{Scarlet}
Eu acordei e percebi algo em minha mão. Gritei desesperada. O clima tenso tomava conta do quarto enquanto Tyler e eu tentávamos lidar com a situação desesperadora. Minha mão continuava a pulsar e a cor roxa, junto com as partes pretas, pareciam se espalhar lentamente.
— Eu avisei, Scarlet. Esse anel não é algo com que se brinca. — disse Tyler, sua voz carregada de preocupação.
— Eu sei, eu sei. Mas agora precisamos encontrar uma solução! — respondi, tentando conter o pânico que começava a surgir dentro de mim.
Tyler respirou fundo e assumiu uma expressão determinada.
— Vamos lá, vou puxar com cuidado. Se doer muito, me avise. — disse ele, aproximando-se da minha mão com cautela.
Prendi a respiração enquanto ele segurava o anel e começava a puxar lentamente. Uma mistura de dor e alívio percorreu meu corpo quando senti o anel ceder um pouco. Mas logo em seguida, a resistência aumentou e Tyler parou, olhando para mim com preocupação.
— Não está saindo. Vamos ter que pensar em outra coisa. — disse ele, sua voz soando impotente.
Eu balancei a cabeça, tentando manter a calma apesar do crescente desespero.
— Temos que descobrir uma maneira de quebrar essa maldição. Não podemos simplesmente desistir. — murmurei, minha mente girando com possíveis soluções.
Tyler assentiu, sua expressão séria enquanto ponderávamos sobre o que fazer em seguida. A situação era grave, mas estávamos determinados a encontrar uma saída.
— Pessoal, o que tá rolando? Ouvi uns berros vindo do quarto. — perguntou Logan.
— Esse é o novo problema. — eu mostro minha mão.
— Caramba, Scarlet, o que é isso? — questionou Madison.
— Culpa do maldito anel. — expliquei.
— Já tentou puxar? — sugeriu Logan.
— Sim, está preso de verdade. — respondeu Tyler.
— Ele quer arrancar meu dedo! — reclamei.
— Ah, relaxa, ele não vai fazer isso. — riu Logan.
— Pessoal, o que está acontecendo? — perguntou Agatha ao entrar na conversa.
— Também ouvi gritos vindo do quarto. — acrescentou Madison.
— É isso. — mostrei minha mão novamente. — O que eu faço?
— Ela pegou o anel de uma pessoa que morreu e era muito apegada ao objeto. — explicou Madison. — Você vai tem que arrumar um jeito de tirar isso, ou a coisa vai ficar feia.
— Gente, eu não queria falar nada não, mas não é só a mão da Scarlet que tá roxa não — disse Tyler.
— Tá se espalhando pelo corpo dela, a gente tem que arrumar um jeito de tirar isso dela — disse Madison.
— Mas não vai sair! — disse Tyler.
— Vai, tem que esperar o anel sair por vontade própria. — disse Agatha.
— Gente, me ajuda! — peço.
— Ela futuramente pode ser possuída — disse Logan.
— Meu Deus. — disse Tyler.
— Eu vou ficar bem, vamos seguir nosso dia. — digo.
Fui para o banheiro, tomei um banho. Fiquei me olhando no espelho por alguns segundos. Saio, me arrumo e desço em direção à sala.
{Tyler}
Sentados na sala, Scarlet aparece.
— Essa é a hora em que você joga na minha cara que estava certo. —disse Scarlet.
— Não vou fazer isso, apesar de ser verdade. — digo.
— Idiota. — resmungo.
— Não se preocupe, isso vai sair da sua mão logo logo. — disse Tyler.
— Espero que sim. — digo.
Ficamos sentados por alguns minutos esperando Logan e as meninas descerem para irmos à escola.
— Vamos, gente? — perguntou Logan.
— Vamos. — digo.
Nos levantamos e saímos em direção à escola. Ao chegar, percebemos um tumulto. Chegamos mais perto e vimos dois corpos, de dois alunos, jogados na porta de entrada.
— Quem são esses alunos? — perguntei.
— Eram do ensino médio, não muito notáveis aqui. — respondeu Madison.
— Quem será que fez isso? — perguntou Agatha.
— Algum maníaco, e com certeza estuda aqui. — disse Logan.
— Nicole, tenho certeza. — afirmou Madison.
