Alec
Ela tinha ido embora e eu ainda tinha um sorriso idiota estampado em meu rosto. Me repreendi por tal ato, mas era inevitável não ficar assim. Pode parecer loucura mas ela mexeu comigo nesses dois únicos dias. Me deixou intrigado com o seu jeito, ela é diferente das outras pessoas que conheci. Não que eu esteja apaixonado, até porque eu não devo e nem mesmo quero nutrir tal sentimento. Eu iria descobrir o seu nome de alguma maneira. Decido ir para casa andando porque estava afim de pensar e como o caminho é longo, me daria bastante tempo para tal coisa.
Chegando em casa me deparo com minha irmã brigando com o seu namorado, que por acaso é meu melhor amigo. Minha cabeça doía e seus gritos estavam piorando a minha situação.
- Nicolas, eu não quero saber. Você estava de conversa mole para o lado daquela garota, eu só quis dar o troco - a voz fina de minha irmã faz eco por toda casa.
- Eu estava informando onde era a sala para a novata, ao contrário de você April, que quase foi pra cama com o Marcus - devolve no mesmo tom. Eu estava tentando pedir para que falassem mais baixo, porém eles nem se quer notaram minha presença. Pego um dos milhares vasos que minha mãe coleciona e o jogo no chão com força, causando um estrondo. Finalmente, tenho a atenção deles.
- Vão berrar em outro lugar - meu tom exala grosseria, dou as costas para eles e subo para o meu quarto. Os gritos cessam, fico no meu computador procurando alguma forma de achar informações sobre a garota de cabelo rosa. Não demora muito para que a cama do quarto ao lado comece a ranger e bater contra a parede. Sempre é a mesma coisa, gritos e brigas que acabam entre quatro paredes. Acabo não encontrando nada, o que me deixa irritado, afinal quando eu quero algo, eu consigo. Eu não irei sossegar até saber o nome daquela garota. Em meio aos meus pensamentos adormeço.
Acordo com os raios quentes do sol que atravessam a vidraça da janela. Tomo um banho gelado para despertar e coloco uma roupa confortável. Desço pelos grandes degraus da cobertos por cerâmicas da escada. Vejo, de frente para um espelho que tinha pela sala, a April retocar sua maquiagem.
- Bom dia - solta um beijo no ar para mim enquanto joga seus cabelos ruivos para trás, ajeitando o mesmo. Consigo ver seus lábios marcados pele forte tom de seu batom vermelho. Balanço minha cabeça como resposta. Vejo Marta, nossa cozinheira e empregada, preparando algo para o Nicolas que está sentado em uma das cadeiras mexendo em seu telefone. Abro a geladeira e pego uma garrafa d'água, é quando raciocino que por o Nicolas ser um dos mais populares na escola, talvez ele possa conhecer a garota de cabelo rosa.
- Brother - o chamo.
- Late - responde sem tirar os olhos de seu celular, ele faz algumas caretas como pose. Suponho que esteja tirando foto para postar em alguma de suas redes sociais bombardeada por seguidores.
- Você por acaso conhece alguma garota que tenha cabelo rosa? - me escoro na mesa em sua frente. Ele instantaneamente tira os olhos do aparelho para me encarar.
- Sim. A Júpiter, a garota mais zoada e rejeitada daquele colégio. Por quê?
- Ouvi o nome da vadia, por que estão falando nela? - April se intromete na conversa com uma expressão de nojo.
- Seu irmão perguntou dela - solta um sorriso gaiato me apontando o dedo.
- Ei! eu só perguntei se você conhecia alguma menina de cabelo rosa. Eu nunca nem vi essa tal Júpiter, como posso perguntar sobre ela? - minto na tentativa de me defender.
- E pra que você quer uma garota de cabelo rosa tendo milhares de meninas te querendo naquela escola? - April pergunta parecendo acreditar em minhas palavras.
- Isso não te interessa, querida irmã - dou um sorriso falso enquanto saio da cozinha deixando eles para trás. Espero que o Nicolas tenha caído naquele meu argumento patético, caso contrário ficará no meu pé com piadinhas sem graça. Zoada? Rejeitada? Aquilo não fazia sentido, pelo menos não para mim. A garota que conheci não apresentou motivos para ser conhecida como tal.