Coral - A Filha de Coraline

Av ElanePimentel1

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Coral Jones é filha de Coraline Jones, a antiga garotinha que enfrentou a Outra Mãe. Apesar de Coraline ter c... Mer

A Antiga Nova Casa
Sonhos Podem Matar
Os Vizinhos de Sempre part. 1
Os Vizinhos de Sempre part. 2
O Poço
Desejos podem se Tornar Realidade
As Paredes tem Ouvidos
A Outra Porta, O Outro Mundo, A Outra Mãe
A Historia da Outra Mãe?
Um Pouco da Verdade
Antes Do Amanhecer
Toby
A Verdade
Paralelamente para os leitores
Sombras do Corredor Part. I
Sombras do Corredor Part. II
Nas entranhas da Casa
As Almas Conhecidas
A Sala Colorida
O Labirinto das Almas Perdidas
O Gato, o Rato e o Caçador
O Outro Sacrifício e o Outro Fim
Epílogo
A respeito de um comentário que recebi.
Prólogo - Coral Roses
Comentários fofos que recebo e 1 aviso *-*
CAPITULO NOVO!!!!!!
NOVIDADE!!!
OLÁÁ!! TEM ALGUEM AI???

O Sacrifício e o Fim

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Recomendo que leiam esse capitulo ao som dessa melodia incrível: https://www.youtube.com/watch?v=S8yvnG0yqnY





"Um beijo de amor verdadeiro quebrará qualquer maldição"  - Once Upon a Time

"Você tem o poder de Restaurar" – Coral, a Filha de Coraline, Cap – As Almas Conhecidas 





A lua que antes estava coberta por nuvens agora se mostrava grande e brilhante, o labirinto já não estava tão escuro, mas continuava assustador e sombrio. Existia outro detalhe na Lua, uma coisa que Coral lembrou-se, algo que sua mãe, Coraline, havia lhe contado. Um grande eclipse estava acontecendo. Uma grande forma de botão começava a cobrir a Lua, já havia coberto bastante, as nuvens haviam escondido esse detalhe, mas agora Coral podia ver claramente. Era o tempo passando.

Coral e o Gato corriam contra o tempo, o cristal não mostrava sinal de que o Sr. Bobinsky estaria por perto e eles precisavam encontrá-lo antes de encontrar a Outra Mãe novamente.

À medida que o tempo passava o labirinto se tornava mais assustador, era como se todas as coisas enterradas ali agonizassem para sair, as boas e principalmente as ruins gemiam por todas as partes. Gemidos de dor e agonia ecoavam nos corredores do labirinto e vultos percorriam por todas as partes, pareciam estar mais livres do que nunca.

— O tempo está acabando e ela está mais forte. – o gato falou caminhando ao lado de Coral e observando um vulto branco que parecia um fantasma percorrer rapidamente ao lado dele.

— Como isso é possível? Eu tenho o cristal, libertei as Srta's Spink e Forcible e os fantasmas que elas protegiam. Como ela conseguiria ficar mais forte?

O Gato olhou para o chão.

— Ela tem a Coraline. Ela tem Toby. – ele falou e Coral parou para escutar com mais atenção.

— O quê?

— Coral, ela pode fazer o que quiser. Estamos no mundo dela. Não é como da última vez.

— Como? Eu não entendo.

— "Sem você eu vou morrer". – o gato falou, Coral conhecia aquelas palavras. — Enquanto vocês estiverem aqui ela ficará forte, ela absorverá a vida de vocês. Vocês estão preocupados, estão jogando o jogo dela. O medo de vocês é a força dela.

Coral entendeu o que ele quis dizer, as coisas realmente desde o início não pareciam nada como da última vez, ela foi burra e desobedeceu Coraline em todos os sentidos, havia sido avisada desde o início, mas também não parava de pensar que se não tivesse desobedecido estaria segura em casa com seus pais e seu irmão. Mas e os outros? E todas as crianças que a Outra Mãe atraia para lá? Existiam várias outras portas. Ela estava mais inteligente e mais forte. Coral não poderia deixar isso acontecer. Se sentia responsável por tudo aquilo apesar de não ser. A Outra Mãe já estava ali desde a fundação do mundo, Coral não era responsável por a maldade, mas se sentia responsável por o perigo que todos corriam.

