A grã-duquesa perdida

By lavsmiranda

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Anastásia adotada pela família Tchecov, não faz ideia da onde veio e como foi parar lá. A única coisa que ela... More

Dedicatória
Prefácio
Prólogo
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capítulo XXXIV
Capítulo XXXV
Capítulo XXXVI
Capítulo XXXVII
Capítulo XXXVIII
Capítulo XXXIX
Capítulo XL
Capítulo XLI
Capítulo XLII
Capítulo XLIII
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo XVI

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By lavsmiranda

Anastásia estava sentada na cozinha comendo pão e bebendo chá. Feodora falava alegremente de seu noivo, quando vários guardas passaram correndo pela cozinha em direção aos fundos. Todos que estavam na cozinha ficaram assustados, principalmente ela que nunca havia presenciado aquilo. Irina veio logo depois com sua expressão séria de sempre, mas havia alguma coisa além da seriedade; aparentava preocupação. Ela olhou cada um por vários segundos até sentar-se ao lado de Anastásia, pousando as mãos na mesa.

Irina respirou fundo, e colocou uma mecha solta do seu cabelo atrás da orelha. Sua aparência estava aparentava estar cansada, olheiras nítidas, suas mãos tremiam.

— Não precisam me olhar como se eu fosse algo estranho. Todos me veem todo dia nesse palácio. — Irina falou depois de alguns minutos.

— Não com uma aparência tão péssima. — Anastásia respondeu, e se arrependeu das palavras assim que as falou.

— Acho melhor conter suas palavras para si, Srta. Tchecova. — disse secamente. — Mas eu admiro sua ousadia ao mesmo tempo. Duvido muito que qualquer empregado diria isso para mim. — suspirou. — Estou péssima esses dias. Agora temos visitas no palácio, notícias do paradeiro de Ivan, meu filho me odiando.

Anastásia olhou assustada para Feodora que apenas fez um movimento com a mão para ela ficar quieta. O resto dos empregados que estavam na cozinha voltaram ao que estavam fazendo, e ignoraram a presença da governanta ali. Lágrimas começaram a descer pelo rosto de Irina, deixando-a abalada. Não gostava de ver ninguém chorando, apesar de já ter chorado muito durante toda a sua vida. Sensibilizou-se com a situação daquela mulher, e colocou sua mão sobre a dela.

— Eu não tenho nenhuma intimidade com a senhora, mas eu simplesmente não suporto ver ninguém chorar. Não sei como veio para cá nesse estado, as pessoas vão comentar depois, sempre existem fofocas.

— Você acha que eu me importo com isso menina? — sorriu secamente. — O assassino da czarina está prestes a ser descoberto.

— Isso não alegra a senhora?

— Alegra bastante. Porém, existem coisas das quais não têm conhecimento. Coisas que a assustariam. Bem, agora vou voltar às minhas funções. — levantou-se. — Continue sua refeição. Obrigada.

Ela saiu da cozinha depressa limpando o rosto com as mãos. Voltou a comer seu pão e pensou nas palavras de Irina. O que mais esse palácio poderia ter em segredo? Chegou à conclusão que nunca saberia, mas não custava nada perguntar a Feodora.

— Você sabe quais são essas coisas que Irina citou? — Anastásia bebeu todo o chá.

— Existem muitos boatos sobre a paternidade do filho dela. — Feodora sentou ao lado de Anastásia. — O mais forte é que seu filho é de Ivan Tchaikovsky. Ninguém descobriu se é verdade, mas eu acredito que sim. A semelhança é gritante, por isso ela o mantém longe do palácio.

— Ela deve se sentir péssima.

— Eu me sentiria péssima se eu fosse filha do assassino. Deve ser por isso que ela deve estar com problemas com o filho. Agora basta saber se o menino odeia ou idolatra o pai.

— Quais são suas apostas? — Anastásia deu uma risadinha.

— Que gosta do pai, entretanto tem raiva do que o pai fez.

— Concordo com você.

— Acho que é o mais lógico. — Feodora se levantou e foi buscar uma bacia com batatas. — Como está de folga hoje, poderia me ajudar com as batatas?

— Claro. — Anastásia se levantou e entregou o prato e a xícara para Olga que estava lavando os pratos. — Não tenho nada de bom para fazer mesmo.

— Você é a única pessoa que eu conheço que está de folga e não tem nada para fazer.

— Infelizmente. — riu. — Não posso fazer nada, chorar não vou.

— E não deve.

