Paraísos Perdidos

wantsilva द्वारा

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Lara Miller é uma adolescente de dezesseis anos que vê sua vida virar de cabeça para baixo após ter que morar... अधिक

Avisos da Wan <3
Capítulo 01.
Capítulo 02.
Capítulo 03.
Capítulo 04.
Capítulo 05.
Capítulo 07.
Capítulo 08.
Capítulo 09.
Capítulo 10.
Capítulo 11.
Capítulo 12.
Capítulo 13.
Capítulo 14.
Capítulo 15.
Capítulo 16.
Capítulo 17.
Capítulo 18.
Capítulo 19.
Capítulo 20.
Capítulo 21.
Capítulo 22.
Capítulo 23.
Capítulo 24.
Capítulo 25.
Capítulo 26.
Capítulo 27.
Capítulo 28.
Capítulo 29.
Capítulo 30.
Capítulo 31.
Capítulo 32.
Capítulo 33.
Capítulo 34.
Capítulo 35.
Capítulo 36.
Capítulo 37.
Capítulo 38.
Capítulo 39.
Capítulo 40.
Capítulo 41.
Capítulo 42.
Como ajudar PP.
Capítulo 43.
Capítulo 44.
Capítulo 45.
Capítulo 46.
Capítulo 47.
Capítulo 48.
Capítulo 49.
Capítulo 50.
Capítulo 51.
Capítulo 52.
Capítulo 53.
Capítulo 54.
Capítulo 55.
Capítulo 56.
Capítulo 57.
Capítulo 58.
Capítulo 59.
Capítulo 60.
Capítulo 61.
Capítulo 62.
Capítulo 63.
Capítulo 64.
Capítulo 65.
Capítulo 66.
Capítulo 67.
Capítulo 68.
Capítulo 69.
Capítulo 70.
Capítulo 71.
Capítulo 72.
Capítulo 73.
Capítulo 74.
Capítulo 75.
Capítulo 76.
Capítulo 77.
Capítulo 78.
Capítulo 79.
Capítulo 80.
Capítulo 81.
Capítulo 82.
Capítulo 83.
Capítulo 84.
Capítulo 85.
Capítulo 86.
Capítulo 87.
Capítulo 88.
Capítulo 89.
Capítulo 90.
Epílogo.
Agradecimentos.
Bônus.

Capítulo 06.

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wantsilva द्वारा

Acordo às seis horas em ponto, claro que estou morrendo de preguiça e sono, mas tinha que voltar aos estudos.

Ir pra escola era algo mais que difícil para mim, mas tinha que superar tudo e encarar o que era preciso. Nunca havia reprovado e não seria dessa vez que daria esse desgosto aos meus pais.

Vesti a calça da escola que era de malha e batia abaixo do joelho, o blusão, calcei meu adidas branco, ajeitei minha bolsa e peguei algumas coisas precisas.

Saí do quarto penteando meus cabelos com os dedos e encontrei Léo no sofá só de camisa e cueca box. Eita pedaço de mal caminho.

Léo estava correndo o risco de ser o genro que apresentaria para mamãe e se tudo desse certo, o pai de meus filhos.

Fui na cozinha e vi um banquete sobre a mesa: pães, bolos, café, suco, salada de frutas e tudo que era possível ter direito.

─ Bom dia ─ ele chegou na cozinha também se sentando comigo.

─ Bom dia, o cheiro está delicioso ─ digo colocando suco para mim.

─ Acordo bem cedinho pra fazer, quando eu morava com meus pais, tínhamos uma padaria e meu pai me chamava quatro da manhã para ajudar mamãe na cozinha.

─ Quis seguir gastronomia por conta disso?

─ Não, mas é porque eu gosto, a maioria das pessoas perguntam se curto uma banana, mas acho isso preconceito, gosto de cozinhar e nem por isso sou gay ─ ele diz e abro um sorrisinho.

─ No restaurante você também fica de cueca? ─ pergunto curiosa.

─ Sim, não gosto de usar calças, me sinto desconfortável, no começo, meus ajudantes e outros cozinheiros estranhavam, mas já se acostumaram, literalmente.

─ Você é louco! ─ dou uma risada.

─ Vou te deixar na escola, tudo bem pra você?

Assinto e continuo a comer pensando em como seria a reação das pessoas ao me verem e como eu reagiria com elas. Ano passado meu nome era a boca do povo naquela maldita escola. Mas eu havia prometido que não pensaria mais duas vezes e falaria mesmo pra quem visse falar A ou B.

Quando terminei fui escovar os dentes rápido, depois peguei minhas coisas e chamei Léo. Ele estava de cueca ainda e uma camiseta preta, e pense em um homem cheiroso, meu Deus do céu! Entramos no elevador e fomos pra garagem, quando chegamos lá entramos em seu carro.