— Lucio... – Coral falou o nome do Gato pela primeira vez.

— Não me chame assim. – O gato retrucou. — Não tenho nome. Gatos não precisam de nome.

— Mas... – Coral então lembrou que o Gato não precisava de nome, ele sabia exatamente quem ele era. — O que tenho que fazer? Eu enfiei o cristal nela, mas não deu certo.

O gato olhou para ela demonstrando impaciência e arrogância.

— Você sabe porque não deu certo. – o gato então suspirou e voltou o olhar para frente. — Você sabe que tem que ser o Toby.        

— Mas...

— Eu faria se pudesse. Rudy também faria, mas... – o gato parou, olhou para o chão e ficou com a cabeça baixa. Coral então percebeu que o Gato estava chorando. — Meus filhos estão mortos, minha família acabou, não resta mais nada para nós...

Coral imaginava o que seria dela se aquilo acontecesse com sua família. Coraline se transformando no mal, Wybie sendo transformado em um gato, e ela e Toby mortos. Estremeceu com aquele pensamento, sua família toda destruída por culpa dela. Ela não deveria ter procurado o Outro Mundo, mas aquilo teria que acabar finalmente, ou ela ou a Outra Mãe sobreviveria, uma teria que morrer e pra isso o cristal teria que chegar as mãos de Toby.

— Temos que chegar onde Toby está. – Coral falou, dessa vez estava muito determinada. O Gato assentiu e voltaram à caminhada.

O labirinto era bem maior do que imaginava e cheio de entradas que pareciam assustadoras demais para sequer pensar em olhar. Coral vez ou outra via um vulto correndo na frente deles, ou do lado ou atrás, o Gato parecia tranqüilo quando a isso, mas de repente Coral começou a sentir algo se movendo atrás deles, algo lento e antigo, um odor começou a invadir aquele local, cheiro de coisa velha. Coral olhou pra trás a tempo de ver uma forma escura se arrastando feito uma lesma atrás deles, parecia uma grande massa de asfalto, o pelo do Gato se eriçou em alerta.

— Elzarella está se contorcendo pra sair daqui. – ele sussurrou. – Apresse o passo. 

— Gato, o que é que a Outra Mãe faz para manter Elzarella presa? – Coral estava tão curiosa quanto aflita, ela sabia que o conhecimento dela sobre tudo ali não chegava nem a ser a ponta do iceberg.  

— Nunca soube. Teve um tempo antes de tudo onde ela reinava, e o odor de morte invadia todos os lugares, mas Mirella sempre foi ambiciosa e queria ser absoluta, única. Não sei como ela fez, ou como ela continua fazendo. – o Gato franziu a testa. – Ela tinha razão, eu sempre fui distraído e egoísta. A única coisa que sei é que sempre que Elzarella quer sair de dentro do buraco, Mirella a joga de volta e sempre tem cuidado de não fazer muito barulho para ela não acordar completamente. Mas claro, Mirella sabe que não pode acabar com a origem de tudo sem acabar com ela mesmo.

Coral pensou ter entendido o que o Gato havia lhe falado, mas tudo era tão mais complexo do que ela imaginava, ela ainda não conseguia entender o quão poderosa era aquela espécie, da qual ela, mesmo que não completamente, também fazia parte. Uma coisa pequena poderia ser grande, e uma coisa grande poderia ser maior ainda.

— Tenho medo de no final ficar louca.

O Gato parou e olhou para Coral.

— Você ainda não percebeu? – ele perguntou, estava sorrindo e ao mesmo tempo triste. – Todos nós já nascemos loucos. Essa é nossa natureza. 

Coral concordava com o que o Gato estava falando, tudo aquilo era loucura demais e eles que participavam de tudo aquilo poderiam ser varias versões do chapeleiro maluco. No mundo real aquilo não existia, a Outra Mãe não existia no mundo Real, você tinha que atravessar a porta, você tinha que estar no Outro Mundo. Mas era isso que a Outra Mãe queria, ela levaria o Outro mundo e todo o seu poder para o mundo real e então seria o fim de tudo. Ela seria a loucura no mundo real.

