por garantia é Heitor Stefanos? - Eu me olha firme, ocupa todo apartamento com sua presença dominadora.

─O pai de Elizabeth. - Parece uma pedra de gelo. - Não me respondeu, quem é você e porque minha filha a chama de mãe? - Não sou nenhuma garotinha tola e não vou me deixar abalar por esse tom dominador. Ergo meu queixo.

─Agora ela é sua filha? Depois de sete anos de ausência? - Com quem ele pensa que está falando? Seus olhos cintilam. Não fosse a existência de Chloe eu podia jurar que nunca estive diante de tamanha arrogância.

─Escute moça, vai me responder ou não?

─Sou Olívia Barnes. Irmã de Patrícia, Lizzie me chama de mãe por que é isso que sou desde que ela nasceu! - Como ele pode vir aqui e me desrespeitar depois de ter criado sua filha cercada de amor por sete anos?

─Como Patrícia morreu? - Queria muito manda-lo para o inferno, mas de novo busco controle, isso é sobre o futuro de Lizzie.

─Uma infecção, ficou doente, Lizzie tinha três meses. - Não conto os detalhes sórdidos. No momento ele não precisa saber o quanto Patrícia foi irresponsável.

─E porque não fui informado? - Ele não para nunca de ser idiota?

─Está mesmo me fazendo essa pergunta? Depois de Patrícia tê-lo perseguido por meses e nunca ter se dado ao trabalho de se quer atende-la? Quando sua secretária deixou bem claro que não estava interessado?

─Só descobri isso hoje! - Ele me diz e no fundo eu desconfiava. - Uma carta perdida em uma gaveta por todos esses anos. - Eu li a carta, eu mesma coloquei no correio. - Nunca abriria mão de um filho, nunca deixaria uma mulher gravida sem assistência. Sou um grego, temos honra! - Ele diz firme e acredito, sempre acreditei, nunca achei que ele não queria Lizzie, apenas nunca achei que ele apareceria assim, do nada.

─Sinto muito. Patrícia teria gostado de saber que se importa. - Digo tentando estabelecer alguma tranquilidade naquela conversa. Ele olha em volta mais uma vez, não parece mesmo contente com o ambiente e não vejo nada demais em se viver de modo simples. Não nos falta nada e ainda temos muito amor.

─Bom, agora que tudo está razoavelmente esclarecido eu quero ficar com minha filha, está claro que não tem a menor condição de criar uma criança. - Ele aponta o apartamento com tanto desdém que sinto uma raiva me dominar. Arrogante, idiota e sem valores, é esse tipo de homem que meu solzinho vai ter que conviver?

─O que está tentando dizer? - Pergunto meio sem acreditar.

─É o que ouviu, vou levar minha filha.

─Está maluco? Lizzie é minha filha, nunca abriria mão dela! O que pensa que está fazendo?

─Podemos resolver isso de um jeito fácil e amigável, ou podemos brigar por ela, mas já vou avisando que não será uma briga justa!

─E o que acha que entende de justiça? Entrar aqui e me arrancar minha filha é justo? Levar uma garotinha de sete anos que nunca o viu sem dar a ela escolhas? Ela é quase um bebê, não o conhece, como acha que ela vai se sentir? - Nunca, não importa o quanto eu tenha que lutar, nunca vou abrir mão dela, esse homem definitivamente não entende nada sobre amor, é um egoísta, imbecil, tento controlar a tensão, nunca o venceria nos tribunais, nunca nem poderia começar uma briga como essa, mas não vou simplesmente deixar que a leve, amo Lizzie demais para não lutar por ela. - Quer enfiar minha filha no meio de desconhecidos e acha que ela não vai sofrer?

─Tem razão, quero conhecer minha filha. É meu direito! - Ele sibila furioso. - Vá busca-la.

─Com quem pensa que está falando? Está na minha casa, não sou um de seus empregados. Não me dê ordens e fale baixo, não quero assustar minha filha, acho que concordamos que ela é o que importa aqui.