Coloquei o cinto e ele colocou rap pra gente ir escutando, dei as coordenadas e dentro de minutos chegamos lá, ele dirigia meio rápido mas nada muito louco como Arthur.

Pela manhã, era incrível apreciar a vista pro mar, aquele sol que adentrava pela janela do carro e esquentava meu rosto e por um momento esqueci que estava indo pro inferninho.

Quando chegamos lá respirei fundo e me preparei psicologicamente pra enfrentar aquilo tudo. Olhei pra Léo e forcei um sorriso.

─ Tenha uma boa aula ─ se debruçou e beijou o canto da minha boca. Quase surtei.

Fiquei vermelha de vergonha e saí dali em passos lentos, acenei e fui caminhando pro portão, já haviam entrado, estava atrasada.

Apressei os passos e entrei com uma cara ótima pra não dizer o contrário. Fui em direção à minha sala que ficava no segundo piso e respirei fundo antes de entrar ali. Abri a porta e vi a turma cheia, meu Deus que vergonha, pedi licença ao professor e fui me sentar em minha cadeira que ficava no meio. Ou seja, fui o centro das atenções e pra piorar vi rostos que não queria ver, sabia que eles iriam cair na mesma sala que eu.

Meu ex-namorado e minha ex-melhor amiga estavam na mesma sala que eu, naquele momento odiei ter que cair naquela turma. Inferno!

Tirei meu caderno e copiei tudo, passei todos os horários calada mas ficava realmente incomodada quando ouvia cochichos e sorrisinhos, e quando me viravam, eles estavam me olhando.

Senti vontade de chorar de raiva, mas me contive.

No intervalo, todos passaram por mim rindo, alguns fazendo piadinhas, e só Renan que me encarou sério e frio.

Resolvi sair daquela sala e comprar um lanche, mas assim que passo pela porta colocam o pé e quase caio, quando vejo, nem me surpreendo.

É Maria Eduarda, minha ex-melhor amiga que eu odiava.

Deixe-me resumir a história para vocês: Renan era meu namorado, ela tinha inveja de mim, certo dia, em uma festa, encontrei eles dois transando, os peguei no flagra, depois descobri que ele já me traía fazia dois meses com ela.

Renan era meu primeiro homem, e eu não havia tido noção que dentro dele guardava-se um monstro. Eu acreditei nele, ele espalhou pra toda a escola que havia tirado minha virgindade e ainda espalhou um vídeo que ele havia gravado na webcam do computador dele e eu nem havia desconfiado, sem falar em certas fotos. Depois ele me ameaçou, bateu em meu rosto e me chamou de vadia.

Ele nunca quis terminar, em sua mente para sempre seríamos um casal.

Eu chorei tanto, mas não contei nada aos meus pais, me afastei de todos e da escola, fui humilhada todos os dias por isso, e tive minha reputação acabada.

Mas isso só me fez crescer, amadurecer e renascer.

Saio do transe e fito com raiva Duda.

─ Oi, chifruda, como vai seu par de chifres mesmo? ─ ela faz piada e todas suas amiguinhas falsas gargalham. Duda era aquele tipo de menina muito, mas muito, mas muito mesmo patricinha e mimada. Sempre queria ser melhor que todos.

A fuzilei com meu olhar e tentei me controlar, contei até dez e respirei e inspirei diversas vezes. Que raiva!

─ Que foi? Perdeu sua língua? Ou perdeu suas roupas? ─ ela diz rindo e as amigas dela também gargalham. ─ O chifre ainda pesa?

─ Olha aqui Eduarda, cala a sua boca e procura seu lugar porque a puta aqui da história é você que sempre teve inveja de mim e do meu relacionamento com Renan, mas hoje em dia, nem faço questão de vocês dois.

Ela revira os olhos e se aproxima de mim apontando o dedo em meu rosto.

Naquela altura do campeonato várias pessoas já se aproximavam pra ver a discussão.

─ Não tenho culpa se você não estava mandando bem, querida. A carne é fraca aqui ─ ela diz olhando pro corpo dela e levanto minha mão acertando ela na cara.

Como eu disse: posso ser rica, mas não  sou nem um pouco mimada. E meu pai sempre me disse: se te ofenderam, não discuta, quebre logo a cara com um pedaço de madeira.

E foi assim que eu fui parar na diretoria, após dar uns tapas e uns socos na cara enjoada de Maria Eduarda, coisa que seus pais não deram quando era merecido.

─ Lara, sei bem que pelo o que está passando não é fácil, as pessoas ainda não esqueceram e te entendo bem, mas bater em sua colega não adianta nada ─ Dona Cláudia, diretora geral, conversava amigavelmente comigo em sua sala, eu só sabia olhar pros meus dedos. ─ Preciso falar com seus pais.