O cristal na mão de Coral começou a brilhar novamente, pulsando, do mesmo jeito quando estavam perto das bonecas das Srta's Spink e Forcible. Coral e o Gato olharam ao redor e lá no fim do corredor uma pequena luz branca brilhava.

— Será o Sr. Bobinsky?

— Sim, é ele. – o Gato saiu correndo e Coral foi atrás e logo quando chegaram perceberam o boneco do Sr. Bobinsky. Coral não queria saber de demora e rapidamente encostou o cristal nele. E como das outras vezes o boneco fez o mesmo e o cristal começou a falar.

"Você completou a missão, agora podemos te ajudar. Não se preocupe Coral, estaremos lá. Você tem o poder de restaurar, você pode consertar e o sangue das mãos de seu irmão você tirará, mas pra isso, conforme a música você precisa dançar."     

Coral não entendeu quase nada do que o Sr. Bobinsky quis dizer, mas o Gato franziu a testa ao ouvir aquela mensagem, ele sempre sabia mais que todos ali. Sendo um gato, uma das criaturas mais inteligentes do universo, ele tinha os sentidos mais apurados e por um segundo imaginou que tudo estava errado.

— Precisamos sair daqui. – ele falou, olhando para todos os lados. 

— Agora só precisamos encontrar a Outra Mãe?

O cristal então se apagou completamente e então voltou a brilhar, não era um brilho pulsante, era um brilho fixo, como uma lanterna no caminho escuro.

— Vamos correr, o cristal vai nos mostrar o caminho. – o gato falou.

— Mas como? Ele está apenas brilhando, não está apontando direções

— Lembra da brincadeira "quente ou frio"? É exatamente assim. Agora vamos, não podemos mais perder tempo.

Coral entendeu o que o gato quis dizer, o cristal em suas mãos permanecia brilhando, mas estava frio como gelo, frio como o Rudy. O Gato correu na sua frente e ela correu atrás dele, estavam perto do fim, e Coral sentiu em seu coração, estava mais perto de sua família.

O cristal começou a esquentar lentamente, não estava mais frio congelante, então estavam perto. O Gato permanecia correndo na frente e subitamente ele parou.

— O que? – Coral foi pra frente dele para poder lhe olhar no rosto.

— Tem alguma coisa aqui... – ele falou como se estivesse farejando algo. Coral olhou para o cristal, estava morno e com um brilho fixo e leve. E foi naquele momento que pelo canto do olho direito algo chamou a atenção de Coral. Ela olhou, mas não tinha nada além de arbusto formando a parede do labirinto. Ela sabia que não estava louca ainda, tinha visto algo ali, algo parecido com o brilho do cristal que estava em suas mãos.

— Tem algo aqui atrás. – Coral encostou na parede do Labirinto, as folhas eram húmidas e suaves, era como abraçar uma pessoa molhada. O Gato também começou a farejar aquela parte do Labirinto e logo seus olhos se estreitaram.

— Não pode ser o que estou pensando.

— O que? – Coral perguntou, e nem ao menos notou que o cristal em sua mão já não estava mais morto, voltará a ficar frio. Ela estava se desviando do caminho e por mais que o Gato soubesse que eles não poderiam fazer isso, ele queria ter certeza do que estava ali atrás daqueles arbustos. Os dois começaram a cavar um caminho entre as plantas e Coral então percebeu o quanto aquelas paredes eram grossas. Os dois se enfiaram ali dentro e tudo que queria era sair dali. Coral agora imaginava se realmente tinha visto algo, não era possível ter enxergado algo ali dentro, era muito fechado.

As folhas húmidas e suaves agora haviam dado vaga para galhos finos e secos, Coral e o Gato se enfiavam mais fundo ainda naquele caminho que não deveriam ter entrado. Os galhos ralavam o rosto de Coral fazendo com que ficasse com listas vermelhas, o Gato não estava sofrendo tanto assim, era pequeno e ágil, e a coisa que estava ali lhe atraia como um rato para uma ratoeira, o Gato sentia que não deveria estar ali, porque aquele sentimento que lhe sufocava naquele momento, era algo que a muito tempo ele não sentia.