─Tudo bem, tem dois dias, viajo hoje para Grécia, segunda-feira eu volto e quero ser apresentado a ela, como pai dela, é isso que eu sou e não vou abrir mão da minha filha, não vou perder mais nem um minuto de sua vida! - Ele diz baixo, num tom ameaçador, finjo uma coragem que não tenho, ergo meu olhar e enfrento o dele a meio metro de mim, alto e ameaçador.

─Então vamos a justiça! - Digo firme, sei que nenhum juiz me daria ganho de causa contra um homem jovem e milionário, um pai verdadeiro contra uma mãe postiça e pobre. Mesmo assim prefiro arriscar.

─Escute, não precisamos brigar, você é claro teve gastos, eu posso ver que não está em boas condições no momento, quem sabe eu posso reparar suas perdas, um acordo bom para os dois? - Ele tem um tom mais suave que não me assusta menos. - Um cheque de um milhão? O que acha? - Sinto nojo, definitivamente é assim que me sinto no momento, enojada.

─Está tentando comprar sua filha? É isso que tem a oferecer a ela? São esses os seus valores?

─É pouco, entendi, quem sabe dois milhões? - Não me dou conta do que faço até já ter feito, minha mão acerta o rosto arrogante com toda força que tenho, seus olhos brilham de raiva.

Tremo com medo de sua reação, mas me mantenho firme diante dele, então ele me surpreende de todos os modos. Uma mão me puxa pela cintura enquanto a outra vem para minha nuca, Heitor cola seu corpo ao meu e me beija.

Não um beijo de amor, desejo ou qualquer sentimento bom, é apenas seu modo de me punir, sinto seus lábios sobre os meus enquanto seu corpo cola contra o meu, tento me livrar, o que tenho diante de mim é uma parede de músculos que não se move e nem reage.

Sinto meu corpo reagir de modo vergonhoso, seus lábios que antes esmagavam os meus ficam macios e sua língua pede passagem, me entrego sem mais resistência, as mãos que antes me prendiam agora apenas me envolvem e meu corpo estremece entregue ao dele, meu coração dispara, luto para não envolve-lo pelo pescoço, mesmo sem conseguir evitar participar do beijo, é bom de um modo que nunca foi antes.

Mas então Lizzie me vem à mente, ele quer me roubar meu solzinho e não pode, não vai, não me usando dessa maneira torpe. Junto forças para empurra-lo para longe, me afasto, meus olhos encontram os dele e podia jurar que ele sentiu o mesmo, tem fogo em seu olhar e desejo.

─Como se atreve? - Digo num fio de voz. Ele continua a me olhar, todas aquelas coisas que estiveram em seu olhar desaparecem e a arrogância volta a imperar.

─Ainda está longe de acabar, volto na segunda-feira e exijo ser apresentado a minha filha.

Sem esperar resposta ele caminha para a porta, me deixa ali, plantada e confusa. Bate a porta atrás de si e não consigo me mover. A respiração alterada aos poucos retoma a normalidade, a pulsação volta ao normal e então Lizzie surge me olhando preocupada.

─O moço já foi embora mamãe?

─Sim querida, ele já foi.

─Quem é ele?

─Amanhã conversamos sobre isso, agora precisa jantar e depois vamos ver um filme enroladas na cama o que acha?

─Muito boa sua ideia mamãe, não tem trabalho para terminar?

─Amanhã Lizzie, tudo fica para amanhã. Vem. - Eu a pego no colo, abraço meu anjinho apertado, aspiro seu cheirinho de Lizzie, beijo seu rosto e sigo com ela no colo até a cozinha.

Ela me olha desconfiada, me conhece assim como eu a ela, mas não questiona nada, come conversando alegre e em seguida sem que precise mandar vai escovar os dentes e colocar o pijama.

Lavo os pratos e a encontro brincando com suas bonecas. Ela sorri quando me vê. Arrumo sua cama ao lado da minha, Lizzie se enrola nas cobertas, abraça Aquiles, seu inseparável coelho rosa.

─Que filme solzinho?

─Humm! - Fica pensativa. - A bela e a fera, pode ser, por favor! - Afirmo, só quero pensar um pouco enquanto ela se distrai com o filme, coloco e me deito na cama ao lado. Suspiro, olhando para a tv e revivendo cada segundo da visita do pai de Lizzie.