Anastásia tomou a bacia com batatas da mão de Feodora e se sentou onde estava anteriormente. Começou a descascar as batatas devagar para não cortar os dedos, isso sempre acontecia com ela. Com passar do tempo, foi pegando a prática e descascando mais rápido. Quando estava na última batata, notou um silêncio repentino na cozinha.

Seus olhos pousaram em Dimitri que estava na porta cozinha procurando por alguém, quando seus olhos bateram nela, começou andar em sua direção. Estava com a expressão mais cansada do que havia deixado há poucas horas. Ele sentou em frente para ela e respirou fundo.

— Diga-me alguma coisa boa.

— O que aconteceu? — colocou a batata e a faca em cima da mesa.

— Receberam uma pista da onde Ivan Tchaikovsky pode estar. Meu pai não quis permanecer no palácio, ele foi junto com os guardas. Isso me dá um medo exorbitante. Eu não quero perder meu pai.

— E quem disse que vai perder? — pegou a mão dele que estava em cima da mesa. — Deus está ao lado dele, o guiando e protegendo. Tudo dará certo, e se essa pista estiver mesmo certa, sua mãe e sua irmã serão vingadas.

— Você tem razão. — sorriu. — Minhas irmãs estão uma pilha de nervos, meus irmãos estão trancados nos quartos. Minha madrasta está com os sobrinhos preocupados. É tão absurdo ter medo de apenas um homem, mas vêm as lembranças do que somente um homem pode causar.

— Quando se tem Deus ao seu lado, nada é impossível. Dimitri, não seja tão negativo. Pense que seu pai vai voltar com esse monstro, e fará a justiça com o assassino da sua mãe, e possível assassino da sua irmã também.

— Eu não sabia que você era tão apegada à religião.

— Digamos que eu frequentava a igreja algumas vezes. Eu sempre gostei de ouvir a palavras de Deus, me trazia conforto. Quando as coisas estavam ruins para mim, as palavras da bíblia me traziam algum conforto.

— Obrigado por essas palavras.

— Por nada. — apertou a mão dele. — Sinto algo fraterno por você. Como se fosse um irmão, não sei bem explicar.

— Sinto a mesma coisa, Anastásia. — devolveu o aperto na mão. — Acho que eles nunca esperavam o czarevich sentado na cozinha conversando com uma dama de companhia com tanta intimidade. Alguns vão até pensar besteira.

— Como se eu me importasse. — ela deu uma risada. — Feodora! Terminei aqui.

— Pode deixar em cima da mesa, eu pego depois. — respondeu do outro lado da cozinha.

— Vamos para os jardins?

— Estão todos proibidos de irem para lá. Lamento.

— Entendo. — mordeu os lábios. — Tem uma coisa que quero lhe mostrar, talvez possa me ajudar.

— E o que seria?

— Prefiro que veja, não quero ficar falando sobre isso para todos.

— Entendo. Podemos ir ver isso agora?

— Claro!

— Alteza, Sua Majestade pede para que a encontre no salão principal. — o mordomo dele chegou de repente. — Srta. Tchecova.

— Sr. Morozov. — assentiu com a cabeça. — Acho melhor o senhor ir.

— Eu queria ver...

— Depois. — olhou para ele decidida.

— Entendi. — levantou-se. — Obrigado mais uma vez.

— Estarei aqui sempre que precisar conversar, Alteza.

— Certo, Annie.

Annie?

— Apelido carinhoso que eu chamava minha irmã. — piscou para ela e foi embora com o mordomo.

Ivan estava bebendo água na cozinha quando notou barulho de automóveis; não era comum naquela região chegar carros, pois eram pessoas muito pobres. Colocou o copo dentro da pia e foi para sala observar o que estava acontecendo do lado de fora.

Quando os guardas começaram a descer dos automóveis, aquilo chamou sua atenção. Com absoluta certeza estavam procurando por ele, nada os levaria até ali se não fosse por isso.

Maldição, praguejou irado.

Começou a subir as escadas para ir ao seu quarto. Vestiu várias roupas, calçou sua bota mais pesada, e desceu novamente. Pegou a arma que estava em cima da sua velha poltrona e colocou na cintura. Abriu a porta da cozinha e fechou devagar. Andou depressa em direção à floresta que ficava próxima dali.

A todo o momento olhava para trás para ver se alguém o vinha perseguindo. Como sempre pensou que um dia seria descoberto, construiu um casebre de madeira para caso esse dia chegasse. Abriu a porta com força, trancando logo depois.

Sentou-se no chão para a respiração voltar ao normal.

— Maldito Tchecov. Isso não vai ficar assim.

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