— Ali! – Coral novamente viu um brilho e dessa vez pode ver nitidamente, não era imaginação, realmente tinha algo ali e eles estavam se aproximando. A luz no fim daquele corredor estreito de galhos secos e finos estava tão próximo que Coral já conseguia respirar novamente e o Gato que agora tinha o caminho todo livre à sua frente, simplesmente deu pulos rápidos na frente de Coral e saiu primeiro.

Coral finalmente conseguiu atravessar e estava, no que parecia, uma pequena clareira. Era bem pequeno mesmo e tinha uma arvore no meio. Coral observou que embaixo da arvore tinha algo que parecia uma mesa de vidro, o Gato já estava lá próximo, sentado tranquilamente observando a mesa. Quando Coral se aproximou, viu que não era uma mesa e sim um caixão, e tinha alguém dentro.

Na realidade, duas pessoas estavam dentro daquele caixão. O caixão era pra adulto e todo de vidro, galhos secos ornamentavam ao redor, e rosas vermelhas estavam por cima. Coral deduziu que aquelas rosas haviam caído daquele pé, era algo muito lindo de se ver, e ao mesmo tempo triste demais a cena. Dentro daquele caixão estava uma mulher, aparentava ser alta e era tão branca como a neve, os lábios eram rosas e os cabelos ondulavam ao redor, eram loiros quase brancos. A mulher era magra e o rosto era fino, quase parecia com a Outra Mãe, mas a diferença era que essa mulher parecia ser a bondade em pessoa, apesar dos olhos estarem fechados e a boca levemente aberta como se para respirar, o rosto daquela mulher transmitia bondade. Mas o que tornava aquela cena triste, era que havia outra pessoa ali, uma garotinha estava deitada por ima da mulher, era parecia ser da mesma altura que Coral e os cabelos eram iguais o da mulher, só que eram loiros dourados. Coral só pôde observar uma banda do rosto da garota, parecia uma boneca de porcelana dormindo suavemente sobe a barriga da mulher que a abraçava como se estivesse consolando.

— Mikaella. – O Gato falou, sua voz não parecia nem triste, nem feliz, nem surpreso, nem nada. A voz dele parecia apenas sem vida.

— Quem é ela? Quem são elas? – Coral ficou ao lado do Gato e observou aquele caixão triste.

— É a irmã da minha amada esposa. – o Gato falou e então olhou para Coral. – Em outras palavras, essa é sua Outra Tia.

Coral estava tão surpresa que não sabia o que falar e só conseguia agradecer por aquela criatura estar aparentemente morta.

— Ela não é má como a Outra... ? – Coral perguntou finalmente, se aproximando novamente para observar.

— Não, não. Mikaella é tudo que a Outra Mãe não é. – dessa vez Coral pôde notar uma ponta de carinho na voz do Gato, agora ele parecia se recordar de um passado distante e parecia triste. — Ao contrário de sua filha. – o Gato apontou para a garotinha.

— O que? Ela é má?

— Essa é Rowena. – o Gato então olhou para Coral. – A prima que o Rudy tanto amou.

Coral não sabia o que falar, ou o que pensar, só queria sair dali o mais rápido possível, não suportou mais olhar para aquele caixão e já conseguia entender o porquê. Estava morrendo de ciúmes de uma garota morta que mesmo estando morta, apenas metade de seu rosto, mostrava o quanto era linda. Um pequeno sorriso se formou no rosto de Coral, estava feliz por aquela garota estar morta e "enterrada". Mas ficou com um pouco de medo daqueles olhos se abrirem e revelar enormes botões negros.

— Elas estão mortas né? – Coral perguntou rudemente.

— Sim. Todos que a Outra Mãe colocou para dormir ficarão adormecidos até que ela queira do contrário. Mas você não deve se preocupar, Coral, Rowena não significa mais nada para Rudy e logo nada mais significará. Tudo terminará em breve.

