Beijada pela Morte | livro um

By IsaSkywalker

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VENCEDOR EM SEGUNDO LUGAR EM PROJETO DOZE MESES VENCEDOR EM PRIMEIRO LUGAR NAS OLIMPÍADAS LITERÁRIAS ... More

Book- trailer + Prolusão.
Personagens
Capítulo um
Capítulo dois
Capítulo três
Capítulo quatro
Capítulo cinco
Desejos voláteis
Capítulo seis
Capítulo sete
Capítulo oito
Capítulo nove
Capítulo dez
Um final perfeito
Capítulo onze
Capítulo doze
Capítulo treze
Capítulo quatorze
Capítulo quinze
Maré de sentimentos
Capítulo dezesseis
Capítulo dezessete
Capítulo dezoito
Capítulo dezenove
Capítulo vinte
Tempestade
Capítulo vinte e um
Capítulo vinte e dois
Capítulo vinte e quatro
Capítulo vinte e cinco
As últimas palavras
Capítulo vinte e seis
Capítulo vinte e sete
Capítulo vinte e oito
Capítulo vinte e nove
FINAL
Agradecimentos
BÔNUS BLAKE - PARTE I
BÔNUS BLAKE - PARTE II
BÔNUS BLAKE- PARTE III
BÔNUS BLAKE-PARTE IV
BÔNUS BLAKE- PARTE V
BÔNUS ESPECIAL
AS FACES DE UM ANJO

Capítulo vinte e três

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By IsaSkywalker


Quando eu acordei de manhã, estava sentido uma dor de cabeça tão forte que parecia ter sido pisoteada por uma manada de elefantes. O que havia acontecido na noite anterior? Viro-me para o lado, mas havia algo no meu caminho. Caramba, que peso morto!

Olho para o lado e vejo Blake. Seguro um grito que estava entalado na minha garganta. O que esse homem estava fazendo aqui? Empurro-o com força, até que ele cai no chão como uma pedra. Eu hein!

- Que isso, garota? Ficou louca? – ele praticamente grita.

- Cala a boca! O que você está fazendo no meu quarto, hein? – pego o travesseiro mais perto e taco nele. – Seu tarado!

Foi ai que eu reparo em suas vestes. Uma cueca muito sexy e que deixava uma marca V próximo ao seu abdômen. O que a gente fez...?

- Usamos camisinha, não usamos?- pergunto desesperada.

Blake riu. 

– Mortos não engravidam.

Eu queria falar que anjos podiam sim ter filhos, mas então eu me lembro de que não podia abrir a boca. Jogo-me de cara no colchão sentindo os efeitos da ressaca.

- Vai uma água aí, amiga? – perguntou Samirah.

Eu precisava de uma cachoeira na minha boca.

- Por que eu estou na sua cama? – Blake pergunta pra mim.

- E eu vou saber? – respondo sem vontade. Gótico estranho.

O rosto de Blake foi murchando aos poucos. Ele coloca as roupas sem olhar para mim e engole em seco. Droga! Eu havia sido grossa demais?

- Não precisa me tratar tão mal, Bro – ele revira os olhos e dá um sorrisinho amargo. - Eu já estou indo embora.

Embora eu apreciasse a visão dele de cuequinha na minha frente, ele precisava mesmo ir embora. Eu estava um porre e ainda precisava aguentar Samirah caminhar de um lado para o outro jogando o pote de balas inteiro no chão.

- Ninguém me ama, cara. – ela se jogou no chão e colocou as pernas pro alto encostadas na parede e começou as mascar um chiclete.

- Eu te amo. – digo solidaria.

- Ah! Você não conta! – falou emburrando, cruzando o braço entre os peitos inexistentes.

- O que aconteceu?

- Cam - sua voz era dura. – Bem no momento que estávamos no ápice ele grita o nome de outra garota.

Franzo o cenho.

- Que horror! – faço uma careta. Era horrível mesmo.

- Ele falou o seu nome – ela se levantou e olhou para mim.

Se tivesse uma câmera me gravando, naquele exato momento, o zoom estaria completamente ajustado na minha cara de espanto e queixo caído. Eu não sabia o que falar. O rosto de Samirah estava pálido e ela esperava uma resposta.

O que fazer quando a sua amiga está furiosa com você?

a) Corra o mais rápido possível.

b) Aconselhe-a dizendo que ela é muito mais bonita e que vários estão comendo na mão dela.

c) Corra o mais rápido possível.

d) Gabe-se.

e) Corra o mais rápido possível.

Ela respirou fundo e deu um sorriso sem graça. Eu não sabia onde enfiar a minha cara. Por que Cameron teve que dizer o meu nome, bem naquele momento? Deve ter sido muito constrangedor.

Mas então eu me lembro de Blake deitado no meu lado. Eu deveria ter feito alguma coisa muito constrangedora na noite passada. Pior ainda do que Cam fez.

- Você sabe... Se eu e Blake fizemos algo? – pergunto para ela baixinho.