— Para de acusar a menina assim, cacete! — interveio Tyler.
— Concordo com eles, Madison. — acrescentou Regan.
— Aff, vão ver só, no final sempre estou certa. — disse Madison irritada, saindo.
— É, pois é, vida que segue. — comentou Logan.
— Bom dia! — cumprimentou Nicole.
— Ai, menina, que susto! — exclamei.
— Desculpa. — disse Nicole.
— O que foi? — perguntou Agatha.
— Queria saber se vocês conheciam esses alunos. — explicou Nicole.
— Não, não conhecemos. — respondi.
— Ah, sim. Belo anel, Scarlet, minha mãe tinha um igualzinho ao seu. — disse Nicole, saindo.
— Não temos dúvidas, ela é a filha da Marge — concluiu Logan.
— Estou começando a ficar com medo disso. — comentei.
— Todos nós estamos. Bom, vou atrás da Madison, até mais — disse Regan.
— Eu vou para a sala. — disse Logan.
— Também vou. — disse Tyler.
— Então eu vou também. Vem, Scarlet? — perguntou Agatha.
— Não, vou ficar aqui mais um pouco. — decidi.
— Tem certeza? — insistiu Agatha.
— Tenho. — afirmei.
— Okay. — concordou Agatha.
{Madison}
Estava sentada no refeitório quando meu celular tocou.
Chamada em andamento
— Alô?
— Olá, Madison!
— Quem é ?
— Alguém que você conhece.
— O que você quer?
— Venha até a área da piscina me encontrar ou eu mato seus irmãos.
Chamada finalizada
Sai correndo em direção à área da piscina. Cheguei lá e não havia ninguém. De repente, avistei alguém todo de preto com uma máscara assustadora.
— Quem é você e o que você quer? — perguntei.
— Ninguém importante. — disse.
— Por que eu? — perguntei.
— Porque você sabe demais. — respondeu.
— O quê? — respondi confusa.
A pessoa tirou a máscara e finalmente vi seu rosto.
— Meu Deus! — disse, espantada.
— Não era quem você esperava que fosse, não é? — disse rindo.
— Como? Por quê? — perguntei confusa.
— Pare de fazer perguntas. Eu te vejo no inferno.
Com um movimento rápido e silencioso, o assassino ataca, desferindo o golpe fatal com uma faca. Um grito ecoa pelos corredores, mas logo se dissipa, engolido pela escuridão. O mistério permanece, assim como a identidade do assassino e seus motivos ocultos.
{Scarlet}
Enquanto percorria os corredores da escola em busca de Nicole, esbarrei sem querer em Grace.
— Ah, desculpa! — pedi rapidamente.
— Não tem problema. — respondeu Grace com um sorriso amigável.
— Você viu a Nicole por aí? — perguntei, esperançosa.
Ela negou com a cabeça.
— Não, mas geralmente ela está no jardim. Deve encontrá-la por lá. — sugeriu.
— Entendi. Obrigada, Grace! — agradeci, antes de me dirigir ao jardim.
Ao chegar lá, avistei Nicole sentada em um banco, imersa em seus próprios pensamentos.
— Oi!— saudei ao me aproximar dela.
— Oi! — respondeu Nicole, erguendo o olhar para me encarar.
— Lembra do comentário sobre meu anel hoje? — iniciei, sentando-me ao seu lado.
— Sim, lembro. — confirmou ela.
— Bem, eu queria saber mais sobre sua mãe. — perguntei, hesitante.
Nicole pareceu refletir por um momento antes de responder:
— Tenho medo de te contar e você sair espalhando.
— Eu juro que não vou contar a ninguém. — assegurei. — Você pode confiar em mim.
Após uma breve pausa, ela concordou:
— Você parece ser confiável. Então, eu conto. Minha mãe foi a primeira diretora desta escola. Ela foi morta e nunca foi enterrada. Até hoje, ninguém sabe onde está o corpo dela.
— Que triste. — comentei, sentindo um nó na garganta.
— Grace é minha irmã. — acrescentou Nicole, mudando de assunto.
— Nossa, que confusão! — murmurei, processando a informação.
— É. Vamos para a sala? — sugeriu Nicole, indicando que a conversa tinha chegado ao fim.
— Sim, vamos — concordei, levantando-me e seguindo-a de volta para a sala de aula.