— Então vamos sair daqui, preciso encontrar minha família. – Coral falou, mas o gato continuou parado olhando para o caixão. — Vamos?

— O que não consigo entender é como o caixão veio parar aqui em cima, sempre soube que todos da nossa espécie ficam enterrados. – O gato parecia pensativo, mas Coral não queria ficar mais ali, já havia perdido tempo demais e queria mais do que nunca que tudo terminasse logo.

— Espero que fiquem ai para sempre. Agora vamos.

Coral então estava pronta para voltar pelo mesmo caminho que vieram, mas então um outro caminho lhe chamou a atenção, parecia ser uma porta feita de arbustos, ela se aproximou e de repente o cristal em sua mão deu um leve tremelique. Coral já entendia como aquilo funcionava e então encostou o cristal onde parecia uma porta.

Realmente era uma passagem e enquanto ela e o Gato passavam por ali, agradecia em pensamento por não ter encostado aquele cristal naquele caixão, elas estavam mortas, mas era mais seguro com o caixão fechado.

O caminho que entraram era um longo corredor e dava para ver uma luz no fim, os dois começaram a caminhar e o cristal na mão de Coral repentinamente se tornou quente, e a cada passos que davam o fogo consumia, mas Coral estava tão furiosa que apertava firme o cristal em sua mão, estava próximo do fim e finalmente poderia jogar toda sua raiva em alguém, uma única pessoa, aquela que era culpada de tudo, aquela que nunca mais machucaria sua família. A luz estava perto e o fogo a consumia, então finalmente chegaram.

Os grandes olhos de botões foi a primeira coisa que Coral viu.

— Ora, ora... – a Outra Mãe encarou Coral e então deu um largo sorriso. – Conseguiu chegar enfim.

Coral então conseguiu ver todo o cenário que estava a sua frente. Era uma clareira quatro vezes maior do que aquela que ela acabará de sair, era muito bem iluminado por tochas que ornamentavam ao redor, e aporta da qual Coral acabara de sair não era a única, existia mais 4 ao redor da clareira, Coral então viu no centro da clareira algo semelhante ao caixão de vidro que havia visto, mas sabia que era algo diferente. Era uma grande mesa de concreto onde um pequeno garotinho se encontrava amarrado e apavorado enquanto olhava para dois adultos amarrados em troncos.

— Toby! Mãe! Pai! – Coral correu em direção a sua família enquanto a Outra Mãe apenas observava com um leve sorriso nos lábios.

— Coral, filhinha, você não deveria ter vindo. – Coraline chorava agonizante e totalmente amarrada, Wybie estava ao seu lado desacordado e com o rosto machucado. Com certeza havia lutado por sua família e agora dormia de dor.

Coral abraçou sua mãe e em seguida seu pai desacordado, ela sabia que ele ainda estava vivo e estava feliz por estarem juntos apesar das circunstâncias e então ela se voltou para o Toby, seu pequeno irmãozinho indefeso. Estava naquela situação por sua culpa e mais do que nunca ela teria que tira-los dali.

— Solte-os agora! – Coral apontou o cristal para a Outra Mãe.

A Outra Mãe soltou gargalhadas diabólicas e então, com um movimento de mão, jogou o cristal para longe das mãos de Coral.

— Garotinha estúpida! ACHOU QUE PODERIA ME VENCER? – A Outra Mãe voltou a sorrir. — Você não tem o sangue correto, esqueceu? E seu irmãozinho, você não quer que ele suje as mãozinhas inocentes, não é mesmo?   

Coral correu na direção do cristal, mas com outro movimento de mão a Outra Mãe a jogou no lado oposto.

— Fica longe da minha filha! – Coraline se esforçava bastante para falar, parecia ter levado uma surra apesar de não estar feriada como o marido estava.

A Outra Mãe caminhou em direção a Coraline.

— Você poderia ter simplificado isso anos atrás, sabia? Poderia ter sido você se não tivesse sido tão estúpida. Mas agora será seus filhos. Eu serei a rainha de todos os mundos.