- Não. Vocês só se beijaram – ela fez uma cara de tacho. – Sabe, eu não fico chateada por Cameron. Ele tem uma bunda legal e braços fortes que vem de prêmio aquele rosto de anjo, mas ele não é o que eu quero.

Samirah tinha uma ótima lista de garotos. Vampiros pirados, zumbis enganadores e semimortos sem-noções.

Lembrem-me de nunca pedir conselho amoroso para ela.

- Ele gosta de você – ela declarou.

- Cam?

- Não... O Blake – Samirah colocou uma mecha atrás da orelha pontuda. – Você não vê como ele te encara?

- Pra falar a verdade não. Blake e eu devemos praticamente uma amizade colorida – dou de ombros. Eu não queria que Blake se tornasse um empecilho no meu futuro sobre resgatar os meus pais.

Além disso, ele nem poderia saber que eu era um anjo de uma linhagem praticamente extinta.

- Você dança engraçado – Samirah falou rindo pelo nariz.

Ah, droga! Eu dancei?

Eu não deveria ter bebido. Não deveria mesmo.

Acontece que quando eu danço e bebo ao mesmo tempo, eu viro uma garota completamente tentada a ser sensual, mas eu acabo ficando desengonçada como se fossem aqueles bonecos infláveis que ficam mexendo os braços descontroladamente em postos de gasolina, tentando chamar atenção.

E por que Blake foi parar na minha cama?

- Por que Blake estava na minha cama?

- Bem vocês se beijaram, mas você acabou dormindo no colo dele e ele te trouxe para cá, como um completo cavalheiro – ela riu.

- Tá de sacanagem? – perguntei abespinhada. Eu dormi?

Meu chapa, o que eu fiz? Por que eu o mandei sair da cama? Por que eu fiz aquilo ontem? Ah, eu só estrago tudo! O pior era que eu estava com uma queda bem grande por ele e aquele jeito caladão e tudo mais. Estou ficando tão confusa. Acho que preciso beber.

Ele conseguia ser perfeito apenas com um sorriso. Ele andava de um lado para o outro no pátio com um livrinho preto em mãos. A jaqueta de couro bem ajustada no corpo e algumas tatuagens pelo braço. Ele era lindo.

- No que você está pensando? – Samirah pergunta. – Está apaixonada por ele?

- Estou – falo na lata. Do que adiantava esconder? – Mas eu tenho a capacidade de ferrar com tudo.

- Isso é verdade – ela se sentou do meu lado e eu ri. – Mas se eu fosse você, iria falar com ele agora.

- O quê? Eu nem tenho certeza do que eu sinto por ele.

- Você está brincando, não está? – ela revira os olhos. – Ah, eu encontrei isso aqui na sua gaveta. Estava procurando uma roupa pra vestir. As minha estão sujas.

Pego o bilhete que estava dentro de um envelope bonitinho e olho para a belíssima caligrafia na minha frente. Será que foi Blake dizendo que me ama?

- Você deveria ter mais cuidado por onde pisa. Um passo errado pode ser letal. – leio baixinho. Samirah estava do meu lado folheando uma revista de moda antiga. Bem, se foi ela que achou o bilhete, não foi ela que escreveu.

Eu estava sendo vigiada.

Eu poderia desconfiar de todos, mas poderia contar para Blake. Talvez ele pudesse ser meu guardião por um tempo... Eu não sabia o que fazer. Estava de mãos atadas. E se Blake fosse... Esse homem misterioso? E se fosse uma mulher?

- O que estava escrito? – Samirah pergunta. Olho para ela, tentando disfarçar o meu medo. Minhas mãos tremiam levemente, então ela não perceberia.

- Blake quer me ver. – minto.

Ela praticamente se joga em cima de mim, dando-me um abraço apertado.

- Vai se arrumar, agora! – ela grita. – Agora!

- Calma – tento parecer feliz. – Eu já vou.

Coloco os meus cabelos em um coque rápido, - que provavelmente iria se desfazer em cinco minutos – visto uma regata cinza e minha saia jeans dos anos setenta. Não era o look mais bonito do mundo naquele momento, ainda mais para encontrar o garoto mais bonito da galáxia, mas estava valendo. Qualquer coisa valia para formar uma desculpa para Samirah.

- Você está horrível! Tire essa saia e coloque uma mais curta.

Reviro os olhos. Sério? Eu só queria fugir dali.

- Tá bem.

Ela me passa curta e eu visto rapidamente, olhando a minha visão afobada no espelho. A enxaqueca da ressaca não ajudava em nada. Pego o bilhete em cima da cama e coloco no bolso.

- Quero saber os detalhes depois, ok? – ela grita, assim que eu bato a porta apressadamente. Eu não consegui sorrir. Meu corpo todo martelava.

Respirei fundo passando pelo corredor. Um garoto que eu nunca vi, esbarrou-se em mim.

- Desculpe –ele diz com a voz morna. Era alto, de olhos verdes e cabelo liso. A pele não era pálida, e sim um pouco bronzeada. Ele era muito bonito.

- Tudo bem – respondo sem-graça.

Viro-me de volta ao meu caminho, em direção ao quarto de Blake, não sabendo o que encontrar pelo caminho.

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