─ Eles estão fora do país, meu responsável agora é meu primo Arthur.

Ela abaixa seu óculos e me olha meio desconfiada.

─ Pode me passar o número dele?

Assinto e pego meu celular no bolso da calça, digo o número para a mesma e me retiro da sala indo me sentar nas cadeiras da sala da secretária.

Já tinha se passado uns vinte e cinco minutos e nada de Arthur chegar, até que fiquei com sede e fui beber um pouco de água lá fora. Avisei o inspetor e então saí, estava em aula naquele momento.

Fui andando pelos corredores vazios e climatizados até o bebedor e tomei um pouco de água, voltei pra lá o mais rápido possível, mas quando vejo Renan na porta da secretária eu gelo.

Vou andando em passos lentos até o mesmo e puxo a respiração a prendendo quando tento entrar na secretária e ele não deixa.

─ Vamos conversar ─ ele diz frio.

─ Não tenho nada pra conversar contigo.

─ Tem certeza? ─ ele pega em meu braço e aperta, meus olhos se enchem de lágrimas porque eu me lembro de tudo que ele me fez.

─ Tenho ─ digo com a voz embargada. ─ Acabou tudo! Me esquece, vai lá e fica com Duda porque foi assim que você fez, eu te odeio, e me solta se não quiser que eu grite!

─ Sua pi... ─ ele apertou mais meu braço e fez uma careta de raiva. Mas foi interrompido.

─ Que porra tá acontecendo aqui? ─ é Arthur, ele fala com raiva e Renan me solta o fitando.

Vejo Arthur vim até onde estávamos. Ele olha pra Renan e me puxa pra trás do mesmo. Renan ri e fala tranquilamente.

─ Conversa de namorados ─ ele diz e vai saindo, o acompanho com o olhar e vejo Bruno encostado na parede, me olhando, mas assim que percebe meu olhar sobre si, ele também olha pra Renan que andava tranquilamente.

─ Vamos entrar logo, por favor ─ digo e abro a porta da secretária entrando ali. O Bruno entra junto. ─ O que você tá fazendo aqui?

─ Não é da sua conta, garotinha ─ Bruno fala com ironia e rolo meus olhos.

─ Arthur, por que trouxe esse traste? ─ perguntei baixo e Arthur meio que cambaleou.

─ Eu estava na faculdade após um mês sem ir, soube que entrou uma gatinha e fui conferir.

─ Ele estava bêbado e não conseguiu pegar o volante do carro, essa é a verdade. E já que que sou muito desocupado, eu o trouxe.

Reviro os olhos e entramos na sala da diretora, me sento na ponta, Arthur com um bafo de cerveja imenso no meio e Bruno na outra ponta. Juntos nós seguravamos o mesmo.

─ Bom dia, responsável de Lara Miller Meireles ─ ela diz e estende sua mão. ─ Sou Cláudia Fagundes, diretora geral do instituto educacional Crescimento.

─ Pude perceber né, ou você é a zeladora que está ocupando o lugar da diretora?

Quase morro de vergonha.

─ Bom, o assunto que iremos tratar é a respeito da agressão ocorrida hoje, Lara agrediu sua colega de classe, Maria Eduarda Macedo, ela deixou a garota com dois hematomas no rosto.

─ Essa é minha garota, bate aqui prima ─ ele fez toque e bati.

A diretora olhava a cena meio incrédula.

─ Converse com ela, não aceitamos esse tipo de comportamento aqui. Não é só porque a colega divulgou fotos e boatos dela que deve ser levado à violência.

Naquele momento corei de vergonha, meu coração foi à mil.

─ Fotos? Que tipo de fotos? ─ Arthur me olhou questionando.

─ Nada... ─ encarei a diretora com um olhar matador.

─ É só isso, peço que converse com Lara sobre suas atitudes, da próxima vez haverá suspensão ou até mesmo expulsão.

─ Era só isso, querida? Meus tios pagam você pra ficar me tirando da mesa do bar pra ouvir essa sua voz chata? Gata, vai procurar o que fazer, uma lipo, porque tu é mais gorda que um boneco inflável que colocamos no alto. Ridícula! Oxigenada! ─ Arthur sai gritando e xingando a diretora e precisamos puxar ele até o estacionamento e ele não para de gritar.

─ Ei, Arthur ─ Bruno gargalha. ─ Se acalma cara, mantenha a calma e respira que a TPM passa. 

─ Tô louca! ─ ele diz imitando voz de viado e todos nós sorrimos. 

─ Gente, vamos comer que tô com uma fome ─ digo e os dois concordam. 

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