— Não se eu puder evitar. – todos olharam em direção de onde a voz vinha. A forma de um garoto de vidro estavam parada em pé atrás deles, o garoto parecia remendado e só conseguia ficar em pé porque estava sendo ajudado por mais três crianças.

— Rudy... – Coral sussurrou e correu na direção deles, mas a Outra mãe novamente a fez parar.

— O que está fazendo aqui, pirralho? – a Outra mãe olhou para o próprio filho, mas nada aconteceu, ela continuava na forma da Coraline, e então olhou para as Amanda's e Balt e se transformou uma mulher alta e de seios fartos, e depois em uma senhora baixa e robusta e depois em uma mulher de cabelos curtos e olhos grandes que deveria ser a mãe de Balt Bobinsky. — Rudy está morto e vocês não podem fazer nada contra mim, então é melhor apenas assistirem.

Amanda Spink olhou na direção do cristal que não estava muito longe dali, mas a Outra Mãe percebeu quase que imediatamente e com um movimento de mão fez o cristal parar em suas garras longas.

— Isso me pertence amorzinho. – a Outra Mãe olhou para Coral. — Deite-se na mesa ao lado de seu irmão, meu amor.

— Não... – Rudy falou. – Coral... Eu...

— Você sempre foi tão patético, Rudy, com certeza não puxou a mim.

— Ele precisa se despedir. – Amanda Forcible falou rapidamente.

— Ele veio apenas para dizer adeus a Coral.

— Eles precisam se despedir. – Balt completou.   

— O que? Baboseira romântica? – A Outra Mãe revirou os olhos. — É sério?

— Sabemos que não podemos fazer mais nada. Então que eles se despeçam para então poderem se encontrar do outro lado. – Amanda Spink falou.

— E encontrarem paz. — Amanda Forcible completou.

A Outra Mãe pensou por um momento e então revirou os olhos.

— Ok, vá em frente Coral. – ela ergueu o cristal. — O cristal está em minhas mãos e você se deitará na mesa.

Coral concordou com a cabeça e correu em direção a Rudy, por mais doido que aquilo parecia, ela sabia que alguma ideia eles tinham, ela tinha certeza daquilo, mas também teve certeza sobre a despedida de Rudy no momento que se aproximou dele. O garoto quase não existia, ele era como vidro, dava para ver através dele claramente, naquele momento Coral esqueceu-se de tudo e de repente começou a chorar.

— Está chorando... bone...quinha? – eles o deitaram no chão e Coral se debruçou sobre ele.

— Você é idiota, sabia? – Coral segurou delicadamente em seu rosto. – Um garoto arrogante e idiota.

— Coral, eu... te...

Coral sentia aquele garoto sumir levemente por entre seus dedos, mas antes que isso acontecesse, ela fez o que sempre teve vontade de fazer, mas era criança e inocente demais para entender o coração, e agora ela sabia. Delicadamente ela encostou seus lábios nos lábios frios de Rudy e soube então que era a ele que eles pertencia. Coral se afastou e olhou para ele, mas foi puxada subitamente por garras em seu pescoço.

— Já chega! Veja! – a Outra Mãe apontou para a lua, faltava pouquíssimo para o grande botão cobri-la. – Está na hora, meu amor. 

A Outra Mãe jogou Coral na mesa ao lado de Toby, de frente para seus pais. Wybie agora estava acordado, mas muito fraco e Coraline lutava contra a magia que a prendia naquele tronco.

— Primeiro eu vou sacrificar você e depois seu irmãozinho, e então estarei livre dessa prisão.

Coral segurou a mão de Toby. A Outra Mãe caminhou e ficou ao lado de Coral e então ergueu o cristal no alto. Estava na hora.

— Você foi uma boa filha, vocês dois. – A Outra Mãe falou, o sorriso diabólico estava em seus lábios, ela nunca estivera tão feliz.

— Feche os olhos. – Coral sussurrou para o irmãozinho e para si mesma. E então fechou os olhos.

A Outra Mãe então com toda sua força cravou o cristal no coração de Coral, que apenas sentiu quando o cristal se desfez nas garras da Outra Mãe.