Não posso vence-lo, nunca poderia, não posso nem começar essa briga, mesmo assim não vou desistir. Olho para Lizzie lutando contra o sono, a coisa mais preciosa do mundo, ela merece conviver com o pai, os parentes, merece as oportunidades que ele pode oferecer a ela, mas não preciso abrir mão dela para isso.

Talvez quando Heitor conhecer sua filha, quando perceber que ela precisa de mim, quem sabe ele nos deixa juntas? Tento não chorar, amanhã conto a ela sobre o pai, Lizzie não acha que foi abandonada, nunca deixei que pensasse isso, nunca deixei que duvidasse do amor do pai.

Magoas e ressentimentos não levam a lugar nenhum e nunca nutri esse sentimento nem deixei que ela nutrisse. Para Lizzie o pai está longe, numa viagem demorada, mas ele a ama, manda presentes no natal que eu mesma providencio, telefona as vezes, ama a filha e um dia vem vê-la.

O dia chegou, Heitor Stefanos chegou de uma longa viagem, como disse a ela que seria, agora não posso apenas fugir para longe, até porque ele me encontraria. Se veio até aqui é porque está decidido.

O fim de semana vai passando sem que tenha coragem de contar a ela, na noite do domingo depois do cinema, jantar e muita brincadeira Lizzie está cansada, eu a coloco na cama. Não posso mais adiar.

─Cadê o Aquiles mamãe? - Entrego o coelhinho a ela que o envolve.

─Lizzie, preciso contar uma coisa. É sobre seu pai.

─Sobre a viagem dele que nunca termina?

─Acabou, ele está de volta e quer muito te ver.

─O moço que esteve aqui? Ele é meu pai? - Ela me olha curiosa, confusa, um tanto assustada.

─Sim querida, é ele, o que acha de conhece-lo?

─Mas você que cuida de mim, não ele, então eu só vou conhecer ele né?

─Ele sente sua falta solzinho, te ama e quer você por perto. Quem sabe não dá uma chance a ele?

─Ele é legal? - Não, é um arrogante idiota que acha que dinheiro compra tudo incluindo amor.

─Muito legal, gostei muito de conhecer ele.

─E ele vem aqui?

─Amanhã, depois do ballet, quer conhece-lo?

─Só falar com ele um pouquinho? Não quero ficar com ele na casa dele como a Emily que fica com o pai dela todo fim de semana.

─Uma coisa de cada vez, não precisa decidir nada tão rápido. - Ela me abraça, se aperta a mim.

─Eu amo você mamãe, sou o seu solzinho. Não quero ficar longe de você nunca!

─Também te amo filha, muito, mais do que tudo no mundo. - Me esquivo de dizer que nunca vamos ficar longe, não posso prometer algo que não sei se vou cumprir, então não vou mentir para ela. Pelo menos não mais do que já estou fazendo no momento.

─O Aquiles está com sono.

─Parece que sim.

─Continua com a história da Odisseia. Estou com medo de acontecer algo com o Aquiles. - Pego o livro, desde que a senhora Adele começou a contar essa história ela não sossegou até que comprasse uma adaptação para ela. Em grego que lemos todas as noites, ela ama a mitologia grega com seus heróis, semi deuses e deuses, mas não sei se vai gostar muito do final dessa saga.

─Vamos lá, fecha os olhinhos, te amo solzinho, boa noite.

─Boa noite. Também te amo muito! - Ela abraça o coelho com nome de semi deus e começo a leitura. Dez minutos e dormia. Pareceu fácil falar sobre seu pai, mas sei que amanhã vai me encher de perguntar e que vai ficar ansiosa e angustiada com o encontro.

Mas nada comparado ao que eu vou sentir quando tiver que apresenta-los, espero que ele consiga ao menos fingir que é gentil. Eu devia saber que seria assim, tanto dinheiro e beleza só servem para destruir, foi assim com minha família.

Meus lábios queimam com a lembrança do beijo e me condeno por isso. Começo a leitura, não quero e não vou mais pensar naquele homem, não como nada além do pai de Lizzie.

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