— O que? – a Outra Mãe não acreditava no que estava vendo. 

— Oi mamãe. – uma voz masculina falou, Coral abriu os olhos imediatamente. Todos olharam. A Outra Mãe se virou.

Rudy estava em pé atrás da Outra Mãe e ele não era mais um garoto fantasma. Estava com aparência normal de um garoto normal, apesar de ainda ser um pouco pálido, os cabelos pretos como carvão espalhados por toda cabeça eram brilhosos e com vida, e os lábios eram tão vermelhos quanto amora. Rudy estava corado, cheio de vida, e cheio de sangue correndo em suas veias. Seu coração voltará a bater.

— Mas... Como...

A Outra Mãe de repente se transformou em Mirella, uma mulher alta e magra de lindos olhos grandes e verdes e lábios carnudos e rosados. Os cabelos longos ondulavam como a escuridão. Aquela era sua verdadeira forma. Aquela era forma que ela foi antes de apodrecer. Era a linda Mãe do Rudy.

— Diga "Olá" para o cristal verdadeiro. – ele falou e então cravou com toda força o cristal no coração de sua mãe.

O olhar da Outra mãe ficou vago e sem vida, a pele de seu rosto começou a cair e ela começou a se mostrar verdadeiramente o monstro que era. Era o seu fim.

— Seu... garoti...nho... IDIOTAAAAAAAAAAAAAAAA!!! – E então a Outra Mãe deixou de existir.

Coraline e Wybie se libertaram e correram para abraçar os filhos e enquanto se abraçavam e se beijavam, as almas que ali estavam presas começaram a se libertar e dançavam ao redor deles em todas as partes.

— As almas vão voltar para os corpos e logo estarão aqui para que contemos a novidade. – Amanda Forcible falou.

— Sem a Outra Mãe! – Amanda Spink completou.

Balt abraçou Rudy e as Amanda's fizeram o mesmo. Coral chegou ao encontro dos amigos com o sorriso de alivio finalmente.

— Como conseguiram trocar o cristal? – ela olhou para Rudy. — Como conseguiu ressuscitar?

— Creio que os créditos por trocar os cristais é meu. – uma voz masculina de adulto surgiu entre eles. Um homem alto de cabelos longos e escuros surgiu e então Rudy correu para abraça-lo.

— Papai! – ele falou enquanto abraçava o homem que um dia foi um gato.

— Gato? – Coral e Coraline falaram ao mesmo tempo, enquanto Wybie segurava Toby em seus braços.

— Mas o credito por ressuscitar meu filho é todo seu Coral. – Lucio, o ex gato, falou enquanto ainda estava abraçado com o filho.

— Como eu fiz isso?

— Um beijo de amor verdadeiro. – Balt falou.

— Você tem o poder de restaurar. – Lucio falou.

— Vem cá bonequinha. – Rudy jogou o braço em volta do pescoço de Coral e a puxou delicadamente para seus braços, mas então a terra começou a tremer e as almas que dançavam ao redor gemeram e se esconderam. Algumas crianças começavam a chegar na clareira, crianças que tiveram suas vidas restauradas, mas pararam ao sentir o tremor de terra.

— O que está acontecendo? – Coral olhou para a família.

Então a mesa que estava no meio da clareira se partiu no meio e repentinamente uma mão enorme saiu para fora. Era uma mão fumegante e maior do que todos que estavam ali, era maior que um gigante.

— Não pode ser... – Rudy sussurrou.

Coral viu a expressão dele e então voltou a olhar para a mão monstruosa que emergia dali, o cheiro era de algo podre e antigo. E então toda a alegria que ela estava sentindo sumiu rapidamente e ela soube, aquele seria o fim de todos.

















Gente, oi. Eu acabei de escrever esse capitulo agora (02:23) meu pc tava travando muito e eu to caindo de sono, não sei bem o que escrevi, mas espero que faça sentido e espero que gostem. Ainda falta um capitulo pro fim. Boa Noite!

Ps: Essa arte foi criada por uma leitora da fic, ela disse que gostou tanto que fez e enviou pra mim. Eu amei muito <3

Fortsett å les

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